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Práticas Pedagógicas Inclusivas

No documento Projeto Pedagógico CURSO DE ADMINISTRAÇÃO (páginas 141-149)

2. O CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

2.15. Práticas Pedagógicas Inclusivas

Com base em sua proposta humanista e salesiana, o Centro Universitário Salesiano de São Paulo adota em seus projetos pedagógicos e desenvolve em seus cursos, formação

142 de educadores, especialmente no curso de formação de educadores, a licenciatura em Pedagogia, em que são discutidas as práticas inclusivas e de acessibilidade.

Historicamente as discussões quanto à proposta de inclusão permeiam o panorama do curso de Pedagogia há décadas, mas, a partir de 1994, as questões proclamadas ganharam maior destaque pela Declaração Mundial de Salamanca, documento publicado pela UNESCO.

Outros estudos e olhares ganharam mais espaço com os debates dobre práticas inclusivas na América Latina com documentos como a Declaração de Guatemala (1999) e a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra Pessoas com Deficiência (2001). Tais documentos impulsionaram ainda mais as discussões sobre a inclusão escolar.

Já no plano nacional, pode-se notar no cenário da educação brasileira, legislados no artigo 208 da Constituição Federal (BRASIL, 1988), o dever de acesso e atendimento especializado às pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. Além disso, outros documentos como o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996), o Plano Nacional de Educação (2001) e, mais recentemente, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (2001), assim como a Resolução Nacional de Educação Especial na perspectiva da Inclusão (2008), são exemplos legais e políticos que amparam a temática da inclusão escolar e buscam, acima de tudo, reestruturar as bases organizacionais e pedagógicas das instituições de ensino para que possibilitem a inclusão e permanência de seus alunos.

Cabe lembrar que, apesar da Educação Inclusiva estar diretamente relacionada ao processo de inserção escolar, atualmente este último não se restringe a essa modalidade educacional. Não apenas os alunos com deficiência devem ser atendidos nas escolas regulares, mas também todos aqueles que possuem alguma Necessidade Educacional Especial (NEE). (BRASIL, 2001).

Pelo Decreto nº 6.571, promulgado em 17 de setembro de 2008 (BRASIL, 2008), essa compreensão é reafirmada e objetiva avançar nas discussões da inclusão escolar, ao regulamentar a possibilidade de atendimentos educacionais especializados aos alunos em processo de inclusão decorrentes de deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Dentre os objetivos traçados pela nova regulamentação nacional estão: prover condições de acesso, permanência e participação, com a garantia de

143 transversalidade das ações da educação especial no ensino regular, por meio do desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que auxiliem na eliminação das barreiras acadêmicas para esses alunos nos diferentes níveis acadêmicos. (BRASIL, 2008).

A compreensão da Educação Especial, nessa nova esfera, ainda de acordo com a legislação, possibilita a oferta do atendimento especializado aos alunos, com o oferecimento de recursos e procedimentos apropriados, facilitando a acessibilidade e a eliminação de barreiras, assim, efetivando a promoção da formação integral dos alunos.

Como instituição de ensino fundamentada em valores humanísticos e salesianos, as práticas de ensino inclusivas no UNISAL estão embasadas em ações solidárias e igualitárias, que se contrapõem às práticas ainda focadas em conceitos e ações excludentes, com modelos educacionais competitivos e predatórios. Pensar na qualificação das práticas de ensino inclusiva é rever novas formas de organização pedagógica, que sejam consonantes ao respeito às diferenças dos alunos, e uma nova compreensão das práticas dialógicas desenvolvidas em sala de aula, que recuperem os agentes humanos envolvidos na relação.

Pensar nessa relação é contrapor-se à caracterização tecnicista limitada à instrução e transmissão do conhecimento que se configura como um fator determinante na dicotomia do processo de ensino-aprendizagem e desenvolvimento dos alunos.

As diversas diretrizes e legislações para a Educação contemplam a discussão das ações para a inclusão escolar de alunos marginalizados do processo escolar e apontam para a efetivação do direito de acesso e permanência de todos os alunos indistintamente nas instituições de ensino. (BRASIL, 2001; BRASIL 2008; UNESCO,1994).

Constata-se, assim, que discutir a formação e qualificação profissional dos discentes do curso de Pedagogia - futuros educadores - em relação às práticas pedagógicas para a inclusão escolar exige, inicialmente, a compreensão de um novo paradigma educacional. Essa mudança de paradigma deve estar embasada na busca de estratégias que firmem um maior compromisso com a diversidade humana.

É essa dimensão da prática pedagógica inclusiva que deve ser analisada como fator determinante para o sucesso da inclusão escolar.

Para se efetivar o direito da inclusão escolar, da acessibilidade e validade da democracia na educação, deve-se oferecer qualidade de ensino a todos os alunos indistintamente.

144 O que exige, constantemente, reformulações e novos posicionamentos motiva a modernização do ensino e, essencialmente, o aperfeiçoamento das práticas pedagógicas inclusivas. Se os cursos de formação de professores promoverem essa constante discussão, reflexões e lutas poderão ocorrer pela reestruturação das condições educacionais das escolas brasileiras.

O Curso de Administração do UNISAL é abertoe acessível àtodos os estudantes que venham precisar de apoio especializado, desde o vestibular, que possui apoio necessário, acesso e efetivação da matrícula para início do curso.

A IES UNISAL encontra-se preparada para receber estudantes com: Deficiência Física;

Visão subnormal ou Baixa visão; Cegueira; Surdez; Deficiência auditiva; Surdocegueira; Deficiência múltipla; Deficiência intelectual; Síndrome de Asperger; Síndrome de Rett; Altas Habilidades/Superdotação;

Pensando nos estudantes com deficiência física, as medidas tomadas são, minimamente:

a) Eliminação de barreiras arquitetônicas para circulação, permitindo acesso aos espaços de uso coletivo;

b) Reserva de vagas em estacionamentos nas proximidades das unidades de serviço; c) Disponibilização de rampas com corrimões ou colocação de elevadores já existentes, facilitando a circulação de cadeiras de rodas;

d) Disponibilização de banheiros já existentes com espaço suficiente para permitir o acesso de cadeiras e rodas;

e) Disponibilização de barras de apoio nas paredes dos banheiros, já existentes e conformes;

145 f) Disponibilização de lavabos, bebedouros e telefones públicos em altura acessível aos usuários de cadeira de rodas, já existentes e passíveis de customização de acordo com cada caso.

Pensando nos estudantes com deficiência visual, as medidas tomadas são, minimamente:

a) Disponibilização de sala de apoio equipada com máquina de datilografia Braile, impressora Braille acoplada ao computador, sistema de síntese de voz, gravador e fotocopiadora que amplie textos, software de ampliação de tela, equipamento para ampliação de textos para atendimento a aluno com visão subnormal, lupas, réguas de leitura, scanner acoplado a computador;

b) Disponibilização de acervo bibliográfico em Braille e de fitas sonoras para uso didático, customizada à(s) necessidade(s) do(s) aluno(s)

Pensando nos estudantes com surdez e deficiência auditiva e em cumprimento a Portaria nº 3.284/2003, em seu inciso III, especifica requisitos que compreendem:

a) propiciar, sempre que necessário, intérprete de língua de sinais/língua portuguesa, especialmente quando da realização e revisão de provas, complementando a avaliação expressa em texto escrito ou quando este não tenha expressado o real conhecimento do aluno;

b) adotar flexibilidade na correção das provas escritas, valorizando o conteúdo semântico;

c) estimular o aprendizado da língua portuguesa, principalmente na modalidade escrita, para o uso de vocabulário pertinente às matérias do curso em que o estudante estiver matriculado;

d) proporcionar aos professores acesso a literatura e informações sobre a especificidade linguística do portador de deficiência auditiva.

AIES UNISAL oferta material para o ensino de Libras e Língua Portuguesa, e dos serviços de tradução e interpretação da Libras

São recursos de Tecnologia Assistivaa serem disponibilizados aos alunos com Deficiência:

Material em Braille;

Material em áudio Material em áudio;

146 Guia-Intérprete;

Material didático em língua brasileira de sinais; Material didático em língua brasileira de sinais;

Inserção da disciplina de língua brasileira de sinais no curso; Material didático em formato impresso acessível;

Material pedagógico tátil;

Recursos de acessibilidade à comunicação; Recursos de informática acessível;

Material em formato impresso em caractere ampliado;

Destaca-se que a acessibilidade atitudinal é fortalecida no curso de Administração pelos valores desta instituição, calcada na salesianidade. Assim, a percepção do outro sem preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações facilita o acesso e desenvolvimento de todos e para todos. Existe, por parte da coordenação e professores, o interesse em implementar ações e projetos relacionados à acessibilidade em toda a sua amplitude, sempre quando for necessário. Recursos são priorizados para estas ações sem limites para o cumprimento de metas estabelecidas de modo customizado.

É de ser observado que a acessibilidade arquitetônica existe e é utilizada através do acesso àrampas, banheiros adaptados, elevadores adaptados, piso tátil, entre outras características existentes no curso de Moda.

A acessibilidade metodológica nas salas de aula é desenvolvida pelos professores e coordenação, que promovem processos de diversificação curricular, flexibilização do tempo e utilização de recursos para viabilizar a aprendizagem de estudantes com deficiência, como por exemplo: pranchas de comunicação, texto impresso e ampliado, softwares ampliadores de comunicação alternativa, leitores de tela, entre outros recursos que podem ser customizados para cada caso.

O UNISAL possui notoriedade na promoção de processos de sensibilização que envolvem a informação, o conhecimento e a aplicação dos dispositivos legais e políticas relacionadas à inclusão e à acessibilidade de estudantes com deficiência na educação superior. Os valores salesianos, o direito humano e a religiosidade favorece a divulgação dos seus direitos por parte dos estudantesque vislumbrar a possibilidade de acessar a universidade. É destacada a presença da Pastoral da Universidade que contribui para a

147 superação dos limitesatravés da contribuição em propostas voltadas à atividades de estudo (escolar), de trabalho (profissional), de lazer e recreação (comunitária, turística, esportiva).

O UNISAL, como forma de promover a acessibilidade, elimina barreiras não só nos veículos, mas também nos pontos de paradas, incluindo as calçadas, os terminais, as estações e todos os outros equipamentos que compõem as redes de transporte, auxiliando de modo customizado à cada caso e necessidade do estudante.

Existe a presença de uma intérprete de Libras na sala de aula em consonância com a Lei de Libras e possibilidade de ampliação caso ocorra a necessidade voltada ao atendimento de outros estudantes.

2.15.1. Disciplina obrigatória/optativa de LIBRAS (Linguagem Brasileira de

Sinais)

As recentes reflexões acerca das políticas inclusivas e de acessibilidade, bem como as transformações político educacionais exigem novos olhares para a diversidade, cujo foco está no respeito à identidade e à diferença.

Busca-se, pois a promoção da cidadania das minorias culturais, raciais e das pessoas com deficiências por meio de leis que garantam sua participação social. A deficiência auditiva constitui-se como parte integrante dessa diversidade, portanto, interessa à educação conhecer os limites e possibilidades do aluno surdo, de modo a oferecer-lhe os aparatos necessários para aquisição de conhecimentos.

Para que o processo de inclusão escolar se torne realidade, são requeridas mudanças significativas no processo educacional e no pensamento segregador, substituindo-os por práticas renovadoras.

Dentre essas, pode-se mencionar a inclusão da Disciplina de LIBRAS como componente obrigatório na matriz curricular do curso de Pedagogia por meio do Decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005, artigo 3º – considerado o documento mais significativo até o momento, no que se refere à educação formal, de pessoas surdas no Brasil, tornando obrigatória a inclusão de LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais – como disciplina curricular nos cursos de Pedagogia, Educação Especial, nas demais licenciaturas e no curso de Fonoaudiologia.

148 Atendendo a legislação vigente e conscientes da importância da formação de professores, na perspectiva da inclusão escolar de alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE), o Curso de Pedagogia do UNISAL compreende que não se podem ignorar as diferentes condições de aprendizagem dos alunos que integram o sistema de ensino, mas proporcionar-lhes uma educação de qualidade. Em função disso, a disciplina de LIBRAS foi incluída em sua matriz curricular.

Ao ter acesso ao bilinguismo (Libras/Língua Portuguesa), o surdo tem a seu alcance um leque amplo de recursos linguísticos, que favorecem o acesso a qualquer tipo de conceito e conhecimento existente.

A inserção da Língua Brasileira de Sinais (Libras), como disciplina nos cursos de formação de professores, é uma conquista para a comunidade surda.

O Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL - Unidade de Ensino de Americana - assume essa perspectiva curricular de inclusão, evidenciando o conhecimento dos educadores e reconhecimento deles que irão atuar com crianças e adolescentes surdos no ensino regular, os quais dependem da qualidade no processo de ensino-aprendizagem, implicitamente eficaz por meio da Língua Brasileira de Sinais - Libras.

O Curso de Administração, atendendo aos aspectos da educação inclusiva, oferece aos seus alunos a disciplina de Libras, em caráter optativo, em sua matriz curricular. Como o curso de Pedagogia possui essa disciplina como obrigatória, o curso de Administração a elegeu como optativa. Dessa forma, os alunos poderão realizá-la ao longo dos semestres letivos.

Ementa

Proporcionar a aprendizagem dos alunos da educação especial na área da surdez, cultura e identidade surda, por meio da libras e situações contextualizadas, dado a sua própria relevância para a formação de profissionais e a inserção dos educandos em um contexto de inclusão social e abertura de novos processos de linguagem incorporados pelas recentes leis inclusivas.Oferecer subsídios teóricos e práticos que viabilizam a instrumentalização e capacitação em conhecer um pouco mais sobre o mundo dos surdos e ter como base a realização da comunicação do indivíduo.

149 CAPOVELLA, F.C.,RAPHAEL. Sinais da libras e o universo da educação.IM F.C CAPOVELLA (org).Enciclopédia da língua brasileira: mundo dos surdos em libras. São Paulo, SP. Edusp Vitae, Brasil telecom, Feneis.

BRASIL.Secretaria de Educação Especial. Deficiência auditiva: Atualidades pedagógicas. Organizado por Giusseppe Rinaldi et Ali: Brasília: SEESP, 1997.

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