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4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

4.2 Planeamento do Processo de Ensino

4.2.3 Plano de aula

O plano de aula surge assim como uma imagem completa do processo de ensino-aprendizagem, que resulta da união das várias peças do puzzle já produzidas anteriormente, sendo esta o último nível de planificação. Neste sentido, aquando a sua realização, é fundamental considerar toda a informação definida nos dois documentos anteriores para que este seja concretizado com sentido.

A sua correta realização contribui para o bom funcionamento da aula e este deve ser o mais sucinto e explícito possível. Este documento deve estar presente durante as aulas, servindo de auxílio ao professor, caso seja necessário. Desta forma, a sua apresentação deve ser simples e de rápida compreensão, devendo, na minha opinião, o professor privilegiar a utilização de um esquema em prol de uma explicação escrita extensa dos exercícios. Para que estas premissas sejam cumpridas, é necessário que o professor reflita no sentido de encontrar a melhor forma de condensar toda a informação crucial, tornando-a de igual modo, fácil de se recorrer em qualquer momento da aula.

Numa primeira fase, a organização do meu plano de aula era bastante rudimentar e o seu conteúdo demasiado extenso, o que tornava a sua consulta uma tarefa difícil e morosa. Com o decorrer do EP fui sentindo a necessidade de selecionar quais os conteúdos a colocar, bem como a reorganização dos

mesmos, tornando assim a sua visualização mais intuitiva. Para além disso, comecei a adicionar diversas informações adicionais que se verificavam úteis durante o decorrer das atividades. Essas informações centram-se na descrição das equipas, caso estas existissem, a hora de início e término dos exercícios (para além do tempo de duração de cada um deles) e qualquer informação adicional que fosse necessária transmitir aos alunos, como por exemplo, a existência de atividades que iriam decorrer na escola.

As maiores dificuldades sentidas na realização deste documento verificaram-se na escolha dos exercícios mais adequados ao nível da turma, sem descurar as modalidades lecionadas. Na parte inicial do ano letivo era observável que esta tarefa era bastante morosa, o que prejudicou diretamente todo o trabalho realizado durante o ano.

No concerne à elaboração do referente documento, a preocupação foi crucial no que diz respeito à otimização do tempo potencial de aprendizagem dos alunos durante as aulas. Para tal, existiu sempre o cuidado de aproveitar ao máximo o espaço disponível para a realização da prática, o que implicou a organização prévia dos alunos pela área disponível, conferindo maior tempo potencial de aprendizagem, de modo a alcançar os objetivos propostos. Para além disso, o grau de motivação incutido aos alunos sempre foi uma preocupação e, como tal, este demonstrou ser um fator condicionador da escolha dos exercícios.

Por outro lado, a escolha do tempo disponibilizado para a realização de cada um das tarefas foi também uma dificuldade. Na realidade, foi observável em algumas aulas a necessidade de encurtar o tempo de realização de alguns exercícios presentes no plano de aula, ou até mesmo eliminá-los. Esta problemática era resultante, por vezes, da definição errada do tempo necessário para a execução de cada exercício ou também decorrente de dificuldades apresentadas pelos alunos durante a sua realização. A primeira apresentada ocorreu tanto na escolha de um tempo demasiado curto para cada exercício, como, por vezes, na seleção desse tempo que era exagerado, pois os alunos não demonstravam tantas dificuldades quanto as esperadas. Ainda assim, admito que na maior parte das vezes, verificou-se a seleção de um tempo demasiado curto para a realização de determinados exercícios. Para a eleição deste tempo, sempre considerei diferentes fatores da aula, no entanto, por

vezes, estas apreciações não eram as mais acertadas, pois descuravam o tempo de transição, organização e instrução das atividades.

Denoto que a modalidade onde esta dificuldade foi mais realçada foi o basquetebol, onde as raparigas foram demonstrando bastantes dificuldades na compreensão dos exercícios, levando-me a perder demasiado tempo na instrução dos mesmos. Para além disso, numa tentativa de evitar que a aula se tornasse desmotivante para os alunos que demonstravam maior facilidade na compreensão e aplicação dos exercícios, senti a necessidade de os colocar rapidamente a realizar a atividade e posteriormente, planear algumas variantes dos mesmos. Desta forma, para além de conseguir que as tarefas realizadas por este grupo fossem motivantes, foi possível potenciar as suas aprendizagens, até porque o nível demonstrado por estes alunos era superior aos demais e, como tal, estes necessitavam de um estimulo diferente:

“Tal como ocorreu nas aulas anteriores, no que concerne ao funcionamento das atividades, ocorreram de novo problemas no iniciar de um exercício, nomeadamente o de contra-ataque. As raparigas demonstraram dificuldades em perceber a realização no exercício, levando-me a proceder a uma nova instrução de forma mais pausada e pormenorizada. Para que os rapazes não perdessem tempo de exercitação, indiquei-lhes que prosseguissem o exercício” (Reflexão da Aula nº 74 do dia 10 de Fevereiro).

Tal como evidenciei no excerto anteriormente apresentado, nesta situação específica, tive de dar resposta ao imprevisto que sucedeu durante a aula, mais uma vez, decorrente das grandes dificuldades demonstradas pelas alunas na compreensão dos exercícios. Com efeito, a partir deste momento, tive a necessidade de considerar cuidadosamente todas estas variáveis da aula aquando a realização do seu planeamento. A minha escolha recaiu no delineamento de mais tempo para cada exercício, de forma a conseguir concretizar todos os exercícios planeados para a aula e não ficar impedido de cumprir o plano de aula na sua íntegra. Para além disso, a adaptação deste planeamento à realidade vivenciada nas aulas foi fulcral para conseguir que todos os alunos alcançassem o sucesso e, para esse fim, procedi a adaptações ao nível dos exercícios, mas também em toda a estrutura da aula, ajustando às potencialidades dos alunos.

Em suma, numa fase inicial da prática pedagógica do EE, a organização destas informações é extremamente importante para que este potencie o seu desempenho enquanto profissional. No que diz respeito ao meu percurso, considero que as dificuldades inerentes ao momento inicial do EP foram ultrapassadas de uma forma efetiva, pois admito que empreguei muito tempo à realização destas tarefas, com o objetivo de conseguir que o desempenho desta tarefa fosse o mais completa possível.