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2.2. Paradigmas da Estratégia Empresarial que impactaram no Gerenciamento de

2.2.1. Planejamento Estratégico

Desde os anos 50, as Organizações já se preocupavam com a mudança do ambiente e com os resultados que isso poderia gerar no futuro. O ambiente mudou, ficou mais complexo e dinâmico, e com ele mudaram as relações inter e intra- organizacionais e a maneira de pensar. Diante da mudança que estava ocorrendo, diversos estudiosos começaram a analisar e procurar entender a nova dinâmica (ACKOFF, 1970).

Os primeiros movimentos para essa evolução ocorreram em meados da década de 50, principalmente após a Segunda Revolução Industrial, quando surgiu a abordagem sistêmica. Ainda nos anos 50, as Organizações passaram a se preocupar mais com o ambiente e com os problemas que as cercam e com a falta de percepção sobre as necessidades do mercado. A solução para esses problemas estava no Planejamento Estratégico e, uma vez escolhida a estratégia ideal, a organização deveria procurar implantá-la (ANSOFF, DECLERCK e HAYES, 1981).

A partir das décadas de 60 e 70, aceleraram-se as mudanças que estavam ocorrendo no ambiente, como o desenvolvimento de novos processos tecnológicos, o incremento das habilidades e novas oportunidades do mercado. Em função do que acontecia no ambiente, acelerou-se a disseminação de novas tecnologias nas organizações e, graças ao seu surgimento e às ferramentas administrativas, a tomada de decisão passou a ter um sucesso maior frente às crescentes incertezas do futuro (ANSOFF, 1983).

Segundo Mintzberg e Quinn (2001) o Planejamento Estratégico sofre interferências do meio externo, obrigando os administradores a tomar decisões de mudança com relação à estratégia anterior, de modo a responder ao mercado e haver um novo ajuste e, conseqüentemente um crescimento e aprendizado estratégico. O autor se baseou no conceito de incrementalismo lógico, utilizando-se de um sistema parecido com o PDCA (Planejar, Executar, Checar, Agir sobre a causa do desvio). Segundo Rodrigues, (2006):

“A idéia do ciclo PDCA (PLAN, DO, CHECK, ACT) mostra a importância de medir, pois busca corrigir erros e a melhoria continua. Medir contribui para um ganho

de informação e tal ganho contribui para o ganho de conhecimento, indicando os custos e os benefícios.”

A figura 03 apresenta o fluxo de execução do Processo Estratégico, sob a perspectiva da Incrementação Lógica, com a entrada do Planejamento Estratégico e a saída da Estratégia revisada.

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Figura 03: Dinâmica do Processo Estratégico Fonte: Mintzberg e Quinn (2001)

Segundo Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), a natureza humana insiste em ter uma definição para cada conceito. Mas a palavra estratégia há tempos vem sendo aproveitada tacitamente de diferentes maneiras, ainda que de acordo com a tradição tenha sido acentuada de uma única forma. O reconhecimento explícito das definições múltiplas pode amparar as pessoas a moverem-se neste campo complicado. Assim, os autores oferecem cinco definições, notórios como os 5ps da estratégia que demonstram as diferentes abordagens pelas quais o conceito é oferecido. São eles:

1. Plan (plano) – Estratégia deliberada, definida por planejamento.

2. Pattern (padrão) – Consistência de comportamento do que vem sendo realizado pela organização.

3. Position (posição) – De acordo com a posição atingida no nicho de mercado.

4. Perspective (perspectiva) – De acordo com a perspectiva compartilhada pela percepção do comportamento coletivo, ligados pelo comportamento organizacional

5. Ploy (truque) – Uma manobra com o objetivo de enganar a concorrência para obter posição de vantagem.

De acordo com Drucker (1997), o Planejamento Estratégico tem como propriedade fundamental a preocupação com o longo prazo e com a gestão global da Organização. Distingue- se ainda como um processo por meio do qual os administradores determinam os objetivos, a forma de buscar a estratégia e as restrições e capacidades internas e externas à organização.

Para Fishmann & Almeida (1991), o planejamento estratégico é uma técnica administrativa que, através da análise do ambiente de uma organização, cria a consciência das suas oportunidades e ameaças, dos seus pontos fortes e fracos para o cumprimento da sua missão e, através desta consciência, estabelece o propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar as oportunidades e reduzir riscos.

Abrams (1991), neste contexto, aduz que a globalização dos mercados estabeleceu às Organizações a precisão de adaptação para continuarem operantes. Enfatiza-se que a exigibilidade de um relacionamento estável entre a Organização e seu ambiente externo, tornou-se atual com o aparecimento da globalização, porque, a partir de tal momento, as empresas começaram seu processo de estruturação, abatendo hierarquias e corrigindo distorções, para procura da otimização de seus resultados, conseguindo assim uma maior concorrência no mercado. Assim, para isso, faz-se imprescindível que as entidades empreguem ferramentas estratégicas, como é o caso um planejamento, onde o fundamento centra-se na identificação dos utilitários e das metas a serem alcançados.

Conforme Mintzberg (2001), o planejamento estratégico apontado para o mercado é o processo gerencial de ampliar e manter um ajuste viável entre desígnios, habilidades e recursos de uma organização e as oportunidades de um mercado em contínua mudança. Assegura-se que o escopo do planejamento estratégico é dar forma aos negócios e produtos de uma empresa, de modo que eles permitam os lucros e o crescimento almejados. Enfatiza-se que os conceitos e as

ferramentas que são a base do planejamento estratégico apareceram na década de 70 como resultado de uma sucessão de ondas de choque que abrangeram a indústria norte-americana, a crise de energia, a inflação de dois dígitos, a estagnação econômica, as vitórias da concorrência japonesa e a desregulamentação de setores importantes. Assegura-se que as empresas norte- americanas já não podiam mais se fundamentar em simples projeções de crescimento para planejar a produção, as vendas e os lucros. Hoje a fundamental meta do planejamento estratégico é ajudar a empresa a escolher e organizar os negócios de modo a manter-se saudável, mesmo que eventos bruscos aparentem de maneira adversa algum de seus negócios ou alguma de suas linhas de produtos.