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Fonte: autora

Cabe informar que dado o porte da comunidade, há diversas associações, como, por exemplo, a Associação de Moradores do Campo do Pici (AMOCAP) e o Grupo de Desenvolvimento Familiar (GDFAM), configurando numa estrutura sócio-comunitária fragmentada em termos políticos. É oportuno citar que grande parte dos moradores estão envolvidos nas atividades da AMOCAP154, que contribuiu, por meio da articulação comunitária, no desenvolvimento do projeto de regularização fundiária elaborado pela ONG Cearah Periferia.

Por fim, cita-se que a população local identifica quatro comunidades inseridas nesta área: Feijão, Tancredo Neves, Entrada da Lua e Fumaça, dispostas conforme Figura 31.

Importante observar que há uma diferença entre as comunidades identificada pelo IBGE e pela população local, havendo, inclusive, uma superposição em relação à compartimentação anterior. Vale lembrar que a definição do IBGE parte da identificação dos aglomerados subnormais e não pela relação social entre os moradores. Ressalta-se, no entanto, que as comparações entre as comunidades, que serão realizadas ao longo desta análise, consideram a divisão proposta pelo IBGE, definida pela Figura 27

154 A Dona “Toinha”, responsável pela ocupação da área, era líder da associação AMOCAP, com o falecimento dela no final de 2011, a associação tende a se reestruturar.

Campus do Pici

DNOCS

CAGECE Posto de Saúde Campo de

Futebol Horto Externato São Rafael Júlia Giffoni Santo Antônio I Antonieta SiqueiraI Adroaldo Teixeira AMOCAP

Igreja Santo Ant.

GDFAM Educação Religioso Comunitários Institucional Área Verde Equipamentos de Destaque: Praça Quadra

Fonte: Dados da localização obtidos no Cearah Periferia

Em relação aos aspectos urbanísticos, quanto se trata da infraestrutura e serviços urbanos, verifica-se que esta é dotada de abastecimento de água, iluminação pública, pavimentação, conforme dados da tabela abaixo:

Tabela 15. Serviços de Infraestrutura

SERVIÇOS No %

Domicílios particulares e domicílios coletivos 6695

Domicílios particulares permanentes com abastecimento de água da

rede geral 6569 98,18%

Domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo

dos moradores 6682 99,87%

Domicílios particulares permanentes com banheiro de uso exclusivo dos moradores ou sanitário e esgotamento sanitário via rede geral de esgoto ou pluvial

5861 87,60%

Domicílios particulares permanentes com lixo coletado 6680 99,84%

Domicílios particulares permanentes com energia elétrica 6671 99,70%

Fonte: IBGE (2010)

Vale citar que alguns itens de infraestrutura e serviços urbanos são inclusive melhores do que o restante do bairro, como iluminação pública, calçadas e pavimentação.

Planalto do Pici Figura 32 - Localização das Comunidades

Tabela 16. Percentual de domicílios com infraestrutura

Percentual de domicílios com Infraestrutura

Localidade Iluminaçã o pública (%) Pavimenta ção (%) Calçada (%) Meio- fio/guia (%) Bueiro /boca- de- lobo (%) Rampa para cadeirante (%) Arboriza ção (%) Esgoto a céu aberto (%) Lixo acumulado nos logradouro s (%) Zeis Pici 97,85 97,00 82,76 79,89 33,61 1,31 62,52 10,61 32,74 Bairro Pici (Parque Universitá rio) 94,14 94,56 75,99 68,81 28,19 0,81 60,52 11,96 20,86 Município de Fortaleza 97,92 90,19 83,58 72,95 16,54 1,62 75,34 19,21 7,65 Fonte: IBGE (2010) Fonte: IBGE (2010)

Verifica-se, contudo, que em relação à coleta de lixo, a área encontra-se em condições mais precárias, situação comum aos assentamentos de baixa renda, decorrente da função do desenho desordenado e irregular, que dificulta o acesso de caminhões de lixo.

É oportuno citar que o abastecimento de água tem sido considerado inadequado pela população local, como consequência do crescimento populacional na Zona Oeste, especialmente com a criação dos Bairros Cidade Oeste e Potira. Assim, enquanto a CAGECE155 adota as medidas necessárias à regularização do abastecimento, parte da população utiliza o chafariz da associação AMOCAP para ter água.

155http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=339435&modulo=966&origem=ultimahora-wide. Notícia de 16/05/2012 – acesso 10/06/12

Por fim, informa-se que a infraestrutura e serviços não são fornecidos de forma uniforme no assentamento. Quando analisados os índices, por comunidades, é possível observar que há diferenças nas condições de infraestrutura dos domicílios, com variação nos serviços de iluminação pública, saneamento, coleta de lixo, pavimentação, entre outros. Os piores índices estão no assentamento Guimarães que é o mais irregular.

Fonte: IBGE (2010)

Destaca-se que, em consonância ao que foi exposto no item 2.2.3.1., o poder público deve adotar o assentamento de infraestrutura compatível com o restante da cidade, como forma de melhorar a qualidade do assentamento.

Em relação às condições do sistema viário, elemento articulador das atividades da cidade, como visto no item 2.2.3.1, por meio da análise complementar entre a classificação adotada pela Lei de Uso e Ocupação do Solo de Fortaleza, onde as vias são classificadas em: via expressa, com 45m de largura, arterial, com 30m, coletora, com 18m, e local, com 11m, com a classificação proposta por Moretti, verificou-se que grande parte do assentamento é dotado de vias locais, especialmente de uso misto.

Fonte: UFC – Disciplina PU1

Grande parte das vias, apesar de terem rolamentos estreitos, possuem largura suficiente para permitir a passagem de veículos de serviços públicos, como coleta de lixo, e de atendimentos emergenciais, como ambulância, corpo de bombeiro. Ocorre que na maior parte do assentamento, as vias não são dotadas de passeio, em decorrência do avanço das edificações nos recuos, o que prejudica o trânsito dos pedestres.

Fonte: UFC – Disciplina PU1 Figura 36 - Situação das calçadas

Verifica-se, ainda, a ausência de rebaixamento e inclinação de calçadas e passeios, quando existentes, de meios-fios, e ausência de faixas de travessa de pedestres. Com tais irregularidades, é comum encontrar pedestres circulando nas vias para carro. As ciclovias também são inexistentes, o que traz muitos riscos para população, tendo em vista a frequente presença de ciclistas na área.

É oportuno citar que, tendo em vista que o calçamento dos passeios é de responsabilidade dos proprietários do lote, não há padronização do tipo de pavimentação, sendo frequente pontos de interrupção e, em muitos casos, há presença de rampas e degraus com alta inclinação.