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INSTITUCIONAL DA METRÓPOLE

3.4. Evolução Formal da Região Metropolitana de Natal

3.4.2 Processo Político Decisório

O Conselho de Desenvolvimento Metropolitano de Natal - CDMN foi criado em 1997, assumindo caráter normativo e deliberativo, com uma composição inicial que incorporava influência do modelo técnico-burocrático inspirado na legislação e experiência do regime de exceção, instaurado em 1964. Com efeito, a LCE 152/1997, ao instituir o Conselho, vinculado à Secretaria do Planejamento e das Finanças e presidido pelo secretário da SEPLaN, definiu que o CDMN:

(...) contará em sua composição, além do Secretário do Estado do Planejamento e Finanças, com cinco membros de reconhecida capacidade técnica e/ou administrativa, todos nomeados pelo Governador do Estado, mediante indicação de uma lista tríplice organizada pelos prefeitos e câmaras municipais de cada município, com a participação das entidades representativas da comunidade.

Três anos depois, a LCE 172/2000 ampliou de cinco para seis a representação técnico-administrativa, confirmando, assim, a concepção original.

Já a mudança seguinte, ocorrida em 2001, via LCE nº 190, além de transferir a vinculação para a Secretaria de Governo e Projetos Especiais - SEGOv trouxe os prefeitos municipais para dentro do Conselho, emprestando-lhe, dessa forma, maior densidade política. Densidade política robustecida, aliás, a partir de dezembro de 2003, através da LCE 262, que ampliou o CDMN ao incluir entre seus membros, representantes do Parlamento Comum da Região Metropolitana e da assembléia Legislativa do Estado.

as demais alterações do Conselho se relacionam com a inclusão dos municípios que se foram agregando à RMN, de maneira que, em síntese, na sua configuração atual, o CDMN é composto pelos nove prefeitos dos municípios da região metropolitana, por um representante do poder legislativo estadual e um do poder legislativo municipal — este oriundo do Parlamento Comum da RM — e pelo secretário estadual do Planejamento e das Finanças.

O Conselho teve vida ativa ao longo de 2005 e 2006, quando realizou sete reuniões para tratar dos seguintes temas:

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• Tarifas de transporte e telefonia na Região Metropolitana; • Elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento

Sustentável;

• Plano Metropolitano de Saúde / Tratamento e destinação final de resíduos sólidos no eixo Sul da Região Metropolitana; • Segurança pública nos municípios da Região Metropolitana; • impactos do novo aeroporto de São Gonçalo do amarante para

a Região Metropolitana;

• Situação dos aqüíferos da Grande Natal;

• Condições para a implantação do Serviço de atendimento Móvel de Urgência – SaMU – na Região Metropolitana.

O CDMN instituiu, por meio das Resoluções 01/05 e 02/05, os Grupos Temáticos de Transporte e de Modelo de Gestão, respectivamente. O primeiro — integrado pelos secretários municipais de transportes dos municípios da região metropolitana e representantes do governo do Estado —, tem como objetivos subsidiar a elaboração de quadro diagnóstico da situação do setor, identificar as principais necessidades na área de infra-estrutura, operação e arranjo institucional.

O GT do Modelo de Gestão é composto pelos secretários municipais de planejamento, um representante da assembléia Legislativa, um do Parlamento Comum e um do governo do Estado. Debateu em várias reuniões o fenômeno da metropolização no Brasil com a finalidade de indicar necessidades de reformulação do sistema gestor metropolitano de Natal, promovendo, em março de 2006, em parceria com o GTRMN, o Seminário “Gestão Metropolitana: Situação atual e Desafios – Rumos e Perspectivas para a Gestão Compartilhada da Região Metropolitana de Natal”.

Dos estudos e discussões resultou o documento publicado em abril de 2006, sob o título de “Gestão Metropolitana de Natal: Situação atual e Desafios”, em que se faz síntese da evolução das regiões metropolitanas no Brasil, uma análise do arcabouço jurídico da RMN, destacando-se suas principais contradições, insuficiências e lacunas.

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além disso, “o estudo identificou 13 desafios que exigem soluções amplamente pactuadas pelos atores sociais produtores do espaço metropolitano”, cujo elenco vai transcrito a seguir, em suas dimensões estratégica, gerencial e decisória, como registra Relatório do GTRMN.

Na Dimensão Estratégica

a) Racionalizar e especificar a natureza e os objetivos de cada um dos produtos estratégicos a serem elaborados pelo Sistema Gestor Metropolitano, definindo-se a temporalidade dos respectivos processos de revisão e a responsabilidade pela apreciação e aprovação;

b) Pactuar o conceito de Área Metropolitana a partir de critérios demográficos, urbanísticos e funcionais, fixando requisitos básicos para o ingresso de novos municípios na Região Metropolitana;

c) avaliar a necessidade de constituição e formalização de uma área de expansão metropolitana (ou colar metropolitano), que passaria a ser considerada, em distintas dimensões, sobretudo, nos processos de elaboração estratégica;

d) Dimensionar, a partir da produção de diagnósticos,

identificação de tendências, conhecimento de potencialidades, problemas e construção de cenários prováveis, a necessidade de instituição de sub-regiões metropolitanas;

e) Fortalecer e interagir com as diversas formas de gestão intermunicipal, já existentes, tais como: comitês de bacias hidrográficas, fóruns regionais e consórcios.

f) apreciar a necessidade de construção de uma agenda Metropolitana, voltada para o enfrentamento de problemas concretos e imediatos, a ser concretizada paralelamente aos esforços de consecução da agenda Estratégica.

Na Dimensão Gerencial

a) Pactuar critérios de partilha de recursos entre os entes federados (Estado e Municípios), de forma a prover a Gestão Metropolitana de mecanismo de financiamento destinado às

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atividades de manutenção dos instrumentos e estruturas de planejamento e gestão e, também, à execução dos programas, projetos, ações e serviços de interesse comum;

b) avaliar a necessidade de constituição de um Fundo Metropolitano e definir a personalidade jurídica mais

adequada à gerência dos recursos financeiros, tendo em vista a articulação intersetorial de caráter intergovernamental e público-privada no âmbito da metrópole, e dela com as demais esferas;

c) Definir a personalidade jurídica mais adequada à

constituição de um suporte informacional, jurídico e técnico- administrativo voltado aos processos de estudo, elaboração e assessoramento para tomada de decisão, relativos às funções públicas e à execução dos serviços de interesse comum de âmbito metropolitano;

d) Construir um sistema de indicadores capaz de propiciar o monitoramento das ações desenvolvidas pelo Sistema Gestor Metropolitano, do ponto de vista de sua eficácia, eficiência e efetividade, dando-lhe caráter público.

Na Dimensão Decisória

a) Examinar a composição atual do Conselho de Desenvolvimento Metropolitano, de forma a precisar uma eventual necessidade de alteração, com vistas à obtenção de maior equilíbrio entre os entes federados dele participantes;

b) avaliar a necessidade de criação de uma segunda instância colegiada de âmbito metropolitano, de natureza consultiva e propositiva, de modo a abrigar instituições e entidades da sociedade civil organizada, em caráter formal e permanente; c) introduzir mecanismos que viabilizem efetiva participação

popular nos processos de elaboração estratégica (planos, programas) e de tomada de decisão, e que assegurem o

controle social da gestão metropolitana, sobretudo, quanto aos aspectos relacionados com a execução física e financeira.

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