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Pergunta 1

– “A sua decisão de integrar um doente com IC em CPAL, deve-se mais a elementos de ordem clinica e analíticos ou dá mais destaque a convicções e crenças do doente e família? Qual a razão da sua escolha?”

Os médicos deste grupo, indicam que se baseiam mais em elementos de ordem qualitativa, do que em elementos quantitativos. Esta diferença é marcante, visto que quase 90% destes compartilham a mesma opinião, havendo apenas 10%, correspondendo a 5 médicos, com opinião contrária.

As tabelas resumem os principais critérios dos elementos qualitativos e quantitativos de referência para a população médica do estudo para referenciar doente com IC para CPAL.

95,5 100 100 94,4 100 96,4 90 92 94 96 98 100 Discordam 97,8% Qualitativa 15

Homens Mulheres Internos

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Os médicos podiam dar até 3 respostas, sendo no mínino necessária pelo menos uma.

Respostas de quem respondeu qualitativa

Tabela 1: Respostas relativamente aos elementos qualitativos à pergunta 1.

Qualitativa - total Total Relativo (%)

Descontrolo de Sintomas 26 56,5 Convicções do Doente 23 50,0 Múltiplos internamentos 11 23,9 Semiologia do Doente 6 13,0 Sofrimento do Doente 6 13,0 Crenças da Família 3 6,5 Vontade do Doente 3 6,5 Limitações do Doente 2 4,3 Impacto QDV 2 4,3 Outras 8 17,6

Respostas de quem respondeu quantitativa

Tabela 2: Respostas relativamente aos elementos quantitativos à pergunta 1.

Quantitativa - total Total Relativo (%)

Ecocardiograma 3 6,5

Arsenal terapêutico 1 2,2

Classificação IC 1 2,2

Doseamento de fármacos 1 2,2

Melhor indicador prognóstico 1 2,2

Número de internamento 1 2,2

Os critérios mais comuns que levam os médicos a referenciarem ou a iniciarem medidas paliativas em doentes com IC, são sem dúvida a descompensação de sintomas do doente, as suas convicções e os múltiplos internamentos.

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O descontrolo sintomático e as convicções dos doentes apresentam uma percentagem muito próxima, havendo mais de 50% dos médicos a referirem uma destas respostas.

O número de internamentos parece apresentar-se como um ponto importante a considerar.

Cerca de 10% dos médicos mencionaram que a perceção do sofrimento do doente e os sintomas, mesmo que controlados, têm que ser alvo de consideração.

Em menor percentagem, as convicções e crenças familiares, assim como o impacto na QDV, foram mencionados, sendo referidos apenas por alguns médicos.

Relativamente à população que mencionou que procurava mais dados quantitativos para referenciar e iniciar CPAL, o ecocardiograma parece ser o elemento mais preponderante para uma ação paliativa.

Para além da referência ao ecocardiograma, foram mencionados outros elementos como a classificação da IC, a quantidade de fármacos utilizados e o número de internamentos.

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Pergunta 2

– “Os doentes com IC beneficiam de integrar os CPAL. Concorda com esta afirmação?”

A questão de resposta aberta número 2 tem como objetivo identificar se os médicos internistas vêm como útil os CPAL para doentes com IC.

Mais de 95% dos médicos, 44 no total, responderam de forma positiva, reconhecendo a sua importância, devendo ser registadas duas respostas negativas à questão.

Tal como acontecera anteriormente, foram aceites até três respostas por médico, tendo que ser registada pelo menos uma. As respostas mais comuns são apresentadas na tabela 3.

Referente aos que reconheceram a utilidade dos CPAL, das respostas dadas à pergunta, é importante mencionar que 76% dos médicos indicaram como um dos fatores mais importante o controlo sintomático dos doentes, seguido de 37% dos médicos a indicarem o acompanhamento prestado às famílias.

Alguns médicos indicaram o acompanhamento do doente de uma forma mais próxima, assim como os CPAL poderiam providenciar melhor QDV, conseguindo dar apoio psicológico ao doente e família, melhorar a adaptação do doente à doença e às suas comorbilidades.

De salientar que pelo menos 3 médicos fizeram referência ao apoio de decisões de fim de vida (FDV), como sendo importante tendo em conta outras respostas dadas.

Em menor número foram também enumerados pontos como a gestão medicamentosa, o seu ajuste quando justificado e apoio nas AVD de modo a proporcionar o maior grau de autonomia e conforto possível.

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O apoio domiciliário foi apenas mencionado por um médico, assim como a monitorização e vigilância dos doentes de uma forma mais próxima.

Os dois elementos que responderam que não a esta questão, justificaram que os CPAL só são úteis nos doentes com IC terminal e com múltiplos internamentos por descompensação desta doença.

Tabela 3: Respostas de quem respondeu afirmativamente

Respostas Total Relativo (%)

Controlo de Sintomas 35 76,1 Acompanhamento Familiar 17 37,0 Acompanhamento do Doente 8 17,4 Melhor QDV 7 15,2 Apoio Psicologico 6 13,0 Adaptação à Doença 5 10,9 Gestão Medicamentosa 5 10,9

Gestão dos objetivos FDV 3 6,5

Apoio nas AVD 2 4,3

Otimização Terapêutica 2 4,3

Apoio Domiciliário 1 2,2

Equipa Multidisciplinar 1 2,2

Funções de Hospital de Dia de IC 1 2,2

Melhores Instalações 1 2,2

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Pergunta 3

– “Que sugere para melhorar e desenvolver os CPAL em Portugal, para doente com IC, no espaço de 10 anos.”

A questão 3 é referente a possíveis melhorias a serem feitas ao sistema atual no que concerne a doentes com IC e CPAL num espaço de 10 anos, demonstrou uma tendência comum a quase todos os participantes no estudo

A tabela 4 apresenta as respostas mais comuns. De referir que foram aceites até 3 respostas possíveis à pergunta, podendo haver participantes com 1 ou 2 respostas apenas. Mais de metade dos participantes reconheceram, como uma melhoria a incrementar, aumentar a formação em CPAL, de uma forma genérica. Porém, cerca de 10% reconhece que deveria haver formação/subespecialização específica em CPAL, e ainda um participante é de opinião da existência de uma especialidade médica de CPAL. Uma percentagem também francamente considerável de médicos refere que um dos pontos a melhorar é a facilidade de acesso aos CPAL, devendo haver campanhas de sensibilização para esta matéria. A existência de mais unidades de CPAL, critérios de referenciação e desenvolvimento de legislação específica para este tipo de doentes com IC, são um conjunto de medidas com grande número de apoiantes.

Igualmente importante, a existência de um hospital de dia de IC, centros de reabilitação cardíaca, e os respetivos apoios a nível hospitalar e na comunidade foram igualmente reportados, embora em menor número.

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Tabela 4: Respostas de quem respondeu afirmativamente

Respostas Total Relativo (%)

Mais formação em CPAL 24 52,2

Facilidade de acesso a CPAL 15 32,6

Campanhas Sensibilização 12 26,1

Hospital Dia IC 10 21,7

Mais Unidades CPAL 7 15,2

Apoio Domiciliário 6 13,0

Mais Paliativistas 5 10,9

Equipas Multidisciplinares 4 8,7

Apoio Paliativo na Comunidade 3 6,5

Critérios de Referenciação 3 6,5

Centros Reabilitação Cardíaca 2 4,3

Gestão das Vontades do Doente 2 4,3

Internamento Paliativo 2 4,3

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