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Prática de Ensino Supervisionada na Educação Pré-escolar

Capítulo II – Prática de Ensino Supervisionada

2. Prática de Ensino Supervisionada

2.1. Descrição do Processo da Prática de Ensino Supervisionada

2.1.1. Prática de Ensino Supervisionada na Educação Pré-escolar

Como já referimos neste documento, a nossa PES I decorreu no Jardim de Infância da Póvoa do Mileu.

A nossa Prática de Ensino Supervisionada iniciou-se com a observação. Durante a mesma constatámos que a metodologia utilizada pela educadora cooperante se baseava em dois modelos, constituindo assim uma mistura do modelo High/Scope e do Movimento da Escola Moderna (MEM).

Os modelos seguidos visam, sobretudo, o desenvolvimento integral das crianças, pois o educador é um mero orientador, guia e não “despejador”/debitador de conhecimento. Nas Orientações Curriculares há “o reconhecimento da criança como sujeito do processo educativo – o que significa partir do que a criança já sabe e valorizar os seus saberes (…); a exigência de resposta a todas as crianças – o que pressupõe uma pedagogia diferenciada, centrada na cooperação (…); a organização do ambiente educativo (...) comporta diferentes níveis em interacção: a organização do grupo, do espaço e do tempo, (…), a relação com os pais (…); a intencionalidade educativa – que decorre do processo reflexivo de observação, planeamento, acção e avaliação (…) de forma a adequar a sua prática às necessidades das crianças” (Ministério da Educação, 2007: 14).

Segundo Zabalza (1998) “o currículo High/Scope situa-se dentro de uma perspetiva de Educação Infantil baseada na psicologia do desenvolvimento. Foi iniciado na década de 1960 por David Weikart” (p. 145). Este último trabalhava como psicólogo cuidando de crianças com necessidades educativas especiais, sendo este o motivo que o levou a desenvolver um projeto que levasse estas crianças à sua integração no meio escolar.

Quanto ao modelo MEM podemos afirmar que é um modelo pedagógico que assenta numa prática democrática da gestão das atividades, dos materiais, do tempo e do espaço e pretende, através da ação dos educadores que dele fazem parte, proporcionar uma vivência democrática e um desenvolvimento pessoal e social das crianças, garantindo a sua participação na gestão da vida, da sala e da escola. Esta gestão é apoiada por instrumentos de registo e

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avaliação, tais como: mapa de presenças, mapa de atividades, mapa de tarefas, plano semanal, entre outros (Zabalza, 1998).

No dia a dia da sala, temos momentos de reunião na qual participam a educadora, as alunas de PES I e as crianças, sentados no espaço destinado a esse fim, no qual se planeia o trabalho a ser realizado, se partilham saberes, se avaliam trabalhos, tarefas e atitudes e se comunicam descobertas e aprendizagens.

O espaço educativo, na sala de atividades, está organizado por zonas de trabalho, de modo a permitir que as crianças realizem as atividades previamente escolhidas, e por uma área polivalente para trabalho coletivo.

Um outro aspeto que observámos e que se tornou fundamental para o desenvolvimento da PES I foi o grupo pelo qual iríamos ser responsáveis. É muito importante conhecermos bem o grupo de crianças com que vamos trabalhar de forma a optarmos por atividades e tarefas que vão ao encontro das suas necessidades e interesses, tal como é preconizado nas OCEPE: “observar cada criança e o grupo para conhecer as suas capacidades, interesses e dificuldades, recolher as informações sobre o contexto familiar e o meio em que as crianças vivem, são práticas necessárias para compreender melhor as características das crianças e adequar o processo educativo às suas necessidades” (Ministério da Educação, 2007: 25).

Esta prática facilita o sucesso do nosso trabalho, potenciando e possibilitando aprendizagens, alargando o caminho para o sucesso de cada criança.

Após a observação, iniciámos a execução de planificações. O tema era sugerido pela educadora cooperante e nós planificávamos as atividades a serem desenvolvidas. No decorrer do desenvolvimento das diversas atividades fomos atentando ao comportamento do grupo, assim como ao seu envolvimento na execução das tarefas, de forma a avaliar cada criança.

A observação, planificação e avaliação, constituem três etapas que são a essência do processo de ensino e aprendizagem.

“A observação constitui (…) a base do planeamento e da avaliação, servindo de suporte à intencionalidade do processo educativo” (Ministério da Educação, 2007: 25). Neste sentido, podemos afirmar que a observação é o primeiro e importante passo do educador dentro do jardim de infância, de forma que, posteriormente, possa proceder à planificação tendo em conta o grupo que tem à sua frente. No entanto, é necessário perceber que observar não significa apenas olhar, mas sim ver tudo com profundidade, tentando dar respostas às nossas questões, dúvidas e objetivos.

É a partir de uma boa observação que se pode “responder” às crianças de acordo com as suas necessidades e assim garantir-lhes sucesso escolar.

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No que respeita à planificação podemos retirar das Orientações Curriculares que ao “planear implica que o educador reflicta sobre as suas intenções educativas e as formas de as adequar ao grupo, prevendo situações e experiências de aprendizagem” (Ministério da Educação, 2007: 26). Assim, podemos afirmar que planificar não é mais que planear e prever. Planear o que vai ser realizado e prever os seus resultados. A planificação constitui um documento que tem como finalidade guiar e orientar o educador nas suas ações. No entanto, este documento não é algo rígido e forçado, mas sim flexível, passível de ser alterado.

Os resultados esperados, na planificação, traduzem-se em objetivos. No entanto, como as OCEPE são apenas um fio condutor para o educador, estes objetivos não estão definidos rigorosamente. Apenas se apresentam objetivos gerais e não específicos por áreas ou temas.

A planificação é organizada por: conteúdos (o que se pretende ensinar), estratégias (como se vai ensinar) que visam a melhor forma de motivar e cativar os alunos, recursos (materiais utilizados para atingir os resultados pretendidos) e avaliação (verificar se os objetivos foram atingidos), (Arends, 1995).

A avaliação é a última fase do processo de ensino e aprendizagem. “Avaliar o processo e os efeitos, implica tomar consciência da acção para adequar o processo educativo às necessidades das crianças e do grupo e à sua evolução” (Ministério da Educação, 2007: 27). O mesmo documento indica-nos que a avaliação feita em conjunto com as crianças é uma mais- valia pois para além de ser por si só uma atividade educativa, de desenvolvimento, é ao mesmo tempo uma forma de avaliar as aprendizagens das crianças. Neste sentido, o educador pode planificar melhor, tendo em conta cada criança. No entanto, a avaliação não se aplica apenas às crianças, mas também ao educador, uma vez que pode tirar elações sobre as suas ações e metodologias utilizadas.

Na Educação Pré-escolar a prática pedagógica está dividida em áreas, sendo estas: Área de Formação Pessoal e Social, Área de Expressão e Comunicação e Área de Conhecimento do Mundo. É de referir, ainda, que a Área de Expressão e Comunicação está subdividida em três domínios: Domínio da Expressão Motora, Dramática, Plástica e Musical; Domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita e Domínio da Matemática.

De seguida passamos a fazer uma breve referência a cada uma das áreas integrando também uma planificação desenvolvida na PES I sobre cada área abordada.

i) Área de Formação Pessoal e Social

Segundo as Orientações Curriculares a Área de Formação Pessoal e Social “corresponde a um processo que deverá favorecer, de acordo com as fases do desenvolvimento, a aquisição de

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espírito crítico e a interiorização de valores espirituais, estéticos, morais e cívicos” (Ministério da Educação, 2007: 51).

Esta área é transversal às restantes, pois em todas as outras áreas é necessário as crianças terem capacidade crítica e conseguirem resolver problemas do seu dia a dia. Um outro aspeto importante é o facto de esta área promover na criança valores necessários à vida social, tais como: autonomia, liberdade, solidariedade, respeito, independência, iniciativa, entre outros (Ministério da Educação, 2007).

É no contexto social em que a criança está inserida e nas relações com os outros, que ela vai interiorizando e compreendendo o que está certo e o que está errado, o que pode e o que não pode fazer, os direitos e os deveres que tem para com os outros e para consigo mesma (Ministério da Educação, 2007).

Na Educação Pré-escolar o desenvolvimento dos valores está presente quotidianamente, em todas as atividades e tarefas e em todos os momentos. Importa desenvolvê-los e potenciá- los.

A autonomia está subjacente a todas as atividades e tarefas que a criança desenvolve no jardim de infância, quando lhe é pedido para fazer uma escolha e posteriormente para justificar, desenvolvendo assim a sua capacidade de realizar escolhas, preferências e tomadas de decisões.

A liberdade está implícita no momento da escolha de espaços para desenvolver atividades livres ou na escolha de técnicas e/ou materiais para o desenvolvimento de trabalhos.

No que respeita à independência, esta está ligada com a autonomia, pois a autonomia desenvolve-se com a independência que cada criança tem ou não, assim como a independência se relaciona com o facto de a criança ser autónoma ou não. A independência está presente em todas as atividades do jardim de infância, pois sem independência a criança não consegue realizar nada sozinha. Assim, podemos observar este valor em tarefas ou momentos como: vestir/despedir o bibe, escolher/tomar decisões e justificá-las, fazer a sua higiene pessoal, entre outras.

No que concerne à solidariedade está presente em atitudes em que a criança ajuda os colegas que necessitem, sendo que esta ajuda está inerente em atividades livres ou pensadas, como é o caso das construções com legos e em diálogo em que há decisões a tomar ajudando-se mutuamente de modo a alcançar uma ideia melhor e mais completa.

Quanto ao respeito, este também está sempre presente no dia a dia das crianças no jardim de infância, pois sem respeito pelos outros e por elas próprias, não haveria um ambiente favorável ao processo de ensino e aprendizagem e, por conseguinte, seria um espaço desregrado e um “caos” completo. Este valor está subjacente ao momento em que as crianças se dispõem

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em fila e nenhuma tira o lugar às outras, bem como no espaço da reunião em que cada criança fala na sua vez sem “atropelar” as outras.

No que concerne à iniciativa, esta está subjacente no que atrás referimos, ou seja, na tomada de decisões, pois só crianças com iniciativa é que conseguem dar opiniões e tomar decisões por elas próprias, nomeadamente contar um momento engraçado ou marcante que ocorreu no fim de semana. Outro dos momentos em que este valor está presente é nas atividades livres concretizadas nos espaços da sala. No entanto, importa referir que os valores se interrelacionam.

Outro aspeto importante, ainda dentro desta área, é o desenvolvimento da identidade. Para tal é necessário que as crianças reconheçam as suas caraterísticas individuais e aceitem e respeitem as dos outros, constituindo, assim, um grupo completo e rico em diversidade e em que todos sabem e reconhecem a sua contribuição e a dos colegas para o mesmo.

Dentro da Área de Formação Pessoal e Social encontramos, ainda, pontos relevantes como a educação estética e a educação para a cidadania. Na educação estética podemos afirmar que esta está presente em toda a sala, pelo modo como esta se encontra disposta e decorada e está ainda presente em diversas atividades em que as crianças participam, tais como: um passeio pela natureza (quando possível), uma visita a um parque próximo ou a um museu/exposição, entre outras. Assim, a criança estando em contacto com diferentes formas de expressão artística fica sensibilizada para a estética, de forma a educar o seu gosto, transpondo esse facto para os trabalhos que desenvolve na sala.

No que respeita à educação para a cidadania, esta pressupõe uma interiorização dos valores, bem como atitudes acertadas. É, pois, na Educação Pré-escolar que se educam as crianças de forma a integrarem-se na sociedade e a respeitarem regras, constituindo, assim, a Área da Formação Pessoal e Social uma área transversal a todas as outras.

Tendo em conta a pertinência do tema, bem como da atividade que desenvolvemos no âmbito da área de Formação Pessoal e Social, escolhemos e apresentamos-vos a planificação que se encontra em apêndice (apêndice 1).

Nesta planificação o nosso verdadeiro objetivo era a exploração dos valores. Através de uma história criada por nós e após a sua leitura, explorámos a mesma com as crianças no sentido de perceberem se as atitudes das crianças da história estariam, realmente, corretas.

A história “A Corrida das Bicicletas” contava o dia de duas crianças amigas que viviam no mesmo bairro e que decidiram participar numa corrida de bicicletas, em que o 1º prémio seria uma bicicleta nova. No decorrer da corrida um dos amigos ficou para trás, sendo que o outro pedalou muito de forma a conseguir chegar em primeiro lugar. O amigo que se atrasou

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não gostou que o outro não tivesse esperado por ele. Como o vencedor estava eufórico respondeu mal ao seu amigo e este deu-lhe um pontapé saindo, imediatamente, daquele local.

Através de uma história comum a tantas crianças, e em que as personagens remetem para a fase de desenvolvimento do nosso grupo, conseguimos captar o seu interesse para a história e, fundamentalmente, para os valores, tornando, assim, o processo de ensino e aprendizagem num processo eficaz, coerente, adaptando o lúdico ao real.

Foi notória a envolvência do grupo na história, participando, posteriormente, no diálogo expressando as suas ideias e soluções para os problemas encontrados.

Após o diálogo, as crianças concluíram que o final da história deveria ser outro. A relação entre os amigos deveria continuar firme e nenhum deveria faltar ao respeito ao outro.

A atividade correu bem, superando as nossas expetativas. E podemos apontar, a título de exemplo, uma outra atividade que surgiu a partir desta: desenhar um fim diferente para a história. Desta forma, as crianças desenharam, individualmente, um novo final para a história explorada, sendo este final o mais sugestivo para cada um, dentro dos parâmetros dos valores. No entanto, este final foi debatido, previamente, em diálogo no espaço de reunião, de forma a opinarmos sobre a sua credibilidade.

Os valores são fundamentais nas interrelações potenciando a coexistência em sociedade. Tal como é preconizado nas OCEPE, a Educação Pré-escolar tem um papel importante na educação para os valores, uma vez que “constitui um contexto favorável para que a criança vá aprendendo a tomar consciência de si e do outro” (Ministério da Educação, 2007: 52).

Através destas experiências vividas em ambiente escolar as crianças desenvolvem “a compreensão, a imaginação e a conduta moral”. É neste ambiente que se faz uso de diversas estratégias de ensino, tais como: ”promover discussões em torno dos valores (…); proporcionar ocasiões para a discussão de dilemas éticos; habituar os alunos a argumentar com rigor e a chegarem às conclusões após o exame crítico dos factos e das evidências”, entre outras (Marques, 1998: 23).

ii) Área de Expressão e Comunicação

Tal como nos referem as Orientações Curriculares, a Área de Expressão e Comunicação “engloba as aprendizagens relacionadas com o desenvolvimento psicomotor e simbólico que determinam a compreensão e o progressivo domínio de diferentes formas de linguagem [referindo, ainda, como sendo] uma área básica de conteúdos [pois foca pontos fulcrais do desenvolvimento e da aprendizagem e] engloba instrumentos fundamentais para a criança continuar a aprender ao longo da vida” (Ministério da Educação, 2007: 56).

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Ao entrar para o jardim de infância a criança já possui algumas noções básicas dos diferentes domínios que compõem esta vasta área. Estas noções funcionam como ponto de partida da Educação Pré-escolar, pois é a partir destas que o educador proporciona “o contacto com as diferentes formas de expressão e comunicação” e com novas experiências (Ministério da Educação, 2007: 56).

De seguida passamos a referir cada um dos domínios integrantes na Área de Expressão e Comunicação, bem como a apresentar uma planificação de cada um.

Iniciamos esta abordagem com o domínio das expressões, sendo que este se divide em quatro: motora, dramática, plástica e musical. Acerca destas podemos referir que cada uma tem as suas próprias caraterísticas. No entanto, elas não são independentes umas das outras, mas interligam-se de modo a completarem-se mutuamente. Todos estes quatro domínios têm uma questão em comum, que é o facto de terem como intuito a criança explorar o seu corpo, assim como tomar consciência da relação entre si e os objetos. As expressões constituem um meio de comunicação e apelam para a sensibilização estética. No domínio das expressões encontramos, ainda, outro aspeto positivo, que se reflete no progressivo domínio de instrumentos e técnicas.

No que concerne à Expressão Motora, o corpo da criança é determinante, pois é através deste que esta expressão se desenvolve, se executa e se domina. É progressivamente, desde o seu nascimento, que a criança vai tomando consciência e controlando o seu corpo. Ao entrar no jardim de infância já possui diversas noções básicas, tais como andar, ultrapassar obstáculos, manipular objetos, entre outros. No entanto, é na educação pré-escolar que a criança vai melhorar e ampliar este tipo de ações. Através da Expressão Motora o educador proporciona à criança situações de motricidade global e motricidade fina, com o objetivo, já aqui referido, da criança aprender a utilizar e dominar o seu corpo.

No que respeita à motricidade global podemos dizer que esta é constituída por diversas ações, tais como: correr, saltar, deslizar e rodopiar, entre outros, sendo que algumas já são fáceis (para determinadas crianças) e outras constituem desafios. Um desses desafios é a inibição do movimento, ou seja, a capacidade de permanecer quieta e relaxada. Outro aspeto que por vezes se torna difícil, especialmente junto das crianças mais novas, é quando estas se encontram em movimento e têm que parar ou por vezes seguir vários ritmos. A exploração de todos estes movimentos constitui para a criança momentos de aprendizagem, pois, para além de desenvolver o seu corpo, a criança toma consciência do mesmo, das suas possibilidades e das suas limitações. É neste sentido que a criança toma consciência da lateralidade, relacionando o seu corpo com o exterior (direita, esquerda, à frente, em cima, etc.) e a partir daqui adquire as noções do espaço relacionadas com a matemática.

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Quanto à motricidade fina baseia-se na manipulação de objetos e a Educação Pré-escolar é rica nestes momentos. A motricidade fina é desenvolvida em atividades em que as crianças têm que receber e projetar objetos, tais como lançar e apanhar bolas, quer com as mãos quer com os pés. Este tipo de motricidade também se desenvolve em atividades de dança em que o corpo é um ótimo objeto, não só para a dança em si mas também para produzir sons e ritmos.

A planificação exemplificativa para o Domínio da Expressão Motora é o tema do 25 de abril (apêndice 2). Com esta atividade pretendíamos recordar, junto das crianças, alguns momentos marcantes, do dia da Liberdade,

para o nosso país. Desta forma, considerámos interessante fazer uma representação de como os soldados marchavam (figura 40).

Através das músicas “símbolo” do 25 de abril recriámos uma situação de imitação da marcha dos soldados. Após o estabelecimento de diversas regras, as crianças teriam que marchar de acordo com as indicações dadas por nós.

Esta atividade foi muito relevante, não apenas pelo simbolismo do tema, como também pelo desenvolvimento motor de cada criança.

Tal como alguns autores defendem, a Expressão Motora “é uma parte importante do desenvolvimento normal da criança. Ela usa o corpo para expressar emoções e ideias, explorar habilidades atléticas e testar o limite de suas capacidades” (Krechevsky, 2001: 73).

As crianças participaram ativamente na atividade, demonstrando-se bastante participativas. No decorrer da mesma pudemos verificar o desempenho de cada criança.

Em relação à Expressão Dramática, tal como nos referem as OCEPE “é um meio de descoberta de si e do outro, de afirmação de si próprio na relação com o(s) outro(s)” (Ministério da Educação, 2007: 59). Ou seja, esta expressão baseia-se sobretudo nas interações e relações da criança com o outro e por vezes consigo própria. Com estas interações as crianças têm a possibilidade de ver, conhecer e apreciar as diferentes reações dos colegas, criando assim situações de comunicação, podendo esta ser verbal ou não verbal. Dentro da expressão dramática descobrimos diferentes tipos de atividades que podem (e devem) ser desenvolvidas no

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jardim de infância. No entanto, existem duas que são fundamentais para o seu desenvolvimento, o jogo simbólico e o jogo dramático. O primeiro constitui uma atividade espontânea e que ocorre durante a interação da criança com outra(s). Para que este se torne num momento de aprendizagem, a criança tem que ter ao seu dispor materiais que lhe permitam recriar situações de “faz de conta”, situações do seu dia a dia familiar (ou outro), bem como pegar num determinado objeto e dar-lhe outra funcionalidade completamente diferente da realidade. Aqui o educador tem um papel determinante, pois tem que possibilitar este tipo de situações à criança, facilitando assim a comunicação entre elas e se necessário dar sugestões.

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