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Destarte que o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região possui posicionamento divergente quanto á matéria de responsabilidade, ou seja, ora adota a responsabilidade objetiva ora a subjetiva, portanto cabe uma análise mais minuciosa das decisões proferidas nesse Tribunal.

Em consonância com a responsabilização objetiva do empregador se infere o julgado abaixo:

ACIDENTE DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO EMPREGADOR. POSSIBILIDADE. Qualquer direito integrante do rol do art. 7º pode ser alterado pelo legislador constitucional ou ordinário desde que implique melhoria da condição social dos trabalhadores. Assim sendo, não se sustenta a tese de que a responsabilidade civil objetiva (parágrafo único do art. 927 do Código Civil) não se aplica aos acidentes de trabalho por força da responsabilidade subjetiva prevista no art. 7º, inc. XXVIII, da Carta Magna. Em verdade, está ultrapassada a interpretação literal dessa disposição constitucional, no sentido de que nos acidentes de trabalho a responsabilidade civil do empregador é sempre subjetiva. 317

Ainda neste sentido pronunciou o Tribunal da 12ª Região:

ACIDENTE DO TRABALHO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO EMPREGADOR. RISCO CRIADO PELA NATUREZA DA ATIVIDADE EMPRESARIAL. Em hipóteses específicas em que há risco inerente à atividade empresarial, deve ser reconhecida a responsabilidade objetiva do causador do dano. A regra contida no art. 7º, XXVIII, da Constituição Federal, que atribui ao empregador o dever de indenizar dano decorrente de acidente de trabalho na hipótese de dolo ou culpa, não exclui a possibilidade da reparação civil, independentemente de culpa, "quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua

315 OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Indenizações por acidente do trabalho ou doença

ocupacional. 4. ed. rev, e ampl. São Paulo: LTr, 2008, p. 105.

316 TARTUCE, Flávio. Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. 3. ed. São Paulo: Método, 2008, p. 466.

317 BRASIL. Tribunal do Trabalho da 12. Região. Recurso Ordinário n°04775-2006-016-12-00-8. 1. Turma. Relator Juiz Jorge Luiz Volpato, DJ. 11 nov. 2008. Disponível em: <http: //www. trt12. jus. br/doe/visualizarDocumento.do?acao=doc& acordao=true&id=65126>. Acesso em: 11 maio 2009.

natureza, risco para os direitos de outrem", conforme a previsão do art. 927, parágrafo único, do Código Civil.318

Indo em sentido contrário o Tribunal Regional do Trabalho já entendeu como inaplicável a Responsabilidade objetiva conforme transcrito:

Ementa: RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO EMPREGADOR. ART. 927 DO CÓDIGO CIVIL. INAPLICABILIDADE. O conteúdo do art. 7º, XXVIII, da CRFB prevê a indenização em acidente de trabalho somente quando incorrer o empregador em dolo ou culpa, o que torna inaplicável ao Processo do Trabalho a teoria da responsabilidade objetiva, prevista no art. 927 do Código Civil. Dessa forma, torna-se imprescindível a análise da existência de nexo causal entre a lesão ocorrida e a conduta do empregador.319

No mesmo sentido, cita-se o julgamento preferido pela 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, a seguir transcrito.

RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO EMPREGADOR. ART. 927 DO CÓDIGO CIVIL. INAPLICABILIDADE. O conteúdo do art. 7º, XXVIII, da CRFB prevê a indenização em acidente de trabalho somente quando incorrer o empregador em dolo ou culpa, o que torna inaplicável ao Processo do Trabalho a teoria da responsabilidade objetiva, prevista no art. 927 do Código Civil. Dessa forma, torna-se imprescindível a análise da existência de nexo causal entre a lesão ocorrida e a conduta do empregador.

Não obstante ressalta-se que o Tribunal do Trabalho da 12ª Região já adotou a responsabilidade subjetiva no caso de acidente do trabalho:

INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DO TRABALHO. RESPONSABILIDDE SUBJETIVA. O direito à indenização em face de acidente do trabalho funda- se na responsabilidade subjetiva do empregador. Sem prova cabal e convincente da sua conduta ilícita, não há respaldo para a reparação pecuniária pretendida pelo trabalhador.320

Sobe o entendimento supramencionado registra-se o seguinte posicionamento:

ACIDENTE DO TRABALHO. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO EMPREGADOR. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE CULPA. INDENIZAÇÃO INDEVIDA. A responsabilidade do empregador quanto ao acidente de trabalho sofrido por empregado seu é subjetiva, nos termos do art. 7º, XXVIII, da Carta Magna, razão pela qual, uma vez não demonstrada

318 BRASIL. Tribunal do Trabalho da 12. Região. Recurso Ordinário n° 00810-2006-040-12-00-3. 1. Turma. Relator Juiz Águeda Maria L. Pereira, Turma, DJ 06 mar. 2008. Disponível em: <http://www2.trt12.gov.br/acordaos/2007/6/06308_ 2007.pdf> Acesso em: 11 maio 2009.

319 BRASIL. Tribunal do Trabalho da 12. Região. Recurso Ordinário n. O3140-2006-005-12-00-0. 2. Turma. Relatora Juiza Sandra Márcia Wambier, DJ 28 set. 2007. Disponível em: <http: //trtapl3. trt12. gov. br/csmj/2007/RO03140-2006-005-12-00-0. rtf>. Acesso em: 11 maio 2009.

320

BRASIL. Tribunal Regional do Trabalho da 12. Região. Recurso Ordinário n. 02578-2006-053-12-

00-4. 2. Turma. Relatora Juiza Maria Aparecido Caitano. DJ 18 mar. 2009. Disponível em:

<http://www.trt12.jus.br/doe/visualizarDocumento. do?acao=doc&acordao=true&id=73718>. Acesso em: 11 maio 2009.

a sua culpa quanto ao ocorrido, não há exigir-lhe indenização, a qualquer título, pelos danos sofridos pelo obreiro.321

Após a análise das jurisprudências do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região tem-se que o entendimento é no sentido de que a responsabilidade civil do empregador no caso de acidente do trabalho é subjetiva, porém já deram alguns passos no sentido de reconhecer a aplicação da responsabilidade objetiva prevista no art. 927, parágrafo único do Código Civil de 2002.

O Tribunal Superior Trabalho também já se posicionou a respeito da teoria objetiva como transcrito a seguir:

RECURSO DE REVISTA - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - ACIDENTE DE TRÂNSITO DE EMPREGADO NA CONDUÇÃO DE MOTOCICLETA - ENTREGA DE ALIMENTOS EM DOMICÍLIO - INEXISTÊNCIA DE CULPA OU DOLO DA RECLAMADA - RESPONSABILIDADE OBJETIVA - INAPLICABILIDADE - CF, ART. 7º, XXVIII. 1. Para a existência do dever de reparar o dano causado, alguns pressupostos devem estar presentes, sem os quais o próprio instituto da responsabilidade não pode subsistir, quais sejam, o dano experimentado pelo ofendido, a ação ou a omissão do causador, o nexo de causalidade e a culpa ou o dolo. Trata-se do estabelecimento do nexo causal entre lesão e conduta omissiva ou comissiva do empregador, sabendo-se que o direito trabalhista brasileiro alberga tão-somente a teoria da responsabilidade subjetiva, derivada de culpa ou dolo do agente da lesão em matéria trabalhista (CF, art. 7º, XXVIII). 2. - In casu-, o Regional condenou a Reclamada ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00, sob o fundamento de que a responsabilização da Empregadora seria objetiva, pois o Reclamante desempenhava atividade de altíssimo grau de risco, consistente na condução de motocicleta em centro urbano, para entrega de alimentos em domicílio. Conforme consignou o próprio Regional, verificou-se que o acidente de trânsito ocorrido durante o período de trabalho do Empregado não decorreu de ato culposo ou doloso atribuível à Empregadora, mas de fato relacionado a terceiro, sobre o qual, inclusive, recaiu condenação em indenização na esfera cível. 3. Se, por um lado, a norma civil não alcança a esfera trabalhista, iluminada pelo comando constitucional do art. 7º, XXVIII, por outro, nenhuma atividade laboral está infensa a riscos de acidente (no próprio dizer de Guimarães Rosa, em sua epopeia - Grande Sertão: Veredas-, -viver é muito perigoso-), mas a CLT somente admite o adicional de periculosidade para as atividades de risco acentuado, ínsito ao manuseio de explosivos, inflamáveis (art. 193) e energia elétrica (Lei 7.369/85, art. 1º), o que descartaria, em tese, a invocação da responsabilidade objetiva por risco em relação ao setor de entrega de alimentos em domicílio. 4. Assim, não há como se atribuir responsabilidade à Empregadora pelos danos morais decorrentes de acidente de trabalho sofrido pelo Reclamante apenas considerando a teoria

321

BRASIL. Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região. Recurso Ordinário n. 02913-2007-009-

12-00-7. 3. Turma. Relator Juiz Gracio R. B. Petrone. DJ 20 abr. 2009. Disponível em:

<http://www.trt12.jus.br/doe/visualizarDocumento. do?acao=doc&acordao=true&id=70476>. Acesso em: 11 maio 2009.

da responsabilidade objetiva. Recurso de revista parcialmente conhecido e provido.322

Corroborando com a teoria objetiva o Tribunal Superior do Trabalho (TST) já se posicionou:

RECURSO DE REVISTA - DANOS PROVENIENTES DE ACIDENTE DO TRABALHO - RESPONSABILIDADE SUBJETIVA VERSUS

RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO EMPREGADOR DE QUE TRATA O ARTIGO 7º, INCISO XXVII, DA CONSTITUIÇÃO EM DETRIMENTO DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA CONSAGRADA NO PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 927 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002 - SUPREMACIA DA NORMA CONSTITUCIONAL - INAPLICABILIDADE DA REGRA DE DIREITO INTERTEMPORAL DO PARÁGRAFO 1º DO ARTIGO 2º DA LICC. I - É sabido que o acidente de trabalho e a moléstia profissional são infortúnios intimamente relacionados ao contrato de emprego e, por isso, só os empregados é que têm direito aos benefícios acidentários, daí ser impondo a conclusão de a indenização prevista no artigo 7º, inciso XXVIII, da Constituição se caracterizar como direito genuinamente trabalhista. II- Essa conclusão não é infirmável pela versão de a indenização prevista na norma constitucional achar-se vinculada à responsabilidade civil do empregador. Isso nem tanto pela evidência de ela reportar-se, na realidade, ao artigo 7º, inciso XXVIII, da Constituição, mas, sobretudo, pela constatação de a pretensão indenizatória provir não da culpa aquiliana, mas da culpa contratual do empregador, extraída da não-observância dos deveres contidos no artigo 157 da CLT. III - Sendo assim, havendo previsão na Carta da República sobre o direito à indenização por danos material e moral, provenientes de infortúnios do trabalho, na qual se adotou a teoria da responsabilidade subjetiva do empregador, não cabe trazer à colação a responsabilidade objetiva de que trata o parágrafo único do artigo 927 do Código Civil de 2002. IV - Isso em virtude da supremacia da norma constitucional, ainda que oriunda do Poder Constituinte Derivado, sobre a norma infraconstitucional, segundo se constata do artigo 59 da Constituição, pelo que não se pode absolutamente cogitar da revogação do artigo 7º, inciso XXVIII, da Constituição, a partir da superveniência da norma do parágrafo único do artigo 927 do Código Civil de 2002, não se aplicando, evidentemente, a regra de Direito Intertemporal do parágrafo 1º do artigo 2º da LICC. V - Recurso conhecido e provido.323

Conquanto destarte que o Tribunal Superior do Trabalho já adotou a responsabilidade subjetiva no caso de acidente do trabalho, transcrito abaixo:

RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇAO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. DOENÇA PROFISSIONAL. APLICABILIDADE DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. REQUISITOS. Para a existência do dever de reparar o dano causado, alguns pressupostos devem estar

322

BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de Revista n. 3. 336/2006-019-09-00. 3. 7. Turma. Relator Ministro Ives Gandra Martins Filho, DEJT 24 abr. 2009. Disponível em: <http://aplicacao.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=printInteiroTeor&format=html& highlight=true&numeroFormatado=RR%20-%203336/2006-019-09-

0.3&voBase.name=acordao&rowid=AAAdFEAAwAAAAYxAAN&dataPublicacao=24/04/2009&query =responsabilidade%20objetiva%20do %20empregador>. Acesso em: 11 maio 2009.

323 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de Revista n°1643/2005-771-04-00.6. 4. Turma. Relator Ministro Antônio José de Barros, DEJT 17 abr. 2009. Disponível em: <http://aplicacao.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=printInteiroTeor&format=html& highlight=true&numeroFormatado=RR%20-%201643/2005-771-04-00.6&voBase.name=acordao &rowid=AAAdFEAAvAAAAa4AAP&dataPublicacao=17/04/2009&query=responsabilidade%20objeti va%20do%20empregador>. Acesso em: 10 fev. 2009.

presentes, sem os quais o próprio instituto da responsabilidade não pode subsistir, quais sejam, o dano experimentado pelo ofendido, a ação ou a omissão do causador, o nexo de causalidade e a culpa ou o dolo. No presente caso, do contexto fático-probatório dos autos, o Egrégio TRT da 3ª Região concluiu que não restou evidenciada a culpa do Banco-reclamando pela doença incapacitante da recorrente. Não merecer qualquer reparo a v. decisão recorrida na medida em que afigura-se-me correta a adoção da teoria da responsabilidade subjetiva do empregador, submetendo o caso concreto à verificação da existência da culpa ou do dolo na conduta patronal a título de reparação do dano, o que, no caso não restou demonstrada. Recurso de revista conhecido e desprovido.324

A atual codificação privada continua adotando como regra geral a necessidade do elemento culpa para fazer surgir a responsabilidade civil e o conseqüente dever de indenizar (responsabilidade subjetiva). 325

Por fim, salienta-se que o Código Civil de 2002 mantém-se fiel á aplicação da responsabilidade subjetiva em caso de acidente do trabalho, porém alguns passos no sentido de reconhecer a aplicação da teoria objetiva prevista no art. 927, parágrafo único, do Código Civil vem se firmando cada vez mais no ordenamento jurídico, fixados na lei ou em razão da atividade de risco. 326

324 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de Revista n. 659/2001-068-03-00. 2. Turma Relator Ministro José Simpliciano Fontes de F. Fernandes, DEJT 08 maio 2009. Disponível em: <http://aplicacao.tst.jus.br/consultaunificada2/inteiroTeor.do?action=printInteiroTeor&format=html& highlight=true&numeroFormatado= RR%20-%20659/2001-068-03- 00.3&voBase.name=acordao&rowid=AAAdFEAAxA AAAXDAAB&dataPublicacao

=08/05/2009&query=responsabilidade%20subjetiva)>. Acesso em: 10 fev. 2009. 325

TARTUCE, Flávio. Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. 3. ed. São Paulo: Método, 2008, p. 453.

326 TARTUCE, Flávio. Direito civil: direito das obrigações e responsabilidade civil. 3. ed. São Paulo: Método, 2008, p. 465.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme estudado, o acidente do trabalho é todo evento danoso que ocorre no desempenho do trabalho, que provoca lesão corporal, ou pertubação funcional que acarrete em morte ou redução temporária ou permanente da capacidade para o trabalho.

Deste evento danoso resulta o dever de reparação por aquele que pratica o ato ilícito e na relação de trabalho geralmente é o trabalhador que sofre o dano, portanto será o empregador o responsável pelas circunstâncias que repercutem nas esferas pessoal, patrimonial ou até moral do trabalhador.

A referida responsabilização encontra-se consagrada no ordenamento jurídico na Constituição Federal de 1988, nos arts. 5°, V e X, e 7°, XXVIII, sendo também prevista nos arts. 186 e 927, parágrafo único do Código Civil.

A Consolidação das Leis Trabalhistas abarcou a responsabilização do empregador nos arts. 482, ”k” e 483, “e”, obrigando o empregador a reparar o dano causado ao empregado.

Nesse passo, mereceu importante destaque a discussão sobre qual o tipo de responsabilização do empregador decorrente de dano moral no acidente do trabalho,pois o ordenamento jurídico brasileiro adota a responsabilidade subjetiva na Carta Magna e a responsabilidade objetiva no Código Civil em caso de acidente do trabalho.

Diante de tal paradigma e aliados nos reflexos no sistema jurídico brasileiro que tal polêmica gera, a doutrina procurou fundamentar esse dever de reparação concebendo várias teorias, pois até então o dever de reparação somente tinha como embasamento o elemento culpa.

O impacto que a nova regra de aplicação da responsabilidade objetiva no atual Código Civil, prevista no art. 927, parágrafo único, constituiu uma celeuma doutrinária a respeito da responsabilidade civil do empregador, dividindo os posicionamentos em relação à inovação apresentada pelo Código Civil de 2002.

Parte dos estudiosos do direito rumou no sentido de manter-se fiel a regra da responsabilidade subjetiva por acreditar que há previsão na Constituição Federal de 1988 sobre os direitos indenização por danos material e moral provenientes do infortúnio, assim o Código Civil ao inovar em seu texto legislativo entrou em choque

com a Lei maior, a Constituição Federal, portanto deverá prevalecer as disposições da Constituição Federal de 1988 em razão da supremacia da norma constitucional sobre a norma infraconstitucional.

Posição sabidamente divergente, fortemente sustentável no fato que a complexidade da vida atual acaba por deixar vários acidentes ou danos sem reparação, uma vez que a vítima não conseguia provar o elemento subjetivo da culpa do empregador que a teoria da responsabilidade objetiva ganha espaço no cenário legislativo brasileiro.

Os defensores da responsabilidade objetiva com intuito de atender as hipóteses em que a prova da culpa tornava-se insuficiente para o cabimento da responsabilização do empregador, procurou viabilizar a indenização do prejuízo sofrido através da aplicação da teoria objetiva que consiste na responsabilização do empregador pelos danos que venham a causar sem que o empregado tenha ônus da prova do ato ilícito, preponderando apenas a comprovação do dano e do nexo causal entre atividade laboral e o infortúnio.

Por fim, é imperioso ressaltar a questão da responsabilidade civil do empregador suscita fundadas controvérsias, formando duas correntes de entendimentos acerca da aplicação do parágrafo único do art. 927 do Código Civil que somente o tempo e a força criativa da jurisprudência poderá apontar qual a responsabilidade a ser aplicada ao empregador em infortúnios do trabalho.

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