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1. A UNIVERSIDADE COMO ESPAÇO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

4.1 ORGANIZAÇÃO

4.1.12 Participação na Administração Superior

Pensar os rumos de um projeto na perspectiva inovadora na universidade inclui pensá- la em seus três pilares: ensino, pesquisa e extensão a fim de promover as alterações de espaço, tempo, currículo, formação de professores que podem viabilizar um trabalho desta natureza. Soma-se a esta organização, as monitorias e estágios; programas de iniciação científica;

programas de extensão; estudos complementares, integração com a Pós-Graduação, entre outros. Este quesito é proposto pelas Diretrizes Curriculares Nacionais nos seguintes termos:

O projeto pedagógico do Curso de Graduação em Fisioterapia deverá contemplar atividades complementares e as Instituições de Ensino Superior deverão criar mecanismos de aproveitamento de conhecimentos, adquiridos pelo estudante, através de estudos e práticas independentes presenciais e/ou à distância, a saber: monitorias e estágios; programas de iniciação científica; programas de extensão; estudos complementares e cursos realizados em outras áreas afins (CNE/ CES 4/2002, art. 8º).

As recomendações propostas são explicitadas com maiores detalhes no Projeto Pedagógico da UNIFESP - Baixada Santista, dando ênfase às atividades que se direcionam à formação de um fisioterapeuta pesquisador. Este processo formativo que se verifica nos espaços de ensino, pesquisa e extensão e caminham em direção de novos conhecimentos na área.

Como três pilares da Universidade, o ensino em seus diferentes níveis, a pesquisa e a extensão devem ser vistas como indissociáveis e independentes. Da mesma forma que o ensino está presente na formação do pesquisador e nas atividades extensionistas da Universidade, a pesquisa encontra na extensão e no próprio ensino, campos fecundos de investigação. Por outro lado, as atividades de extensão possibilitam novas dimensões do processo formativo da Universidade, aproximando os estudantes da realidade local e regional da área de abrangência da Universidade e alimentando os projetos de pesquisa e construção de novos conhecimentos (PPP, 2006, p. 32).

Complementando a aproximação dos mecanismos de participação dos professores com a administração superior verificamos que os mesmos, procuram em primeiro lugar, esta interlocução nas atividades relativas à docência, pesquisa e extensão. Acreditamos pelas falas das professoras que as práticas de interação acontecem no cotidiano do seu trabalho e promovem o sentimento de pertencimento ao projeto e às instituições onde estão inseridos.

Trabalho no módulo de Estágio Supervisionando em um serviço da Prefeitura, recebendo estagiários. Colaboro nos módulos de Fisioterapia Neuromuscular, aulas expositivas e práticas. No módulo de Fisioterapia, Historia e Atuação, eu trabalho com aula expositiva e atividade em grupo (Professora P3).

Percebemos, mais uma vez a tentativa de incluir nas atividades do cotidiano da profissão, processos de inovação organizativa, na procura de novos métodos de fazer. Na maneira de agir dos docentes como explicitado pela professora acima, há uma determinação de práticas colaborativas, expressa nas atividades deste campo, que se estende também para a pesquisa:

Na pesquisa eu estou com alguns projetos de Iniciação Científica. Tenho interesse em me referenciar numa Pós-Graduação stricto sensu para orientar TCCs da Residência multiprofissional, que foi proporcionado pela minha própria formação de Pós-Graduação. Estou também com uma Bolsa FAPESP, com uma aluna e uma segunda bolsa PIBIC. Desde que eu entrei aqui e a gente tá conseguindo desenvolver alguns projetos (Professora P1). Teoria e prática são igualmente divididas, não se restringe a sala de aula e a Faculdade (A3).

Oportunidade e tempo para realização de pesquisas sem atrapalhar o andamento da graduação. Pouca estrutura (A10).

Igualmente na extensão, as professoras expressaram aproximação com as áreas afins. Demonstraram a disposição de desenvolverem um trabalho conjunto, como podemos verificar nestes posicionamentos:

Trabalho com a colaboração em formação com o projeto de emprego assistido. Processo de elaboração de extensão na unidade que ofereço estágio (Professora P3).

Procuro fazer interação com áreas afins (Professora P2).

Todo este empenho, no entanto não parecem ultrapassar a linha de tentativas isoladas de integração no chamado ―tripé‖ da universidade - ensino, pesquisa e extensão - como um grande projeto coletivo. Porém, a Coordenadora C2 coloca que a universidade procura ofertar o maior número de atividades que contemplem as três dimensões.

Os alunos convivem com todo o corpo docente de uma forma ampla, eles acabam tendo uma oferta de atividades nesses três quesitos de uma grande quantidade. Quanto ao ponto de vista do ensino, a gente tem atividades com diversos âmbitos diferentes, desde projetos de monitoria mais específicos [...] mesmo que não tenham bolsa, eles têm interesse em fazer voluntário. [...] No ponto de vista da pesquisa, eles são estimulados de modo muito forte a fazer iniciação científica. [...] o aluno aprende essa vivência da pesquisa, se agrega a um orientador, desenvolve um projeto, concorre à bolsa [...] e acaba levando os resultados dos seus trabalhos para outros congressos e para publicações em artigos.

Mesmo em análise de um contexto não escolar as reflexões de Duarte et al. (2007) se adequa a este debate quando nos lembra que o discurso do sonho, em relação aos problemas, faz parte de uma dimensão holística que permeia a visão de mundo destas profissionais. É isto que proporciona condições de identificar caminhos a serem percorridos e constituir um ponto de chegada para novos direcionamentos reflexivos.

Somos incentivados a participar de atividades de monitoria à medida que possuímos várias oportunidades, para tanto estou exercendo minha segunda atividade como monitora dentro da graduação (A2).

Iniciarei um estágio extracurricular em Equoterapia promovido pela Universidade em parceria com um local de Equoterapia em Santos. Há diversas atividades de monitoria propostos pela Universidade (A6).

Atividade de monitoria em Cinesiologia é bem organizada, com tarefas e horários definidos, além de acrescentar muito no aprendizado (A8).

Ressaltamos a importância de fazer desses espaços, espaços de reflexão pedagógica, em que se reconheça a participação de outros atores (GARCIA; et al, 2006). Dessa forma a reflexão se reveste da prática analisada dialeticamente entre o escrito e vivido.

Já a extensão do curso de Fisioterapia da UNIFESP, foi visto pelos alunos na seguinte direção:

Prefiro participar de extensões que fazem a equipe inter, porém participo de uma que é só Fisio com o público alvo que gosto de trabalhar (A9).

Participo: 1 - Estimulação precoce, 2 - Projeto Era uma vez; organização de eventos (I e II semana de anatomia e saúde e I e II ciclo de Palestras materno infantil) (A4).

Existem muitos projetos, mas acho que não são muitos bem divulgados e quando chegam ao nosso conhecimento já estamos no terceiro ano (A7). Existem muitos projetos no Campus e esta é uma atividade que permite mais oportunidade para alunos do 1º ano quando eu participei (A2).

Estes posicionamentos sintetizam a percepção dos alunos com relação à variedade de projetos de extensão dos diferentes locais nos quais estão sendo desenvolvidos, possibilitando uma maior aproximação da prática profissional por parte do aluno. Masetto (2005, p.127) ―ensina que a interação teoria-prática é fundamental para aprendizagem. Ela precisa ocorrer na realidade‖.