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Posicionamento em relação à percepção da paisagem – avenida Sol Poente

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.3 Caracterização sócio ocupacional da população entrevistada

5.3.2 Posicionamento em relação à percepção da paisagem – avenida Sol Poente

O segundo bloco de questões visou a compreender a influência da percepção dos moradores da área de ocupação irregular, com a paisagem. São descritas as respostas dos entrevistados sobre a percepção do seu espaço, os problemas enfrentados pelos moradores no seu dia a dia e a forma como isso interfere na paisagem.

Ao perguntar sobre o motivo que os levou a morar na vila Lorenzi, as respostas foram as mais variadas como sair da casa dos parentes, sair do aluguel, ter a casa própria ou estar mais próximos do emprego. A partir de suas respostas, observou-se que as pessoas buscam uma moradia própria, embora esses espaços não possuam as condições ideais.

Os pontos positivos, descritos pelos moradores da vila Lorenzi, correspondem a um lugar calmo, tranquilo e ao bom relacionamento entre os vizinhos. Alegam a segurança como um item importante, já receberam propostas de compra de suas casas, mas alegam que não saem da vila Lorenzi, pois podem trabalhar e deixar seus filhos sozinhos que os vizinhos reparam. Segundo relato dos moradores, a vila já foi mais violenta, mas hoje é tranquila. A maioria dos entrevistados não se imagina morando em outro lugar, gosta e sente-se acolhido. Com isso, nota-se que a percepção dos moradores é uma relação de pertencimento, embora tenham um tempo curto de vivência no lugar.

Em relação aos pontos negativos de morar na vila Lorenzi, 28% elencam a falta de calçamento na avenida Sol Poente e, por isso, o ônibus não passa no local; 28%, o problema da inundação, 16%, a falta de emprego nas proximidades, 16%, falta de áreas de lazer para as crianças e, 12%, tudo de que necessitam é distante. A questão

mais preocupante é a falta de oportunidade de emprego, pois 44% dos moradores possuem idade para estar no mercado de trabalho.

A Avenida Sol Poente, está localizada numa área de declividade média, em torno de 5% a 12%, a qual uma moradora expressa como ponto negativo, pois a água da chuva, que escoa por gravidade, alaga sua residência e, devido a tal situação, já teve que ficar longe de casa durante uma semana com medo de ficar doente.

As enchentes que ocorrem em épocas de chuvas abundantes é um problema muito sério para alguns moradores, pois três relataram que já perderam tudo devido à inundação de suas casas, ocorrida no dia 08 de outubro de 2015, pela madrugada (por volta das 3 horas) quando alguns moradores tiveram que abandonar a casa e voltar três dias depois, quando a água baixou.

Ao considerar a questão sobre o que deveria ser feito para melhorar as condições de vida da população da vila Lorenzi, os moradores relataram soluções diversas, tais como a melhoria das ruas para que o ônibus passe na avenida, a limpeza do arroio Cadena, pois acreditam que sofrem devido ao lixo do arroio. Também gostariam de que os moradores fossem mais unidos para reivindicar melhorias na vila e o investimento em cursos profissionalizantes para qualificar os jovens da comunidade.

Na pergunta sobre a satisfação com a qualidade ambiental da vila Lorenzi, 76% responderam que não estão satisfeitos. Com a construção da avenida Sol Poente, um vereador esteve na rua e plantou árvores, mas os próprios moradores não cuidaram e elas não se desenvolveram. Eles alegam que, por falta de área de lazer, a gurizada joga bola nos canteiros, quebrando as mudas.

Outro problema ambiental relatado é a quantidade de sucata que está em frente a uma casa (figura 22), numa área de inundação, e que o morador vendeu a casa e deixou o material por lá. Os moradores, próximos ao local, temem pela proliferação de mosquitos, devido à água parada nas latarias. Somente 24% da população está satisfeita com a qualidade ambiental da vila Lorenzi, pois cuida e faz o possível para manter a limpeza de seus pátios e a frente de suas casas.

A população reconhece que a responsabilidade de manter a qualidade ambiental da vila Lorenzi é dos próprios moradores, principalmente a questão do lixo

(armazenamento, recolhimento), mas reconhece que o Poder Público deve fazer a sua parte, verificando as reais necessidades da vila Lorenzi.

Fonte: Trabalho de campo - 2016 Org.: SCALAMATO, A.T.

Quanto aos problemas do lugar, 40% da população relatou que é o processo de inundação, 12%, o lançamento de esgoto nos fundos das residências, falta de saneamento básico; 36% elencaram, como principal problema, o lixo que pode entupir as bocas de lobo, devido ao seu acúmulo (figura 23) e, com as chuvas, o esgoto transborda e, 12%, animais abandonados (cachorros) que rasgam os sacos de lixo, pois, muitas vezes, é depositado antes do caminhão passar.

Fonte: Trabalho de campo - 2016 Org.: SCALAMATO, A.T.

Sobre a melhoria da paisagem da vila Lorenzi, 48% elencaram que o plantio de árvores iria tornar o lugar bonito e agradável, 24%, a pavimentação das ruas, assim, o ônibus poderia passar na comunidade e as ruas não iriam ficar cheias de buracos, 20%, iluminação pública e 8% responderam que, para melhorar a paisagem, seria necessário o recolhimento do lixo na frente das casas ou os depósitos nos dias e horários corretos.

Na questão sobre inundação, 60% dos entrevistados responderam que a última inundação que aconteceu na vila Lorenzi atingiu suas casas, devido às chuvas intensas, como as ocorridas nos meses de outubro e tiveram que abandoná-las, abrigando-se na casa de familiares até a água baixar.

Uma das moradoras relatou que ficou 16 dias fora de casa, perdeu tudo e teve que contar com a solidariedade dos vizinhos – sentiu-se “impotente”, pois, quando a água baixou, teve que jogar tudo fora, não deu para aproveitar nada, devido ao cheiro de esgoto que “impregnou” em tudo, até na madeira da casa, principalmente o assoalho de madeira (figura 24 – G e H). Os moradores relataram que não têm medo de saque, mas temem pela saúde.

Fonte: Diário de Santa Maria 09/10/2015 Org.: SCALAMATO, A.T.

Observa-se, assim, que os moradores percebem os problemas com a inundação de suas residências e, na medida do possível, procuram resolver o problema aterrando seus terrenos, como demonstra a figura 25, uma área de colina suave que, devido à inclinação ser menor que 5%, a moradora precisou aterrar sua casa para que a água da chuva não ficasse acumulada em seu pátio.

Fonte: Trabalho de campo - 2016 Org.: SCALAMATO, A.T.

G H

Figura 24 - Casa atingida pela inundação do arroio Cadena

Na questão sobre se estar morando nesse local contribui para a inundação, 44% responderam que não. Os mesmos atribuem à força da natureza, mas associam à grande quantidade de lixo no arroio Cadena, 56% disseram, sim, as pessoas que constroem suas casas em áreas irregulares e uma moradora comenta, “que a natureza tem o seu espaço e as pessoas estão muito próximas e com isso sofrem com a inundação”. A população da área de ocupação percebe que é um agente que contribui para a inundação do local, atribuindo, como principal responsável por esse processo, a grande quantidade do lixo encontrado no arroio Cadena.

A pergunta seguinte foi sobre jogar lixo no arroio Cadena, e 70% responderam que não jogam lixo e uma moradora relatou que, inclusive, já retirou lixo do arroio. 30% responderam que, sim, principalmente na época das inundações. A população muitas vezes não percebe que o lixo lançado por eles ou por moradores a montante pode contribuir para o transbordamento das águas das planícies de inundação.

O terceiro bloco de perguntas sobre o posicionamento em relação ao poder público municipal na vila Lorenzi, 64% dos moradores responderam que é ruim, poucas melhorias são realizadas e que aparecem para ver os problemas da comunidade somente em ano eleitoral. Um morador relatou que, quando ocorreu a enchente de 2015, um vereador apareceu na comunidade, ajudou no que foi possível e, depois, não apareceu mais. 36% disseram que é regular, poderiam aparecer mais vezes e contribuir para as melhorias no bairro.

Percebe-se, com isso, que o poder público é visto pelos moradores da comunidade como um auxiliador dos problemas, mas não como aquele que deveria evitar que tais problemas ocorressem.

No dia 15 de julho de 2016, na realização das entrevistas, uma moradora estava passando nas residências, convidando os moradores para um encontro com um candidato à Prefeitura Municipal de Santa Maria e comentou que, se não aproveitasse aquela oportunidade, depois seria mais difícil.

Na questão sobre se acreditam que a organização das pessoas da comunidade pode contribuir para a melhoria da qualidade ambiental da vila Lorenzi, 92% dos moradores responderam que sim e, como sugestões, propõem não jogar lixo na rua para não entupir as bocas de lobo para não ter problemas com os mosquitos e,

também, a construção de uma área verde. Os 8% não acreditam na organização das pessoas para a melhoria da qualidade ambiental do local.

Questionados sobre a responsabilidade de manter a paisagem, 72% responderam que é coletiva, “Todos devem ter o pensamento coletivo” – “todos devem ter a preocupação de manter a paisagem em harmonia”. E 28% acreditam que a responsabilidade é individual, “Cada um deve fazer a sua parte e o resultado será coletivo”.

A partir desses dados, observa-se que os moradores da avenida Sol Poente já possuem uma infraestrutura necessária para a moradia, restando apenas adequar seus terrenos para que não sofram com as inundações, mas sem provocar uma desarmonia na paisagem.

5.3.3 Ocupação irregular da Portelinha

A ocupação irregular da Portelinha está localizada na porção noroeste da vila Lorenzi e faz divisa com a Estação de Tratamento de Esgoto da Corsan (ETE). Essa comunidade possui, aproximadamente, 80 famílias sendo que 61 famílias têm suas residências construídas na planície de inundação do arroio Cadena, numa altitude de 68 metros a 76 metros, com declividade menor que 5%.

Foram entrevistadas 25 residências englobando 100 pessoas, correspondendo a uma média de 4 habitantes por residência.

Em relação à posse dos lotes, os 25 entrevistados não possuem escrituras dos terrenos, pois a área é uma ocupação irregular. Conforme relato de antigos moradores, a área teve o processo de ocupação a partir de 2008, o que demonstra o pouco tempo de moradia no local. A maioria da população, 56% dos entrevistados, vive no local de 5 a 8 anos, 24% têm de 1 ano a 5 anos de moradia e 16% menos de 1 ano, como pode observar na figura 26.

Fonte: Trabalho de campo - 2016 Org.: SCALAMATO, A.T.

O pouco tempo de moradia no local é um indicador de que os moradores ainda estão se adequando ao espaço, realizando alterações, e, o que é mais perigoso, sem um planejamento, um acompanhamento técnico.

Por não possuírem outra área para morar, não querem saber se o local é apropriado, querem resolver o seu problema mais imediato, no momento, o da moradia. O morador mais antigo do local é um ex-funcionário da olaria Portela e relata, que “quando chegou na vila, não existiam tantas casas, a população estava concentrada na parte mais alta” e que a ocupação ocorreu de uma hora para outra, sem um controle.

Em relação ao tipo de moradia, observou-se o predomínio de casas de madeira, conforme figura 27, as moradias de alvenaria representam 12%, e as casas mistas, 24%. 4% 16% 24% 56% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Mais de 30 anos Menos de 1 ano De 1 ano a 5 anos De 5 anos a 8 anos

Fonte: Trabalho de campo - 2016 Org.: SCALAMATO, A.T.

Observa-se na área o predomínio de casas de madeira (figura 28 – I e J), e alguns moradores relatam que não investem na casa, pois reconhecem que estão numa área irregular e temem que, a qualquer momento, podem ter de sair do local. Um morador relatou: “fica mais fácil desmanchar e não perdemos dinheiro”.

Fonte: Trabalho de campo - 2016 Org.: SCALAMATO, A.T

Alvenaria 12% Mista 24% Madeira 64% I J

Figura 27 - Tipo de moradia na Portelinha

Nessa área, conforme o morador mais antigo, para facilitar a circulação de caminhões ou até mesmo expor as pilhas de tijolos na olaria, foi necessário aterrar o lugar (figura 29 – k e L), pois, em épocas de chuvas intensas, a área sofria com inundações. As moradias construídas nas proximidades da antiga olaria se beneficiaram dessa estrutura e poucas enfrentam o risco de inundação.

Fonte: Trabalho de campo - 2016 Org.: SCALAMATO, A.T.

Quanto à pergunta sobre a propriedade da residência, os vinte e cinco entrevistados responderam que a casa “é própria”, sendo que 40% dos moradores ocuparam o terreno e construíram as casas, e 60% compraram a residência dos antigos moradores que foram embora do local.

Os principais motivos alegados para estarem nesse local foram os mais diversos, como divergências com vizinhos em outro bairro, por necessidade, foi o que o dinheiro possibilitou comprar no momento, sair do aluguel e/ou ter casa própria.

Quanto à origem dos moradores, (figura 30) 84%, são provenientes do município de Santa Maria, sendo que 32% são do bairro Lorenzi e 52% provenientes de diferentes bairros do município como Minuano, Urlândia, Passo das Tropas, Alto da Boa Vista e

K

L

Camobi. São provenientes de outros municípios, 16% dos moradores, como de Caçapava do Sul, São Sepé e Porto Alegre.

Nota-se, com isso, que a maioria dos moradores são provenientes de bairros periféricos da cidade, portanto, possuem um conhecimento da paisagem do lugar.

Fonte: Trabalho de campo - 2016 Org.: SCALAMATO, A.T.

A maioria da população da Portelinha é considerada adulta (50%); desta 50% é composta de mulheres e 50% de homens; 44% é jovem, sendo 52% meninas, 48% meninos e 6% são idosos, com quatro homens e uma mulher. A figura 31 demonstra essa distribuição e, conforme dados da entrevista, existe uma igualdade entre população feminina e masculina, na faixa etária adulta, e uma pequena diferença entre mulheres e homens jovens. A população masculina idosa é maior que a feminina e constatou-se que, em três residências, os homens idosos moram sozinhos.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% Município De outro municipio

Bairro Lorenzi Bairros Distantes Figura 30 - Origem dos moradores da Portelinha

Fonte: Trabalho de campo - 2016 Org.: SCALAMATO, A.T.

O grau de escolaridade é um importante indicador, pois possibilita verificar o grau de conhecimento da população e de que maneira esse conhecimento permite realizar melhorias no espaço, influenciando desse modo na transformação da paisagem, de forma positiva ou negativa.

Nesse sentido, a escolarização, (figura 32), apresentou-se de forma bastante comprometedora, pois, à medida que a população não possui estudo, acaba por não conhecer muito bem quais são as medidas de proteção ambiental, o que compromete a qualidade ambiental do lugar, que já enfrenta o problema de falta de infraestrutura.

A maioria das pessoas (68%) não possui o ensino fundamental completo, dessas, cerca de 42%, não frequenta a rede escolar, pois não possui idade (menor de 3 anos) ou por ter abandonado os estudos, e 26% estão matriculados na E.M.E.F CAIC „Luizinho de Grandi”; 2% estão frequentando o ensino médio e 7% são analfabetos, sendo uma do sexo feminino, com 27 anos, e os demais do sexo masculino, que são idosos. Um morador da comunidade está cursando Educação Física na Universidade Federal de Santa Maria.

Fonte: Trabalho de campo - 2016 Org.: SCALAMATO, A.T.

Dos moradores entrevistados, 60% são trabalhadores sem carteira de trabalho que desenvolvem suas atividades econômicas no mercado informal, como auxiliar de limpeza, serviços gerais, cozinheira e pedreiro; e somente 40% desenvolvem suas atividades com vínculo empregatício. Na Portelinha, foram identificados três mercados pequenos, cujos proprietários são credenciados pelo SEBRAE3 para a realização de suas atividades.

Quanto à situação econômica dos moradores (tabela 3), 64% das moradias possuem 1 pessoa para sustentar a casa, 28% possuem 2 pessoas que contribuem para o rendimento familiar e 8% possuem 3 pessoas que ajudam na renda familiar. 44% das famílias recebem até 1 salário mínimo, demonstrando que se trata de uma população de classe baixa à média-baixa, com recursos financeiros limitados.

3

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

68%

7% 6%

2% 8% 7% 2%

Figura 32 - Grau de escolaridade da população residente na Portelinha

Tabela 3 - Contribuintes no rendimento familiar e Renda mensal

Nº de contribuintes no rendimento familiar Porcentagem

1 pessoa 64%

2 pessoas 28%

3 pessoas 8%

Renda Mensal (salário mínimo R$880,00) Porcentagem

Até 1 salário 44%

Até 2 salários 40%

De 2 a 3 salários 16%

Fonte: Trabalho de campo - 2016 Org.: SCALAMATO, A.T.

A maioria das famílias, (64%), relatou que não recebe benefícios do Governo Federal, como bolsa família e bolsa escola, e os outros 36% responderam que sim, compondo uma média de R$206,00 por família.

A Portelinha é uma área de ocupação irregular recente e existe uma ação na justiça movida pelo proprietário da área e, devido a isso, a área não possui infraestrutura adequada, o que não garante uma qualidade de vida e ambiental à população, que enfrenta uma série de dificuldades, pois não possui energia elétrica e água encanada, a não ser na forma clandestina (figura 33 – M e N). As moradias mais próximas às margens do arroio Cadena são as que mais sofrem com a falta d‟água, pois, no verão, chegam a ficar de 2 a 3 meses sem água, tendo que armazenar em recipientes.

Fonte: Trabalho de campo - 2016

Org.: SCALAMATO, A.T.

O saneamento básico é inexistente. Embora se localize ao lado da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), 92% dos residentes lançam seus esgotos a céu aberto, e 8% possuem fossa; o principal receptor do esgoto da área de ocupação irregular é o arroio Cadena.

O acesso até a Portelinha é precário (figura 34 – O e P), a principal rua de acesso é de chão batido e, a cada chuva, aumentam os sulcos no solo, devido à declividade do terreno. Para melhorar o acesso até suas casas, a população coloca cargas de entulho nas ruas para facilitar a circulação de pessoas ou dos carros. Essas cargas de entulho são compradas pelos moradores e espalhadas em forma de mutirão.

M N

Fonte: Trabalho de campo - 2016 Org.: SCALAMATO, A.T.

A iluminação pública não existe, alguns moradores se organizaram e colocaram lâmpadas em alguns postes na frente de suas residências.

A coleta de lixo é realizada três vezes por semana, mas observa-se muito lixo nas ruas, como pode ser visto na figura 35 (Q e R). O caminhão de coleta do lixo não passa nas ruas próximas ao arroio Cadena e, devido a distância, alguns moradores relataram que queimam seu lixo nos fundos de casa.

Fonte: Trabalho de campo - 2016 Org.: SCALAMATO, A.T.

O P

Q R

Figura 34 - Acesso às residências na Portelinha

A Portelinha, por não ser uma área regularizada, requer muitos investimentos em infraestrutura, em todos os segmentos, inclusive a limpeza do arroio Cadena, que apresenta grande quantidade de lixo.

A Portelinha apresenta um terreno com facilidade erosiva, formando caneluras nos barrancos e ravinas nas proximidades das estradas devido à retirada da vegetação e ao tráfego de automóveis e carroças no local. A área passou por um processo de transformação geomorfológica recente, iniciando com o aterro na olaria Portela, e atualmente, com os entulhos colocados pelos moradores nas vias de acesso à comunidade e, com isso, as inundações não atingem a área com intensidade.