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Potencialidades e Fragilidades da dimensão físico-territorial da RMN

TERRITORIAL DA METRÓPOLE

18 PREFEITURA MUNICIPAL DO NATAL

2.9 Potencialidades e Fragilidades da dimensão físico-territorial da RMN

as potencialidades do desenvolvimento da região estão expressas na sua história, no contexto do presente, nos estrangulamentos e nas potencialidades de seu desenvolvimento enquanto tal. Decorrem da história do RN, da evolução recente da economia estadual que criam as bases portadoras de seu futuro . Será uma resultante da combinação de impactos espaciais prováveis que interferirão no aproveitamento das potencialidades turísticas principalmente ou no enfrentamento dos estrangulamentos endógenos da própria economia estadual, particularmente do setor industrial que projeta a implantação de unidades industriais no litoral oriental- Pólo da Petrobrás em Guamaré- mas que certamente modificará a demanda no setor serviços da RMN.

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Comércio” exigirá novos padrões de competitividade e crescimento das exigências de qualidade ambiental. a expansão do turismo em direção ao litoral Norte e a mudança no perfil do turista – turista estrangeiro - fazem parte dos condicionantes endógenos de um novo cenário para a RMN nos próximos 15 anos.

vale lembrar que uma das características importantes da economia do RN é o relevante papel desempenhado pelo setor público e que a RMN e particularmente a capital tem se beneficiado por investimentos patrocinados pelo Estado que tem promovido fortemente o crescimento econômico estadual.Essa é uma tendência, que na ausência de outras, tenderá a se perpetuar. Num passado recente importantes movimentos da economia brasileira tiveram fortes repercussões no Rio Grande do Norte. Tendências da acumulação privada, reforçadas pela sempre presente ação estatal fizeram surgir e desenvolver no RN diversos sub-espaços dotados de estruturas econômicas modernas e ativas, focos de dinamismo em grande parte responsável pelos elevados índices apresentados pela economia potiguar e da capital nas últimas três décadas.

- Potencialidades

as principais potencialidades da RMN são a posição estratégica em relação ao continente europeu, a paisagem natural, as reservas ambientais (mananciais e água), a liderança estadual na pesquisa científica e espacial e em escolaridade, na liderança estadual de capacidade instalada no setor terciário. De forma mais detalhada, destacam-se as potencialidades regionais diretamente relacionadas à dimensão físico territorial:

a) riqueza do patrimônio natural – apesar da deterioração do passado, a RMN conta com reservas ambientais e mananciais expressivos, com importantes bacias hidrográficas e lagoas, potencializadoras de novas centralidades;

b) riqueza da paisagem – que associada ao espaço litorâneo (dunas, falésias e praias com coqueirais e parques naturais urbanos como o Parque das Dunas e o San vale ) são propícios ao turismo, ao lazer e ao entretenimento;

c) riqueza do patrimônio histórico e ambiente construído – pouco recuperado com características marcantes nos bairros da Ribeira e da Cidade alta;

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d) Diversidade e riqueza cultural – expressa nas manifestações culturais, evidenciando uma grande criatividade na mistura de um folclore urbano com as “coisas do sertão”, que se exprimem na música, na dança e nas iniciativas empresariais formais e informais, particularmente, a vaquejada. Ressalta-se que os equipamentos culturais não têm acompanhado a dinâmica desse setor.

e) Liderança estadual em pesquisa – existem cinco instituições de ensino superior na RMN sendo duas universidades e

poucos, porém importantes às necessidades estaduais, centros de pesquisas. Há iniciativas recentes de centros de excelência em pesquisa: o Núcleo do petróleo e gás natural na UFRN, o CT-Gás e o instituto internacional de Neurociências (centro em implantação reunindo pesquisadores da UFRN e de várias universidades estrangeiras e nacionais)

f) Densidade de recursos humanos qualificados-mesmo com as limitações educacionais, a RMN, se destaca no estado pela qualidade dos recursos humanos, especialmente os mais qualificados, uma vez que sedia as principais instituições de ensino de terceiro grau e de pesquisa.

g) integração metropolitana – a existência de uma

complementaridade funcional dos municípios que constituem a RMN, já comprovada em estudo de âmbito nacional

(Observatório das Metrópoles, 2004). Reforçando a integração das redes de conexão metropolitana e construindo o

sentimento metropolitano na sociedade e nos governos.

- Fragilidades

a RMN padece de grandes e diversos problemas e estrangulamentos que prejudicam a qualidade de vida e comprometem o seu desenvolvimento, entre os quais se destacam a pobreza e a exclusão social de grande parcela da população e as baixas condições de habitabilidade, notadamente a inadequação habitacional por infraestrutura. isso termina por reduzir a competitividade de sua economia, da economia do turismo, do turismo de origem internacional, principalmente. Mais diretamente relacionado ao aspecto físico territorial destacamos:

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- A fragilidade na gestão ambiental: verifica-se avanços na gestão ambiental em nível estadual, mas não existem estruturas adequadas no plano municipal e sobretudo, inexistem ações integradas em nível regional. Considerando que a regulação do uso do solo é competência municipal, as ações de proteção ambiental definidas em Plano Estadual (aPas,por ex..) tem desdobramentos muito frágeis em nível local. Decorrem desse problema inúmeros conflitos socioambientais. Da ocupação orientada pelo mercado imobiliário e imobiliário turístico à informalidade da habitação precária que se estende pelas margens de rios, dunas e linhas férreas, as áreas protegidas na RMN encontram- se fortemente pressionadas e já comprometidos em larga escala, a exemplo do Morro de Genipabu, das Dunas de Búzios, das Lagoas de Extremoz e Nísia Floresta e manguezais do Rio Potengi.

- A precariedade dos serviços de infra estrutura urbana: a) Embora a RMN esteja provida do serviço de água, a gestão

do serviço apresenta enormes dificuldades. Mais de uma empresa atuando em um município, de forma desarticulada, sem que se verifique ações integradas de planejamento e de investimentos. (ações da CaERN e SaaE);

b) Baixos níveis de investimentos em esgotamento sanitário, mesmo na capital, com forte impacto sobre o meio ambiente, em especial sobre os aqüíferos estratégicos para o

abastecimento de água da RMN. Essa situação é agravada pelo lançamento de esgotos domésticos in natura e efluentes industriais nos mananciais.

c) a desatualização do traçado da rede viária que não vem acompanhando as transformações do espaço metropolitano nos últimos anos, sobretudo a partir dos anos de 1980, quando se inicia o fenômeno metropolitano. Somente o turismo atraiu investimento para o sistema viário, que no entanto está direcionado para as áreas de interesse turístico.

- A Fragilidade da Política de Habitação de Interesse Social:

a RMN apresenta um alto nível de pobreza urbana. verifica-se que 48,4% dos domicílios possuem renda familiar de até 3 SM, inserindo- se no universo da habitação de interesse social. Coloca-se a urgência de integrar a problemática habitacional nas agendas governamentais

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na perspectiva metropolitana. Programas setoriais, fragmentados e sem articulação com outras políticas públicas. as respostas institucionais não se apresentam adequadas do ponto de vista da escala e do conteúdo.

- a descontinuidade e fragmentação espacial, particularmente das sedes municipais – apesar de constituir um todo territorial integrado institucionalmente, a RMN apresenta grandes

desigualdades internas em termos sociais, econômicos além de descontinuidade e fragmentação pontual . Ressalta-se a recente polinucleação dos núcleos costeiros em detrimento da sedes municipais, sobretudo no que se refere á instalação da infra estrutura urbana.

- a limitada competitividade – as poucas vantagens competitivas estão em segmentos industriais leves ou em setores

econômicos cujo emprego formal é de baixa remuneração ou de forte apelo à informalidade, como o turismo e mesmo a carcinicultura. Decorre também da baixa habitabilidade, das condições de insuficiência do sistema viário e da insuficiente capacitação e escolaridade da população.

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