Marilia de Rossokrug1; Erecy Roberto Segala Martins1, Ângela Vieira Brunelli2; Paulo Ricardo Nazário Viecili3; Cristina Thum Kaeffer4; Tiago Facchini Panigaz5;
Luciana Rodrigues Leite de Souza6;Jéssica Lamaison Malheiros6; Rafael França6;
Marcos Eugênio Jörgensen6; Mateus Caíno Giordani7; Cecília Seffrin Willers7; Franciele Carvalho Vogel7; Dulcemar Siqueira Rolin7; HOCHMÜLLER, Ana Luiza
Hernandez Hochmüller8; Daniele Ceolin Zuffo9
Resumo
Nos últimos anos o perfil dos agravos à saúde em nosso estado tornou-se semelhante ao dos países desenvolvidos, assumindo destaque a incidência das doenças crônicas degenerativas (DCD), principalmente as cardiovasculares que estão entre as principais causas de mortes e de limitações da capacidade física dos adultos e idosos, na cidade de Cruz Alta. Desta forma e ciente de seu papel na sociedade a Universidade de Cruz Alta, desde o inicio de 2004 implantou, através do Grupo Multidisciplinar da Saúde - GMS o Programa de atividade Física e Saúde – ATIVE-SE. O mesmo desenvolve ações sócio-educativas e preventivas, para adultos e idosos da cidade de Cruz Alta, que contribuem com a promoção de saúde e às práticas de prevenção dos fatores de risco associados às DCD. São oferecidas atividades físicas como: musculação, caminhadas orientada, hidroginástica e orientações nutricionais e de saúde. Com o desenvolvimento destas atividades pretende-se disseminar a importância e a necessidade da realização de atividades físicas regulares, como forma de promoção da saúde e qualidade de vida.
1
Professores de Educação Física, docentes da UNICRUZ – mkrug@unicruz.edu.br
2
Nutricionista, docente da UNICRUZ
3
Médico Docente da UNICRUZ
4
Enfermeira, docente da UNICRUZ
5
Professor de Educação Física do ICCA
6
Acadêmicos do Curso de Educação Física da UNICRUZ
7
Acadêmicos do curso de Enfermagem da UNICRUZ
8
Acadêmica do curso de Nutrição da UNICRUZ
9 Acadêmica do Curso de Farmácia da UNICRUZ
Projeto Financiado pelo Programa Institucional de Bolsa de Extensão da Universidade de Cruz Alta – PIBEX/UNICRUZ
Palavras-Chave: Doenças Crônicas Degenerativas. Adultos. Idosos. Exercício Físico. Qualidade de vida.
Abstract
In the last few years the profile of the damages to health in Rio Grande do Sul State (RS), Brazil, became similar to those of developed countries. In the city of Cruz Alta, the incidence of degenerative chronic diseases (DCD), mainly the cardiovascular ones, are among the main causes of death and physical capacity limitations both for adults and the elderly. Thus, the University of Cruz Alta – UNICRUZ, aware of its role in the society, has implanted at the beginning of 2004, through the Multidisciplinar Health Group (MHG), the Physical and Health Activity Program – Activate Yourself. This program develops preventive and social- educational actions for adults and the elderly of the city. These actions contribute to the promotion of health and to the adoption of prevention practices of the risk factors associated with DCD. Physical activities like aerobics, oriented walks and hydrogymnastics, as well as nutritional and health advisory. The aim of the program is to disseminate the importance and the need of regular physical activities practice as a way of promoting health and quality of life.
Keywords: Degenerative Chronic Diseases. Adults. Elderly. Exercise. Quality of Life.
Introdução
Nos últimos anos o perfil dos agravos à saúde em nosso estado tornou-se semelhante ao dos países desenvolvidos, assumindo destaque a incidência das doenças crônicas degenerativas (DCD), principalmente as cardiovasculares que estão entre as principais causas de mortes e de limitações da capacidade física dos adultos e idosos. Na cidade de Cruz Alta, Segundo dados do Datasus (2006), 32,5% da população idosa morre devido às doenças do sistema cardiovascular.
A prevalência estimada de hipertensão, uma das doenças cardiovasculares, no Brasil, atualmente, é de 35% da população acima de 40 anos. Isso representa,
em números absolutos, um total de 17 milhões de portadores da doença, segundo estimativa de 2004 do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE, 2004).
As DCD não têm cura, porém, atualmente se sabe que muitas delas podem ser controladas de forma a evitar complicações. Para manter esse controle, segundo Krusche (2004), a pessoa precisa mudar seus hábitos alimentares, manter o peso ideal, praticar exercícios físicos, consultar o médico regularmente e evitar o álcool e o fumo.
Dentre as ações relacionadas com a promoção da saúde destaca-se a prática regular de exercícios físicos. De acordo com Krusche (2004) a atividade física é um dos principais fatores de prevenção, pois, fortalece o músculo do coração, auxilia a circulação do sangue nas artérias e a capacidade respiratória dos pulmões além de consumir as calorias ingeridas em excesso.
Além da atividade física é fundamental, para evitar as DCD, ações voltadas para a educação nutricional. Reis (2001) salienta que o conhecimento da inter- relação da obesidade, gota, hipertensão arterial e infarto com o comer e beber excessivamente existe há inúmeros anos.
Assim uma mudança nos hábitos alimentares e prática regular de atividade física pode resultar num impacto substancial para a redução das taxas das DCD muitas vezes num período de tempo relativamente curto.
Com esta preocupação a Universidade de Cruz Alta se inseriu na comunidade através do projeto ATIVE-SE, programa de atividade física e saúde, a fim de realizar atividades extensionistas visando a prevenção de doenças crônico-degenerativas contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da comunidade.
Este projeto se justifica considerando, ainda, que a promoção de saúde se constitui em uma ferramenta essencial para o desenvolvimento sustentável e é um dos caminhos para responder às ameaças emergentes à saúde, desta forma é obrigação da UNICRUZ o desenvolvimento de ações que contribuam efetivamente com a promoção de saúde e às práticas de prevenção dos fatores de risco, se pretende vislumbrar uma boa qualidade de vida a comunidade de Cruz Alta.
Desta forma este estudo pretende apresentar as ações que o Projeto ATIVE- SE irá desenvolver durante o período de execução (2009 – 2110), assim como a proposta em atender a uma população que necessita de orientação multiprofissional no que tange à prevenção ou diminuição dos danos causadas pelas doenças crônico degenerativas na saúde e qualidade de vida desta população
ATIVE-SE: como tudo começou
O projeto ATIVE-SE teve início em 2004, em uma parceria entre a UNICRUZ e a Escola de Aperfeiçoamento de Sargentos das Armas – EASA, onde nas segundas, quartas e sextas feiras, pela manhã, acadêmicos e professores do curso de Educação Física da UNICRUZ orientavam atividades físicas (alongamentos e caminhada) para a comunidade que já realizava caminhada naquele local.
Após esta primeira inserção a proposta foi ganhando dimensão e a partir de 2005 foram inseridos no projeto profissionais e acadêmicos dos cursos de Enfermagem e Nutrição
Os profissionais da enfermagem verificavam pressão arterial antes e após as atividades físicas e realizavam, periodicamente, de acordo com o interesse dos participantes do projeto, palestras de “Educação em Saúde” e os profissionais do curso de Nutrição, realizavam intervenções e orientações nutricionais. Além da caminhada, ampliando a parceria entre EASA e UNICRUZ, passou-se a oferecer aos participantes do projeto atividades de musculação que era realizada antes ou após a caminhada
O publico alvo do projeto aumentou consideravelmente, tendo entre eles, muitos idosos, hipertensos, diabéticos e obesos. Sendo assim e considerando que a atividade física mais recomendada para obesos é na água, pois assim minimiza o impacto nas articulações que são muito afetadas pelo excesso de peso e que 85% dos participantes do projeto, após análises nutricionais apresentaram excesso de peso e/ou obesidade foi inserido no projeto atividades de hidroginástica que passaram a acontecer desde 2007 no Esporte Clube Guarany nas terças e quintas feiras a tarde.
Atualmente o projeto, que está em sua sexta edição, é uma proposta do Grupo Multidisciplinar da Saúde – GMS da UNICRUZ e além da parceria com a EASA conta, também, com a colaboração do Instituto de Cardiologia de Cruz Alta - ICCA e com a participação de profissionais e acadêmicos bolsistas e voluntários de vários cursos do Centro de Ciências da Saúde e do ICCA.
Matsudo e Matsudo (2000) afirmam que os principais benefícios à saúde advindos da prática de atividade física referem-se aos aspectos antropométricos, neuromusculares, metabólicos e psicológicos. Os efeitos metabólicos apontados pelos autores são: o aumento do volume sistólico, da potência aeróbica e da ventilação pulmonar, a melhora do perfil lipídico e da sensibilidade à insulina, a diminuição da pressão arterial e da freqüência cardíaca em repouso e no trabalho submáximo. Com relação aos efeitos antropométricos e neuromusculares ocorre, segundo os autores, a diminuição da gordura corporal, o incremento da força e da massa muscular, da densidade óssea e da flexibilidade. E, na dimensão psicológica a atividade física atua na melhoria da auto-estima, do auto conceito, da imagem corporal, das funções cognitivas e de socialização, na diminuição do estresse e da ansiedade e na diminuição do consumo de medicamentos.
Guedes (2003), afirmam que a prática de exercícios físicos habituais, além de promover a saúde, influencia na reabilitação de determinadas patologias associadas ao aumento dos índices de morbidade e da mortalidade. Defendem a inter-relação entre a atividade física, aptidão física e saúde, as quais se influenciam reciprocamente. Segundo eles, a prática da atividade física influencia e é influenciada pelos índices de aptidão física, as quais determinam e são determinados pelo estado de saúde.
Conforme Neto (1999), o aumento em 15% da produção diária de calorias, cerca de 30 minutos de atividades físicas moderadas, pode fazer com que indivíduos sedentários passem a fazer parte do grupo de pessoas consideradas ativas, diminuindo, assim, suas chances de desenvolverem moléstias associadas à vida pouco ativa.
Entidades ligadas à Educação Física e às Ciências do Esporte como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Conselho Internacional de Ciências do Esporte e Educação Física (ICSSPE), o Centro de Controle e Prevenção de Doença - USA (CDC), o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM), a Federação Internacional de Medicina Esportiva (FIMS), a Associação Americana de Cardiologia e o Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS) preconizam que sessões de trinta minutos de atividades físicas por dia, na maior parte dos dias da semana, desenvolvidas continuamente ou mesmo em períodos cumulativos de 10 a 15 minutos, em intensidade moderada, já são suficientes para a promoção da saúde (MATSUDO, 2001).
Nesta mesma direção, encontram-se numerosos trabalhos de abordagem epidemiológica assegurando que o baixo nível de atividade física intervém decisivamente nos processos de desenvolvimento de doenças degenerativas (POWELL; PAFFENBARGER, 1985).
O “Manifesto de São Paulo para a promoção de Atividades Físicas nas Américas” - publicado na Revista Brasileira Ciência e Movimento (jan/2000) - destaca a necessidade de inclusão da prática de atividade física no cotidiano das pessoas de modo a promover estilos de vida saudáveis rumo a melhoria da qualidade de vida.
Fora dos círculos acadêmicos, os meios de comunicação constantemente veiculam informações a respeito da necessidade de o homem contemporâneo melhorar sua qualidade de vida por meio da adoção de hábitos mais saudáveis em seu cotidiano.
Educação em Saúde
A educação em saúde é um componente fundamental das ações básicas de saúde. Deve ser desempenhada por todos os membros da equipe de saúde, com o objetivo de intervir no processo saúde - doença numa perspectiva de promoção da saúde. Figueiredo (2005) afirma que para realizarmos uma boa prática de educação em saúde é necessário compreender que ações educativas são desenvolvidas junto à população com a finalidade de discutir e refletir sobre hábitos e práticas de saúde, promovendo a tomada de decisão em relação à manutenção ou não dos mesmos em suas vidas.
Conforme Minayo (1986) alguns profissionais que trabalham com educação em saúde, às vezes acreditam que muitas pessoas tem problema porque são ignorantes, não tem condições de vida e de saúde, não porque elas ou nós não queremos, mas por que as autoridades públicas não usam as verbas de acordo com os interesses da comunidade.
A educação em saúde pressupõe uma combinação de ações que viabilizem a promoção, a manutenção, a prevenção e a restauração da saúde. Desta forma não se pode compreendê-la unicamente como uma transmissão de conteúdos relacionados a hábitos de higiene e cuidados com o corpo, mas com a adoção de práticas que busquem a autonomia dos sujeitos na condução da sua vida
(FIGUEREDO, 2005) Sendo assim “a educação em saúde nada mais é que o exercício de construção da cidadania”.
Educação Nutricional
A ciência da nutrição vem se estabelecendo, nacional e internacionalmente, como instrumento básico e eficaz no alcance do bem viver através de numerosas pesquisas sobre fatores biopsicossociais que interferem no estado nutricional, do surgimento de novas técnicas e conhecimentos sobre composição corporal e envelhecimento, das atividades funcionais de macro e micronutrientes e dos cuidados a serem observados na prescrição dietética e no planejamento alimentar atendendo as necessidades nutricionais e melhorando os hábitos alimentares da pessoa (FRANK; SOARES, 2002).
Ainda conforme Frank e Soares (2002), as pesquisas vêm demonstrando que uma boa nutrição acompanhada de um programa de exercícios físicos exerce efeitos benéficos sobre a saúde da maioria dos idosos. Neste grupo pequenas alterações nas atividades diárias e nos hábitos alimentares podem retardar problemas e sintomas associados ao processo de envelhecimento, além de prolongar a saúde e o bem estar nos anos seguintes. Assim um programa regular de atividade física associado a uma alimentação adequada em termos quantitativos e qualitativos, são intervenções que melhoram ou retardam o curso de muitas doenças crônicas, oferecendo as pessoas maiores perspectivas de uma velhice feliz.
Metodologia de ação
A comunidade envolvida, neste projeto, são 200 pessoas acima de 40 anos residentes na cidade de Cruz Alta/RS.
Antes de ingressar nos grupos, cada integrante, assina um termo de consentimento livre e esclarecido e responde a um formulário com informações de caracterização como: dados de identificação, estrutura familiar, condições de moradia situação sócio econômica, hábitos de vida e situação geral de saúde. São realizadas, também avaliações funcionais que incluem as dimensões motoras, fisiológicas e morfológicas, assim como avaliações nutricionais e de enfermagem.
Após as avaliações a equipe de trabalho se reúne para prescrever as ações de intervenções:
Intervenções de atividades físicas
As atividades físicas são planejadas de acordo com os princípios de periodização do treinamento físico e são divididas em atividades terrestres (alongamentos, caminhadas, jogos lúdicos e musculação) e atividades aquáticas (hidroginástica e natação).
As atividades terrestres são realizadas na EASA, nas segundas, quartas e sextas feiras pela manhã e as atividades aquáticas nas terças e quintas feiras a tarde, no Esporte Clube Gurany. Estas atividades são desenvolvidas com o objetivo de desenvolvimento da aptidão cardiorrespiratória e neuromuscular.
A aptidão cardiorrespiratória é desenvolvida mediante caminhadas curtas de intensidade moderada ou longas de intensidade leve, além de incluir atividades lúdicas ou cooperativas que envolvam deslocamentos com movimentações de todo o corpo e através da hidroginástica que é desenvolvida com intensidade leve a moderada de acordo com o público alvo.
A aptidão neuromotora é desenvolvida através de exercícios de força, musculação, agilidade, equilíbrio, flexibilidade e coordenação, de forma integrada ou isoladamente Os exercícios são orientados com a finalidade de não superar a intensidade moderada que é controlada pela escala der esforço percebido de Borg (12 a 13 pontos na escala de 6 a 20).
Intervenções de enfermagem
A equipe de enfermagem atua no projeto fazendo anamese diagnóstica das condições de saúde, verifica os sinais vitais antes e depois de cada sessão de exercícios físicos. Neste momento orienta-se a respeito do comportamento da pressão aterial e freqüência cardíaca em diferentes tipos de esforços físicos, além, da ventilação pulmonar e da sudorese e uma vez ao mês prepara reuniões de educação em saúde em que o tema é gerado a partir das necessidades do grupo.
Intervenções nutricionais
A intervenção nutricional abrange ações de educação alimentar com objetivo de prevenção das doenças e melhoria da qualidade de vida do grupo. Entre as
ações salientamos a orientação alimentar, cuidado nutricional nas diversas patologias, alimentação adequada no climatério, nutrição do idoso, alimentação saudável, nutrição funcional, informações sobre gorduras trans, diet e ligth, segurança alimentar, controle e acompanhamento do estado nutricional e prescrição dietética.
Resultados parciais obtidos
Foi investigado entre alguns participantes do projeto as contribuições do mesmo em sua vida e juntamente com analise das contribuições do projeto no cotidiano de seus participantes foi questionados quais os motivos que levaram os mesmos a procurarem o projeto ATIVE-SE.
Um dos motivos que levaram os participantes do Ative-se a ingressarem num programa de atividades físicas foi a busca por uma melhor qualidade de vida. Estes acreditam que através da atividade física poderão diminuir os desconfortos (dor) que normalmente são causados pela inatividade física à medida que envelhecemos, atribuímos uma grande relação da saúde com a qualidade de vida, pois quando se tem saúde pode-se realizar as atividades da vida diária com mais facilidade e isto incide diretamente na qualidade de vida das pessoas., pois a manutenção da qualidade de vida esta vinculada á autonomia e independência, que são indicadores de saúde em particular para população idosa (MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2001).
Outro motivo observado, principalmente entre os participantes mais jovens, foi a busca por uma estética melhor, através do emagrecimento, que de certa forma estará incidindo diretamente na saúde dos mesmos.
Segundo Guedes (2003) a melhora na estética de uma pessoa pode causar aumento na auto-estima e melhorar a saúde e qualidade de vida.
A melhora da saúde principalmente das doenças relacionadas com o processo de envelhecimento do ser humano como dores articulares e o quanto essas melhoras repercutiram favoravelmente na realização das atividades da vida diária é uma das contribuições mais significativa do projeto para seus participantes. A melhora na saúde foi bastante evidenciada, confirmando a importância da atividade física regular para a saúde, prevenindo ou minimizando as conseqüências das doenças relacionadas com o envelhecimento e o sedentarismo.
A diminuição das dores articulares, observada pelos participantes do projeto, pode estar relacionada com a melhora da força e da flexibilidade, melhoras estas que foram verificadas por Silva, Cervo e Krug (2005) num estudo sobre os efeitos de um programa de caminhada e musculação nas variáveis morfológicas, fisiológicas e funcionais motoras que foi realizado com os mesmos participantes deste projeto e concordam com as afirmativas de Robergs e Roberts (2002), pois os mesmos salientam que o exercício físico auxilia e preserva a força muscular e a mobilidade das articulações, melhora a capacidade funcional e restabelece a coordenação neuromuscular das articulações rígidas e contraídas.
Além das melhoras articulares, as atividades propostas ao grupo proporcionaram melhoras fisiológicas como a diminuição dos níveis pressóricos de repouso. Fato este muito importante já que a hipertensão arterial é uma das doenças crônico degenerativa que mais acomete o grupo estudado. Segundo Roberts e Robergs (2000) o exercício pode proteger e ser um tratamento eficaz para a hipertensão, aumentar o número de capilares do músculo esquelético e diminuir, portanto, a resistência ao fluxo sangüíneo, melhorar a regulação neural dos vasos sanguíneos que também reduzirá a resistência periférica ou reduzirá o trabalho do coração no exercício e em repouso.
Robergs e Roberts (2000) revelaram, numarevisão envolvendo 33 estudos sobre treinamento físico e seus efeitos sobre a hipertensão, que o treinamento de endurance pode causar a diminuição tanto na pressão sistólica quanto na diastólica em cerca de 10 mmHg. O exercício prolongado de baixa intensidade é, portanto, recomendado como um dos métodos não farmacológico para diminuir a hipertensão.
Sabe-se que a atividade física além de propiciar benefícios a saúde física, também pode acarretar melhoras na saúde mental. Uma revisão estatística abrangente de estudos, realizada por Sharkei (2002), relacionados a atividade física e depressão concluiu que a atividade diminui significativamente a depressão em todos os grupos de idade e níveis de aptidão e que quanto mais regular e continuo for o programa de atividade, maior será o beneficio.
Segundo Nahas (2003) um dos maiores objetivos das pessoas é alcançar uma boa disposição e eficiência nas atividades diárias, então a aptidão física representa um meio significante para este fim, uma parte essencial da própria vida.