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LEGISLAÇÃO SOBRE RDS NO ESTADO DO AMAZONAS

4.4 DISCUSSÃO SOBRE AS DIFICULDADES EXISTENTES NAS RDS E SUAS IMPLICAÇÕES NA APLICABILIDADE E EFETIVIDADE DA NORMA JURÍDICA

4.4.2 Populações tradicionais e órgãos ambientais

Neste grupo vamos abordar entraves relacionados aos sujeitos locais e institucionais levantados anteriormente neste capítulo, perpassando desde a necessidade de assegurar a participação, organização social, política, econômica e jurídica das populações locais, bem como a ausência da presença do Estado nas áreas, a falta de regularização fundiária e de infra- estrutura, recursos humanos e financeiros do poder público, articulação local, nacional e internacional e a pesquisa científica na UC. Os temas são transversais, à medida que trabalharmos um, e o outro assunto estiver intimamente ligado, será também inserido na discussão, para se obter uma conclusão geral.

Inicialmente, a organização social, política, econômica e jurídica das populações locais é o ponto de partida para análise da aplicabilidade e efetividade da norma jurídica pertinente à RDS. A organização incide no fato das populações locais se agruparem em torno de objetivos comuns, estabelecendo relações sociais e responsabilidades políticas. Para alcançar determinadas metas, o grupo precisa se enquadrar em uma estrutura jurídica, o caso, por exemplo, da Associação de moradores ou Associação comunitária. Neste rumo, as comunidades conforme definição de Lima & Alencar (2002), nas áreas de Reserva, tem um papel fundamental, visto que elas são consideradas o núcleo social e político que influenciam diretamente os residentes da área. Portanto, é imprescindível que as comunidades sejam mobilizadas e organizadas socialmente, politicamente e juridicamente, para colaborarem na construção do novo paradigma de desenvolvimento sustentável adequado à realidade amazônica. Ser sócio de uma Associação, ou cooperado de uma Cooperativa, pode representar uma alternativa econômica para moradores da Reserva. Através desta organização poderão ser facilitadas algumas questões, por exemplo, a comercialização de produtos ou subprodutos explotados sustentavelmente das Reservas, bem como a articulação para o seu respectivo

escoamento. A organização social ou jurídica não é a única maneira de ser inserido na relação com as instituições, em especial com os órgãos ambientais, também são consideradas importantes às iniciativas individuais. Todavia, a aglutinação de moradores em uma organização significa concentração de força e poder, e repercute em maior visibilidade e representatividade política do grupo social. O problema referente à organização é a falta de motivação e de articulação dos atores sociais, que leva ao enfraquecimento do grupo social, e repercute na participação dos respectivos atores.

A participação, na maioria das vezes, impulsiona o surgimento de uma organização social e esta, por sua vez, favorece e propicia o exercício da cidadania, assim como a concretização na realidade de direitos declarados nas normas jurídicas. No caso de participação na criação, implementação e gestão de UCs, podemos denominar de cidadania ambiental. Isso não significa redução no conceito de cidadania, mas representa um enfoque centralizado nas questões ambientais, somadas ao conteúdo civil, político, social, econômico, educacional e existencial, referentes ao termo cidadania, que implica em criação de espaços sociais onde os indivíduos, no caso das UCs, moradores e usuários devem atuar como sujeitos construtores de sua história, instituições e normas que prescrevam condutas condizentes aos seus anseios e necessidades. Para isso, necessariamente precisam ser reconhecidos como sujeito de direitos, que juridicamente é papel do Estado. No entanto, pela sua ineficiência, e, por vezes, ausência na infra-estrutura física proposta e nos serviços prestados em determinados lugares acaba, em muitas situações não cumprindo com a sua função.

A participação pode ensejar na transformação daquelas situações, fazendo com que o Estado reconheça o sujeito e seus direitos. A participação dos moradores e usuários de uma determinada UC é se pautar nesta ótica em haja o envolvimento dos indivíduos no processo democrático de construção de sua própria história, e na proteção dos recursos ambientais. Ela deve ser propiciada, garantida e fomentada, pelo Poder Público, para que todos possam ter o

direito de participar sobre as questões pertinentes ao meio ambiente, principalmente por afetar diretamente a vida das populações locais. Deve também partir do pressuposto que qualquer um dos componentes das populações locais possam se manifestar, discutindo e analisando aquilo que é mais adequado à situação da região. Não decorre pelo simples fato de que os indivíduos daquela localidade são mais importantes, ou diferentes dos outros que não se encontram naquela condição. Provem da própria relação do homem - natureza, pelo individuo morar e retirar a sua subsistência dos recursos naturais naquela área. Por outro lado, não impede que os demais membros da sociedade participem, mas que considerem o fato de que a população local, devido à sua relação com o meio ambiente, e por estar no local recomendado para a criação de UC, ao determinar sua aceitação ou não da criação, ou escolher o tipo da UC, vai se submeter a restrições que os demais não irão sofrer na mesma medida.

Participar é fazer parte de algo ou tomar parte de alguma coisa. Portanto, os habitantes locais precisam tomar parte dos fatos, se há proposta do poder público para criar unidade de conservação naquela área, o que quer dizer isso, no sentido mais simplório do termo, o que é realmente uma UC, quais são as implicações de uma unidade de conservação e a mudança na vida dos moradores e usuários dos recursos naturais daquela localidade, entre outros fatores. Isto precisa estar claro para o habitante local, para ele poder fazer parte do processo e assegurar que a criação da unidade de conservação não seja apenas uma norma prevista no papel. Este fazer parte no processo de criação é estar envolvido nas discussões sobre a temática, e colaborar nas decisões que serão delineadas para aquela localidade. Isso não deve terminar aí. A participação é um processo contínuo, apenas é iniciada no processo de criação, também deverá permanecer na implementação e gestão da unidade de conservação, sendo um termômetro em relação aos passos e decisões que estão sendo aplicados naquela localidade. Termômetro porque a participação indicará pelas discussões, se o que está sendo feito na UC está ou não em consonância com as necessidades e realidade do local.

A participação envolve querer, saber e poder. O querer é delineado pela vontade em fazer parte de algo, em construir algo não somente para si, mas também para os demais. O saber perpassa pelo o que é e como participar. Participar não é algo que o indivíduo nasce sabendo; precisa ser apreendido e fomentado para ter concretude. O poder consiste na possibilidade de estar presente nas ocasiões que a participação faz-se necessária. A viabilidade da participação vai além do querer individual, perpassa também pela infra- estrutura em propiciar o participar. Essas dificuldades poderão ser resolvidas com o apoio das instituições governamentais e até de organismos não governamentais, se este último estiver responsável pela gestão da Reserva. Neste sentido, estão inseridas as dificuldades oriundas das condições sócio-econômicas de uma determinada comunidade. Por exemplo, participar de assembléias na Reserva significa um custo social e econômico. É deixar a sua família. É deixar de produzir seus bens, é ter recursos financeiros para o transporte etc. para se locomover até o local do evento. Assegurar a participação é papel do Estado e da sociedade, principalmente daquela instituição, através de normas jurídicas como é o caso da RDS, que inclusive garante a gestão participativa.

A gestão participativa é a parceria entre órgão ambiental, organização não governamental, comunitários e usuários para colaborarem na administração das atividades e recursos ambientais da Reserva. A sociedade, aliás, passando deste contexto macro para um micro, a comunidade, ou seja, os residentes e usuários de UC, devem assegurar a sua participação, ocupando os espaços públicos e pressionando também para que a administração dos recursos ambientais seja pautada na transparência. Assim, a participação não tem somente o condão de ser legitimadora dos atos da administração pública, também incide nos rumos e forma de atuação do poder público.

A partir destas proposições, podemos tirar algumas conclusões. O papel do direito é garantir a participação da sociedade nas questões ambientais, em relação à RDS; isto está

assegurado no rol dos seus dispositivos. A garantia desse direito não deve apenas constar no plano jurídico, ou seja, a sua previsão na norma jurídica. Ela precisa ser acompanhada de instrumentos que dêem suporte fático e propicie a sua realização. Dessa forma, será possível alcançar efetividade da norma jurídica pertinente à participação da população local na RDS, para que de fato seja vivenciado este elemento na criação, implementação e gerenciamento da UC. E não somente como cumprimento a um requisito legal, ou para dar legitimidade ao ato. Deve buscar realizar o objetivo central da norma jurídica, que neste caso quer ser moldada a realidade dos seus destinatários, que vão dizer se querem ou não a UC, como deverá ser implementada e gerenciada, quais são as necessidades e anseios da população local.

Outro elemento que compromete a efetividade da legislação da RDS é a regularização fundiária, considerada um entrave no desenvolvimento do Brasil, em especial na Amazônia, devido às suas condições geomorfológicas. Por exemplo, a área de várzea, que implica em debates sobre a natureza jurídica e competência para tratar a questão.

A literatura aponta a regularização fundiária como um problema que se repete nas unidades de conservação. No Amazonas, além das questões teóricas que envolvem a regularização fundiária, conforme exemplificado acima, ainda temos o de natureza prática, que é a dificuldade em obter dados sobre a situação fundiária, a falta de recursos humanos e financeiros nos órgãos competentes, para a realização de suas atribuições.

Podemos apontar outros problemas decorrentes da temática, como a questão da desapropriação, da indenização, das ações discriminatórias, do contrato de concessão de direito real de uso, entre outras.

A legislação estabelece que a RDS seja de domínio público. Todavia, prevê a desapropriação de áreas particulares em seu interior, quando for necessário. Neste sentido, deverá ser verificado se o uso da propriedade particular nos limites da Reserva não irá colidir com o objetivo da exploração sustentável dos recursos ambientais, identificando essa

possibilidade, o caminho é a desapropriação da área particular. Na tentativa de evitar este problema nas novas RDS, o governo do Amazonas, como mencionado anteriormente, vem determinando nos decretos de criação que ficam excluídas as possíveis propriedades privadas nas Reservas. Esta atitude também pode nos indicar a ausência de um estudo anterior à criação da Reserva, que versa sobre a situação fundiária da área, que estabelece a possibilidade de existir propriedade privada, ou que seja comprovada a titularidade da área.

A atual política governamental no Amazonas utiliza a unidade de conservação, como instrumento para proteção ambiental, inclusão social e regularização fundiária. O Instituto de Terras do Estado do Amazonas ITEAM, representado por seu secretário, declarou o início da realização de contratos de concessão de direito real de uso em algumas unidades de conservação. É o exemplo da Floresta Estadual de Maués. Ademais, vale ressaltar que há 14 anos aquele órgão não emitia documentos referentes à regularização fundiária no Estado. A falta do contrato de concessão de direito real de uso (CRDU) é uma realidade que abrange a maioria das UCs, conforme identificação dos seus moradores e usuários, na primeira parte do trabalho.

Em 2005, o governo do Amazonas assinou um convênio com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA para fazer, em parceria, levantamentos fundiários em algumas localidades do Estado, regularização das terras e projetos direcionados as RDS Cujubim, RDS Piagaçu-Purus, RDS Amapá, RDS Uacari e demais áreas que não são unidades de conservação.

A parceria entre órgão federal e estadual, com a finalidade de regularizar as áreas, por vezes gera conflitos institucionais, segundo os moradores das Reservas, porque um órgão, ao realizar atividades na área, não leva em consideração às ações iniciadas pelo outro. Esta conduta pode ser resultante das operações organizadas por estes órgãos no estilo mutirão, para atendimento à comunidade de maneira esporádica, sem uma política de continuidade desses

trabalhos. Ademais, a luta para obtenção de documentos da terra é marcada pela ausência dos órgãos competentes nas comunidades ou nas imediações, além da burocracia, que colabora na demora do procedimento administrativo.

Em geral, os ribeirinhos amazônicos não são titulares da área, moram na área e utilizam os recursos ambientais do lugar há gerações, possuindo a posse do imóvel. No entanto, não têm documentos que possam comprovar esse direito. Ademais, ainda há o caso de espaços territoriais que são comuns aos ribeirinhos, caracterizando a chamada propriedade comum, descrita por Benatti (2002)196 como posse agroecológica.

A falta de documentação de terra impossibilita que os moradores da área possam obter financiamento de créditos, incentivos agrícolas, a fazer plano de uso, manejo florestal, participar de projetos na área de bioprospecção etc. Obter o documento legal é garantir o direito à terra, impedir invasão e grilagem em suas áreas.

O caminho para solucionar estas situações e garanti-las é elaborar uma política agrária adequada às peculiaridades da Amazônia, levando em consideração as demandas da população local.

Por fim, um dos problemas do segundo grupo de populações tradicionais e órgãos ambientais é a fiscalização. A atuação fiscalizadora pertence a dois grupos, o institucional, representado por órgãos ambientais competentes como IBAMA, IPAAM, SEDEMAT e SEDEMA e pelos moradores e usuários da Reserva, com a denominação de agentes ambientais voluntários.

A fiscalização está relacionada a diversos fatores. Um deles é o econômico, que repercute na regularidade desta atividade, ou provoca a sua ausência, decorrente da falta de recursos financeiros destinados, por exemplo, à compra de diesel, de gasolina etc., para utilizar no transporte fluvial ou terrestre, para efeito de realização daquela atividade. Por outro

196

Cf. BENATTI, José Heder. A titularidade da propriedade coletiva e o manejo florestal comunitário. In: Boletim Museu Paraense Emílio Goeldi, 2002.

lado, ainda temos a falta da infra-estrutura; quando tem fiscal, não tem barco, ou está com defeito; é só o casco, não tem motor etc.

Outro fator é a falta de recursos humanos no âmbito institucional e dos atores sociais. No primeiro caso, a insuficiência de servidores públicos para atender às demandas da área demonstra a ausência do poder público, gerando insatisfação entre os moradores e usuários, e contribui na vulnerabilidade da região para a invasão e exploração inadequada dos recursos ambientais. Uma solução seria a promoção de concursos públicos, para preenchimento de cargos com atribuição de fiscalizar e monitorar o meio ambiente.

Tendo em vista essas dificuldades de operacionalização da fiscalização pelo poder público, surgiu a figura dos agentes ambientais voluntários, que são moradores ou usuários da Reserva, participantes do curso de capacitação do IBAMA, com conteúdo de educação ambiental, monitoramento e fiscalização das áreas da UC, inclusive com técnicas de abordagem ao individuo que está utilizando ilegalmente ou irresponsavelmente os recursos ambientais. No final do curso, o agente ambiental voluntário recebe fardamento e credencial do IBAMA, para monitorar a área.

As experiências locais, por exemplo, o projeto Pé-de-Pincha, no município de Terra Santa, no Pará, nos mostra que apesar do esforço da comunidade, em especial dos agentes ambientais voluntários, a falta de infra-estrutura, de recursos financeiros, de reconhecimento jurídico, entre outros, são empecilhos a uma eficiente e efetiva fiscalização e ao monitoramento da área.

Para garantir essa atuação, deveria ser oferecida, em contrapartida, uma contribuição econômica pelo órgão gestor responsável pela administração da Reserva aos agentes ambientais voluntários. A contribuição econômica descaracterizaria o voluntariado. Todavia, poderia ser criado um tipo de trabalhador específico na lei, para atender a esta demanda, com as características do agente ambiental, morador ou usuário da UC etc. Inclusive a construção

desta figura jurídica iria garantir ao agente ambiental voluntário um amparo legal em virtude de sua atuação, e também pelos perigos que enfrenta na realização desta tarefa.

Essa é uma questão extremamente delicada, que precisa ser urgentemente resolvida, visto que a efetividade de uma UC, independente de ser de uso sustentável ou de proteção integral, passa pela fiscalização e o monitoramento da sua biodiversidade. A solução precisa ser jurídica, e abranger os aspectos econômicos e sociais da região.

Outro entrave identificado é a falta de apoio técnico, operacional e financeiro por parte do órgão ambiental, para utilizar os recursos naturais. Isto está intrinsecamente relacionado à atuação do Estado, ou melhor dizendo, a sua inércia. Entrelaçar conhecimentos e técnicas das populações locais à pesquisa científica, utilizando esse conhecimento na proteção dos recursos ambientais e em geração de renda para os moradores, usuários da Reserva e fundos financeiros na implementação de atividades na área, como a RDS Mamirauá vem fazendo nesses anos, é a alternativa para esta dificuldade. Além disso, o estabelecimento de parcerias locais, nacionais e internacionais pelo poder público, ou pelo gestor da RDS, também se mostra como alternativa para captar recursos financeiros, humanos e equipamentos. Para isso, precisa notabilizar a Reserva, divulgando as ações existentes de proteção ambiental, seus produtos e serviços, aliados à implementação de políticas públicas ambientais direcionada a população local e aos produtos, subprodutos e serviços ambientais. Enfim, fatores indicados como problemas, na verdade, são alternativas de soluções que, bem aplicadas, poderão reverter o quadro de dificuldades existentes que afeta a efetividade da Reserva.

Como ressaltamos anteriormente, estes itens, apesar de fazerem parte dos problemas identificados na realidade, no caso da RDS Piranha, necessariamente não significa que ecoará nas demais Reservas, e poderá ser aplicado como eventuais soluções. Naquele caso específico, aquelas dificuldades correspondem à falta de prioridade e visibilidade da política do governo local e seus agentes, e o fato do município ser o gestor da Reserva acaba por

desfavorecer a situação, por não possuir uma infra-estrutura adequada, recursos humanos e financeiros em proporção mais significativa do que a estrutura oferecida pelo poder público estadual. Atualmente, a articulação entre municipalidade e Estado está sendo realizada pela SEDEMAT, na tentativa de que a proposta daquela RDS seja de fato concretizada naquela região. Inclusive o plano de manejo está sendo novamente elaborado, agora, pela SDS, cujo os primeiros dados foram, inclusive, coletados e ainda serão analisados. Portanto, nem todas as dificuldades levantadas podem ser consideradas realmente como problemas. Elas podem ser possíveis soluções, que dependem do esforço e prioridade do poder público e da pressão social, que poderá ser feita por meio da participação da população local.

Diante do exposto, podemos afirmar que a realidade retratadas pelas experiências da RDS Mamirauá e RDS Piranha, bem como a legislação referente a RDS, afetam e também prejudicam a aplicabilidade e efetividade da norma jurídica sobre RDS por várias questões, que não são apenas de cunho jurídico. Como vimos no decorrer do capítulo, os outros aspectos têm repercussão jurídica, como é o caso da questão econômica relacionada à fiscalização, implicando na concretude da norma jurídica. Na aplicabilidade da norma jurídica, deve ser levado em consideração o contexto social, político, econômico, cultural e ambiental da população local, buscando adequá-la àquela situação. Essa conduta poderá resultar na modificação da lei, como aconteceu no caso da RDS Mamirauá, que surgiu em decorrência da realidade local. Isto no sentido de aprimorar a legislação, para que certamente seja o reflexo da realidade do Estado do Amazonas, e para ser observada por todos: poder público e indivíduo. Estes são elementos essenciais na aplicabilidade e efetividade da norma jurídica. Não existe norma jurídica com aplicabilidade e efetividade, sem a atuação eficaz e eficiente do poder público e da participação popular. Dessa maneira, a lei por si só não é suficiente para equacionar determinados problemas específicos de uma região, tendo em vista suas dificuldades em ser aplicada e efetivada. Todavia, é um caminho para ser trilhado em

busca das finalidades a serem alcançadas, a proteção dos recursos naturais e a melhoria de qualidade de vida das populações locais.

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