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A única potência social que os operários possuem é seu número. Mas a quantidade é anulada pela desunião. (Aguena, 2008, p.91)

A percepção do homem como sujeito histórico-social, através de seu trabalho, construindo sua emancipação ou alienação e, é claro, da realidade social, não se poderia pensar em trabalho docente fora de uma perspectiva de práxis revolucionária. Mas o que é uma práxis revolucionária? Qual a importância do vínculo do professor de Sociologia ao movimento sindical para uma práxis revolucionária?

Para Adolfo Sánchez Vásquez (2007), com base em Karl Marx, práxis revolucionária significa transformação da sociedade mediante a ação dos homens, sendo que a práxis revolucionária (revolução) e práxis produtiva são duas formas inseparáveis da práxis total social. E a práxis revolucionária somente acontece com a organização da categoria enquanto classe. Esta, não existe isoladamente, mas dentro de uma luta política contra outras classes. E esta consciência de seu interesse próprio, só se adquire na luta e que passa necessariamente por diferentes níveis dentro da história, para ser sujeito da práxis revolucionária. Neste sentido, historicamente, o movimento sindical desempenha um importante papel na luta pelos interesses da classe dos trabalhadores, e conseqüentemente na direção e colaboração para uma práxis revolucionária.

O movimento sindical nasce através dos operários numa luta contra as “ordens despóticas do capital”, com objetivo de impedir ou atenuar os efeitos da exploração sobre o trabalho, modificando os termos do contrato, e ficarem acima da condição de simples escravos (Aguena, 2008, p.91).

Aguena (2008) relaciona três momentos na história do movimento dos trabalhadores no Brasil que foi de significativa importância:

[...] o movimento operário brasileiro conheceu processos de tamanha importância pelo menos três vezes na história. O primeiro foi no início do século passado, quando os anarquistas dirigiam os sindicatos livres e autônomos no Brasil. O segundo teve início nos anos 20, quando uma ruptura do anarquismo deu origem ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). A partir dos anos 30 até o início dos anos 60 foi o principal partido de esquerda no movimento operário. Acompanhando os diversos períodos de ascenso e refluxos do movimento organizou sindicatos, intersindicais e centrais sindicais, sendo a mais importante o Comando Geral dos Trabalhadores (o CGT) no início dos anos 60. Após o golpe de 64 entra em decadência. A terceira onda de reorganização ocorreu no final dos anos 70 e início dos anos 80. Apoiada no ascenso e numa nova classe operária que tinha o centro no ABC paulista, é fundado o PT e a CUT. Surge uma nova direção superando o antigo trabalhismo, os pelegos e o Partido Comunista. Essa nova direção é constituída majoritariamente pela corrente de Lula, que no interior do movimento operário passou a ser denominada de Articulação. (p.7-8)

Em maio de 2006, segundo Aguena (2008), um novo ciclo histórico de reorganização do movimento operário se inicia com a fundação da Conlutas. Um diferencial que se destaca “é ver que o que antes era um movimento nacional em nascimento, já começa a se transformar num movimento internacional” (p.8), pois paralelo ao 1º congresso da Conlutas será realizado também o Encontro Latino-Americano e Caribenho de Trabalhadores (ELAC). Aguena (2008) lembra das responsabilidades que pesam sobre “os ombros dessa nova geração de dirigentes” (p.9), pois a classe operária já pagou com muitos sacrifícios “pelos erros e traições das três principais direções que encabeçaram os processos de reorganização anteriores”(p.9). Neste sentido, muitas discussões estão surgindo, uma delas se refere ao papel que os sindicatos devem desempenhar na luta de classes, pois historicamente tiveram um papel preponderante no movimento dos trabalhadores. E como coloca Aguena (2008), para não cair nos mesmos erros, não se pode perder de vista a história do movimento dos trabalhadores.

Entre os autores que resgata cita o estudo de Friedrich Engels sobre as Trade-unions (associações sindicais), de 1824, da Inglaterra, onde são consideradas por ele como verdadeiros centros de organização da classe operária, mas observa que a concorrência não existia somente entre os capitalistas, mas também entre os operários, dificultando a luta e

facilitando a dominação da classe operária. Engels dizia que os sindicatos como ‘escolas de guerra não tinham competidores’, sendo um instrumento indispensável e obrigatório de ser utilizado na luta pela emancipação da classe operária. No entanto encontra limites no sindicalismo, como por exemplo, “durante as crises cíclicas da economia capitalista” (p.12), pois como cita Aguena (2008), do desemprego, fechamento de fábricas, a pressão pela baixa salarial, que diminuem muito a eficácia das greves. Onde conclui que:

As lutas sindicais, apesar de sua importância, em última instância terminavam sendo lutas defensivas que não conseguiam mudar a condição geral da exploração capitalista. Para isso era necessário que a classe operária travasse uma ‘luta política’” (ibid).

Acompanhando a visão de Engels, seguindo com Aguena (2008), Marx travou uma luta política e teórica em defesa dos sindicatos e das greves, em seu livro Miséria da Filosofia (1847). Para Marx os sindicatos e suas lutas “verdadeiras guerra civil” - (p.13), representavam uma fase muito importante na luta da classe operária pela sua libertação do jugo do capital, pois através deles inicia a constituição de uma classe independente, teriam os sindicatos o mérito de preparar os trabalhadores para ‘a grande batalha’, ‘a batalha futura’, pela destruição do sistema capitalista, “quando então passaria a ser uma classe para si” (ibid). E atingindo este estágio adquiriria um caráter político. No entanto, assim como para Engels, lembra Aguena (2008), “nunca deixou de alertar para as limitações das lutas econômicas” (ibid), pois quando as lutas econômicas obtinham vitórias, estas seriam passageiras, o capital logo trataria de impor novas perdas, exigindo dos trabalhadores novas lutas, ficando num ciclo vicioso, e romper com esse ciclo seria romper com o sistema de exploração que é o trabalho assalariado do capitalismo. Então estaria colocado que a verdadeira luta pela libertação da classe trabalhadora, seria pelo fim da exploração capitalista.

Hoje diante da nova reorganização do movimento sindical, segundo José Maria de Almeida (2007), muitos questionam se a Conlutas não vai ser futuramente uma CUT, que inicialmente lutava não só em defesa de suas demandas mais imediatas, mas também apontava para uma profunda transformação da sociedade, em direção ao Socialismo. A Conlutas como uma central de trabalhadores, se preocupada fundamentalmente com os sindicatos, pois são:

A maior parte das organizações – e também as mais fortes, política e financeiramente – que estão na base da Conlutas [...] o movimento sindical é, de longe, o maior deles (sem entrar na valoração do papel político que cumpre em cada momento político, atendo-nos apenas ao número de trabalhadores organizados e seu papel na economia).

Cabe em grande medida, portanto, aos sindicatos a concretização do objetivo de fazer da Conlutas um instrumento para a luta imediata e histórica da classe trabalhadora brasileira. [...] há também outra dimensão [...]: a educação dos trabalhadores, a elevação de sua consciência, para que sejam sujeitos de sua história. Não há libertação da classe trabalhadora sem isso. Esta é uma tarefa fundamental dos sindicatos [...].

Para que os sindicatos possam dar conta desta tarefa em todas as suas dimensões é absolutamente indispensável um funcionamento democrático e o controle da entidade pelos trabalhadores da base, que estão nos locais de trabalho. (p.9-10)

Almeida (2007) vai citar a burocratização dos sindicatos como principal problema a ser enfrentado, para organizar, conscientizar e mobilizar a classe trabalhadora para que seja cada vez mais “sujeito da luta em defesa de seus direitos e interesses, imediatos e históricos” (p.11). Coloca que somente em períodos de intenso processo de mobilização, a base tem um maior controle da entidade, senão os sindicatos são organizações controladas e dirigidas politicamente pela sua diretoria, e não pela base. A burocracia93 é inevitável, pois como dirigir um sindicato com trinta mil trabalhadores na base sem um corpo de dirigentes?

Os problemas surgem quando esta burocracia autonomiza-se em relação aos seus representantes usurpa o poder que lhe foi concedido para defender os trabalhadores e passa a usá-lo em defesa de seus próprios interesses. Aí se dá o fenômeno da burocratização, a degeneração burocrática. (p.26)

O autor divide a burocratização em duas situações, em que há a degeneração burocrática, onde a direção da entidade “usurpa conscientemente o poder de representação que recebeu da base, para utilizá-la em seu próprio benefício, contra os trabalhadores” (p.27), a este tipo ele usa o termo ‘pelego’. O outro caso enquadra-se os sindicatos dirigidos pela esquerda socialista e pelos setores combativos, onde usa a definição de ‘deformações burocráticos’, onde os problemas a serem enfrentados são de natureza política. (ibid)·

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O conceito de burocracia que utiliza no texto é entendido como um ‘corpo de funcionários’, com a função de administrar, dirigir uma entidade ou um país, que para ele é inevitável.

Além dos sindicatos na reorganização do movimento dos trabalhadores, Almeida (2007) cita uma inovação: o esforço de organizar na mesma entidade os diversos movimentos populares e sociais. Claro, lembra que apesar de todas as contradições, é nos sindicatos:

Que os trabalhadores que estão no mercado formal de trabalho recorrem em massa, quando buscam o caminho da luta em defesa de seus direitos e interesses. Aliás, é assim em praticamente todo o mundo, desde o início do capitalismo. [...] Não há mudanças na realidade objetiva, até este momento [...]. (p.19)

A pesquisa sobre o SINTE mostra que internamente possuem duas frentes políticas, uma concepção mais conservadora, de negociação, reformista e atrelada ao governo federal, inclusive o sindicato está ainda filiado à CUT, como também existe o grupo da Conlutas e do MAS, que são os combativos, contra o atrelamento ao governo, defendem autonomia sindical, e ganharam as duas últimas eleições. A CUT está na direção porque a Conlutas, PSTU e alguns independentes defendem a proporcionalidade, acreditando ser a categoria dos professores melhor representada em todo o Estado, compondo as direções – estadual e regional- pelas diferentes correntes políticas.

Dado a importância dos sindicatos para o movimento dos trabalhadores, sua organização, vejamos agora o que essencialmente é uma práxis revolucionária.

Segundo Vasquez, a elevação plena da concepção de práxis em sua totalidade tem um passo decisivo com a filosofia idealista alemã, em especial com Hegel. Depois vem Feuerbach reagindo ao espírito hegeliano a uma medida humana, e prepara o caminho para que a práxis se situe num terreno propriamente humano. Seguindo depois com Marx e Engels a uma concepção do homem como ser ativo e criador, prático, que transforma o mundo não só em sua consciência, mas também em sua prática, realmente. (p.51) A práxis material produtiva passa a ser fundamento do domínio do homem sobre a natureza, como também sobre sua própria natureza. A categoria da práxis passa a ser central no marxismo, segundo Vasquez, e a sua luz devem-se abordar os problemas do conhecimento, da história, da sociedade e do próprio ser. (p.51)

Enquanto Bernstein e outros revisionistas94 do marxismo estabeleciam um profundo abismo entre a teoria e a prática, Lenin restabeleceu a unidade entre ambas, entre socialismo e ciência, colocando em seu verdadeiro lugar a práxis revolucionária. Em Lênin,

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[...] conjuga-se essa unidade do pensamento e da ação que Marx havia ambicionado desde suas primeiras obras. [...] enfatizou mais de uma vez o papel da atividade prática, revolucionária, dos homens, o fator subjetivo, como um elemento decisivo da transformação da realidade, econômica, social e política. Mas acentuou, também que esse fator subjetivo só pode ser decisivo sob a condição de se integrar no movimento dos fatores objetivos (forças econômicas e sociais, realidade social como um todo cujas contradições é necessário saber distinguir, hierarquizar e especificar). (p.54)

Outrossim, o autor assinala que o papel que se atribui à categoria práxis depende do ponto de vista filosófico e histórico que se concebe o marxismo, divide em dois grupos de:

a) como uma filosofia a mais, isto é, como uma interpretação do mundo entre outras, ou uma filosofia na qual o individualismo foi invertido para pôr de pé o materialismo, ainda que tentando salvar com essa inversão a dialética que se apresenta de forma mistificada; b) como uma filosofia da ação transformadora e revolucionária, na qual a atividade em sua forma abstrata, idealista, foi invertida para pôr de pé a atividade prática, real, objetiva do homem como ser concreto real, isto é, como ser histórico-social. (p.56)

Em Marx a categoria práxis, como já foi colocado anteriormente, é central, na medida em que somente a partir dela ganha sentido a atividade humana, sua história, assim como o conhecimento95.

Marx supera o materialismo contemplativo na medida em que reconhece a atividade

subjetiva, sua materialidade, tanto na atividade em si como em seus produtos.

Segundo Marx, as relações sociais estão em consonância com o desenvolvimento das forças produtivas, que independe da vontade do indivíduo, pois é um processo objetivo que se realiza necessariamente pelas necessidades da sociedade, engendrando tipos diferentes de relações de produção, ou formas de troca. Quando as relações de produção tornam-se um entrave, produz-se uma contradição e um antagonismo de classes, sendo que seu aguçamento torna-se necessário à revolução. Esta vai ser uma atividade prática dos homens, em certo nível de desenvolvimento das forças produtivas.

Seguindo em Vasquez (2007) a práxis revolucionária não se dá na aventura, e sim é determinada em A Ideologia Alemã em sua concepção materialista da história, onde já se põe a estrutura e as condições reais, objetivas, que determinam a revolução. Já nas Teses sobre Feuerbach assinala-se o caráter racional da práxis, e, portanto, a unidade entre a teoria e a prática.

Para que ocorra a práxis revolucionária é necessária à organização do proletariado enquanto classe. Esta não existe isoladamente, mas sim, em uma relação de luta (de luta

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política) contra outras classes. O proletariado se constitui quando tem consciência de seu interesse próprio diante da burguesia, consciência adquirida na luta e que passa historicamente por diferentes níveis, vai ser sujeito da práxis revolucionária. E segundo Vasquez, em seu entendimento, Marx considera que a classe operária por si mesma, em sua luta real, se eleva a certo nível de consciência de classe, no agravamento das contradições fundamentais sob o capitalismo. E seguindo com Vasquez (2007), “a consciência de classe entende-se [...], a consciência inconciliável entre os interesses da classe trabalhadora e do regime político e social existente [...]” (p.316).

Fontana (2005) ao refletir sobre a compreensão de classe social junto aos pesquisadores do trabalho docente observa que a definição dessa categoria é determinada “pelas condições de acesso ao consumo de mercadorias que os trabalhadores apresentam e, também, pelos aspectos característicos do seu processo de trabalho” (p.109). Essa confusão dos pesquisadores na definição de classe social, a partir de processo de trabalho e não na produção do capital por parte dos trabalhadores, impossibilita uma visão mais ampla e revolucionária do papel que cabe ao proletário em lutar pela emancipação dos trabalhadores, e de toda a humanidade. No entanto observa que existe a compreensão de alguns pesquisadores (Nunes, 1990) neste sentido, pois coloca que “a luta dos proletários deve ir além das reivindicações que esbarram nos limites do capitalismo” (ibid).

E seguindo com Fontana (2005), lembra também que:

O debate sobre definição de classe social, de classe trabalhadora e de proletariado gera uma grande confusão teórica que está longe de chegar a um consenso. A indefinição que encontramos nas pesquisas analisadas sobre o pertencimento de classe dos professores é um reflexo da própria discussão presente entre os teóricos sobre esta questão. (p. 110)

Pois segundo a autora esse debate é polêmico, pois para Ricardo Antunes apud Fontana, define classe social que “vai além da referência proletário, englobando não somente os trabalhadores produtivos, mas a totalidade dos trabalhadores que vendem sua força de trabalho” (p.111), ou seja, todos os que estão subsumidos à lógica do capital.

Fontana (2005) segue sua análise colocando que o “reconhecimento de classe requer do trabalhador o reconhecimento do caráter alienador do trabalho no modo de produção capitalista [...] a alienação é referente à relação determinada historicamente entre o trabalhador e o seu trabalho” (p.112). Esse caráter alienador é colocado por alguns pesquisadores. Wenzel(1991) apud Fontana (2005),coloca que a organização material do processo produtivo escolar contribui para alienação do professor em relação ao processo de

ensino, pois são as “condições objetivas e materiais postas para a realização do trabalho” (p.113). Já para outro pesquisador Silva (1995) apud Fontana (2005) compreende alienação como característica da hierarquização. No entanto Fontana (2005) critica, apesar da “acuidade analítica em relação ao desvelamento da sociedade capitalista [...] ficaram restritas à organização do trabalho nesta sociedade e à participação do trabalhador neste processo” (ibid), esclarecendo que não basta para entendermos a alienação do trabalho, somente compreender a relação estabelecida entre o trabalhador e o seu processo de trabalho, mas sim como já foi colocado que este tipo de trabalho é intrínseco ao sistema de produção capitalista. E continua colocando que para superar essa condição é necessário “que o proletário se reconheça como uma classe revolucionária e que negue a sua concepção de mundo como sendo determinada pela lógica capitalista” (p.114). E como superação deverá negar o que fundamenta a sociedade capitalista que é a relação entre a propriedade privada e a divisão do trabalho, procurando uma nova relação com seu trabalho.

Dado esta introdução teórica sobre a necessidade de uma consciência de classe para superação do trabalho alienador, de uma práxis revolucionária, segundo a concepção marxiana, em que condições está o professor de Sociologia?

Em relação à percepção enquanto classe existe um grupo de professores que se engajam na luta sindical, como já foi colocado, inclusive temos entre os pesquisados, membros do próprio sindicato. No entanto qual concepção de sindicalismo eles defendem? Constatamos na pesquisa que existem duas correntes políticas distintas dentro do sindicato, a primeira composta por Conlutas96 – Coordenação Nacional de Lutas -, PSTU97 - Partido Socialista dos trabalhadores unificados, Movimento Avançando Sindical (MAS), independentes, que são classistas, ou seja, lutam não apenas pelos interesses imediatos dos trabalhadores, mas a perspectiva socialista de sociedade, de confrontos, em oposição aos cutistas, que seguem “horizonte da cidadania”, de negociação e “concertação” (Tumolo, (1997). E segundo a coordenadora do Sinte estadual, como também de outros da direção do sindicato, a 2ª corrente dos cutistas são todos membros do PT, isto, na direção estadual do sindicado. As duas últimas eleições foram ganhas pela 1ª corrente, classista e socialista. Os cutistas estão na direção por causa da aprovação da proporcionalidade. Existe divergência com relação à proporcionalidade, não apoiada pelo MAS e alguns independentes; e apoiada pela Conlutas, PSTU e alguns independentes. Estes últimos consideram que o sindicato, pela

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A conlutas nasce em 2004, fazendo oposição às políticas sindicais empreendidas pela CUT, força sindical, e outras com mesmo perfil.

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proporcionalidade, está representado por toda a sua base, facilitando a mobilização em todo o Estado. De forma geral em todo o Estado, a vitória nas eleições da 1ª corrente, simboliza uma propensão da base, ou melhor, dos professores na escola, a uma visão classista de organização coletiva pela luta de seus direitos, transformando a condição dele. Mostra também o trabalho que essa corrente classista tem realizado pelos trabalhadores em educação, que se legitima nas eleições.

Pela pesquisa de campo o professor de Sociologia, apesar das críticas já colocadas por eles em relação ao sindicato, entre outras impossibilidades devido a sua condição de trabalho, índices como filiações, participação de eventos sindicais mostram estar inseridos na luta sindical. Muito embora o índice de filiação pode estar atrelado à questão legal junto ao sindicato, pois a parte do salário composto por abono, prêmio educar e vale alimentação o professor perde quando se afasta da sala de aula por algum motivo (doença, licença prêmio, licença para estudar, paralisações, etc) obrigando o professor a entrar contra o governo do Estado através do sindicato, onde exige a filiação. E, como foi visto o sindicato tem ganhado várias ações via TJSC para o professor, obrigando o governo do Estado a pagar. Mas também um outro dado bem significativo que se contrapõe a este último - interesse pela questão legal - , tem sido a vitória da corrente classista nas duas últimas eleições.