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iii A FUNDAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC

POLÍTICA DE INTERNACIONALIZAÇÃO NA UFABC NA VISÃO DE SEUS ATORES

Este capitulo constitui a terceira etapa desta pesquisa, baseada na abordagem do Ciclo de Políticas, caracterizada como contexto de prática, contexto no qual são interpretadas e articuladas as etapas antecedentes no que concerne à ação de implantação de uma política. Para Ball e Bowe (1992), de acordo com Mainardes (2006), nessa etapa do contexto de prática “a política está sujeita as interpretações, recriação e onde a política produz efeitos e consequências que podem representar mudanças e transformações significativa na política original. ” (MAINARDES,2006, p.53)

A busca do discurso dos atores, em sua subjetividade, nos leva a compreender que nesse contexto o texto escrito nem sempre será o texto falado, pois as “políticas serão interpretadas diferentemente uma vez que historias, experiências, valores propósitos e interesses são diversos. ” (BOWE, et. al.,1992, p. 22 apud MAINARDES,2006, p. 53).

Os significados dos textos não podem ser controlados por seus autores, tendo em vista que o texto pode ter outras interpretações mediante o ambiente, as disputas e os interesses que permeiam sua execução. Direciona-nos, então, a duas vertentes, compreendidas por Ball (1993 apud MAINARDES 2006) como a “política como texto” e “política como discurso”. Nos capítulos anteriores, compreendemos a política como argumentação escrita e documentada por meio de grupos de trabalho, no esforço de construção de uma política, porém é a partir do seguimento de ciclo que compreendemos a política enquanto discurso.

Nesta etapa do contexto de prática os gestores e professores terão um papel ativo no discurso, tendo em vista que são eles que assumem o papel de inventar e reinventar uma política. Nesse sentido, os discursos se apresentam múltiplos, assim como há uma pluralidade de textos envolvidos. Há também a possibilidade de modificação de pensamento, ou de construção, as vozes dos atores executores podendo se tonar “regime de verdades”, de acordo com Ball (1993), expondo as limitações do próprio discurso, que não é neutro nem despido de influências, história, vivências, interesses e poder.

Por conseguinte, neste capitulo apresentaremos o percurso metodológico de coleta de dados, os roteiros de entrevista aos sujeitos gestores e aos sujeitos agentes de internacionalização e, por fim, faremos a análise do discurso desses atores entrevistados: os agentes de internacionalização.

Caracterização dos sujeitos

Os sujeitos da pesquisa foram: (2) gestores sendo da implantação da política interna de internacionalização e (1) pró-reitor de Extensão e Cultura (4) agentes de internacionalização, todos professores da instituição que acumulam essa função. Trata- se de sujeitos que têm relação direta com a política de internacionalização da UFABC e que podem, portanto, oferecer elementos para análise de nosso objeto de estudo: os fundamentos teórico-políticos dessa política desenvolvida internamente.

i. Sujeito 1 – sexo masculino - Presidente da Comissão de Relações Internacionais

Possui graduação em ciências da computação pela Universidade Federal de Santa Catarina (1989), mestrado em ciências da computação pela universidade Estadual de Campinas (1994) e doutorado em ciências da computação pela Universidade Federal de Pernambuco (2003).

Seus interesses de pesquisa de pesquisa estão voltados para computação em nuvem, redes definidas por software, analise de redes sociais online, cidades inteligente e internet do futuro.

Sua carreira profissional, autuou como coordenador de projetos científicos de pesquisa, desenvolvimento e inovação financeiras de órgão de fomento, órgãos públicos e empresas privadas,

Atuou como coordenador da Pós-graduação em Engenharia da Informação da UFABC em junho de 2008 a fevereiro de 2010, foi Pró-Reitor de Pós-Graduação de Fevereiro de 2010 a fevereiro de 2014.

Atualmente é professor na UFABC, trabalha também como coordenador do Núcleo Estratégico NUVEM (universos virtuais, E entretenimento e mobilidade) da UFABC desde dezembro de 2013. É presidente da Comissão de Relações Internacionais e foi coordenador do programa Ciências sem Fronteiras.

ii. Sujeito 2 - sexo masculino – Professor na UFABC foi o primeiro Assessor de Relações Internacionais

Possui Bacharel em física pela Universidade Estadual de Campinas (1993), Mestre em matemática pela Universidade Estadual de Campinas (1996), Doutor em Matemática Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (2001).

Pós-doutorado em Massachutts Institute of Technology, MIT, Estados Unido; Pós-Doutorado na Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, Brasil.

Atualmente é professor adjunto do Centro de Matemática Computação e Cognição da UEABC, tem experiência na área de Física – Matemática, com ênfase em sistemas dinâmicos e gravitação.

iii. Sujeito 3 – sexo masculino - Pró-reitor de Extensão e Cultura

Pela Universidade metodista de São Paulo (2004); possui doutorado em educação pela Universidade de São Paulo (2010). Coordena o colégio de Extensão (COEX) da Andifes e é presidente nacional do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidade Públicas Brasileiras (Forproex). Atua como principalmente em temas relacionadas: ética e filosofia política; filosofia moderna e contemporânea; filosofia e educação; américa latina. Coordena o GT Filosofia na América Latina, filosofia da Libertação e Pensamento Decolonial (ANPOF); lidera o Grupo de pesquisa Perspectivas Críticas de Filosofia Moderna e Contemporânea (UFABC/CNPq), membro do centro de filosofia brasileira (PPGF/UFRJ), do GT Ética e Cidadania (ANPOF), do Laboratório de Pesquisa e Ensino de Filosofia (UFABC) e da asociación Latino-americana de Filosofia de La Educacion.

Foram selecionados 4 Agentes de internacionalização da UFABC. No que concerne a seleção da amostra se constitui a partir de cada Centro da UFABC, sendo então que os agentes, representará o Centro de Ciências naturais e humanas (CCNH), o Centro de Engenharia e Ciências Sociais (CECS), e o Centro de Matemática, Computação e Cognição (CMCC).

Nas modalidades escolhidas que cada agente representará será de: Bacharelados em Ciência e Tecnologia (BC&T) e o Bacharelado de Ciências e Humanidades (BC&H).

Os cursos selecionados para a representação da amostra formam os cursos que são: Relações internacionais, políticas públicas, engenharia ambiental e urbana e engenharia da informática.

iv. Sujeito 4 - AI 1 – sexo masculino – professor adjunto do centro de ciências do Bacharelado em Ciências e Tecnologia

Possui graduação em Bacharelado em física pela universidade de São Paulo (2003), graduação em administração pela universidade de São Paulo (1996) e doutorado em física pela universidade de São Paulo (2008). Obteve pós doc no laboratório europeia CERN (programa HELEN), na universidade Estadual de Campinas, no Laboratório Nacional de Berkeley (LBNL/CERN); na universidade de São Paulo.

Atualmente atua como professor adjunto no Centro de Ciências Naturais e Humanas (CCNH) da UFABC. Possui experiência na área de física como foco em altas energias e ions pesados.

v. Sujeito 4- sexo feminino - professora do curso de Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal do ABC.

Possui graduação em engenharia química na escola de engenharia de Lorena – USP, EEL/USP, Brasil (1985). Realizou mestrado em Engenharia e Tecnologia Espaciais no Instituto Nacional de Pesquisa Espacial, INPE, Brasil (1988). Cursou doutorado em Engenharia Mecânica na Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho, UNESP, Brasil (1995).

Ministra disciplinas nas áreas fluido- térmica, combustão e propulsão. Pesquisa combustíveis alternativos de aeronaves e foguetes, instabilidade de combustão, emissão de poluente de motores de combustão interna, gaseificação de biomassa e queimada de florestas. É professora do curso de Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal do ABC.

vi. Sujeito 5- sexo masculino - professor coordenador do Curso de Engenharia Aeroespacial

Físico de formação, astrofísico de pós-graduação, pela Universidade de São Paulo. Possui doutorado na França, entrou na UFABC i para o curso de engenharia aeroespacial na área de manobras orbitais e controles de satélites, atuou por um tempo na área de projetos de motores de foguetes, assumiu o cargo de Diretor do curso de engenharia Aeroespacial.

vii. Sujeito 6 – sexo masculino - professor Adjunto no Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas (CECS)

Possui formação em Engenharia de Automação (2002); docência Universitária (2204) mestrado em Sistemas Digitais (2005) pelo instituto politécnico José Antônio Echeverría da Universidade da Havana. Doutorado em Engenharia Elétrica pela Politécnica da Universidade de São Paulo em 2011.

Possui experiência nas áreas de controle e identificação de processos industriais, os sistemas digitais e embarcados, a robótica, a programação em alto e baixo nível e informática.

viii. Sujeito 7– sexo masculino - professor adjunto I no Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas (CECS)

Possui graduação em Bacharelado em Física pela universidade Estadual de Campinas, UNICAMP (1997); Mestrado em física pela universidade de São Paulo (2001); doutorado em física pela Universidade de São Paulo (2005). Realizou doutorado sanduiche pela univesité Paris – Sud XI, na França. Trabalhou na universidade durante seis meses.

Possui experiência em processamento e caracterização de magnéticos, semicondutores e MEMS, especialmente em microscopias de sondas de varredura

Seus estudos e pesquisa se voltam para áreas da termodinâmica, instrumentação e astrofísica. Atualmente trabalha como professor adjunto I no Centro de Engenharia, Modelagem, Ciências Sociais Aplicadas.

 Instrumento de Coleta de Dados

Utilizou-se como instrumento de coleta de dados a entrevista em profundidade, baseado em roteiro semiestruturado, instrumento de pesquisa que permite interação e diálogo. Sobre esse instrumento de investigação, Szymansky (2011, p.11) indica “considerarmos o caráter de interação social da entrevista” como um processo de suma importância para a construção de significação por meio da relação entrevistador/entrevistado.

As entrevistas semiestruturadas com gestores e professores (estes na condição de agentes de internacionalização) permitiu obter melhores resultados acerca da visão sobre o processo de internacionalização de uma instituição de educação superior pelos atores que a vivenciam e praticam, explorando e relacionando elementos teórico- políticos das três etapas iniciais do Ciclo de Políticas: contextos de influência, produção de texto e de prática, pois, para Ball (2009 apud MAINARDES; MARCONDES, 2009), a construção de uma política é um processo complexo de articulação entre modalidades, que fogem da perspectiva linear das análises de política.

Para isso formulamos entrevistas semiestruturadas, partindo da lógica de construção inspirada nos Ciclo de Políticas, com perguntas que abrangessem cada etapa, para captar os discursos dos sujeitos na formação cíclica da política de internacionalização da UFABC, como também os fundamentos que embasam sua justificação e seu processo de implantação. Assim, trabalhamos com dois roteiros, o primeiro construído para os gestores, o segundo para os professores na função de agentes de internacionalização, ambos compostos de perguntas abertas, voltadas a extrair dos sujeitos a profundidade do conhecimento e da prática deles sobre a política de internacionalização que está em implantação.

ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA OS GESTORES DA COMISSÃO DE