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Pesquisa sobre práticas de diagnóstico e gestão do clima nas IFES do Brasil

3 MÉTODO

3.1 Pesquisa sobre práticas de diagnóstico e gestão do clima nas IFES do Brasil

Para a elaboração da seção “produto I: o clima organizacional nas IFES do Brasil” foi realizada uma pesquisa nas instituições federais de ensino superior no Brasil a fim de levantar informações sobre as práticas de diagnóstico e gestão do clima organizacional. Tal pesquisa, configurou-se como exploratória e descritiva, assumindo uma abordagem tanto quantitativa quanto qualitativa, visto que, em que pese a intenção de organizar numérica e categoricamente os métodos adotados pelas IFES do Brasil para diagnóstico e gestão de clima organizacional, teve também preocupação em compreender as razões ou dificuldades enfrentadas para uma possível não realização de práticas sobre o clima organizacional. A pesquisa com as IFES forneceu dados e teve a finalidade de conhecer boas práticas de diagnóstico e gestão do clima organizacional a partir da experiência das instituições cujas características se assemelham as da UFRN, logo, sendo central na configuração da supracitada seção.

A população da pesquisa foi delimitada pelas IFES do Brasil. É valido informar que, conforme o Ministério da Educação (MEC), em atenção à demanda de esclarecimento solicitada pelo responsável da pesquisa em questão, o art. 16, da Lei nº 9.495, de 20 de dezembro de 1996 (LDB) faz-se via à compreensão de que o sistema federal de ensino diz respeito: I - às instituições de ensino mantidas pela União; II - às instituições de educação superior (IES) criadas e mantidas pela iniciativa privada; e III -

42 aos órgãos federais de educação. Somado a isso, o MEC esclarece ainda que o Decreto nº 9.235/17 especifica em seu art. 2º a seguinte diferenciação: “Instituições de Educação Superior – IES, são aquelas criadas e mantidas pela iniciativa privada” enquanto que “as instituições de ensino mantidas pela União são as instituições federais de ensino superior – IFES.

Diante disso, mediante a diferenciação pela LDB, segundo a natureza pública ou privada das instituições brasileiras e em consonância às informações disponibilizadas pelo MEC, compreende-se que a sigla “IFES” diz respeito às Universidades Federais, aos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, ao CEFET-RJ e ao CEFET-MG. Frente ao exposto, esclarece-se que a pesquisa em tela irá abranger enquanto IFES apenas as Universidades Federais, que atualmente existem em número de 69 no Brasil. Tal decisão levou em consideração a suposição da existência de maior semelhança entre as características das universidades federais com a realidade da UFRN.

Logo, a amostra foi composta por gestores da área de gestão de pessoas ou recursos humanos (ou nomenclatura equivalente) dessas universidades federais que aceitaram participar da pesquisa, alguém por eles designados ou representantes sem função de gestão da área supramencionada dessas instituições.

A coleta de dados foi feita por meio de questionário eletrônico, hospedado na plataforma google forms, com perguntas fechadas e abertas (de acordo com o Apêndice C) e seu preenchimento foi inteiramente online. Essa etapa da pesquisa teve início no dia 30/07/2019 e foi finalizada no dia 04/11/2019. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice D) também foi encaminhado. Todos os participantes dessa pesquisa fizeram a adesão por meio de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), enviado online e que se antepôs ao preenchimento do instrumento de coleta de dados. A cada um, individualmente, foi explicado os objetivos e finalidades da pesquisa, bem como: o procedimento metodológico utilizado e a garantia do sigilo dos nomes dos participantes.

O tratamento e análise dos dados foram realizados por meio do software Excel 2010, e as respostas subjetivas, referente aos motivos/entraves que dificultam a realização e institucionalização das práticas de diagnóstico de clima organizacional, foram analisadas e agrupadas em categorias, de acordo com os respectivos conteúdos apresentados nelas. Para tanto, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo no nível manifesto, que segundo Moraes (1999) restringe-se ao que é dito, sem buscar os significados ocultos. A análise de conteúdo “constitui uma técnica que trabalha os dados

43 coletados, objetivando a identificação do que está sendo dito a respeito de determinado tema” (Vergara, 2005, apud MOZZATO & GRZYBOVSKI, 2011, p.734).

Para estabelecer o contato com as IFES, pensou-se em três estratégias que, a depender da quantidade de respostas recebidas, foram utilizadas em sequência ou em paralelo.

A primeira estratégia utilizada foi mediante estabelecimento de parceria com a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas da UFRN – PROGESP/UFRN. Foi solicitado o envio de um link com formulários através de canais institucionais ou através de aplicativos de mensagens cujos números institucionais dessa Pró-Reitoria estivessem vinculados com as demais IFES. No dia 16/07/2019 ocorreu uma reunião entre o propositor desse trabalho acadêmico de mestrado e os Pró-reitores titular e adjunto da PROGESP/UFRN, a atual Diretora da Diretoria de Desenvolvimento de Pessoas/ PROGESP/UFRN, assim como com a Coordenadora e equipe técnica da Coordenadoria de Planejamento de Gestão de Pessoas. Nesta ocasião foi apresentada a proposta e firmado acordo de parceria na etapa de coleta de dados da referida pesquisa com as IFES.

A segunda estratégia para coleta de dados teve início com a solicitação junto Ministério da Educação – MEC, através do “Serviço de Informação ao Cidadão – SIC”, dos e-mails institucionais das Pró-Reitorias ou unidade de Gestão de Pessoas ou de Recursos Humanos de todas as IFES (universidades federais) do Brasil, em novembro de 2018. A resposta do MEC com as informações solicitadas foi recebida em dezembro do mesmo ano. Nessa, consta em planilha de Excel todas as informações solicitadas, conforme anexo II. Com os supracitados e-mails das instituições, um formulário eletrônico pode ser encaminhado para esses e-mails para que houvesse a coleta de dados. A fim de verificar se os e-mails informados pelo MEC estavam atualizados e, também, buscar outros canais de contato com as IFES, foi realizada uma coleta dos e-mails das unidades de gestão de pessoas ou recursos humanos (como também das unidades cujas nomenclaturas fazem referência à “área de pessoas”) através dos sites institucionais dessas IFES.

Por fim, a terceira estratégia utilizada, após três ciclos de envios de e-mails solicitando a participação das IFES, para as que ainda não haviam respondido ao questionário de pesquisa, foi feito contato telefônico, com a finalidade de fazer o convite para a participação na pesquisa em questão.

Nos casos de múltiplos envios de formulários preenchido por uma mesma instituição, contendo informações divergentes na parte objetiva do questionário, uma

44 nova comunicação seria encaminhada à essa instituição, solicitando esclarecimentos, a fim de que fosse possível considerar uma única resposta para as questões objetivas do questionário. Porém, não foi identificada divergência de informação na parte objetiva do questionário, nos casos de envios múltiplos de uma mesma instituição. Logo, não foi necessário encaminhar comunicado às IFES demandando esclarecimentos. Quanto ao item subjetivo (questão 2), que trata sobre os motivos/entraves que dificultam a realização e institucionalização das práticas de diagnóstico de clima organizacional, foram consideradas todas as respostas enviadas, e a análise considerou os pontos de vista, também, dos diferentes atores organizacionais de uma mesma instituição, nos casos de envios múltiplos de resposta ao questionário de uma mesma IFES.

Como um segundo produto gerado por essa obra acadêmica, instrumentos de diagnóstico de clima organizacional foram analisados para que fosse possível verificar o que melhor se adequa à UFRN. Assim, a análise considerou instrumentos referenciados na literatura presentes em livros, artigos científicos e trabalhos acadêmicos, que constavam em seus textos evidências de validação e precisão dos instrumentos, bem como os possíveis instrumentos utilizados pelas IFES e encaminhados por elas, apontados na pesquisa anteriormente mencionada. Todos os instrumentos foram analisados conforme critérios expostos adiante.

Os instrumentos de diagnóstico de clima organizacional presentes em artigos científicos foram pesquisados através de periódicos eletrônicos, utilizando como palavra- chave para a busca o termo ''clima organizacional'', e foram selecionados aqueles escritos em língua portuguesa, nos últimos 20 anos (1999-2019). Foram adotados como critérios de escolhas os artigos que descrevem escalas de clima organizacional, apresentando os itens que compõe essa escala e as dimensões do fenômeno contidas no instrumento. Para os artigos que não apresentarem a descrição na íntegra dos itens do instrumento de pesquisa, foi realizada pesquisa através do google para tentar localizar o instrumento em produções acadêmicas, caso tenha sido utilizado e estivesse disponível online.