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CAPÍTULO III Metodologia

3.3. População/Amostras

3.3.1. População

A população deste estudo consistiu na comunidade educativa de uma escola pública da ilha da Madeira, mais concretamente alunos do 6.º ano de escolaridade no ano letivo 2010/2011 (187 sujeitos), seus EE (187) e docentes da instituição (33), 31 que lecionavam aos discentes em causa (nos quais está incluído o coordenador do 2.º ciclo), o coordenador de 3.º ciclo e 1 elemento do conselho executivo (vice-presidente). Desta forma, a população compreendeu 407 sujeitos.

O concelho e a freguesia nos quais a escola se situa são identificados, no Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma da Madeira 2007-2013 (2012), anterior ao atual e na sua 6ª alteração, como sendo predominantemente urbanos. Todavia, a freguesia, em especial, será mais facilmente identificada como uma zona rural, muito provavelmente, atendendo às suas características. Perante esta dicotomia, optou-se por remover o termo rural, inicialmente utilizado no título do projeto.

De acordo com A. B. Sousa (2009, p. 64), se a população alvo for reduzida, como é o caso, “os resultados obtidos perdem validade e não são suscetíveis de ser extrapoláveis a uma população mais alargada, (…)”. Ou seja, as conclusões possíveis de obter a partir da

49 população deste estudo, na escola eleita, podem não ser aplicáveis a outra população, em condições similares, de outra escola. Não sendo inegável este facto, permitimo-nos prosseguir, por se tratar de um estudo exploratório.

3.3.2. Amostras

A amostra é uma parte da população, detém todas as suas características, representa-a na totalidade (A. B. Sousa, 2009).

A categoria das diferentes amostras é não-aleatória, ou não-probabilística, processo pelo qual todos os elementos da população não têm uma probabilidade igual de serem escolhidos para fazerem parte da amostra.

O tipo, ou técnica de amostragem, variou. Segundo A. B. Sousa (2009), no caso das aplicações-piloto dos questionários foi propositada, tendo-se procurado, em grupos existentes, sujeitos que possuíssem as características pretendidas; nas restantes situações foi de conveniência, uma vez que foram escolhidos sujeitos pertencentes a grupos formados previamente, e que, à semelhança dos anteriores, reunissem as características pretendidas.

De evidenciar a divisão de todas as amostras em dois grupos: alunos com o mesmo DT/alunos com DT diferente; EE de alunos com o mesmo DT/alunos com DT diferente; docentes com/sem experiência no cargo de DT; CT de turmas cujo DT é o mesmo/difere, visando a comparação sistemática entre ambos. A penúltima distinção, entre os dois grupos de docentes considerados nos questionários (“com experiência no cargo” e “sem experiência no cargo”), é a mais suscetível de questionamento, pois o número de indivíduos que constitui cada um não foi possível determinar antes da aplicação dos instrumentos, por ter resultado de critérios prévios. Por sua vez, num momento posterior, não foi aconselhável igualar o número de elementos de cada grupo, atendendo à dimensão reduzida da amostra. Assim, esta subdivisão destina-se a verificar a similaridade/dissimilitude de posições, assumindo a sua não representatividade e tendo presente o intuito principal na população de professores: a recolha de opiniões geral quanto à continuidade do cargo de DT, independentemente da sua experiência no cargo. Outro aspeto a ressaltar: os docentes, por imposições da sua atividade profissional, integram diferentes CT, com diferentes realidades e DT, enriquecendo o seu conhecimento e legitimando o seu posicionamento em relação às suas opiniões no âmbito deste estudo com base na sua experiência geral.

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Na aplicação dos questionários, o estudo incidiu sobre três amostras, independentes, uma constituída por 145 alunos, outra pelos 145 encarregados de educação correspondentes e ainda uma outra por 33 docentes, com e sem experiência como DT. No que concerne aos alunos, eram 187 aqueles que frequentavam o 6.º ano do ensino regular em 2010/2011, na escola, encontrando-se distribuídos por oito turmas. Destes, formaram a nossa amostra 145 sujeitos de seis turmas do 6.º ano de escolaridade, às quais se atribuiu a designação K, L, M, N, O e P aleatoriamente, não seguindo a sequência considerada na escola, para assegurar o anonimato dos intervenientes. As letras sequenciais apontadas são, portanto, casuais, servindo para designar e distinguir as turmas, mas não para fazer qualquer correspondência à designação efetiva das mesmas.

Das seis turmas, três têm o mesmo DT do 5.º ano de escolaridade, ou seja, nestas verificou-se a continuidade do desempenho do cargo ao longo do 2.º ciclo do ensino básico, e as outras três tiveram dois DT diferentes ao longo do ciclo, um no 5.º e outro no 6.º ano. A formação destes dois grupos visa atenuar a interferência de variáveis parasitas e moderadoras, já referidas neste projeto, de entre as quais o turno em que os alunos das turmas têm a maioria das aulas (manhã ou tarde), a composição das turmas (que pode variar a distintos níveis, designadamente no número de alunos e na integração de alunos com necessidades educativas especiais-NEE) e dos CT, e os DT propriamente ditos.

As três turmas do 6.º ano que têm o mesmo DT (K, L, M) têm, na sua maioria, alunos provenientes das turmas A, B e C do 5.º ano (designação igualmente aleatória, tal como no 6.º ano), são do turno da manhã e constituídas por 25 alunos cada, sendo a média de idades destes igual a 11 anos (10,80; 11, 08; 10,96, respetivamente), no início do ano letivo. Na primeira há um aluno repetente (no 6.º ano) e três alunos são provenientes de turmas de 5.º ano distintas, o que perfaz um total de 21 alunos para os quais o DT é o mesmo. Na segunda, um aluno é repetente e outro provém de outra turma de 5.º ano, o que se traduz em 23 alunos com o mesmo DT. A terceira e última tem um aluno repetente, sendo constituída por mais 24 alunos para os quais o DT é o mesmo. Em todas, as DT são do sexo feminino.

As três turmas com um DT diferente (N, O, P), têm alunos provenientes das turmas D, E e F do 5.º ano, maioritariamente, têm 25, 21 e 24 alunos, respetivamente, e a média de idades correspondente é igual a 11 anos nas duas primeiras (10, 68; 11, 10) e a 10 (10,42). A “N” é do turno da manhã, tem 25 alunos oriundos da mesma turma do 5.º ano. A “O” é do turno da tarde, tem um aluno repetente e outro que frequentou uma escola na ilha de Jersey no ano letivo anterior, tendo ingressado no 6.º ano do sistema educativo português

51 em 2010/2011, o que dá um total de 19 alunos provenientes da mesma turma. Por fim, a “P” é do turno da tarde e os 24 alunos que a constituem provêm da mesma turma do 5.º ano. Nestas turmas, dois dos DT são do sexo masculino e um do sexo feminino.

Cabe, igualmente, relatar, que nenhum dos alunos que transitou de turma ou repetiu o ano letivo teve o mesmo DT.

Acerca da amostra dos EE, de mencionar apenas que abarcou todos aqueles que assumiam este papel em relação aos alunos considerados. Desta forma, a sua associação a “mesmo DT” e “DT diferente” é igual à dos seus educandos.

Por sua vez, a amostra de docentes é constituída por 33 sujeitos, mais particularmente: 26 docentes pertencentes aos CT das seis turmas que constituem a amostra deste estudo, de entre os quais os DT correspondentes, sendo um destes o coordenador de 2.º ciclo; o coordenador de 3.º ciclo e DT nesse mesmo ciclo; o vice-presidente do conselho executivo responsável pela supervisão e acompanhamento dos coordenadores de ciclo (com experiência no cargo de DT); 5 docentes remanescentes das turmas de 6.º ano do ensino regular. Os motivos para a sua escolha foram: experiência em termos dedireção de turma; conhecimento das problemáticas dos DT, vivenciadas na primeira pessoa ou por interlúdio de outro(s); contacto com os professores, alunos, DT e/ou EE.

De salientar que os questionários não foram aplicados somente aos DT das seis turmas por serem, tal como o próprio número indica, parcos, facto que poderia pôr em risco o seu anonimato. Daí que se tivesse optado por alargar a amostra a outros sujeitos. Quanto às turmas, não foi possível adotar procedimento semelhante, pois apenas três tinham o mesmo DT, o que conduziu à seleção de outras três cujos DT tivessem mudado do 5.º para o 6.º ano e cujas características fossem o “mais semelhantes possível” às das anteriores.

Para a análise do aproveitamento foram considerados 140 alunos, apesar de serem 145 a integrar as turmas de 6.º ano. Os motivos pelos quais não se contemplaram cinco discentes foram os seguintes: um esteve no estrangeiro no ano letivo 2009/2010 e os quatro restantes eram repetentes no 6.º ano de escolaridade.

As demais informações recolhidas ao nível da escola basearam-se em atas de reuniões de CT, razão pela qual esta amostra abrange os CT das seis turmas contempladas neste estudo, quer no 5.º, quer no 6.º ano.