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1. Seu país identificou as necessidades específicas em relação a programas de prevenção ao HIV?

Sim

OBS: 20 responderam SIM, 04 responderam NÃO, 02 não responderam.

SE SIM, como foram determinadas essas necessidades?

A partir de levantamento de demandas junto aos serviços e ao movimento social, o que propiciou a construção do Plano Nacional de Enfrentamento da Epidemia da Aids e das DST entre Gays, HSH e Travestis, e do Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia da Aids e outras DST (mulheres e transexuais femininas).

As organizações apontam a seguir muitas necessidades que, apesar de pontuadas, não foram respondidas a contento:

• Na prática, os resultados dos planos e políticas deixam a desejar, principalmente nas áreas de fronteiras da Amazônia.

• Em alguns municípios há unidades que desenvolvem programas de saúde para adolescentes, mas essa ainda não é uma diretriz programática nacional. Quando existem, as atividades são direcionadas principalmente à prevenção da gravidez ou ao acompanhamento da adolescente grávida. Não existem serviços específicos de aconselhamento para mulheres jovens nas unidades básicas de saúde, e a inserção desse tipo de atividade na rotina diária é frágil, dependendo, em grande medida, da disponibilidade e interesse pessoal de um ou outro profissional.

• Nos casos de exposição sexual forçada, a anticoncepção de emergência e a profilaxia anti-HIV estão disponíveis. No entanto, o acesso das mulheres a esses serviços é baixo e não tem havido um esforço maior por parte do governo no sentido de ampliar a sua cobertura, por meio de divulgação em larga escala. Em 2007, o Departamento Nacional de DST, Aids e Hepatites Virais, em parceria com a área Técnica de Saúde da Mulher do MS, elaborou um Plano Operacional para a Redução da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis7 , visando ampliar a oferta de testagem para HIV e sífilis na gestação, e de tratamento adequado nos casos positivos, dado que, embora exista uma redução contínua e consistente dos casos de transmissão vertical do HIV e uma tendência à redução da sífilis congênita a partir de 2005, a cobertura dessas ações ainda é insuficiente, variando de acordo com a região do país. Em alguns serviços, os profissionais, mesmo realizando o teste, não fazem o aconselhamento ou o contato com o parceiro de modo adequado. Não há controle sobre o aconselhamento e a testagem nos serviços privados, embora a infecção pelo 7 Brasil. Ministério da Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Plano Operacional para Redução da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis. Brasília, 2007.

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HIV e a sífilis na gestação sejam eventos de notificação compulsória8. O teste rápido para o HIV, a ser realizado no momento do parto quando a gestante não conhece a sua sorologia, está disponível nas maternidades do SUS. Mas ainda há falhas na forma de condução da testagem junto às mulheres9.

Neste quesito, a Região Norte do Brasil, por sua extensão territorial, aliada ao complexo componente das fronteiras, apresenta necessidade urgente de mais atenção, em razão da baixa cobertura dos programas de Estado para essa região, no que diz respeito a todos os segmentos populacionais.

SE NÃO, como os programas de prevenção do HIV estão sendo ampliados?

As estratégias governamentais para o enfrentamento da epidemia ainda não conseguem dar resposta às demandas e necessidades em virtude de alguns aspectos, em especial, pela dificuldade em assegurar e legitimar a participação da população beneficiada e da Sociedade Civil organizada no fomento, execução e monitoramento dessas políticas.

Há necessidade de maior exploração da mídia no que diz respeito à prevenção e tratamento da tuberculose, dado que hoje um dos grandes problemas para as Pessoas Vivendo com HIV e Aids é a coinfecção TB/HIV.

1.1 Qual é o nível de implementação dos seguintes serviços de prevenção de HIV?

Área de prevenção ao HIV

A maioria das pessoas que precisam desse item têm acesso a ele?

Segurança do sangue

(21 concordam, 02 discordam, 02 não responderam, 01 N/A) Concordo

Precauções universais em ambientes de atenção à saúde

(18 concordam, 06 discordam, 02 não responderam) Concordo

Prevenção da transmissão vertical do HIV

(17 concordam, 06 discordam, 02 não responderam, 01 N/A) Concordo

IEC* sobre redução de riscos

(12 concordam, 12 discordam, 02 não responderam) Concordo Discordo

IEC* sobre redução do estigma e discriminação

(15 concordaram, 09 discordam, 02 não responderam) Concordo

Promoção do uso de preservativos

(19 concordam, 04 discordam, 03 não responderam) Concordo

Testagem e aconselhamento em HIV

(16 concordam, 07 discordam, 02 não responderam, 01 N/A) Concordo

Redução de danos para usuários de drogas injetáveis

(14 concordam, 10 discordam, 02 não respondeu) Concordo

Redução de riscos para homens que fazem sexo com homens

(17 concordam, 07 discordam, 02 não responderam) Concordo

8 Portaria nº 05, de 21/02/2006, publicada no DOU em 22/02/2006.

9 Wilza Vilela, Alessandra Cabral dos Santos Nilo, José Carlos Pereira da Silva. Monitoramento das Metas da UNGASS-AIDS em Saúde Sexual e Reprodutiva:

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Redução de riscos para profissionais do sexo

(18 concordam, 05 discordam, 02 não responderam, 01 N/A) Concordo

Serviços em saúde reprodutiva que incluem prevenção e tratamento das DST

(12 concordam, 12 discordam, 02 não responderam) Concordo Discordo

Educação sobre HIV para jovens nas escolas

(11 concordam, 13 discordam, 02 não responderam) Discordo

Prevenção do HIV para jovens fora das escolas

(08 concordam, 14 discordam, 04 não responderam) Discordo

Prevenção do HIV no local de trabalho

(09 concordam, 14 discordam, 02 não responderam, 01 N/A) Discordo

Outros: [escrever]

Prevenção da Coinfecção TB/HIV/Aids Discordo

*IEC = informação, educação e comunicação

Em geral, como você avaliaria o esforço direcionado para a implementação dos programas de prevenção ao HIV em 2009?

2007 Ruim Excelente

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Quais foram os principais avanços alcançados desde 2007 nessa área?

A ampliação da Campanha Fique Sabendo; a maior disponibilidade do teste rápido; a realização de Pesquisas de Conhecimento, Atitudes e Práticas com populações sob maior risco; as ações voltadas para a implementação do Plano Nacional de Enfrentamento da Epidemia da Aids e das DST entre Gays, HSH e Travestis, e do Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia da Aids e outras DST (mulheres e transexuais femininas). Além disso, foi dado destaque à Fábrica de preservativos no Acre, a primeira do Brasil. Quanto à população jovem, foi importante a implantação do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), como também a contratação de Jovens Vivendo com HIV em Coordenações Estaduais de DST e Aids. Por fim, foi pontuado o fato de ter se criado o entendimento de que as ações de TB/hepatites virais e HIV/aids devem andar juntas.

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Quais desafios permanecem nessa área?

As organizações pontuaram o desafio da elaboração de campanhas permanentes, voltadas às realidades das regiões brasileiras, com linguagem que o povo entenda. Juntando-se a isso, a necessidade de criação de novos serviços diante das enormes barreiras de distância existentes em regiões do país como o Norte e Nordeste.

Foi também mencionado como desafio que, a despeito da existência dos planos de mulheres e HSH, as políticas de prevenção para essas populações não têm sido implementadas de maneira satisfatória e nem têm conseguido dar respostas às problemáticas da epidemia nessas populações.

Quanto aos jovens, é necessário rever as estratégias de inserção do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas como componente dois do Programa Saúde nas Escolas.

Outro desafio posto é a necessidade de superar o entendimento de que a política de prevenção deva estar concentrada na política de prevenção positiva. E também que é fundamental fomentar programas governamentais que atendam às necessidades das pessoas em situação de exclusão ou fora de outras políticas de governo e estado, como os jovens que estão fora da educação regular, pessoas em situação de rua, pessoas em privação de liberdade, entre outros.

No tocante à implementação de programas de prevenção por parte do governo, que estes não se reduzam à disponibilização (irregular) de preservativo e ao repasse (insuficiente) de recursos para as ONG.

Há necessidade de integração com outros segmentos, como as populações afro-religiosas, que também têm um cunho cultural importante nesse contexto e precisam ser amparadas pelas políticas públicas.

E, como um último desafio, tem-se a diversidade cultural do país, que prejudica a adoção de medidas iguais em termos de redução de estigma, face ao machismo concentrado de maneira mais forte em algumas áreas.

IV. TRATAMENTO, ATENÇÃO E APOIO

1. Seu país identificou as necessidades específicas em relação a serviços de tratamento, atenção e apoio em HIV?

Sim

OBS: 19 responderam SIM, 03 responderam NÃO, 03 não responderam, 01 desconhece.

SE SIM, como foram determinadas essas necessidades?

Apesar do sim, as organizações registram, ainda, falta de cuidados e atenção nos SAE (Serviço de Atendimento Especializado), CTA (Centro de Testagem Anônima),

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