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PERGUNTAS DE PESQUISA E OBJETIVOS

A fim de abordar os propósitos desta tese, são apresentadas várias questões da pesquisa e objetivos, assim sendo, os objetivos geral e específicos foram definidos para guiar esta tese e conduzir a sua construção. Para alcançar tais objetivos a maioria dos experimentos foi realizada em mulheres no primeiro, segundo e terceiro trimestres de gravidez, puerpério, bem como, mulheres em condição de não grávidas, especificamente nos capítulos três, quatro e cinco.

Como mostrado anteriormente, a importância da distribuição da pressão plantar pode ser vista em muitas áreas, mas os efeitos das alterações da distribuição da pressão plantar podem ser estudados em diferentes estruturas humanas.

Neste estudo foi investigada a distribuição da pressão plantar durante a gravidez e no pós-parto. Foram várias as razões para esta escolha, mas o motivo principal está relacionado ao fato de alterações na distribuição da pressão plantar durante a gravidez e no pós-parto se manifestarem de forma transitória com repercussão nas estruturas morfofuncional.

Considerando que a estrutura podal tem uma função passiva e uma ativa, sendo a passiva responsável pela proteção dos elementos do corpo humano contra forças de impacto transmitidas durante atividades como, por exemplo, caminhar; a ativa é dada pela transferência de forças internas geradas pelo sistema muscular a fim de acelerar o corpo na fase de impulso (ROSENBAUM; BECKER, 1997). Os capítulos 3, 4 e 5 abordam as perguntas da pesquisa e os objetivos 1.4.1; 1.4.2 e 1.4.3 respectivamente.

1.4.1. PERGUNTA DE PESQUISA E OBJETIVO DE ESTUDO 1

Alterações na pressão plantar em mulheres grávidas influenciam a estabilidade postural?

Diversos estudos foram realizados sobre pressão plantar com população diferenciada entre crianças, jovens, idosos, adultos, mulheres grávidas e puérperas, ambos os sexos, normal e patológico, assim o estudo de Gilleard et al., (2002) mostra o efeito da gravidez na faixa de movimento do tronco quando sentado e em pé; Pranke et al., (2006) aponta como contribuições biomecânicas ao público da terceira idade; Ribas , Guirro (2007) analisa a pressão plantar e o equilíbrio postural em diferentes fases da gestação; Machado et al., (2001) a distribuição da pressão plantar em crianças: padrões de movimento e influência de calçados; Manfio et al., (2001) análise do comportamento da pressão plantar em sujeitos normais; Perry et al., (2002) variação de peso no pós-parto;

Burnfield et al., (2004) a influência da velocidade de caminhada e calçados na pressão plantar em idosos; Tuna et al., (2004) medições da pressão plantar estática e dinâmica em adolescentes; Nyska et al., (1997) pressão plantar do pé em mulheres grávidas.

Outros estudos também apontam Investigação sobre pressão plantar em áreas diferenciadas tais como: escolar, desporto, produção de calçado, ergonomia do trabalhador e outras formas de investigação da pressão plantar conforme clínicas de saúde ocupacional de trabalhadores Ontário INC, (1998) enfatiza a ergonomia e gravidez; Cavanagh et al., (1997) a relação da estrutura do pé estático e a função do pé dinâmico; Cavanagh et al., (1992) medição da pressão plantar dentro do calçado: uma revisão; Kellis, (2001) distribuição da pressão plantar e comportamento da pisada durante permanência em pé e ao caminhar; Russo, Chipchase (2001) o efeito do Low-Dye taping no pico de pressão plantar dos pés normais durante a marcha; Hayafune et al., (2002) características de distribuição de pressão e de força sob o pé normal durante a fase de flexão e extensão na marcha; Hsiang, Chang (2002) o efeito da velocidade da marcha e transporte de carga sobre a confiabilidade das forças de reação do solo; Ledoux, Hillstrom (2002) as forças verticais plantares distribuídas em pés planos alinhados de forma neutra.

Porém, notamos que poucos estudos têm investigado a distribuição da pressão plantar e sua influência na estabilidade postural durante a gravidez e seu comportamento no pós-parto. Os efeitos da alteração da distribuição da pressão plantar sobre a estabilidade postural devem ser levados em consideração no momento da concepção e interpretação da pesquisa, especialmente quando diferentes estudos são comparados.

Atualmente, estudos sobre a distribuição da pressão plantar e da estabilidade postural em posição estática e dinâmica durante a gravidez e pós-parto são escassos no cenário literário, não oferecendo, portanto, uma compreensão mais ampla do comportamento biomecânico, facilitadores de diagnóstico, tratamento e prevenção.

Objetivo: Investigar a influência da pressão plantar na estabilidade postural em mulheres grávidas e também em mulheres não grávidas incluídas neste estudo.

1.4.2. PERGUNTA DA PESQUISA E OBJETIVO DE ESTUDO 2

Modificações no sistema musculoesquelético condicionam alterações na distribuição da pressão plantar em mulheres grávidas e não grávidas?

Vários estudos entre os quais citamos Dumas et al., (1995), Fischer (2004), Polden, Mantle (2000), Souza (1999), Rosenbauer, Becker (1997), Silva (2010), têm indicado que alterações na distribuição da pressão plantar que ocorrem durante a gravidez podem comprometer o sistema musculoesquelético, aumentando a fragilidade física e impondo limitações da mobilidade que afetam a aptidão físico-funcional das mulheres grávidas.

Estudos como os de Ribas, Montebelo e Guirro (2007), Branco (2010) e Saenger e Przssiesny (2008) afirmam que as alterações hormonais, o ganho de massa, as mudanças cardiovascular e pulmonar que ocorrem durante a gravidez também afetam o sistema musculoesquelético e a postura, o que justifica a alteração postural das gestantes para se adaptarem as mudanças do centro de gravidade, associado a isto está um relaxamento discreto das articulações da pelve que pode gerar dores nas costas. A distensão dos ligamentos da pelve causa desconforto durante o caminhar, causando também desconforto por edema nas extremidades distais dos membros superiores e dos membros inferiores com maior frequência.

A extensão e a flexibilidade das articulações aumentam durante a gestação por ação, principalmente, do hormônio relaxina que estimula o útero a se expandir enquanto o feto cresce e, ainda, influencia tendões, ligamentos e tecidos conectivos (PARADISE VALLEY COMMUNIT COLLEGE, 2005).

As curvaturas fisiológicas da coluna vertebral compensam-se entre si, lordoses, cifoses e vice-versa auxiliando na distribuição de carga do peso do corpo (VALENÇA, 2004). Se ocorrer alteração em qualquer curvatura, como na gravidez, isto acarretará alterações na biomecânica da coluna vertebral causando as dores, que podem estar sediadas na pelve pela irradiação do suprimento de inervação correspondente (ABRÃO; PODGAEC, 2005).

A biomecânica alterada associada ao relaxamento das articulações sacro-ilíacas e sob a influência da relaxina poderá aumentar ainda mais o estresse mecânico sobre as articulações pélvicas e a coluna lombar. Uma maior expansão na região da sínfise púbica e sacral no período do parto poderá persistir até seis meses após, pois depende da substituição contínua do colágeno (VALADARES; DIAS, 2007).

Objetivo: Investigar a relação entre alterações do sistema musculoesquelético e distribuição da pressão plantar em mulheres grávidas e mulheres não grávidas.

1.4.3. PERGUNTA DE PESQUISA E OBJETIVO DE ESTUDO 3

Alterações da pressão plantar ocorridas durante a gravidez retornam a condição pré gravídica no pós-parto?

A estrutura podal é considerada o alicerce do corpo humano, adaptada a posição ortostática sobre os dois pés que constituem a base de suporte, permite absorver o peso corporal e durante o caminhar a evolução progressiva dinâmica do passo pressupondo simultaneamente, resistência e flexibilidade (CALAIS-GERMAIN, 1992).

O centro de gravidade no Homem quando em posição bípede ereta alinha-se a base de suporte na qual o peso corporal proporcionalmente distribuído projeta-se na face plantar dos pés, condicionando oscilações mínimas a postura corporal. Entretanto, o desalinhamento do centro de gravidade em relação à base de suporte pode causar alterações na distribuição da pressão plantar, desequilíbrio muscular e aumento das oscilações da postura do corpo, condições presentes em várias entidades patológicas e durante a gravidez, as transformações decorrentes da gravidez se seguem no puerpério e merecem atenção especial (MACHADO, 2007).

Vários hormônios são responsáveis pelas alterações que surgem durante a gravidez, os quais regridem entre a sexta e a oitava semanas pós-parto (puerpério tardio e remoto), com exceção da relaxina – responsável pelo relaxamento dos ligamentos sacroilíacos e sínfise púbica importantes no período do parto – que persiste até o sexto mês após o parto e depende da substituição contínua do colágeno (MACHADO, 2007; VALADARES, DIAS, 2007).

Objetivo: Investigar a relação entre as alterações da distribuição da pressão plantar ocorridas durante a gravidez e o comportamento no pós-parto.

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