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Capítulo 2 – As populações Arawak e Arawá

2.2 A situação lingüística a distribuição geográfica

2.2.10 Piapoco, Yukuna

Na Colômbia, além das anteriormente citadas, encontram-se as seguintes línguas arawak: achagua, piapoco, yukuna, kawillari e wayú/goajiro. Segundo o Ethnologue (2005) o achagua e o piapoco são línguas estreitamente relacionadas, sendo que todos os Achagua são trilíngües achagua-piapoco-castelhano. AF os localiza no Departamento del Metal e Comisaria de Casanare, na margem direita do alto rio Meta, próximo ao Puerto Gaitan; no Departamento del Meta, no Resguardo Indígena El Turpial, com 80 Achagua e Piapoco; no Resguardo Indígena La Victoria/Umapo, no município de

Puerto López, entre a sede do município e Puerto Gaitán, no Umapo, com 231 pessoas das duas populações e; no Departamento de Casanare, a comunidade de La Hermosa, com 65 Achagua. O Ethnologue (2005) afirma a existência de 400 falantes em 1994.

Os Piapoco apresentam uma distribuição mais ampla. Eles se estendem desde o curso baixo do rio Vichada e seus tributários, os rios Meta e Guavire, na Colômbia, até o estado do Amazonas, na Venezuela. Na Colômbia, AF os localiza em três resguardos indígenas do Departamento del Meta: Corozal-Tapaojo, no município de Puerto Gaitán, no vértice formado pelo rio Meta e a fronteira da comisaría del Vichada, ao sudeste de Orocué, onde viviam 275 Piapoco e Saliva; Vencedor-Piriguaimito y Matanegra, nos municípios de Puerto Gaitán e Puerto Lleras, onde viviam 241 Piapoco e Sikwani (família guahibo); o Turpial y La Victoria, no município de Puerto Lleras, com 231 Piapoco e Achagua. Ainda na Colômbia, no Departamento del Guainía, eles se encontram no Resguardo Indígena Coayare-El Coco, no município de Puerto Inírida, com 184 Piapoco, Puinave e Kurripako; Resguardo Minitas-Miralindo, que tem uma porção do seu território na comisaría del Vichada, com 187 Piapoco; Resguardo Pueblo Nuevo-Laguna Colorada, no município de Barrancominas, ao oeste do precedente, com 434 (uma parte deste resguardo está no município de San José, no Departamento Vichada); Resguardo Murciélago Altamira, que ocupa parte do município de Barrancominas, no Departamento Guainía e parte do município de San José de Ocuné, no Departamento Vichada, com 130.

A maioria dos assentamentos colombianos está localizada no Departamento del Vichada, que além dos precedentes, conta com o Resguardo indígena La Pascua, nos municípios de Puerto Carreño, Cumaribo e Guacacías, no alto rio Gavilán, afluente norte do Tomo, onde viviam 216 Piapoco, Sikwani e Cuiva (guahibo); Caño Cedro; rio Siare ou Barranco Lindo, no extremo sudoeste da comisaría del Vichada, com 205 Sikwani e Piapoco; Unuma, ao nordeste do precedente, com 3500 Sikwani e Piapoco76; Reserva Saracure-Cada, ao norte da precedente, com 729 Sikwani e Piapoco; Reserva Muco-Guarrojo, ao norte da precedente, entre os rios Vichada e Muco, com 877 Sikwani e Piapoco; Giro Brazo Amanavén, entre os rios Uva e Guaviare, com 1190 Piapoco; Yurí-Brazo Amanavén, rio abaixo do precedente, com 95; Morocoto Buenavista, ao oeste de Giro Brazo Amanavén, com 329 e; Resguardo Sunape, no curso baixo do Vichada.

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No território Venezuelano, os Piapoco estão localizados na comunidade multiétnica de San Fernando de Atapabo, no Departamento Atabapo, cuja população total é de 1073 habitantes. No Departamento de Atures, eles se localizam na comunidade multiétnica de San Juan de Manapiare, que possui 597 moradores; em Puente Topocho, com 56 Piapoco e Guahibo; na Isla Picure, com 36 Piapoco e Guahibo; nas comunidades multiétnicas de Caranaven; Laja Lisa; La Primavera; Corocito/Corozal; Caño Morotoco; Arrendajo Kéchuli e; nos assentamentos da zona de Puerto Ayacucho: La Lucera; La Reforma; Pintado I; Agua Blanca; Desecho Paso de Ganado; Puerto Limón e; Fundo El Recreo II. No Departamento Casiquiare eles se localizam na comunidade multiétnica de Maroa (AF).

O Ethnologue (2005) aponta a existência de 4542 Piapoco na Colômbia, segundo o Censo de 1993, e 99 na Venezuela em 1975. Ochoa (1998) afirma a existência de 4466 na Colômbia em 1997.

Os Yukuna, falantes de língua arawak, se localizam inteiramente na Colômbia, na comisaría del Amazonas, nos cursos médio e baixo do rio Mirití, região da missão católica de Depósito, onde estão a maioria deles, e nos afluentes meridionais e ocidentais do Apaporis. Eles estão no Resguardo Indígena Mirití-Parana, entre os rios Mirití-Paraná e Caquetá, ao noroeste de Santa Isabel e ao leste do rio Netá, município de Leticia, com 1200 habitantes de diversas etnias77; Resguardo Indígena Comeyafú, ao norte de La Pedrera, entre os rios Caquetá e Apaporis, com 35578 pessoas de diversas origens; Resguardo indígena Puerto Córdoba79, ainda no município de Leticia, com 14380 indivíduos misturados; Curare/Los Ingleses, no município de La Pedrera, com 190 segundo Ochoa. Alguns outros vivem em Villa Azul, abaixo de Puerto Santander/Araracuara.

Ochoa (1998) afirma que existiam 507 Yukuna e 203 Matapi em 1997. Essa divisão, entretanto, não é encontrada nas outras fontes demográficas. Melatti (2008) aponta a existência de 381 em 1993. O Ethnologue (2005) afirma que eram 1800 pessoas em 2001, todos falantes do idioma, sendo que 10-20 eram monolíngües.

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Ochoa (1998) reporta a existência de 118 Yukuna e 203 Matapí. Esses últimos correspondem a uma população falante da mesma língua, mas que é etnicamente diferenciada dos Yukuna.

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Ochoa (1998) reporta a existência de 71 Yukuna.

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Segundo van der Hammem (1992 apud Fabre 2005), alguns Yukuna vivem entre os 16 grupos étnicos, que dão um total de 165 moradores, de Puerto Córdoba, rio abaixo da confluência do Mirití-Paraná com o Caquetá, acima de La Pedrera. Existiam 61 pessoas que falavam o yukuna como língua corrente, mas é possível que se trate da comunidade de Curaca/Los Ingleses.

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Schauer & Schauer & Yucuna & Yucuna (2005) afirmam que o yukuna é a língua principal de 1800-2000 pessoas.

Segundo AF o kawillari81 ocupa dois departamentos da Colômbia. Na parte centro-sul do Departamento del Vaupes eles se encontram no curso médio do rio Apaporis, em uma região que continua ao longo do rio Cananarí e seus afluentes, e algumas famílias, 252 pessoas segundo Ochoa, vivem no Resguardo Indígena Parte Oriental del Vaupés, na comisaría del Vaupés, município de Mitú. Alguns moram no Resguardo Indígena Mirití- Paraná, que se localiza no Departamento Amazonas, município de Leticia e tem população total de 1200 indígenas. O Ethnologue (2005) afirma que existiam 50 falantes em 1976, enquanto Melatti (2008) aponta a existência de 277 para 1993.

Dividimos o mapa da distribuição arawak na Colômbia em duas partes. O primeiro representa a parte sul (Mapa de Colômbia – Região Sul) e apresenta a localização dos Yucuna, Cabiyari e Tariano.

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Essa é a grafia adotada por AF, o Ethnologue (2005) grafa cabiyarí, apresentando kawillary como um nome alternativo. Melatti (2008) usa o termo Cabieri para se referir ao povo.

O segundo representa a região norte (Mapa de Colômbia – Região Norte) e além da localização das línguas achagua, Piapoco e Kurripako (Curripaco) indicam a distribuição do idioma wayú, originalmente falado pelos Goajiro que serão localizados a seguir.