1980 1991 1996 2000 2007 População Total 25.215 19.820 16.885 16.300 16

População Rural 14.519 8.023 5.903 5.258 4.121

População Urbana 10.696 11.797 10.982 11.042 12.087

Taxa de urbanização 42,4% 59,5% 65,0% 67,7% 74,6%

Fonte: IPARDES, Base de Dados do Estado, a partir de dados do IBGE, www.ipardes.gov.br, acesso em 22/04/2009. Para os anos de 1980, 1991 e 2000, Censo Demográfico; para 1996 e 2007 Contagem da População.

Além da soja, a Região Oeste também se destaca, atualmente, pela consolidação da avicultura e suinocultura, com 21 frigoríficos de aves e suínos, como a Sadia e a Chapecó, sobressaindo-se também na produção de milho e trigo.

Assim, enquanto os municípios de Cascavel e Toledo apresentam uma concentração de emprego industrial desde a década de 1970, os municípios de Marechal Cândido Rondon, Terra Roxa, Guaíra, Capitão Leônidas Marques e Matelândia, a partir do final dos anos 1990, passaram a se fortalecer em torno de uma estrutura agroindustrial; no caso de Terra Roxa, o setor de confecções passou a despontar, de acordo com Alves et al. (2006).

O APL Terra Roxa formou-se, segundo o IPARDES (2006b), com o apoio do SEBRAE Nacional, que fez um estudo76 no Brasil sobre agrupamentos com as características de um Cluster ou APL. Assim, em Terra Roxa77, foi detectado um agrupamento com essas características e, em seguida, o SEBRAE/PR destacou consultores para transformar o Núcleo

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Esse estudo foi desenvolvido em várias etapas, pela Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral (SEPL), pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES) e pelas Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES), onde foram validados e selecionados 22 casos de APLs no Estado do Paraná, sendo que o estudo voltado ao APL Terra Roxa faz parte da quarta etapa desse trabalho, intitulado: Projeto de Identificação, Caracterização,

Construção de Tipologia e Apoio na Formulação de Políticas para Arranjos Produtivos Locais (APLs) do Estado do Paraná.

77 _{Segundo o IPARDES (2006), o município de Terra Roxa foi escolhido, no Paraná, como projeto-piloto do Termo de}

125 Setorial78 em Arranjo Produtivo Local. Desse modo, segundo IPARDES (2006a), em 2003, foram realizados seminários na cidade de Terra Roxa, para sensibilizar empresários e autoridades, além de entidades parceiras, com estudos para diagnosticar dados e informações sobre as empresas locais. Em novo evento, no mesmo ano, com o objetivo de construir um projeto de desenvolvimento para Terra Roxa, houve a inclusão, pelo SEBRAE, como o município atendido pelo Programa de Desenvolvimento Local.

Após isso, alguns industriais de confecção infantil da cidade formaram a Associação APL de Moda Bebê de Terra Roxa, em 2004, e é este grupo gestor que direciona as estratégias de ação do ramo. Ainda de acordo com o IPARDES,

[...] o objetivo dessa associação é promover o desenvolvimento socioeconômico do território de Terra Roxa a partir da atuação junto às empresas produtoras de confecções, bem como elevar o patamar de competitividade das empresas e do próprio Arranjo Produtivo. (IPARDES, 2006b, p. 26).

Talvez, em consonância com a criação do Pólo do Vestuário, o SINDWEST com sede em Cascavel, segundo o Jornal Hoje (2002), fundou, no ano de 2002, com parceria de diversas entidades, a Fábrica-escola79. Lá são oferecidos cursos de operador de máquina de costura industrial, de corte industrial, modelagem, gerenciamento de produção e mecânica. Todos os cursos possuem custos diferenciados para funcionários de empresas do ramo do vestuário, sendo estes fixados a partir de duas parcelas de R$ 30,00.

Há também a Escola do Trabalho, em Terra Roxa, (Foto 7) que, segundo IPARDES (2006), é mantida pela Prefeitura Municipal, que, juntamente com o SENAI, oferece cursos de capacitação para mão-de-obra local.

78 _{Esse arranjo já havia sido proposto pelo SEBRAE, em 2001.}

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Foto7- Fábrica-escola de Terra Roxa

Fonte: Pesquisa de Campo, 2008.

Em visita à referida escola, pudemos observar que a mesma foi reformada para dar continuidade à realização de cursos. Foram doadas, recentemente, 23 máquinas de costura, pela empresa Fiasul e por uma empresa da Alemanha, fornecedora de máquinas e equipamentos, enquanto a Prefeitura cedeu o terreno, o SEBRAE e SENAI estão organizando as turmas80 e as empresas do APL doam as linhas, segundo o SEBRAE (2007).

Por seu turno, na Associação APL Terra Roxa, o secretário Osvair Frasson afirmou que, a partir de 2008, a FIESP assumiu os cursos na Escola do Trabalho, que até então era de competência do SENAI.

No sentido de divulgar os produtos dos APL‟s paranaenses em todo o país, a

parceria da FIEP e governo do Estado lançou, em 2008, o programa Faça Bons Negócios com o Paraná81, que consiste na veiculação de propagandas, de 30 segundos a 1 minuto, no sistema de comunicação do Estado, que inclui a rádio e TV Paraná Educativa.

80 _{No sítio do SEBRAE, observamos que são treinadas turmas de 36 pessoas a cada 3 meses, aptas a trabalharem nas}

indústrias locais e, desde 2008, por meio do APL, passou a ser oferecido o curso “Técnico em Vestuário”, com carga horária

de 1320 horas de aula, formando profissionais que assumirão cargos de supervisão e liderança, nas empresas. 81

127 O IPARDES (2006b) e o sítio da indústria Paraíso Bordados revelam que o APL Terra Roxa iniciou-se em decorrência da necessidade econômica de uma moradora, na década de 1990, que se especializou no bordado. Sua empresa tornou-se uma “empresa-escola”82, desdobrando-se, na sequência, na formação de outras pequenas indústrias pelas ex- funcionárias.

Willers (apud IPARDES, 2006b) aponta que houve, nesse caso, a figura do empresário-imitador, pois muitas pessoas se inspiraram nessa indústria e resolveram abrir a sua, havendo uma especialização produtiva, com a confecção infantil na faixa etária de 0 a 1 ano de idade.

Na verdade, o que pudemos observar nos documentos examinados, é que o surgimento do APL Terra Roxa se confunde com o surgimento da indústria Paraíso Bordados (Foto 8), que foi a indústria precursora e que serviu como exemplo para as demais.