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Problemas associados à implementação de um STF (DRT)

3. O conceito de Transporte a Pedido

3.5. Problemas associados à implementação de um STF (DRT)

Segundo o TPM (2011), estão associados à aplicação de um STF, como é o caso de um DRT, quatro tipos de problemas, mais especificamente os problemas de alcance rentável do serviço, de escala e dimensão, de coordenação dos recursos e da questão da agregação de reserva e propagação do serviço.

3.5.1. Problemas de alcance

Muitas das vezes os operadores de DRT limitam quem pode ter acesso aos serviços, i. e., uma vez que o serviço está muito associado a pessoas idosas, com deficiência e os seus acompanhantes.

Vulgarmente, o DRT é oferecido em áreas onde a população é idosa ou onde há uma grande dispersão da população, i. e., em zonas onde se verifica uma maior carência de transporte, sendo este, em determinados locais, mais escasso. Por outro lado, este facto pode estar associado a uma subutilização de recursos, provocando um elevado custo da viagem por utilizador.

Há limites territoriais exclusivos da área de serviço, que afetam a operação a determinados prestadores do serviço. Se a área de operação é pequena ou uma área rural, existe uma forte probabilidade que as solicitações sejam para fora dessa área, nomeadamente equipamentos coletivos, como hospitais ou zonas comerciais. O motorista, por norma, não está autorizado a aceitar pedidos fora da área de serviço ou quando presta serviços de agência. No caso de este estar a prestar um serviço de agência terá de aguardar no local, para que o utilizador termine o negócio ou, caso contrário, terá de voltar vazio, sem qualquer outro cliente o poder utilizar. Existindo, neste sentido, uma ineficiência do uso dos recursos, gerando problemas de alcance do serviço.

Na eventualidade de existir um financiamento específico, para atender a determinada categoria de indivíduos, surgem restrições no que diz respeito às viagens e áreas de prestação do serviço.

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Para que este tipo de restrições sejam ultrapassadas, é essencial que sejam aceites outras fontes de financiamentos. Deste modo, acabaria por surgir uma maior abertura natural do serviço a mais clientes, permitindo que este serviço se torne viável, reduzindo os custos por viagem.

3.5.2. Problemas de escala

Devido às pequenas frotas apresentadas por alguns operadores, i. e., um número reduzido de veículos colocados ao dispor deste serviço, torna-se difícil dar resposta a todos os pedidos dos utilizadores devido à questão da escala e dimensão do serviço de DRT, e do tipo de operadores. Não podendo os veículos estar em dois locais ao mesmo tempo, deste modo, podem gerar-se conflitos entre dois pedidos, tendo como consequência o incumprimento de um dos horários solicitados.

É, indispensável, que se tenha em conta que o DRT tem a necessidade de utilização de veículos adaptados para transporte de utilizadores idosos ou com mobilidade reduzida, através de veículos modificados e que são implementados por regulamentos de financiamento ou normas de invalidez, podendo limitar a utilização do serviço. Se todos os veículos e lugares se encontrarem reservados, e surjam indivíduos que apresentem algum tipo de invalidez, e necessitem de um veículo adaptado, ganham prioridade perante os restantes utilizadores. Assim, um utilizador comum perderá a sua reserva, uma vez que em muitos casos este tipo de serviço é financiado para o transporte de pessoas com condições especiais. Esta situação acaba por aumentar o custo global do serviço, devido às questões de definição de prioridades, podendo obrigar à utilização de novas tipologias de veículos.

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3.5.3. Coordenação dos recursos nos transportes

Por outro lado, existe alguma falta de coordenação dos recursos do serviço, que poderão ter como resultado (TPM, 2011):

 Multiplicidade de operadores e cada um com a sua missão, quanto aos

equipamentos, fontes de financiamento, elegibilidade dos requisitos e os objetivos institucionais;

 Ausência de um mecanismo formal de cooperação ou de comunicação entre os

operadores;

 Nível total do serviço bem abaixo do nível total de necessidade;

 Uso ineficiente de veículos;

 Variações significativas nos serviços disponíveis, durante determinados momentos do

dia ou dias da semana e para grupos específicos de pessoas, gerando duplicação dos serviços em alguns locais, lacunas substanciais onde não existe serviço disponível para outras áreas;

 Variações na qualidade do serviço, incluindo as normas de segurança, de operador para operador;

 Falta de informação confiável para consumidores, planeadores e operadores do

serviço, com a descrição dos serviços que estão a ser prestados e os seus custos;

 Ausência de um guia geral do serviço disponível, por outro lado, a informação sobre o

fornecimento de fundos atribuídos a determinado serviço e os seus princípios;

 Ausência de um mecanismo confiável para quantificar as necessidades de serviço global e criar um plano abrangente para lidar com esses problemas.

3.5.4. Agregação da reserva e programação

Normalmente, a reserva e programação de viagens de um seviço de DRT são realizadas manualmente por um operador, com uma capacidade de receber cerca de 100 reservas diárias, levando a que o serviço tenha uma perda notória de eficiência. Deste modo, não é utilizado o potencial que a tecnologia poderia trazer, permitindo integrar uma grande variedade de

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operadores de transporte, para além de aumentar a capacidade da atribuição de veículos e passageiros ao serviço de uma forma mais automatizada.

Os operadores acabam por dar prioridade às suas necessidades e são, comummente, muito inflexíveis quanto à alteração dos seus serviços regulares, oferecendo pouca capacidade de resposta às necessidades dos utilizadores.

Se houver uma agregação de veículos à procura com disponibilização total do uso das tecnologias de programação, seria maximizada a eficiência do serviço prestado. Deste modo, poder-se-ia efetuar o controlo dos veículos, registar os movimentos dos utilizadores e realizar a gestão das tarifas, através de software existente. Pode ser proporcionado aos utilizadores, viagens para as diferentes categorias destes, usufruindo do uso da capacidade disponível, aumentando os lucros e a viabilidade dos serviços.