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3 A MOTIVAÇÃO COMO VANTAGEM COMPETITIVA

3.2 Pessoas: uma vantagem competitiva

No mundo contemporâneo, sabe-se a importância que as pessoas tem para a organização, pois esta é formada por seres humanos. As pessoas são o capital intelectual das

instituições. Logo, investir em pessoal é algo fundamental para uma empresa se manter competitiva.

De acordo com Milkovich e Boudreau (2000, p. 137), “tem-se argumentado que as pessoas são a fonte mais promissora de vantagens competitivas na organização de hoje”.

Segundo Fischer et al. (2009), vários autores contemporâneos evidenciam que o diferencial das empresas líderes em diferentes segmentos de mercado na atualidade é a qualidade de seu pessoal e a forma como as competências e habilidades individuais são exploradas. Isso tem ocasionado a busca por novos fatores, condutas e competências por parte das organizações, no intuito de manutenção e melhoria da competitividade.

As empresas são gerenciadas por e para pessoas. Embora alguns recursos estratégicos possam ser duplicados, as pessoas que fazem parte de uma organização, ou seus stakeholders imediatos, são únicas. Entender sua preocupações, aspirações e competências é, portanto, essencial para determinar a posição e as opções estratégicas de uma empresa (KLUYVER; PEARCE, 2007, p. 78).

Sabe-se que as pessoas são peças fundamentais de uma organização. São recursos primordiais para existência de uma empresa. E, diferentemente, de outros recursos, são recursos exclusivos de uma determinada organização. Logo, o pessoal de uma empresa pode ser a diferenciação da organização em relação aos seus concorrentes.

Tecnologia e capital financeiro são ferramentas de fácil acesso, para algumas organizações esses elementos não são empecilhos para o alcance de seus objetivos. No entanto, muitas vezes, as organizações não possuem pessoas qualificadas para administrarem esses recursos já conquistados, gerando assim, prejuízos. Pois se, mesmo, possuindo alguns dos recursos necessários para buscar resultados, as organizações não os utilizarem de maneira correta, os mesmos não serão suficientes para conquistar os resultados almejados. Nesse momento é que é necessário o diferencial organizacional, que fará uma empresa ser mais competitiva que outra e que os meios, já possuídos pelas organizações, sejam utilizados de forma eficiente. Esse diferencial é o capital intelectual, ou seja, as pessoas.

“Sabendo disso, muitos especialistas consideram atualmente as pessoas que formam uma organização como a fonte primeira de vantagem competitiva sustentável” (WAGNER III; HOLLENBECK, 2009, p. 5).

(...) a empresa pode ter muito dinheiro, tecnologia, método, mas, carecendo de recursos humanos competentes, os recursos físicos tornam-se inúteis. Quanto mais houver amadurecimento e profissionalismo, mais aumentará a consciência de que os recursos humanos são o que há de mais valioso numa empresa e as condições sociais e psicológicas devem sempre ser levadas em consideração, desde que se leve em conta seu nível de maior eficiência e produtividade (VANDERLEY, 2010, p. 30). Segundo Milkovich e Boudreau (2000), as pessoas são fontes de vantagem competitiva por que os relacionamentos internos existentes entre os indivíduos são complexos e dependem da cultura e histórico da organização. Logo, verificar o que se passa no interior das organizações, saber como se gera os processos de capacitação e motivação dos funcionários é algo, particularmente, difícil por parte dos concorrentes. Ao contrário das instalações, equipamentos, estoques, instrumentos e práticas de distribuição utilizados pelas organizações, os quais podem ser copiados, facilmente, pela concorrência.

O foco atual no capital humano e intelectual como recurso estratégico fundamental de uma empresa é uma extensão natural da perspectiva baseada em recursos. Para a maioria das empresas, o acesso a recursos físicos ou financeiros já não representa mais um impedimento para o crescimento nem para a oportunidade; a ausência de pessoas ou do conhecimento corretos tornou-se fator limitante (KLUYVER; PEARCE, 2007, p. 3).

Pfeffer (1994 apud FISCHER; DUTRA; AMORIM, 2009, p.3) ainda relata que as organizações não dependem de tecnologia, patentes ou posições estratégicas para obterem uma vantagem competitiva sustentável, e sim da forma como administram sua força de trabalho. Ou seja, significa buscar o sucesso através das pessoas e não as substituindo ou limitando-as.

“Se a sua empresa emprega as melhores pessoas e é capaz de mantê-las, dispõe de uma fonte de vantagem competitiva que dificilmente será alcançada por outras empresas” (WAGNER III; HOLLENBECK, 2009, p. 5).

Segundo Milkovich e Boudreau (2000), Jack Welch, ex-presidente da General Eletric, defende a questão das pessoas como um meio de obter vantagem competitiva. De acordo com Jack Welch, obtém-se maior produtividade quando as pessoas estão envolvidas e entusiasmadas com seu trabalho; e a diretoria precisa acreditar que as pessoas são, realmente, a chave de tudo; além de a empresa está, constantemente, engajada no desenvolvimento de seu pessoal; caso contrário, a organização não terá a menor chance no mundo contemporâneo. “As pessoas são um recurso particularmente importante para produzir inovações e obter vantagens competitivas” (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2008, p. 70).

Para que um recurso seja considerado uma vantagem competitiva, o mesmo precisa ser raro e de difícil imitação, devem agregar valor a organização e não podem ter substitutos. De acordo com Bohlander e Snell (2009, p. 53) para que as organizações possam ter uma vantagem competitiva por meio das pessoas é necessário que elas satisfaçam esses critérios relacionados.

As pessoas são fonte de vantagem competitiva quando aumentam a eficiência ou efetividade da organização; seus conhecimentos, habilidades e capacidades não estão disponíveis, igualmente, para seus concorrentes; suas capacidades e suas contribuições não podem ser copiadas pela concorrência; e quando seus talentos podem ser combinados e empregados para trabalhar em novas atribuições, no momento em que as oportunidades forem detectadas. (BOHLANDER; SNELL, 2009, p. 53)

As empresas cada vez mais, estão expostas às ameaças do mercado, caracterizadas, principalmente, pela acirrada concorrência e as constantes mudanças no mundo dos negócios. Com isso, as pessoas devem se aperfeiçoar para atender às essas novas exigências.

Portanto, as organizações devem investir em seu capital intelectual. Esse investimento pode se dá através de capacitação, treinamento e desenvolvimento dos funcionários; estratégias eficazes envolvendo a administração de recursos humanos e, principalmente, da busca por meios de estimular a motivação dos funcionários.

De acordo com Wagner III e Hollenbeck (2009), uma empresa que dispõe de um know-how para administrar corretamente seus colaboradores, possui uma margem competitiva que pode ser sustentada e até fortalecida ao longo do tempo. Esse know-how pode ser obtido no campo do comportamento organizacional.

Com o conhecimento necessário, gerentes dispõem da orientação para fazer as escolhas mais apropriadas e garantir o maior lucro competitivo. A administração de recursos humanos mediante a aplicação de conhecimento no campo do comportamento organizacional é, portanto, um recurso essencial com o qual é possível criar e manter vantagem competitiva (WAGNER III; HOLLENBECK, 2009, p. 6).

“Os líderes de negócios globalizados apoiam, cada vez mais, a teoria de que o conhecimento que o capital humano possui é uma das capacitações mais significativas de uma organização e pode, está na raiz de todas as vantagens competitivas” (HITT; IRELAND; HOSKISSON, 2008, p. 76).

O conhecimento do capital humano é algo que não pode ser copiado pelos concorrentes, é algo próprio a cada indivíduo que o detem. Por isso, é algo tão valioso. Pois, a

organização ao possuir capital humano qualificado, poderá desfrutar do conhecimento de seus funcionários. No entanto, a partir do momento que tais funcionários resolverem abandonar a organização, tal conhecimento irá com o indivíduo e a organização perderá tal capacitação.

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