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6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 Análise do Questionário

6.1.1 Perfil dos Sujeitos

O estudo do perfil acadêmico e profissional dos 80 (oitenta) sujeitos investigados nessa pesquisa contribui para uma visão ampla sobre nosso objeto de estudo, porque inicialmente, mantemos como condição para pertencer à amostra a formação acadêmica (base para o Conhecimento Específico do Conteúdo) e a prática docente (base para o Conhecimento Pedagógico do Conteúdo).Identificadas essas condições partimos para análiseeratificaçãodas impressões a respeito das declarações dos sujeitos, de acordo com os indícios da mobilização de conhecimentos sobre jogos matemáticos no Ciclo de Alfabetização.

Nesse contexto, apresentamos os extratos das questões 1, 2, 3 e 4 que destinam-se a traçar o respectivo perfil.

No que diz respeito à localização das escolas onde atuam (questão 1), foram listadas 30 (trinta) diferentes cidades por 72 (setenta e dois) educadores, pois 8 (oito) deles não informaram o município onde atuam. As cidades de Capoeiras, Chã de Alegria, Tupanatinga, Carnaíba, Camaragibe,Tuparetama, Tacaimbó, Camutanga, Jaqueira, Goiana, Olinda, Carpina, Caruaru e Ipojuca foram representadas por apenas 1 (um) sujeito; Carnaíba, Abreu e Lima, Condado, Inajá, São Bento do Una, Orobó e Altinho, 2 (dois) sujeitos; Cabo de Santo Agostinho, Catende e Bodocó, 3 (três) sujeitos; Canhotinho e Barreiros, 4 (quatro) sujeitos; Recife, 5 (cinco) sujeitos; Escada, 6 (seis) sujeitos; Jaboatão dos Guararapes, 7 (sete) sujeitos e Igarassu, 18 (dezoito) sujeitos. Percebemos que a representação por cidade no curso promovido pelo PNAIC, no dia 14 de julho de 2014, na Universidade Federal de Pernambuco sobre jogos matemáticos de apoio à alfabetização apresentou determinada discrepância: enquanto treze cidades foram representadas por 1 (um) cursista (cada uma), uma cidade foi representada por 18 (dezoito) cursistas. Fato que nos chama atenção por não ser essa a cidade com maior densidade demográfica de Pernambuco. Logo, a procura por conhecimento sobre a utilização de jogos matemáticos não está relacionada ao número populacional das cidades onde atuam os sujeitos.

Quanto à formação acadêmica (questão 2 do questionário aplicado), esclarecemos que consideramos nessa análise, apenas a formação de maior grau declarada, visto que uma quantidade consideravelmente grande de nossa amostra(vinte e oito sujeitos16) declararam a formação no nível de graduação juntamente com a formação no nível de pós-graduação.

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De acordo com a conjuntura para essa questão de nosso estudo, visualizamos um nível de formação geral satisfatório. Porém, vale salientar que as pós-graduações informadas se integram de especialização de domínio da Língua Portuguesa, Gestão, Geografia, Psicopedagogia, Letras, Pedagogia Empresarial, Psicomotricidade, Ciências, Pedagogia, Literatura, Formação de Educadores, Análise Ambiental, Educação Integral, História, Educação Especial, Linguística, Supervisão Escolar. Apenas 4 (quatro) sujeitos afirmam terem suas especializações na área da Educação Matemática, fato que fomenta uma incerteza: Será que a formação dos sujeitos interfere no conhecimento que têm sobre jogos matemáticos? Aspecto que procuramos identificar também em nosso segundo instrumento: o relato de experiência, sobre o qual discorreremos mais adiante.

Apresentamos o gráfico 1 numa tentativa de expor nosso silogismo ao classificar como satisfatória a formação acadêmica dos sujeitos e confirmar a confiabilidade das respostas analisadas.

Gráfico 01 Formação acadêmica dos Sujeitos

Fonte: Produção da autora

Os níveis de formação acadêmica, nesse sentido, se mostraram um parâmetro significativo, pois constituem a base do Conhecimento Específico do Conteúdo. Identificamos a convergênciadessa categoria de conhecimento, em nosso caso, sobre os blocos de conteúdos matemáticos para o Ciclo de Alfabetização com a didática;para nós, a metodologia adotada para o ensino: utilização de jogos matemáticos, tanto nos questionários quanto nos relatos de experiência.

Os dados obtidos em relação ao tempo de atuação na docência (questão 3), trazem evidências as quais inferirmos resultados significantes. Um desses resultadosé a relação existente entre o tempo de docência e o nível de escolaridade dos sujeitos. Tais evidências

Nível Médio (magistério) 2% Nível Superior 1 (normal médio) 2% Nível Superior 2 (graduaçao) 18% Nível Superior 3 (pós-graduação) 78%

possibilitam o remate de que, de forma geral, quanto maior o tempo de atuação em função educacional, maior é a formação acadêmica, ou seja, os sujeitos parecem investir em sua própria formação profissional.

A ocorrência dos sujeitos terem, por livre arbítrio, se inscrito para participar de uma formação continuada no curso denominado ―Jogos Matemáticos no Ciclo de Alfabetização: espaço de ludicidade e aprendizagem no PNAIC-PE‖ por se só, já é propenso a deduções. Uma delas é que, aproximadamente, 6 (seis) a cada dez (dez) pessoas interessadas em formação continuada, apresenta mais de 10 (dez) anos de atuação na docência, de acordo com a nossa amostra.

Essa busca por uma sabedoria que viabilize a transformação do Conhecimento Específico do Conteúdo (conhecimento sobre o que ensinar) em uma forma de ensinar que motive e possibilite a aprendizagem dos alunos (conhecimento sobre como ensinar) configura uma mobilização do Conhecimento Pedagógico do Conteúdo.

Em nosso contexto tanto a formação acadêmica quanto a experiência de docência influenciam nos tipos de conhecimentos investigados. Por exemplo, quanto maior o tempo de experiência, mais os sujeitos verbalizam, através do discurso escrito, sobre o uso consciente dos jogos matemáticos. Esse aspecto de nossa análise está contemplado no gráfico 2.

Gráfico 02 Tempo de docência dos sujeitos

Fonte: Produção da autora

Shulman (2005) nos fornece subsídios que corroboram com as deduções da análise supracitada. Ao discutir sobre semelhanças e diferenças entre os conhecimentos de professores principiantes (com pequena experiência de docência) e veteranos (com grande experiência de docência).Esse teórico estabelece que os dois tipos de professores (principiantes e veteranos) têm uma coisa em comum: ambos têm Conhecimento Específico

1 a 5 anos 9% 6 a 10 anos 14% Mais de 10 anos 77%

do Conteúdo de suas disciplinas. Há, porém, uma grande diferença: o professor com maior experiência apresenta um ponto de vista abrangente (não completamente específico). Ter esse ponto de vista abrangente, provavelmente, faz com que desempenhe um papel importante na transformação desse saber formal sobre sua matéria num conhecimento adaptado para o ensino: Conhecimento Pedagógico do Conteúdo. (SHULMAN, 2005, p.8)

É importante destacar que 77% (setenta e sete por cento) de nossa amostra apresenta mais de 10 anos de docência, ou seja, pertence ao grupo que que Shulman (2005) classifica como professores veteranos (dotados de larga experiência). Nessas condições, apresentam um ponto de vista abrangente em relação ao manejo de sala de aula, o que contribui para a adoção coerente de materiais e métodos destinados ao ensino, como por exemplo, usar jogos