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4. A VIOLÊNCIA NA BAHIA: SUA CARA E ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO

4.3 POLÍTICAS PÚBLICAS E EQUIPAMENTOS DE ENFRENTAMENTO EXISTENTES E A REDE DE

Em 2008, quando os Estados e municípios iniciaram as adesões ao Pacto Nacional pelo Enfrentamento a Violência Contra Mulheres, a Bahia se fez signatária no mês de junho desse mesmo ano. Quanto aos seus municípios, de um total de 417, na época, apenas 22 assinaram.

Diante disso, de acordo com Alice Bittencourt, profissional que exerce a função de Coordenadora I de Ações Temáticas, focada no eixo da violência, na Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres – SPM119, em entrevista concedida em sua sede, no dia 14 de março de 2014, mencionou: “Ocorre que o Estado é composto por municípios, né? E, ou os municípios aderem para que aquilo tenha uma eficácia mesmo, que não seja mais uma coisa assinada, e o Estado adere e não consegue...” (BITTENCOURT, 2014, s.p). Nesse contexto, ainda segundo essa entrevistada, a equipe desse organismo realiza, desde o ano de 2013, um grande esforço de sensibilização junto à União dos Prefeitos da Bahia para incentivar na assinatura do Pacto, pois,

Os prefeitos tem um pouquinho de resistência, entendeu, Cândida? Porque é... implica em custo, implica em se articular com os municípios do entorno pra implementar serviços que vão ter uma ação conjunta, então, tem briga de partido, essas coisas... (BITTENCOURT, 2014, s.p).

Como iniciativa, vem sendo realizado pela SPM estadual o levantamento dos municípios polos no Estado para a assinatura do Pacto, uma vez que, enquanto pressuposto desse Pacto, devem aderir os municípios polos, que, por sua vez, tem a obrigação de “Capilarizar isso aí e até sensibilizar alguns municípios que tenham uma situação econômica boa do entorno para aderir também ao Pacto, para também implementar essas coisas” (BITTERNCOURT, 2014). Ainda segundo essa profissional,

Claro, todos os municípios não vão aderir e os municípios polos, uma vez aderindo, uma vez implementando tudo que um Pacto manda implementar, porque não é só assinar bonitinho, assinar significa

119 Segundo consta em site desse organismo: “Em maio de 2011, o Governo do Estado da Bahia, atendendo à justa reivindicação da luta feminista e dos movimentos de mulheres, criou a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM/BA), através da Lei nº 12.212”. Disponível em: <http://www.mulheres.spmba.ba.gov.br/institucional/>.

implementar tudo isso que eu estou lhe falando (BITTENCOURT, 2014).

No caso da Bahia, como está dividida em 27 Territórios de Identidade120, pensou-se, por esse motivo, inicialmente, que seriam 27 municípios polos, todavia, a partir da pesquisa realizada pela equipe da SPM, concluiu-se que:

Não dariam conta, dada à dimensão do Estado da Bahia. Então, foram selecionados 64 municípios polos, escolhidos mediante alguns critérios: densidade populacional; nível econômico, importância econômica para aquela região, para aquele território. (SPM, 2014)

Após essa definição, houve um momento de conversa com os prefeitos dos municípios selecionados, por intermédio da UPB, sendo que, apenas 17 deles se comprometeram a assinar o Pacto (BITTENCOURT, 2014). Muito recentemente, a cerca de dois meses, por conta de sugestão de nova diretora da UPB, que “Viu que é importante que os municípios administrados por mulheres, mesmo não tendo aquele perfil de município polo, que aderisse ao pacto” (BITTENCOURT, 2014, s.p), foram convidados mais 51 municípios. E, assim, concluiu Bittencourt, (2014, s.p): “Então, ao todo, cento e tantos município, né? 64 mais 51..., foram convidados a assinarem o pacto”.

A esse respeito, Luciana Mota (2014) mencionou que, como mais recente, a SPM aposta na repactuação dos novos municípios para dar maior efetividade às políticas desenvolvidas, através da ampliação da rede de atenção às mulheres no Estado. Para ela, a ideia é “Ampliar a Rede de atenção nos municípios que ainda não... funcionam ou não existem, é... eram 22, hoje, a gente dialoga com 115, então, a ideia é ampliar consideravelmente isso” (MOTA, 2014, s.p).

Atualmente, através da repactuação, a Bahia concentra suas políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres na Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres – SPM, através de um de seus eixos prioritários – Prevenção e enfrentamento da violência contra as mulheres. Vale mencionar que, conforme consta no Pacto, nesse momento (2012), esse Estado

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Para se informar sobre os Territórios de Identidade, acessar: <http://www.seplan.ba.gov.br/territorios- de-identidade/mapa>.

reconstituiu a Câmara Técnica, através de ato publicado em seu Diário oficial121.

Como, inicialmente, antes da criação da SPM estadual, as ações de combate a esse fenômeno no Estado se concentravam na Secretaria de Promoção da Igualdade – SEPROMI, as políticas agora implementadas na SPM “Estão dando sequência a trabalhos existentes no período em que ainda era superintendência, quando nós estávamos na SEPROMI, éramos a superintendência de política para as mulheres” (MOTA, 2014, s.p). Ainda segundo Mota (2014), a continuidade dada a essas políticas se deve “Porque muito dos projetos não teve... e muitas das ações articuladas com as outras secretarias também não chegaram ao final das metas apontadas a partir de 2007” (MOTA, 2014, s.p). E, dessa maneira, explicou sobre as políticas que são desenvolvidas na instituição:

Então, nós temos políticas pautadas na segurança pública, nós temos políticas pautadas na saúde, nós temos políticas pautadas na Superintendência... na Secretaria de Promoção da Igualdade, nós temos políticas pautadas na educação e todas elas estão envolvidas no Pacto Nacional pelo Enfrentamento a Violência Contra às Mulheres. Então, são políticas em curso dando continuidade (MOTA, 2014, s.p).

Dentro das metas da SPM, essa profissional citou algumas prioridades, como, por exemplo: fazer o esforço de pensar na política de abrigamento do Estado dialogando com a Secretaria de Desenvolvimento Social - SEDES (na qual está a Política de abrigamento). A esse respeito, de acordo com Mota (2014, s.p), “Essa política ainda não está na SPM por uma questão de recursos, então, nós somos articuladores dessa política e não executores”.

Outras prioridades, para as quais já foram realizados trabalhos no ano de 2013, dizem respeito à feminização do HIV/AIDS, pois, é entendida como uma violência contra as mulheres; e a formação continuada de quem está no serviço de atenção à mulher em situação de violência. Além de dar continuidade à demanda, através de “Articulação que tem sido bem pertinente da secretária, pois, a política é sempre de articulação institucional” (MOTA, 2014, s.p), de

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Para se informar melhor, acessar: <http://jornaldachapada.com.br/2012/10/15/enfrentamento-a- violencia-contra-a-mulher-tera-reforco-com-camara-tecnica/>.

Que as Delegacias de Atendimento à Mulher sejam ampliadas, aquilo que não é possível para o Governo que nas delegacias comuns existam um núcleo de atendimento à mulher, então, é algo que a gente também tem trabalhado com muita ênfase em termo de políticas públicas (MOTA, 2014).

No que se refere ao desenvolvimento dessa Secretaria de políticas de enfrentamento ao tráfico de pessoas e de mulheres, especificamente, há, segundo MOTA (2014) uma parceria com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. Para isso, no ano de 2013, houve uma longa discussão de onde ficaria essa questão, sendo que a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos ficou responsável pelo tráfico de pessoas, enquanto que a SPM estadual deve discutir, em termos de mobilização, o tráfico de mulheres, parte de um dos eixos da Política Nacional de Prevenção e Enfrentamento a Violência Contra as Mulheres (MOTA, 2014). Nesse contexto, sobre a participação dos municípios, Mota (2014, s.p) explicou que,

Se me diz que ele não tem condições nenhuma de ter um centro de referência pelos custos, que eles façam um intenso trabalho de não tráfico de mulheres, isso também é o Pacto e isso também vai estar dizendo que ele está aderindo ao Pacto, ele pode conveniar com Brasília pensando nisso.

Outra ação nessa área diz respeito à realização de um seminário visando à atuação dessa Secretaria numa Campanha continuada na Copa do Mundo122, com início em maio e término em dezembro - pós-Copa porque “Segundo os estudos, o pós-Copa é que faz esses assuntos com muita intensidade, tráfico de mulheres, tráfico de pessoas e HIV/AIDS” (MOTA, 2014, s.p). Por isso, através de um trabalho realizado na vertente da formação, já que “Não podemos trabalhar especificamente com essa questão porque ela diz respeito a polícia civil e a segurança pública” (MOTA, 2014), a Secretaria optou pela Campanha (Mota, 2014).

Sobre a realização de trabalhos desenvolvidos pela SPM em parceira com outras instituições, como ongs e grupos feministas, Mota (2014, s.p) destacou que:

Quando a gente pensa a política que a secretaria vai executar ela já se dá com esse público, com o movimento social, com as ONGs porque nós trabalhamos a partir do que é discutido nas Conferências.

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As Conferências elas geram os planos, esses planos norteiam as políticas a serem executadas.

Nesse sentido, de acordo com essa profissional, há um encontro, desde 2012, com as mulheres que estão envolvidas, de alguma maneira, no enfrentamento da violência contra a mulher do Estado, para um diálogo, antes de março, com o objetivo de pensar as atividades que serão desenvolvidas nesse mês e avaliar também algumas ações em curso (MOTA, 2014). A SPM possui ainda o Conselho do Direito da Mulher - CDDM, que é formado, sobretudo, por representantes da sociedade civil; além de editais que são abertos também para esse público – são contempladas organizações que trabalham especificamente com mulheres ou que tenham alguns projetos voltados para as mulheres em seus estatutos (MOTA, 2014).

Quanto à realização de trabalho de sistematização de dados pela SPM, Mota (2014) sinalizou a deficiência nacional de dados de violência contra a mulher, destacando que a Bahia participa (ou participou) de um GT Nacional implementado pela SPM Nacional, que tinha o objetivo de pensar como seria um sistema de dados de prevenção e enfrentamento desse tipo de violência no Brasil. Nesse país, há “Algumas iniciativas individualizadas no Maranhão, no Rio de Janeiro, mas ainda não dá conta. Entrelaçar os dados, convergir os dados da saúde e da segurança pública que é o nosso sonho” (MOTA, 2014). Conforme conta Mota (2014), na Bahia, há alguns anos, vem sendo desenhado na SPM estadual um sistema que estará nos Centros de referência e nos Núcleos de atendimento à mulher, onde serão unificados dados básicos, como, por exemplo, nº de mulheres agredidas por psicólogas e por assistentes sociais, tipo de agressão motivadora da procura pelo serviço, existência de acompanhamento continuado, entre outros. Nas palavras de MOTA (2014, s.p): “A gente está terminando um sistema desse simples pra sair dos centros de referência, munir a SPM Bahia e a SPM Bahia munir a SPM Nacional”. Essa profissional destacou a urgência de necessidade dessas informações para ter a possibilidade de focar as políticas, pois “Sem dados você não amplia, eu preciso que o meu gestor saiba...” (MOTA, 2014). E, concluiu:

Então, é um desejo nosso e eu acho que vai nascer até o início de abril esse sistema saindo dos Centros de referência. Mas, ainda ineficiente, e a gente não consegue, a gente sabe de todo o movimento, mas não consegue organizar isso (MOTA, 2014, s.p).

O município de Salvador, especificamente, tornou-se signatário do Pacto Nacional pelo Enfrentamento a Violência Contra as Mulheres, somente nesse ano de 2014. Ao não fazer parte dos municípios que aderiram juntamente com o Estado, no momento inicial, comentou Alice Bittencourt (2014, s.p): “Salvador, na época, a capital não assinou, assinou agora... tem uma semana é que mandou um oficio que vai aderir”.

Sobre o I Plano Municipal de políticas para as Mulheres de Salvador123, Walter Pinto (2014, s.p) sinalizou que “Ele não é bem um Plano, né. Digo isso porque ele não nasceu com orçamento, ele não consegue fazer uma alocação possível, na época, fazer uma alocação de rubricas, orçamentos no município”. E, dessa maneira, explicou: “Não tínhamos conseguido avançar para a comunicação de Plano porque precisávamos inicialmente de uma expertise, de uma consultoria, de um grupo de trabalho empreendendo esforços nesse sentido” (PINTO, 2014, s.p).

Ainda segundo esse profissional, em 2010 e 2011, foi institucionalizado na SPM municipal124 um grupo de trabalho para se debruçar sobre a construção desse Plano, com interlocuções com Secretarias afins, como de Saúde, Educação, Reparação, Planejamento, Trabalho e Assistência Social. Além desses representantes, foram consultadas também representações do GT da Rede e da sociedade civil organizada, como, por exemplo, do movimento de mulheres lésbicas (PINTO, 2014).

Em novembro de 2012, a SPM municipal publicou o documento desenvolvido nesse processo, que é um material bruto, resultante das três Conferências de Políticas para Mulheres, realizadas nos anos de 2004, 2007 e 2011. Ao verificarem que em seu conteúdo permaneciam demandas pontuadas ainda na primeira Conferência, foi constatada a ineficiência das políticas implementadas,

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Documento que que tem como uma de suas cinco áreas estratégicas o enfrentamento de todas as formas de violência contra a mulher, destinado a articular e direcionar ações nesse sentido nessa capital. Disponível em: <http://www.spm.salvador.ba.gov.br/images/pdf/PMPMSalvador.pdf>.

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Para saber informações sobre essa Secretaria, acessar: <http://www.spm.salvador.ba.gov.br/index.php/a-spm>.

reforçando a necessidade dessa questão figurar entre as prioridades das ações do Governo (PINTO, 2014).

Com a aprovação/decreto desse Plano em dezembro de 2013125 há, atualmente, nessa SPM, um grupo de trabalho interno formado por três servidores com o objetivo de dar sustentabilidade a esse trabalho; além da formação de um Comitê Interinstitucional de Gestão Articulação e Monitoramento do Primeiro Plano (PINTO, 2014). Ainda segundo Pinto (2014, s.p):

Esse Comitê, que tem representações do gabinete do prefeito e da vice-prefeita, Secretaria de Promoção Social, Reparação, Saúde, Educação, Gestão, Cidade Sustentável, Pacto Social, não me recordo agora, tem por missão acompanhar essas prioridades, conseguir fazer uma verificação orçamentária dentro dos seus planos plurianuais 2014 a 2017, uma vinculação desse orçamento para prioridades onde não há um, digamos assim, um olhar para o gênero, despertar para o gestor isso, né?

A ideia é fazer com que o gestor consiga incluir em seu orçamento, a partir da LOA de 2015, uma política possível ao gênero, para atender a essa prioridade (PINTO, 2014). E, para além disso, desde o primeiro momento das prioridades, a SPM municipal já vem articulando com a UFBA, que está contratando uma consultora que, segundo Pinto (2014, s.p):

Estará conosco, provavelmente, de abril a setembro de 2014, pra fazer um mapeamento dentro do PPA, onde já aparece gênero, um indicativo de onde pode aparecer, né? E um plano de ação com metas, indicadores, prioridades e estratégias para a implementação desse plano, né?

Dessa forma, concluiu Pinto (2014, s.p): “Então, aí a gente cumpre com o papel da articulação e da gestão, que gestão pensando no macro, né? Onde você pensa planejamento e execução”. Além do monitoramento do Plano que será realizado por esse Comitê, pois, com a devida legitimidade, acompanhará a sua implementação (PINTO, 2014).

No que se refere às políticas públicas e atividades desenvolvidas pela SPM municipal voltadas para o enfrentamento da violência contra a mulher, mais especificamente, Pinto (2014) mencionou que estão concentradas no eixo

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Disponível em: <https://www.leismunicipais.com.br/a/ba/s/salvador/decreto/2013/2471/24715/decreto- n-24715-2013-aprova-o-i-plano-municipal-de-politicas-para-as-mulheres-i-pmpm-institui-o-comite-de- gestao-articulacao-e-monitoramento-e-da-outras-providencias.html>.

“Enfrentamento à violência”126

, através de uma Gerência que é o Centro de Referência a Mulher Loreta Valadares. Vale destacar que, esse serviço, mantido, atualmente, pela prefeitura de Salvador, contava com o apoio financeiro e logístico do Governo de Estado na sua manutenção, todavia, pelo fato dos outros centros de referência que funcionam na Bahia não contarem com essa coparticipação, além de outros aspectos levantados, que fazem dessa questão um “diálogo estendido” (PINTO, 2014), concluiu Pinto (2014, s.p):

Chegamos num gargalo onde não era mais possível termos o Loreta Valadares dentro da política de assistência. E na política pra mulher o Governo do Estado também não poderia manter por conta dessa fragilidade do órgão, orçamentariamente falando, né? Então, o município teve que absorver.

Funcionando há oito anos, essa instituição trabalha em três perspectivas: a de atenção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar, prevenção à violência e articulação em Rede (PINTO, 2014). No eixo da atenção, o Loreta conta com uma equipe multidisciplinar composta por assistentes sociais, psicólogas e advogada, que fazem esse acolhimento e o atendimento à mulher continuado, de acordo com o que preconiza a norma técnica de padronização dos Centros de Referência127 (PINTO, 2014). Segundo relatou esse profissional,

Para o eixo de prevenção a gente ultrapassa até os limites do Loreta Valadares, todas as gerentes aqui fazem um pouco de prevenção, a partir do momento em que a gente faz a atividade certa. Então, nas Feiras que nós fazemos que levamos serviços não somente da SPM, mas serviços da própria Rede que vai Ministério Público, vai Defensoria, vai... vão serviços de saúde, então, essa forma também de trabalharmos a prevenção porque a gente consegue um contato direto, né? (PINTO, 2014, s.p).

Há, nesse aspecto, um trabalho realizado, mesmo, “na ponta” com as mulheres, que, muitas vezes, “Não conhecem o que é política para a mulher, não sabem da existência da SPM, não sabem da existência do Loreta Valadares, não conhece a fundo a Lei Maria da Penha” (PINTO, 2014). E, como objetivos, visa alertar a essas mulheres sobre as possíveis violências que podem estar vivenciando, sem estarem conscientes disso; e, sobretudo,

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No site da SPM municipal, consta organograma de sua estrutura organizacional. Ver em: <http://www.spm.salvador.ba.gov.br/index.php/17-a-spm/24-organograma>.

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Disponível em: <http://www.spm.gov.br/subsecretaria-de-enfrentamento-a-violencia-contra-as- mulheres/pacto/documentos/norma-tecnica-centros-de-referencia.pdf>.

informar, com detalhes, quais são os serviços públicos disponíveis na rede de atendimento, pois, muitas pensam que necessitam pagar por atendimentos que são disponibilizados sem custos às usuárias (PINTO, 2014)128.

Sobre o desenvolvimento de políticas de enfrentamento realizadas pela SPM do município, Pinto (2014) mencionou que realizam, desde o ano de 2009, em parceria com a ONG Centro Humanitário de Apoio à Mulher - CHAME129. Nessa parceria, foram realizadas, por exemplo, capacitações dos servidores, sobretudo para atuarem no carnaval, quando é mais fácil perceber diversos tipos de violência, como explorações sexuais e casos de tráfico de pessoas (PINTO, 2014).

Nessa área, colabora também com a SPM a Secretaria de Justiça da Cidadania e Direitos Humanos, através do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas130. Esse núcleo vem participando das ações externas realizadas pela SPM, cujo objetivo é alertar a sociedade para a identificação e abordagem para casos de enfrentamento a exploração sexual e tráficos de pessoas. Nessas ações, através de palestras e oficinas, são trabalhados pontos importantes como a identificação de possíveis aliciadores, quais são os mecanismos utilizados e os equipamentos do Governo que estão para apoiar essas pessoas tanto aqui quanto lá fora (PINTO, 2014).

Ainda em relação às ações realizadas por essa Secretaria, Pinto (2014) destacou o olhar que a instituição já tem para a violência contra a mulher no carnaval, com a experiência de realização de campanhas durante essa festa131. Também, no carnaval, haverá, pela Secretaria de Justiça de Estado, um Posto avançando de identificação, abordagem e encaminhamento, através de

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Segundo esse profissional, a SPM investe fortemente nesse trabalho de enfrentamento à violência contra a mulher, onde são empreendidos muitos esforços, indo da atenção até prevenção e também articulação (PINTO, 2014).

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Para saber informações sobre esse Centro, acessar: <http://www.abong.org.br/associada.php?id=112>.

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Para saber informações sobre esse Núcleo,

acessar:<http://portal.mj.gov.br/main.asp?View={395C2E18-4401-4CAA-9961- 059B959D1EE3}&BrowserType=IE&LangID=pt-

br&params=itemID%3D%7BE037AA25%2DC6A3%2D4718%2DBADA%2D8F55A388E31D%7D%3B&UI PartUID=%7B2868BA3C%2D1C72%2D4347%2DBE11%2DA26F70F4CB26%7D>.

131 Assim, mencionou: “Nisso a gente tem uma larga trajetória no carnaval” (PINTO, 2014). Como parte da agenda dessa SPM, nesse ano, a campanha que será realizada focará, segundo esse profissional, o combate à exploração sexual e o tráfico de pessoas (PINTO, 2014).

trabalho realizado junto aos observadores e supervisores que trabalham na SPM do município132.

Ainda sobre as prioridades do trabalho que necessita ser realizado nessa área, Pinto (2014), ao estabelecer uma comparação com o que deve acontecer com as instituições e serviços na Espanha no combate do tráfico de mulheres, diante das diferentes realidades existentes entre os dois países, mencionou:

Provavelmente, na Espanha como é um, digamos assim, é um mercado receptor desse tráfico, nós exportamos as meninas, não sei