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A UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA-UNICRUZ ABERTA AOS IDOSOS

No documento Sumário - V.1, N.1 (2009) (páginas 41-60)

Carmen Anita Hoffmann1; Marília de Rosso Krug2; Mônica Vestena Tagliapietra3; Patrícia Viana da Rosa4;Patrícia Dall’Agnol Bianchi5; Solange Beatriz Billig Garces6

Resumo

O período de 1975 a 2025 foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas como a Era do Envelhecimento. Isso se deve pelo fato de que a população de idosos do mundo inteiro vem aumentando e o ciclo da vida em que ocorre o processo de envelhecimento está se estendendo em pelo menos 20 anos. O envelhecimento humano, então torna-se mais uma questão social em que as instituições precisam dar conta. Assim, as Universidades como instituições sociais precisam atender também estas demandas. Ciente de seu papel social a Universidade de Cruz Alta, desde o inicio de 2008 implantou, através do Grupo Interdisciplinar de Estudos do Envelhecimento Humano, o Programa Universidade Aberta à Terceira Idade. Portanto, o fio condutor deste artigo será o envelhecimento como questão social, a Universidade como lócus de discussão de novas demandas sociais e o relato desta experiência na Universidade de Cruz Alta.

Palavras-Chave: Envelhecimento. Universidade. Educação. Saberes Sociais.

Abstract

1

Profª M.Sc.em História. Colaboradora do Programa UNATI-UNICRUZ

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Profª M.Sc. em Ciências do Movimento Humano – Integrante do Programa UNATI-UNICRUZ, Pesquisadora do GIEEH-UNICRUZ

3

Acadêmica do Curso de Pós-Graduação Lato sensu Especialização Interdisciplinar em Saúde – UNICRUZ e Licenciada em Educação Física pela UNICRUZ

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Profª Dr. em Gerontologia Biomédica – Integrante do Programa UNATI – UNICRUZ; Pesquisadora e Líder do GIEEH-UNICRUZ

5

Profª Dr. em Fisiologia – Colaboradora do Programa UNATI – UNICRUZ; Pesquisadora do GIEEH- UNICRUZ

6

Profª M.Sc. em Ciências do Movimento Humano;Doutoranda em Ciências Sociais –UNISINOS; Integrante do Programa UNATI – UNICRUZ – Pesquisadora e Vice-Líder do GIEEH-UNICRUZ

The period from 1975 to 2025 was established by the World Nations Organization as the Aging Era. This is due to the fact that the world population of elderly is increasing, and the life cycle where the aging process is taking place is being extended in at least 20 years. Human aging, then, becomes another social matter that the institutions must care about. Universities, as social institutions, must fulfill these demands. Aware of its social role the University of Cruz Alta, since the beginning of 2008, has implanted, through an inter-disciplinar Human Aging Study Group, the Third Age Open University Program. Thus, the main goal of this paper will be the aging process as a social matter, the University as the locus for the discussion of new social demands and the reporting of this experience at the University of Cruz Alta.

Keywords: Aging. University. Education. Social Knowledge

Introdução

O envelhecimento humano é um processo contínuo e irreversível e abrange a todos, independente de etnia, sexo, classe social ou formação. No entanto, o que diferencia este processo são as experiências pessoais em termos físicos, cognitivos, afetivos e sociais.

De fato, o envelhecimento tem se tornado uma questão pública e social, pois o ciclo da vida em que este processo ocorre é mais acentuado, o qual está estabelecido pela idade cronológica iniciando aos 60 anos em países em desenvolvimento e aos 65 em países desenvolvidos, tem aumentado, embora este critério de idade cronológica não seja o mais apropriado em razão da categoria idoso ser socialmente construída (CAMARANO; KANSO; MELLO, 2004). Portanto, este aumento na expectativa de vida gera demandas econômicas, políticas, e sociais, principalmente no que se refere à área da saúde, educação e lazer.

Dados demográficos confirmam que a expectativa de vida vem aumentando nas últimas décadas, inclusive com aumento de idosos centenários. Isto reforça a informação de que o Brasil até 2025 ocupará a 6ª posição no mundo de nações com maior número de idosos (IBGE, 2000).

Este fato então gera novas possibilidades, expectativas e demandas por parte desta população que surge como os novos atores sociais nas arenas públicas e, consequentemente as instituições sociais precisam dar conta desta questão. Como instituição social, de cunho educacional, integrante de uma comunidade regional que apresenta um elevado número de população idosa a Universidade de Cruz Alta, também insere-se neste processo, dando visibilidade a uma questão social que já é parte integrante da esfera pública mundial.

Portanto, o fio condutor deste artigo será a reflexão sobre o envelhecimento como questão social, a Universidade como lócus de reflexão sobre as questões universais que fazem parte das demandas político sociais e a metodologia de ação em andamento, através da Universidade de Cruz Alta, para o atendimento desta demanda que surge no cenário da Modernidade, denominada por Giddens (1996; 2001;2005) como Alta Modernidade, por Boaventura de Souza Santos (1999a;1999b; 2005;2008) como Pós- Modernidade Inquientante e de Oposição ou, por Morin (1991; 1999;2000) como Sociedade Complexa.

Envelhecimento como questão social

A preocupação com a velhice no Brasil surge a partir da década de 90, reflexo das discussões que estavam a acontecer no mundo, como por exemplo, a I Assembléia Mundial do Envelhecimento (AME) que ocorreu em Viena, na Áustria, no ano de 1982. Desta Assembléia surge o I Plano Internacional sobre o Envelhecimento onde são tratadas questões como saúde e nutrição, emprego, habitação, família, bem-estar, educação e proteção aos consumidores idosos. Com este planejamento é possível perceber que as preocupações centram-se em questões que atingem apenas os idosos de países desenvolvidos. (GARCES, 2009a; GARCES, 2009b)

No entanto, estas críticas somente foram superadas vinte anos depois com a realização da II Assembléia Mundial do Envelhecimento, realizada no ano de 2002, em Madri, na Espanha, onde então foram discutidas questões pertinentes aos idosos de países em desenvolvimento e subdesenvolvidos , referendando assuntos como direitos humanos, provisão de necessidades

básicas, acesso à renda, cobertura integral dos serviços de saúde, educação e moradia em condições dignas, apoio à cuidadores em função de epidemias, principalmente a AIDS, que atinge os idosos de forma mais intensa no Continente Africano.(CAMARANO;PASINATO, 2004).

Estas autoras comentam que na Europa, as políticas públicas ao idoso têm a preocupação de enfocar a necessidade em assegurar a plena integração e participação dos idosos na sociedade. Nas regiões da Ásia e do Pacífico, garante-se o acesso a novas tecnologias e na América Latina e África as preocupações são com as necessidades sociais básicas e cuidados em relação a epidemias, como a AIDS, por exemplo.

Assim, a velhice torna-se questão social pública no Brasil a partir da década de 1990 quando se institui a Política Nacional do Idoso através da Lei nº 8.842 de 1994, regulamentada em 1996, embora os primeiros sinais de preocupação com esta questão social tenham-se demonstrado através da Constituição Federal de 1988 onde se institui o idoso como sujeito de direito; a Lei de Assistência Social – LOAS – nº 8.742/1993 – que regulamentou a concessão do benefício de prestação continuada às pessoas com mais de 70 anos pertencentes a famílias com renda mensal per capita inferior a ¼ do salário mínimo. Em 1998, a idade foi reduzida a 67 e em 2004 para 65 anos, cuja demanda atual é a redução desta idade para 60 anos. Em 2002, institui-se o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso; em 2003, o Estatuto do Idoso – Lei nº 10.741/2003; em 2004, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa – resolução nº 145/2004 do Conselho Nacional de Saúde; e em 2006, durante a I Conferência Nacional do Idoso se propõem como política pública, a RENADI – Rede Nacional de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa, que veio como uma proposta inovadora, embora em março de 2009 tenha acontecido a II Conferência Nacional do idoso para avaliação desta política e viu-se que ainda não se efetivou na maioria dos municípios e estados brasileiros (GARCES, 2009b).

O envelhecimento torna-se então, questão social sustentada pelos indicadores demográficos, como o aumento da expectativa de vida, a qual tem como principais causas a diminuição da mortalidade e da natalidade, bem como o avanço da ciência, principalmente através da medicina e a universalização da aposentadoria; a migração dos idosos do campo para as

cidades em busca de melhor qualidade de vida através do acesso à saúde, tornando o fenômeno urbano um fator de preocupação em razão de que muitos idosos encontraram-se morando em condições precárias em periferias nas cidades de médio e pequeno porte ou favelas nas grandes metrópoles, em razão de seu baixo poder aquisitivo e gastos elevados com tratamentos de saúde ou medicação de uso contínuo em razão de doenças crônico- degenerativas que geralmente aparecem nesse ciclo da vida (GARCES, 2009b).

Neste sentido, este fenômeno do prolongamento da vida em pelo menos 20 anos, observado desde metade do século passado, provoca ajustes na esfera pública e privada, principalmente em questões de recursos públicos e novos arranjos familiares. Assim, outro fator a levar-se em conta, nesta situação é que muitos idosos acabam sendo os chefes de família, neste contexto em que os mais jovens estão desempregados e a aposentadoria do idoso acaba sendo a única fonte de renda, servindo assim para o sustento da família inteira. É o que Camarano et al. (2004) chama de convivência intergeracional em um processo de verticalização. “Os seus membros se ajudam na busca do alcance do bem-estar coletivo, constituindo um espaço de ‘conflito cooperativo’ onde se cruzam as diferenças por gênero e intergeracionais. Daí surge uma gama variada de arranjos familiares”(p.137).

De fato, essa situação mostra que o enfraquecimento das relações familiares, principalmente em famílias com maior carência econômica, não acontece; ao contrário, assim há um fortalecimento dos laços familiares e isto confirma-se em estudo do IPEA, através de Camarano et al.(2004) demonstrando que as famílias mostram-se uma instituição “resistente”. “Pobreza, desemprego e outros choques demográficos, como a epidemia de HIV/AIDS, associados a efeitos não esperados de políticas, têm contribuído para o ‘fortalecimento das famílias”. (p. 163).

Portanto, o suporte familiar é extremamente importante aos idosos, pois em caso de doenças e inatividade do idoso é a família quem dá o suporte em relação aos cuidados. O Estado, através de políticas públicas recentes, transfere grande responsabilidade com o cuidado ao idoso para a família, colocando-a com um papel de destaque nas políticas públicas voltadas a esta

população, principalmente na área da saúde, através do atendimento e cuidado domiciliar do idoso.

Contudo, de acordo com o IPEA, através do estudo de Camarano et al.(2004) percebe-se que problemas como o menor número de membros nas famílias devido a baixa fecundidade, a entrada da mulher no mercado de trabalho e o aumento no número de divórcios tem sido preocupações, já que tradicionalmente nas famílias a mulher responsabilizava-se pelo cuidado ao idoso e demais membros da família.

Outro fator que reforça a importância da família e da comunidade para os idosos é a política estabelecida no Plano de Madri, através da II Assembléia Mundial do Envelhecimento (AME), onde se reforça a importância da solidariedade. De acordo com Goldani (2004) esta política propõe assegurar um entorno propício para os idosos, onde “a solidariedade entre as gerações, em todos os níveis – família, comunidade e Estado – , é fundamental para se alcançar uma sociedade para todas as idades”(p. 214).

Deve-se levar em conta que o período do envelhecimento é marcado por incapacidades funcionais, herança de hábitos de vida inadequados, como o tabagismo, a má alimentação e o sedentarismo, por exemplo. Assim, o engajamento do idoso em diferentes atividades torna-os autônomos para gerir- se tanto fisicamente quanto em relação a sua própria vida social e econômica, dependendo das experiências vivenciadas. Percebe-se então, que o envelhecimento é um processo universal, porém heterogêneo e ocorre de acordo com as experiências vivenciadas por cada indivíduo ao longo de sua trajetória de vida e isto é que possibilitará ao idoso tornar-se um sujeito ativo ou não. Portanto, ao pensar em políticas públicas essa característica de heterogeneidade do processo de envelhecimento deve ser levada em conta.

De fato, o país traz em sua história uma preocupação com o processo de envelhecimento, investindo, desde as orientações do Plano de Viena e de Madri em ações sociais, principalmente nas áreas de saúde.

Um fator que colaborou para a emancipação do sujeito idoso dando-lhe possibilidade de tornar-se ator social, como fala Dubet (1994) e Touraine (2007)7 foram as políticas públicas. A universalização da aposentadoria com “o

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Dubet (1994), desenvolve em sua obra Sociologia da Experiência, baseado nas categorias ação social e subjetividades. Segundo ele o que designa as condutas individuais ou coletivas

desenvolvimento da seguridade social tem desempenhado um importante papel na construção do bem-estar dos indivíduos nessa etapa da vida” (CAMARANO; PASINATO, 2004, p.287), pois até o século passado a velhice estava associada a carência de renda, em razão da incapacidade para o trabalho e limitações físicas e mentais.

Assim, as políticas públicas são disponibilizadas na forma de direitos, mas precisam ser positivados e um direito só se positiva quando se luta e reivindica na esfera pública para que este se efetive em seu favor. Nesta direção, a Universidade tem um papel preponderante para que os idosos tornem-se atores sociais, conhecedores de seus direitos e capazes de reivindicá-los em seu favor.

Universidade como lócus de discussão de novas demandas sociais

A Universidade é o lócus de discussão de um “universo” de questões, razão de seu nome. Assim, o processo de envelhecimento que neste século tornou-se um fenômeno de preocupação social e econômica globalizado, e que surge como demanda na arena das políticas públicas também deve estar presente neste espaço.

O envelhecimento é um período do ciclo da vida em que há um declínio em vários setores. Além do declínio nos aspectos físicos e mentais, há perdas afetivas, sociais e econômicas.

Camarano, Kanso e Mello (2004) explicam que já é esperado que a partir dos 55 anos os rendimentos médios da população masculina comecem a decrescer. Se comparados os rendimentos das mulheres idosas em relação aos homens idosos, o rendimento das mulheres são maiores e isso se deve às pensões por viuvez.

Por muito tempo a velhice estava associada apenas a carência, pobreza, incapacidades e limitações conforme já referenciado anteriormente. Com a universalização da previdência social e o aumento de políticas públicas dos atores sociais é a heterogeneidade. Touraine é um intelectual francês que atribui as atuais mudanças sociais não mais ao paradigma político ou econômico e social, mas sim a um novo paradigma que chama de “cultural”.A proposta de Touraine centra-se na idéia de sujeito ser inseparável da idéia de relações sociais e por isto chama-se ator social; para ele o Sujeito é a vontade de um indivíduo de agir e de ser reconhecido como ator.

voltadas à esta população a situação tem melhorado, entretanto ainda muitos idosos vivem em situações de exclusão e desigualdades sociais, nas periferias das cidades e favelas das grandes metrópoles.

Entende-se, então que a educação é uma categoria que pode superar desigualdades sociais, amenizando impedimentos como o desemprego, o analfabetismo, a migração, o pauperismo, a miséria e a vulnerabilidade de sujeitos que não tiveram as mesmas oportunidades sociais.

Assim, a Universidade tem um papel social extremamente relevante, visando amenizar a exclusão social do idoso, que em situações de vulnerabilidade e precarização tornam-se mais evidentes. Mas, nos questionamos: se temos toda uma legislação favorável aos idosos porque isso não se efetiva?

Entende-se que as mudanças objetivas só acontecem se transformações subjetivas ocorrerem, visando possibilitar processos de reflexividade para que estes sujeitos tornem-se atores sociais. Nesta direção a Universidade contribui com os idosos na medida em que lhes possibilita e lhe dá condições de tornarem-se atores sociais ou sujeitos de ação desfrutando de sua liberdade positiva.

Segundo Bobbio (1995) a vontade positiva tem o princípio da realização para o bem comum, na esfera coletiva, já a negativa é para a realização da vontade do indivíduo no mundo privado. No processo de liberdade negativa há restrição para a ação e na liberdade positiva , ao contrário, não há restrição para a ação, o sujeito é auto-determinado. Porém o modelo universal humano é o modelo liberal (burguês), que segundo Heller (1977) explicaria o sentimento de vergonha e de medo, principal causa geradora da incapacidade para a ação ou da impotência para a ação. Todavia, quando a ação acontece na sociedade, além das reivindicações privadas se realiza a ação pela esfera pública comum. O que Heller (1977) evidencia é a lógica liberal robustecendo a vontade negativa, incentivando a liberdade civil em detrimento da vontade positiva, desmotivando a luta pela mudança que estaria na esfera pública comum.

Nesse sentido, entende-se que o papel da Universidade é então trabalhar a subjetividade dos atores sociais, despertando a sua reflexividade

para a busca de seus direitos. Além disso, incentivá-los com situações que melhorem e/ou preservem sua capacidade física e mental,

tornando-os autônomos, o que é extremamente relevante. Pautado nestas considerações é que o Programa UNATI entende ser um contribuinte para a emancipação do idoso em todos os aspectos que contribuem para tal.

Nesta acepção, através do Programa UNATI – Universidade Aberta à Terceira Idade da UNICRUZ, cujo objetivo é desenvolver junto a Universidade um programa em que a universidade possa receber o idoso, como acontece em várias Instituições de Ensino do País e do mundo, permite às pessoas idosas o acesso à Universidade numa perspectiva de educação permanente, e nesta perspectiva, estimula o cidadão idoso a encontrar outras formas de reinserção social e valoriza sua experiência de vida(UNIVERSIDADE DE CRUZ ALTA, 2008, p.03).

Metodologia de ação

UNATI – uma experiência na Universidade de Cruz Alta

As Universidades da Terceira Idade surgiram na década de 1970, na França, mais especificamente na Universidade de Toulouse, através do médico Pierre Vella (JACOB JACINTO, 2009). Segundo o autor os princípios básicos destas universidades, que se mantém inalteráveis ainda hoje são: desenvolver o convívio salutar e útil entre os idosos, combater a exclusão social e proporcionar aos mais velhos a possibilidade de aprenderem ou ensinarem (promovendo a andragogia ou seja a arte e a ciência de ajudar os adultos a aprender); combater o isolamento e a exclusão social dos mais velhos; incentivar a participação dos idosos na sociedade; divulgar os direitos e oportunidades que existem para esta população e reduzir o risco de dependência, sendo portanto um pólo de convívio social. Mais especificamente, Jacob Jacinto (2009, p. 9) traz os objetivos das Universidades Abertas à Terceira Idade:

- Incentivar a participação e organização dos seniores, em atividades culturais, de cidadania, de ensino e de lazer;

- Divulgar a história, as ciências, as tradições, a solidariedade, as artes, a tolerância, os locais e os demais fenômenos socioculturais entre os seniores;

- Ser um pólo de informação e divulgação de serviços, deveres e direitos dos seniores;

- Desenvolver as relações interpessoais e sociais entre as diversas gerações;

- Fomentar a pesquisa sobre os temas gerontológicos.

Os europeus chamam esse programa de atendimento aos idosos nas universidades, como um projeto de educação permanente, ou seja, uma educação ao longo da vida.

No Brasil as primeiras experiências com a educação e cultura com idosos iniciou com o SESC/São Paulo em 1963, sendo que conforme Camarano e Pasinato(2004, p. 284) “a primeira escola aberta de Terceira Idade ocorreu por iniciativa do corpo técnico do SESC, projeto iniciado em 1977”. Além de contar com a experiências dos Centros de Convivência que já haviam na Instituição(SESC) também contou com o apoio da Universidade de Toulouse, que foi a primeira Universidade Aberta à Terceira Idade do mundo.

Outra Universidade que foi pioneira na preocupação com os idosos foi a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) que iniciou este trabalho na década de 1980, com o professor Américo Piquet Carneiro, o qual idealizou um Centro de Convivência voltado para o estudo da população idosa dentro da Universidade, como um lócus de formação qualificada para profissionais da área da saúde e demais áreas pertinentes. Em 1996, a UNATI da UERJ transformou-se em um Núcleo da Universidade, em uma área de 800m2 , onde desenvolvem-se atividades destinadas aos idosos, aos estudantes e a população externa não idosa, que seja voluntária no Programa. Quanto ao atendimento aos idosos desenvolvem-se serviços de saúde, atividades socioculturais e educativas e de integração e inserção social; para os não idosos a universidade oferece capacitação, principalmente para os cuidadores; para os estudantes e professores a Universidade oferece a possibilidade de pesquisas na área, com um centro de documentação. O Programa UNATI da

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