• Nenhum resultado encontrado

PRESSÃO PLANTAR E ESTABILIDADE POSTURAL DURANTE

PRESSÃO PLANTAR E ESTABILIDADE POSTURAL DURANTE A GRAVIDEZ ________________________________________________________________________

3. ESTUDOS REALIZADOS

ESTUDO 1 – PRESSÃO PLANTAR E ESTABILIDADE POSTURAL DURANTE A GRAVIDEZ

3.1. RESUMO

Introdução: Existe uma carência de investigação longitudinal sobre a distribuição da pressão plantar e estabilidade postural nos três trimestres da gravidez. Alterações da pressão plantar parecem afetar a estabilidade postural durante a gestação. Este estudo objetivou investigar a relação entre pressão plantar e estabilidade postural em mulheres grávidas e mulheres não grávidas.

Método: 40 mulheres participaram do estudo, 20 grávidas (23,65+5.14 anos) grupo experimental e 20 não grávidas (24,20+4.76 anos) grupo controle. A distribuição da pressão plantar e estabilidade postural foram avaliadas com uso de uma plataforma de pressão Footwork Pró em posição bípede, estática, olhos abertos durante 20 segundos.

Resultados: A análise de variância de um critério mostrou diferença estatística significativa no centro de gravidade corporal e centro de gravidade do pé esquerdo entre o grupo controle e o primeiro trimestre da gestação (p=0.04) e entre primeiro e o terceiro trimestre da gestação (p=0.05). Houve diferença estatística significativa na distribuição da pressão plantar no pé direito entre o grupo controle e o terceiro trimestre e entre o primeiro e o terceiro trimestre gestacional (p=0.03) e também no pé esquerdo entre o grupo controle e o terceiro trimestre da gestação e entre o primeiro e o terceiro trimestre (p<0.01). A distribuição de carga, superfície e tempo de contato no plano frontal e sagital não apresentaram diferença estatística significativa entre os grupos e os diferentes momentos da gestação.

Interpretação: Mulheres grávidas podem apresentar estabilidade postural diminuída devido à alteração na distribuição da pressão plantar e no deslocamento do centro de gravidade corporal.

3.2. INTRODUÇÃO

O bipedalismo licencia o homem para desenvolver um caminhar que evidencia um padrão de movimentos corporais cíclicos continuamente repetidos a cada passo, no qual se identificam dois elementos básicos: forças contínuas de reação do solo vertical e horizontal que apoiam o corpo e movimentos periódicos dos pés de uma posição de apoio para a seguinte em direção do movimento, necessários para qualquer forma de caminhar bipodal, por mais alterada que seja por alguma incapacidade física (INMAM et al., 2007).

Alterações no padrão normal adulto de caminhar que ocorrem durante a gravidez são de ordem física e hormonal, incluindo ganho de massa, mudança do centro de gravidade do corpo, laxidez das articulações, mudanças no alinhamento do esqueleto que provocam alterações do caminhar e da postura, influenciam a estabilidade postural e podem causar dor e desconforto musculoesquelético, embora sejam de caráter transitório e resultem em grandes ajustes na postura estática e dinâmica das mulheres grávidas (BUTLER et al., 2007; RIBAS 2007; BUTLER et al., 2006).

Durante a gravidez, a mulher apresenta um padrão modificado de caminhar, consequente, a um aumento na descarga de peso na parte lateral do pé e do retropé, condição que pode ser responsável pelo desconforto e pelas dores nos membros inferiores, limitação funcional para alguns movimentos além de alterações especiais no ajustamento corporal (NYSKA et al., 1997; DUNING et al., 2003).

No terceiro trimestre da gravidez ocorre com frequência dores nas costas e nos pés e alterações no centro de gravidade do corpo devido ao aumento de massa e às inadequações da distribuição da pressão plantar bipodal que consequentemente alteram a estabilidade postural o e caminhar (KARADAG-SAYGI et al., 2010; BUTLER et al., 2006; CARSON et al., 2001).

Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar a influência da pressão plantar sobre a estabilidade postural no 1º, 2º e 3º trimestres da gravidez.

3.3. RESULTADOS

A seguir serão apresentados os resultados obtidos na pesquisa, à luz da literatura especializada sobre o assunto investigado. A amostra composta por 40 mulheres, sendo que 20 (50%) formaram o grupo controle (GC) constituído por mulheres não grávidas e 20 (50%) formaram o grupo experimental (GE) constituído por mulheres grávidas avaliadas no 1º, 2º e 3º trimestres da gravidez.

Como se pode observar no quadro 4 abaixo, somente se verificou diferença estatística nas variáveis de massa corporal e do índice de massa corporal. Quanto à estatura, verificou-se diferença discreta entre os grupos.

Variável Controle 1º. trimestre 2º. trimestre 3º. trimestre F P

Idade(anos) 24,20 ± 4,76 23,65 ± 5,14 23,70 ± 5,14 23,75 ± 5,11 0,05 0.99 Mas.Corporal(Kg) 57,60 ± 8,67 54,75 ± 7,77 59,75 ± 8,17 66,80 ± 7,74 8,07 <0.01* Estatura(cm) 160,60±7,15 157,45±5,74 157,45±5,74 157,00±5,11 1,55 0.21 IMC(Kg/m2) 22,29 ± 3,76 21,74 ± 2,07 24,27 ± 2,26 27,02 ± 2,44 15,44 <0.01*

Mas.= massa; IMC Kg/m2=índice de massa corporal quilograma por metro quadrado; cm=centímetro; Kg= quilograma.

Quadro 4- Estatística descritiva e análise de variância de um critério para as variáveis das características gerais da amostra de acordo com os grupos investigados.

No quadro 5 abaixo, pode-se constatar que a massa corporal foi significativamente maior no grupo experimental no terceiro trimestre do que no grupo experimental no primeiro e no segundo trimestre de gestação, além de no grupo controle.

Com relação ao índice de massa corporal, o quadro 5 demonstra índice significativamente mais elevado no terceiro trimestre de gestação do que no segundo e no primeiro trimestres e no grupo controle, além de significativamente mais elevado no segundo trimestre do que no primeiro trimestre.

Massa Corporal Controle 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. Controle 0.68 0.84 <0.01* 1º.Trim. 0.68 0.22 <0.01* 2º.Trim. 0.84 0.22 0.04* 3º.Trim. <0.01* <0.01* 0.04*

Índice de Massa Corporal Controle 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim.

Controle 0.92 0.11 <0.01* 1º.Trim. 0.92 0.02* <0.01* 2º.Trim. 0.11 0.02* 0.01* 3º.Trim. <0.01* <0.01* <0.01*

Quadro 5 - Teste de Tukey para o post hoc da análise de variância para as variáveis de massa corporal e índice de massa corporal de acordo com os grupos investigados.

Na figura 7, destaca-se a ausência de diferença na idade e na estatura entre os grupos, bem como o aumento significativo da massa corporal e do índice de massa corporal durante a gestação.

Figura 7 - Comportamento das variáveis das características gerais da amostra.

A figura 8 aponta alterações na distribuição da pressão plantar e estabilometria em mulheres grávidas e não grávidas, as quais serão analisadas no decorrer deste estudo a partir do quadro 6.

Não Grávida Grávida 1º

Trimestre Grávida 2º Grávida 3º

Trimestre Trimestre

Figura 8 - Pressão plantar estática bipodal com olhos abertos e estabilometria durante 20 segundos nos diferentes grupos do estudo.

No quadro 6 abaixo, é possível notar que somente nas variáveis relativas à distância do centro de gravidade e à pressão média e média máxima se pode observar diferenças significativas entre as mulheres nos diferentes grupos investigados, conforme figura oito.

Variável Controle 1º. trimestre 2º. trimestre 3º. trimestre F P C. Gravidade ao pé D 8,41 ± 1,71 7,45 ± 1,84 7,62 ± 1,67 8,76 ± 1,85 2,53 0.06 C.Gravidade ao pé E 8,78 ± 1,83 7,11 ± 2,07 7,46 ± 1,74 8,74 ± 2,08 3,97 0,01* P. média pé D 0,48 ± 0,09 0,45 ± 0,09 0,50 ± 0,09 0,62 ± 0,25 4,93 <0.01* P. média pé E 0,46 ± 0,09 0,48 ± 0,11 0,53 ± 0,12 0,59 ± 0,13 5,25 <0.01* P. média max. pé D 1,36 ± 0,24 1,18 ± 0,28 1,36 ± 0,22 1,47 ± 0,41 3,30 0.03* P. média max. pé E 1,47 ± 0,41 1,46 ± 0,56 1,61 ± 0,50 1,69 ± 0,44 1,02 0.39

Dist. carga ante pé D 24,48±5,34 22,59±4,62 21,97±6,41 23,04±5,48 0,78 0.52

Dist.carga ante pé E 23,33±5,72 23,09±4,51 22,14±5,84 22,39±5,60 0,21 0.89

Dist. carga retro pé D 26,57±4,37 25,92±3,77 26,04±5,34 26,69±5,59 0,12 0.95

Dist. carga retro pé E 25,62±5,61 28,37±6,35 29,14±8,07 27,84±7,21 0,97 0.41

Sup. cont. pé D (cm) 83,26±13,74 77,92±13,74 77,96±13,03 81,10±13,15 0,75 0.53

Sup. cont. pé D (%) 50,00±3,67 49,90±2,25 50,45±2,35 50,20±2,65 0,15 0.93

Sup. cont. pé E (cm) 78,90±21,42 78,12±13,78 76,49±12,70 80,37±11,29 0,22 0.88

Sup. cont. pé E (%) 50,00±3,67 50,10±2,25 49,55±2,35 49,80±2,65 0,15 0.93

Div. massa ante pé D 47,90±8,29 46,25±7,75 44,25±10,72 46,35±9,58 0,53 0.66

Div. massa ante pé E 47,45±10,07 45,25±9,57 44,40±11,98 44,75±11,59 0,32 0.82

Div. massa retro pé D 52,10±8,29 53,75±7,75 55,75±10,72 53,65±9,58 0,53 0.66

Div. massa retro pé E 52,55±10,07 54,85±9,44 55,70±11,86 55,25±11,59 0,34 0.80

Distância do C. Gravidade corporal ao pé direito e ao pé esquerdo; D= direito; E=esquerdo; P=pressão; Max= máxima; Div.=divisão; Sup.cont.= superfície contato; Dist.= distribuição.

Quadro 6 - Estatística descritiva e análise de variância de um critério para as variáveis da pressão plantar estática durante 20 segundos, olhos abertos de acordo com os grupos investigados.

No quadro 7 abaixo, observa-se que a distância entre o centro de gravidade corporal e o centro de gravidade do pé esquerdo do grupo controle foi significativamente maior que o do grupo experimental no primeiro trimestre e o do grupo experimental no terceiro trimestre foi significativamente maior que no primeiro trimestre.

C. Gravidade corporal ao pé esquerdo Controle 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim.

Controle 0.04* 0.15 1.00 1º.Trim. 0.04* 0.94 0.05* 2º.Trim. 0.15 0.94 0.17 3º.Trim. 1.00 0.05* 0.17

Quadro 7 - Teste de Tukey para o post hoc da análise de variância para as variáveis do centro de gravidade, distância entre o centro de gravidade corporal e o centro de gravidade do pé direito e esquerdo, de acordo com os grupos investigados.

Na figura 9, existe uma distância menor do centro de gravidade corporal relacionado tanto no pé direito como no pé esquerdo, no grupo experimental no primeiro trimestre de gestação. Nota-se ainda, que a distância do centro de gravidade corporal em relação ao centro de gravidade nos dois pés aumentou no segundo trimestre e atinge seu pico no terceiro trimestre de gestação, ponto em que se torna significativamente maior nos dois pés, do que no primeiro e no segundo trimestre de gestação, porém, pouco diferente do grupo controle.

Figura 9 - Características do centro de gravidade corporal em relação ao centro de gravidade dos pés nos grupos de estudo.

O quadro 8 abaixo, mostra que a pressão plantar média do pé direito foi significativamente maior no terceiro trimestre de gestação do que no grupo controle e do que no primeiro trimestre de gestação, o mesmo ocorrendo no pé esquerdo. Quanto à pressão plantar média máxima, verificou-se apenas ser significativamente maior no pé direito no terceiro trimestre de gestação do que no primeiro trimestre.

Pressão média pé direito Controle 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. Controle 0.89 0.97 0.03* 1º.Trim. 0.89 0.65 <0.01* 2º.Trim. 0.97 0.65 0.08 3º.Trim. 0.03* <0.01* 0.08

Pressão média pé esquerdo Controle 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. Controle 0.98 0.22 <0.01* 1º.Trim. 0.98 0.42 0.01* 2º.Trim. 0.22 0.42 0.38 3º.Trim. <0.01* 0.01* 0.38

Pressão média máxima pé direito Controle 1º Trim. 2º Trim. 3º Trim. Controle 0.24 1.00 0.62 1º.Trim. 0.24 0.21 0.01* 2º.Trim. 1.00 0.21 0.66 3º.Trim. 0.62 0.01* 0.66

Quadro 8 - Teste de Tukey para o post hoc da análise de variância para as variáveis da pressão plantar média e pressão plantar média máxima de acordo com os grupos investigados.

Na figura 10, percebe-se o constante aumento na pressão plantar média nos dois pés desde o grupo controle até o terceiro trimestre de gestação, sendo no terceiro trimestre, significativamente mais elevada que nos trimestres iniciais de gestação, nos dois pés. Já com relação à pressão plantar média máxima se observa que no primeiro trimestre de gestação, esta é menor que no grupo controle, sendo mais elevada no segundo e no terceiro trimestres de gestação, sendo que no pé direito, no terceiro trimestre, é significativamente mais elevada que no primeiro trimestre

.

Figura 10 - Características da pressão média e pressão média máxima dos pés nos grupos de estudo.

Na figura 11, nota-se que a carga pouco se alterou durante a gestação, sendo relativamente diferente do grupo controle, em que se verifica ser menor apenas no retropé esquerdo e maior nas demais regiões dos pés.

Figura 11 - Características da distribuição da carga nas diferentes regiões dos pés nos grupos de estudo.

Na figura 12, a superfície de contato na medida percentual foi mais elevada nos dois pés no grupo controle e no grupo experimental nos diferentes momentos da gestação. Quanto à medida em centímetros quadrados, destacou-se como mais elevada no grupo controle, porém, menor no primeiro e segundo trimestres da gestação, elevando-se no terceiro trimestre. Nenhuma diferença estatística pode ser percebida nas discretas diferenças.

Figura 12 - Características da superfície de contato dos pés nos grupos de estudo.

Na figura 13, nota-se a massa mais elevada no grupo controle no antepé direito e esquerdo, comparado com os períodos gestacionais, o inverso se verificou nos retropés, onde aumentou a divisão da massa com a evolução da gravidez até o segundo trimestre, reduzindo no terceiro trimestre.

Figura 13 - Características da divisão da massa nas diferentes regiões dos pés nos grupos de estudo.

No quadro 9 abaixo, quanto às oscilações da superfície de contato (%) no plano frontal, não se verificou diferença estatística significativa entre os grupos, bem como entre os diferentes momentos da gestação no grupo experimental.

Variável Controle 1º trim. 2º trim. 3º trim. F P

Sup. contato a E – pé E 49,55±2,16 48,00±2,70 49,20±2,78 49,65±2,23 1,87 0.14 Sup. contato a E- corpo 49,30±1,45 49,30±1,26 50,35±1,81 49,70±1,42 2,18 0.10 Sup. contato a E – pé D 50,60±1,39 51,10±2,88 51,00±2,70 51,00±1,30 0,21 0.89 Sup. contato a D – pé E 50,45±2,16 52,00±2,70 50,80±2,78 50,35±2,23 1,87 0.14 Sup. contato a D- corpo 50,65±1,50 50,70±1,26 49,65±1,81 50,30±1,42 2,05 0.11 Sup. contato a D – pé D 49,45±1,39 48,90±2,88 49,00±1,70 49,00±1,30 0,25 0.86

Sup.=superfície; E=esquerdo; D=direito.

Quadro 9 - Estatística descritiva e análise de variância de um critério para as variáveis estabilométricas no plano frontal em relação a superfície de contato (%) de acordo com os grupos investigados.

Na figura 14, sobressaem-se oscilações significativas na superfície de contato à direita ao se observar o pé direito, o que ocorre no primeiro trimestre de gestação; ressalta - se ainda uma estabilização nos períodos de gestação na esquerda pé direito, sendo discretamente mais elevado no grupo controle; além de uma diminuição na direita corpo no segundo trimestre de gestação; sendo observada situação inversa nas posições contrárias dos pés (direito versus esquerdo).

Figura 14 - Características da superfície de contato no plano frontal nos grupos de estudo.

No quadro 10 abaixo, quanto às oscilações no plano frontal, no tempo de contato não se verificou diferença estatística significativa entre os grupos, bem como entre os diferentes momentos da gestação no grupo experimental.

Variável Controle 1º trim. 2º trim. 3º trim. F P

Tempo cont. a E- pé E 48,00±7,48 47,75±5,3050,20±4,48 47,40±6,850,85 0.47 Tempo cont. a E- corpo 48,25±5,60 49,25±5,9249,70±6,37 47,95±7,420,34 0.80 Tempo cont.a E- pé D 50,10±4,70 50,65±7,1252,50±6,76 49,50±5,200,93 0.43 Tempo cont. a D- pé E 52,00±7,48 52,25±5,3049,80±4,48 52,60±6,850,85 0.47 Tempo cont. a D- corpo 51,75±5,60 50,80±5,9050,37±6,37 52,05±7,420,33 0.81 Tempo cont. a D- pé D 49,90±4,70 50,25±7,78 47,50±6,76 50,50±5,20 0,98 0.41

Cont.=contato; E=esquerdo; D=direito.

Quadro 10 – Estatística descritiva e análise de variância de um critério para as variáveis estabilométricas no plano frontal em relação ao tempo de contato % de acordo com os grupos investigados.

Na figura 15, afere-se que o tempo de contato à esquerda aumentou bastante no período de gestação ao se observar o pé esquerdo, entretanto, diminui assim à direita ao se analisar o pé direito; à esquerda ao se observar o corpo, o tempo de contato é maior no segundo trimestre de gestação, enquanto à direita se enfatiza que o tempo de contato é menor em relação ao corpo neste momento; à esquerda ao se atentar para o pé direito, o tempo de contato é maior no segundo trimestre e à direita ao se observar o pé esquerdo.

Figura 15 - Características do tempo de contato no plano frontal nos grupos de estudo.

No quadro 11 abaixo, quanto às oscilações no plano sagital, na superfície de contato não se verificou diferença estatística significativa entre os grupos, bem como entre os diferentes momentos da gestação no grupo experimental.

Variável Controle 1º trim. 2º trim. 3º trim. F P

Sup. contato Ant. - pé E 50,05±1,61 49,10±2,15 49,30±2,64 50,10±1,59 1,26 0.30 Sup. contato Ant. - corpo 49,70±1,17 49,30±2,27 49,85±2,03 49,50±0,83 0,40 0.75 Sup. contato Ant. - pé D 49,50±1,64 49,35±2,76 50,75±3,46 49,05±1,57 1,81 0.15 Sup. contato Post. - pé E 49,95±1,61 50,90±2,15 50,70±2,64 49,90±1,59 1,26 0.30

Sup. contato Post. - corpo 50,30±1,17 50,70±2,27 48,40±8,12 50,50±0,83 1,24 0.30

Sup. contato Post. - pé D 50,50±1,64 50,65±2,76 49,25±3,46 50,95±1,57 1,81 0.15

Sup. = superfície; Ant.= anterior; Post= posterior; E = esquerdo; D = direito.

Quadro 11 - Estatística descritiva e análise de variância de um critério para as variáveis estabilométricas no plano sagital em relação à superfície de contato % de acordo com os grupos investigados.

Na figura 16, a oscilação na superfície de contato à esquerda em relação ao pé esquerdo foi maior no grupo controle e no experimental no terceiro trimestre de gestação, à esquerda se observa o corpo oscilando bastante nos grupos controle e experimental e, à esquerda se observa o pé direito alcançando oscilações significativas no segundo trimestre de gestação. Nota-se o inverso em relação ao pé direito e suas relações.

Figura 16 - Características da superfície de contato no plano sagital nos grupos de estudo.

No quadro 12 abaixo, quanto às alterações no plano sagital no tempo de contato, não se verificou diferença estatística significativa entre os grupos, bem como entre os diferentes momentos da gestação no grupo experimental.

Variável Controle 1º trim. 2º trim. 3º trim. F P

Tempo cont. a E- pé E 48,35±6,28 51,00±7,03 50,20±4,92 50,35±5,85 0,70 0.55 Tempo cont. a E- corpo 49,35±6,45 49,75±6,99 51,55±4,56 50,35±4,45 0,56 0.64 Tempo cont. a E- pé D 51,35±6,45 50,55±7,52 53,00±9,03 49,35±4,59 0,93 0.43 Tempo cont. a D- pé E 51,65±6,28 49,10±7,01 49,80±4,92 51,00±6,32 0,69 0.60 Tempo cont. a D- corpo 50,65±6,45 50,25±6,99 48,45±4,56 50,65±5,08 0,64 0.60 Tempo cont. a D- pé D 48,65±6,45 49,90±7,51 47,00±9,03 50,65±4,59 1,02 0.39

Cont.=contato; E=esquerdo; D=direito.

Quadro 12 - Estatística descritiva e análise de variância de um critério para as variáveis estabilométricas no plano sagital em relação ao tempo de contato % de acordo com os grupos investigados.

Na Figura 17, observa-se que houve aumento significativo no tempo de contato no plano sagital, anterior, ao se considerar o pé esquerdo no primeiro trimestre de gestação, reduzindo a seguir e invertendo-se, posteriormente, ao se observar o pé direito. Antes, o corpo apresentava um aumento significativo no tempo de contato, mais precisamente no segundo trimestre, invertendo-se para o corpo posteriormente. No início, no pé direito ocorreu aumento no tempo de contato no segundo trimestre, invertendo-se após para o pé esquerdo.

Figura 17 - Características do tempo de contato no plano sagital nos grupos de estudo.

3.4. DISCUSSÃO

O objetivo principal deste estudo foi investigar a relação entre pressão plantar e estabilidade postural em mulheres grávidas e mulheres não grávidas. Os dados apontam que o período gestacional apresentou diferença estatística significativa entre os grupos experimentais devido à organização dos grupos em trimestres.

Como se pôde observar nos (quadros 4 e 5) com relação à idade, as mulheres que integraram o grupo experimental e o grupo controle não apresentaram diferença estatística significativa, embora a média de idade em relação ao grupo controle tenha se apresentado mais elevada, fato que não foi observado na literatura pertinente.

Observou-se, também, a diferença estatística significativa do aumento da massa corporal (Kg), bem como do índice de massa corporal (IMC) entre os grupos controle e experimental nos vários trimestres da gestação, apontando um aumento progressivo de massa corporal e índice de massa corporal para as mulheres no último trimestre da gravidez. Para Mann et al. (2009) essas mudanças representam os principais fatores responsáveis pelas alterações observadas durante o caminhar e no equilíbrio a partir do terceiro trimestre da gestação, ocasionando risco de quedas nesse período.

Birtane e Tuna (2004), em estudo sobre estabilidade postural entre obesos e não obesos, afirmam que o aumento de massa corporal afeta diversos sistemas corporais, incluindo aqueles de manutenção do equilíbrio e da postura, mas não existe um consenso de como essa perturbação na estabilidade ocorre na obesidade. Na gravidez, pode-se inferir que a perturbação da estabilidade corporal e as modificações hormonais potencializam várias alterações como respiratória, circulatória, digestiva, renal, musculoesquelética.

As mulheres grávidas no terceiro trimestre de gestação apresentaram diferença estatística significativa na pressão plantar estática em relação ao centro de gravidade corporal e a pressão plantar média, enquanto a distribuição de carga, superfície de contato percentual e centímetro e divisão de massa não foram verificadas diferenças estatísticas significativas entre os grupos estudados e entre os diferentes momentos da gestação (quadros 6, 7 e 8).

Quanto à distância do centro de gravidade corporal ao centro de gravidade do pé esquerdo em relação ao grupo controle e aos demais diferentes momentos do período gestacional, os dados apontam que tais alterações, se ascendentes, poderão comprometer um joelho em varo e isto se explica pela manutenção da posição do centro de gravidade corporal que apresenta o vetor de força do peso do corpo. Além disso, a repartição das cargas entre o pé direito e o pé esquerdo sofre alteração o que ocasionou em um deslocamento da carga do peso do corpo com predomínio direito ou esquerdo (ARKIPÉLAGO, 2008).

Em relação à pressão média (quadro 8) no pé direito e no pé esquerdo e média máxima no pé direito apresentaram diferença estatística significativa nas mulheres grávidas no terceiro trimestre de gravidez em relação ao grupo controle e aos demais diferentes momentos da gravidez, embora o pé direito tenha apresentado diferença estatística significativa mais elevada. Segundo Briggs (2004), a estabilidade e a flexibilidade são condições necessárias para o pé suportar o peso corporal, resistir as forças geradas pelo contato com o solo, propulsionar o corpo para frente e se ajustar a superfícies irregulares e a diversos tipos de calçados.

As forças igualmente distribuídas na face plantar protegem os elementos de apoio do corpo e devem ser preservadas para manter a estabilidade postural e as funções do pé compatíveis com a normalidade. Todavia, as forças desigualmente distribuídas contribuem para o aumento da pressão em várias regiões da face plantar. Os desequilíbrios podem comprometer estruturas intrínsecas importantes como músculos, ligamentos e aponeurose plantares (MANN, 1999; TANSEI, BRIGGS, 2001) e, assim causar lesões variadas, desconforto, dor e afetar as funções estática e dinâmica do pé condições presentes no período gestacional investigado.

Segundo Stefanello e Lodi (2006), o pé é uma estrutura de suporte do corpo humano sediado na extremidade distal através do qual se efetua o contato com o solo e domina a distribuição da pressão plantar, o apoio, o equilíbrio, o impulso, a absorção de impacto, suporte de peso e ajusta a postura na posição ereta. As alterações advindas da gravidez, sobretudo o aumento de massa corporal, incidem na base de sustentação comprometendo a estrutura podal.

Quanto aos dados estabilométricos tanto da superfície de contato quanto do tempo de contato relativo aos planos frontal e sagital (9,10,11,12) eles não apresentaram diferença estatística significativa referente às oscilações médio lateral e antero posterior entre os

Documentos relacionados