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Mapa 02 Localização das escolas participantes da pesquisa

4.3 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS

4.3.1 Perfil dos professores

Neste primeiro momento representamos através de gráficos, características que auxiliaram na formação do perfil desses profissionais, a fim de compreendermos melhor a maneira como estes se posicionam diante de determinados assuntos, ou como conduzem sua prática. Pois, entendemos que investigar as condições em que ocorre a formação dos professores e se aos mesmos têm sido oferecidas oportunidades tanto no que se refere às condições de trabalho como possibilidades

para sua capacitação, contribuem para refletirmos melhor sobre os resultados do trabalho destes profissionais.

Segundo levantamento junto às escolas, do total de 18 (dezoito) professores de Geografia que lecionam nas turmas do fundamental II, dezesseis responderam os questionários, visto que um encontrava-se de licença por motivo de saúde e outro afastado por motivo de viagem. Dos dezesseis 12 são do sexo feminino e 04 do sexo masculino. Com relação a faixa etária podemos observar no gráfico 01, que a maioria de 69% possui mais de 40 (quarenta) anos de idade. Acima dos 36 (trinta e seis) e abaixo dos quarenta temos 19%, e apenas 12% menos de 30 (trinta) anos.

Ao observarmos os percentuais de tempo de atuação como professor (gráfico ver 02), constatamos que 63% atuam há mais de 20 anos na profissão e somados aos que têm entre 16 (dezesseis) e 20 (vinte) anos, esse percentual sobe para 76% contra apenas 24% com menos de 15 (quinze) anos de docência. Considerando estes dados juntamente com os de faixa etária, podemos constatar que a maioria do universo pesquisado é composta por professores que detêm experiência profissional e pessoal.

A jornada de trabalho do professor também é um dado de grande relevância, visto que, este fator está diretamente ligado à qualidade da atuação deste profissional, uma vez que, um professor com sobrecarga de trabalho tende a apresentar um rendimento inferior ao esperado em relação àquele que dispõe de tempo para planejar e desenvolver suas atividades.

Gráfico 01: Idade dos professores Fonte: Pesquisa direta (2010)

Gráfico 02: Tempo de docência Fonte: Pesquisa direta (2010)

Observando o gráfico 03, vemos que metade dos professores atua somente em uma escola, enquanto que 44% atuam em duas e 6% em 03 (três) ou mais escolas. Entre os que atuam em mais de uma, dividem sua jornada além da escola estadual na qual a pesquisa foi aplicada, com outra da rede privada e até em cursinhos pré-vestibulares ou do município para complementar seus rendimentos.

Gráfico 03: Quantidade de escolas em que o professor atua Fonte: Pesquisa direta (2010)

Embora os que atuam em apenas em uma escola sejam representados pela maioria, todos, ao serem convidados a participarem da pesquisa, falaram das dificuldades do oficio, inclusive da falta de tempo, das questões financeiras, e da falta de valorização da categoria. Isto demonstra a falta de motivação por parte desses profissionais.

Referente à formação, um dado positivo é que 94% possuem graduação na área em que atuam, isto é, Licenciatura em Geografia. Apenas 6% possuem formação em outra área (ver gráfico 04).

Gráfico 04: Graduação dos professores Fonte: Pesquisa direta (2010)

A grande maioria é formada em Instituições públicas, sendo que deste total representado por 14 (quatorze) professores, apenas 02 (dois) docentes cursaram em Instituições privadas (ver gráfico 05).Com relação à qualificação profissional, observamos que apenas metade dos professores participantes da pesquisa possui pós-graduação, no entanto, todos em nível de especialização (lato sensu), nenhum apresentou mestrado ou doutorado (stricto sensu). Entre os 50% que possuem especialização 38% não são especialistas na área de sua atuação, enquanto que apenas 12% possuem pós-graduação na área de geografia (ver gráfico 06).

94% 6% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Graduação em Geografia Graduação em outras licenciaturas Graduação em Geografia Graduação em outras licenciaturas

Gráfico 05: Origem da Graduação Fonte: Pesquisa direta (2010)

Gráfico 06: Pós-Graduação dos professores Fonte: Pesquisa direta (2010)

Outro dado observado que merece ser destacado é o do ano de formação na graduação e pós-graduação destes docentes. No gráfico 07, vemos que apenas 6% concluíram a graduação antes de 1980, e que a grande maioria representada por75 % concluiu a graduação entre 1980 e 2000, restando apenas 19% que concluíram após o ano de 2000. Entre os 50% de professores que possuem pós-graduação

apenas 38% também concluíram a especialização após o ano de 2000. Isto demonstra que o processo de formação da maioria desses profissionais ocorreu em um cenário social, educacional e ambiental bastante diferente do atual, pois, da década de 70 até hoje muitas foram as mudanças ocorridas.

Gráfico 07: Ano de Conclusão Fonte: Pesquisa direta (2010)

Através da observação destes dados quantitativos, é possível constatar que embora os sujeitos sejam em sua maioria profissionais experientes tanto no que se refere à vivência como a atuação profissional, há ainda a necessidade de capacitação dos mesmos diante da dinamicidade da sociedade e da demanda educacional que requer cada vez mais atualização por parte destes profissionais.

Considerando esta dinâmica social, Martini (2005) destaca que as mudanças que ocorrem no cenário educacional, tanto no Brasil como em nível mundial, são em grande parte influenciadas pela inserção das novas tecnologias, bem como pelas pesquisas científicas que requerem dos profissionais da educação “formação continuada”. Esta autora chama ainda a atenção para a carga de responsabilidade que tem sido atribuída ao professor, como se a maneira como este exerce sua profissão fosse determinante para o sucesso ou o insucesso da Educação.

Cada vez mais aumentam as exigências em relação a estes profissionais que além de saber a matéria que lecionam, devem ainda “construir o conhecimento”

juntamente com o aluno, considerando as diversidades e acompanhando as mudanças da sociedade. Porém, em seu processo de formação não têm sido oferecidas condições para acompanharem tamanhas mudanças.

Espera-seque os professores tenham condições de exercer a prática docente alicerçada nos pressupostos de uma educação capaz de contribuir para a formação do educando, como um profissional capaz de rever/questionar as transformações da sua vida cotidianamente (MARTINI, 2005, 30).No entanto, para que seja possível esta realização, faz-se necessária uma reavaliação no processo de formação destes profissionais.

Temos de enxergar os educadores como pessoas incompletas e eternos aprendizes, que a partir de uma formação baseada no seu contexto, possam transformar-se sendo capazes de entender o grupo do qual fazem parte, ressignificando assim suas praticas como educadores. Ou seja, é fundamental que o educador possa ser auxiliado a refletir sobre a sua prática, a organizar suas próprias teorias para que possa tornar-se pesquisador de sua ação, um profissional reflexivo que, melhorando o trabalho em sala de aula, recria freqüentemente sua própria prática pedagógica (MARTINI, 2005, p.31).

De acordo com Daú e Pradel 2009, exige-se cada vez mais que o professor tenha “um olhar personalizado de modo a oferecer a cada aluno a oportunidade para autorrealização, não mais estabelecendo metas e objetivos uniformes, mas fazendo- -o de forma a acomodar todos os alunos nas suas diferenças e potencialidades” (DAÚ; PRADEL, 2009, p.533).

Nesse sentido, entendemos que se faz necessário um olhar mais atento a estes profissionais, tanto no que se refere às condições de trabalho e salariais, como a oferecer possibilidades para que sua formação seja continuada de modo a suprir a demanda educacional de acordo com as constantes mudanças que ocorrem na sociedade.

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