• Nenhum resultado encontrado

3 A MOTIVAÇÃO COMO VANTAGEM COMPETITIVA

3.3 Pessoas motivadas: um diferencial organizacional

Diante do que foi exposto até o momento, nota-se, claramente, a significância das pessoas nas organizações. Como já se foi ressaltado, as pessoas são indispensáveis para o funcionamento de qualquer tipo de organização, e podem ser utilizadas como grande fonte de vantagem competitiva para uma empresa. Pois, se o ser humano é peça fundamental da organização, além de ser um recurso único de cada empresa, por que não utilizá-lo como o grande diferencial organizacional?

Esse diferencial será ainda mais competitivo, se a organização possuir um pessoal, altamente, engajado na realização dos objetivos organizacionais. Ou seja, pessoas que acreditem na organização, que busquem realização pessoal e que vejam em seu trabalho a oportunidade de buscar essa realização. Uma empresa necessita de pessoas que encarem os desafios da instituição como seus próprios desafios e que busquem alcançá-los como uma forma de realização interior. Além disso, a organização precisa reconhecer o comprometimento de seus funcionários. Em contra partida, a organização deve recompensar seus colaboradores e estes devem se sentir recompensados de forma justa. Os colaboradores devem acreditar que a recompensa é proporcional ao esforço depositado.

De acordo com Gil (2008), as organizações, cada vez mais, estão valorizando o comprometimento das pessoas. As empresas tendem a investir em funcionários comprometidos, os quais estão sendo convocados a fazer parte das soluções empresariais. A chave do comprometimento, por sua vez, é a motivação. Com isso, identificar fatores que sejam capazes de promover a motivação dos funcionários e compreender as técnicas necessárias para lidar com a motivação, vem-se tornando uma das tarefas mais relevantes para os gestores. Pois, é muito mais fácil encontrar pessoas competentes do que pessoas comprometidas.

No atual mundo competitivo, com o surgimento de tecnologias a todo o momento, as pressões da economia global e a necessidade de eficiência operacional, a lealdade dos colaboradores em muitos ambientes organizacionais está em declínio. “Agora, não depois, é a hora em que os locais de trabalho precisam ser transformados, redesenhados e dirigidos com

um real comprometimento com aqueles que realizam o trabalho necessário” (SCHERMERHORN. JR.; HUNT; OSBORN, 1999, p. 86).

A maioria das empresas depende, em grande medida, de uma rede de stakeholders externos – fornecedores, parceiros e até mesmo concorrentes – para criar valor para o cliente. A motivação de stakeholders internos – diretores, altos executivos, gerentes de nível médio e funcionários – também é fundamental para o sucesso. (KLUYVER; PEARCE, 2007, p. 9).

Para se obter o sucesso no mundo dos negócios, sabe-se que é necessário a contribuição de muitos parceiros, os stakeholders. Mas, a motivação dos clientes internos é de extrema importância. E a motivação deve está presente em todos que fazem parte da organização, desde a linha de frente até a alta administração. Todos precisam está envolvidos em um único intuito. Só assim, o desempenho organizacional será otimizado.

“Só quando as pessoas tiverem entusiasmo e forem capazes, as organizações poderão atingir alto desempenho. Só quando as pessoas tiverem uma sensação de satisfação pessoal em seu trabalho, será possível alto desempenho numa base contínua” (SCHERMERHORN. JR.; HUNT; OSBORN, 1999, p. 86).

Segundo Kluyver e Pearce II (2007, p. 74), “a qualidade dos recursos humanos – forte liderança na alta administração, gerentes experientes e funcionários bem treinados e motivados – pode representar o recurso estratégico mais importante de uma empresa”.

Gil (2008) ressalta que os gestores precisam estar atentos à motivação de seus funcionários. Precisam estar aptos a identificar as necessidades de cada colaborador e criar condições para que as atividades a eles atribuídas, bem como o ambiente de trabalho, sejam satisfatórios.

“(...) os gerentes não podem motivar seus empregados, mas precisam dispor de conhecimentos e habilidades suficientes para despertar ou manter sua motivação no trabalho” (GIL, 2009, p.202).

A empresa pode utilizar a motivação de seus colaboradores como seu grande diferencial. Funcionários motivados pode ser o mais poderoso recurso de uma organização, pois pessoas motivadas são pessoas mais satisfeitas, e consequentemente, desempenham melhor suas atividades. Pode-se dizer que indivíduos motivados, são indivíduos mais produtivos, pois se estão satisfeitos com as condições de trabalho, e, principalmente, com o seu próprio trabalho, o indivíduo procurará desenvolvê-lo da melhor forma possível.

O mundo cada vez mais competitivo dos negócios exige altos níveis de motivação das pessoas. Empregados motivados para realizar seu trabalho, tanto individualmente como em grupo, tendem a proporcionar melhores resultados. A motivação pode ser entendida como o principal combustível para a produtividade da empresa (GIL, 2008, p. 201).

“A produtividade do funcionário é o resultado da combinação de suas habilidades, motivação e ambiente de trabalho, e a tecnologia com a qual eles precisam trabalhar” (BOHLANDER; SNELL, 2009, p. 20).

Como já foi explorado, ter tecnologia e capacidade produtiva, já não é característica exclusiva de empresas de sucesso. São fatores presentes em várias organizações. Para se obter sucesso no mundo dos negócios são necessários outros fatores, os quais combinados e administrados, adequadamente, criarão uma vantagem competitiva sustentável para a organização. Conhecimento, habilidades, e, principalmente, pessoas motivadas, são alguns dos demais fatores que fazem a diferença numa organização. Bohlander e Snell (2009), como apresenta a figura a seguir, ainda citam como fator de desempenho organizacional o ambiente. Segundo os autores, o ambiente influencia a produtividade. Técnicas de melhoria do trabalho, equipes bem desenvolvidas, líder presente e a cultura da organização são peças fundamentais para a melhoria da produtividade organizacional.

Figura 7 – Melhorias de produtividade

Fonte: BOHLANDER; SNELL (2009, p. 21).

“(...) os gerentes podem perceber que o aumento do investimento nos funcionários (elevando os custos com pessoal) pode levar a retornos ainda maiores, com a melhoria da produtividade” (BOHLANDER; SNELL, 2009, p. 20).

Como o ser humano é peça fundamental na organização, diante do que foi exposto, é clara a necessidade de investimento no capital intelectual da organização.

(...) um foco no aprendizado organizacional e em criar, reter e motivar uma força de trabalho com habilidades e conhecimento talvez seja a melhor maneira para os executivos estimularem a criação de vantagens competitivas em um ambiente empresarial em mudança acelerada (KLUYVER; PEARCE, 2007, p. 97).

Para tanto, é necessário que tanto os executivos, quanto a gerência média estejam conscientes da relevância da vantagem competitiva. Devem ter conhecimento dessa vantagem e de sua importância para o aumento do desempenho da empresa, para que dessa forma possa explorá-la e disseminá-la por toda a organização e entre seus stakeholders (KLUYVER; PEARCE, 2007).

As organizações, dessa forma, devem buscar investir em seu recurso mais precioso: as pessoas. Deve buscar formas de mantê-las motivadas e dispostas a enfrentar os desafios do dia-a-dia empresarial. Dessa forma, a organização estará à frente de seus concorrentes, pois funcionários motivados não podem ser copiados pelos demais. É algo específico de cada organização, está enraizado no ambiente interno da organização.

Documentos relacionados