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Serviço de Táxis Coletivos

3. O conceito de Transporte a Pedido

3.3. Tipos de Serviço de Transportes Flexíveis

3.3.2. Serviço de Táxis Coletivos

O serviço de táxi coletivo é um exemplo de Transportes flexíveis, que permite criar reforço na oferta de transporte de uma certa área. Muitas vezes as comunidades rurais sofrem com a falta de meios de transporte e de instalações adequadas ao funcionamento dos Transportes públicos, para além de um declínio ao nível do desenvolvimento económico, criando muitas dificuldades às populações existentes como o acesso às oportunidades de emprego. Deste modo, os táxis têm um papel fundamental na oferta de um serviço de transportes alternativo ao automóvel, contribuindo para uma maior integração dos STF na rede de transportes, nomeadamente os públicos.

Segundo Seabra et al., (2011c), o táxi coletivo é um veículo que pressupõe a partilha da viagem, através da possibilidade de ocupação de um táxi por vários passageiros, que não se conhecem e com origens e destinos iguais ou distintos. No entanto, o táxi coletivo pode ser considerado uma medida de otimização do serviço tradicional de táxis, com vantagens para os operadores, as empresas de táxi e para os utilizadores. Quando os táxis assumem o caráter coletivo e apresentam o objetivo, contribuir para aumentar a taxa de ocupação dos veículos (táxis) em

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circulação, reduzir as tarifas praticadas e responder a necessidades da procura, ou seja, um sistema mais económico para o utilizador final.

Desta forma, os táxis podem ser usados para lidar com situações de baixa procura, proporcionando um serviço porta-a-porta, numa rede regular que funciona 24 horas por dia. No entanto, o custo de uma viagem de táxi é elevada, especialmente se as distâncias forem significativas, como é o caso das áreas rurais. Do ponto de vista da sustentabilidade, os táxis convencionais não são eficientes, pois fazem quase sempre uma viagem sem utilizadores (Ambrosino et al., 2003).

Um excelente exemplo de um serviço de transporte totalmente flexível é o táxi, apesar de apresentar um conjunto de desvantagens do ponto de vista financeiro para o utilizador final, mas garante-lhe o máximo de flexibilidade possível. Porém, para assumir um cariz social que algumas autarquias pretendem oferecer no serviço de transportes, o táxi representa uma opção com algumas restrições económicas para a grande maioria destas entidades. Mesmo tendo maior facilidade de acesso a alguns locais, até mesmo do ponto de vista físico, a sua capacidade de transporte não é totalmente aproveitada, pois não é comum cumprir a funcionalidade de um transporte coletivo, com exceção de algumas situações específicas (Meireles, 2009).

Por definição, o serviço de táxi é prestado em veículos muito pequenos e na maioria dos casos são operados por condutores proprietários ou pequenas empresas. Geralmente, apresentam maior flexibilidade no atendimento das necessidades do utilizador, com menores custos por quilómetro. No entanto, em áreas rurais, este tipo de operação é relativamente rara, com a procura muito baixa e pontual, reduzindo a viabilidade potencial do serviço de táxi, uma vez que é baixa a probabilidade de obter uma série de reservas sucessivas durante o turno de um motorista. Por esse motivo, a oferta de táxi é mais rentável em áreas urbanas. Em muitos casos, a prestação do serviço de táxi em áreas rurais, está associada a atender a procuras específicas (por exemplo, o transporte de crianças em idade escolar, ou viagens relativas ao transporte de pessoas com necessidades especiais (White, 2011).

A falta de flexibilidade do serviço de autocarro pode ser combatida através do serviço de táxi ou do transporte particular. O serviço de táxi, é um serviço que permite dar resposta aos seus utilizadores através de uma recolha e entrega de passageiros porta-a-porta. Deste modo, as

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viagens em táxi partilhado podem ser espontâneas ou pré-planeadas, permitindo aumentar a capacidade de resposta à procura e, sobretudo, o seu custo (Mulley & Nelson, 2009).

O serviço do táxi coletivo pode atenuar os problemas de trânsito urbano. O conceito de táxi coletivo não é novo, no entanto, a sua aplicação sempre encontrou grandes barreiras que ainda estão a ser superadas. O táxi coletivo, em geral, gera maior procura por ser um transporte mais ágil, tendo vindo a ser implementado nos países ocidentais, com o objetivo de dar resposta a algumas necessidades especiais ou para ser usado em algumas áreas limitadas, no que diz respeito ao sistema de Transportes públicos.

A ideia do táxi coletivo em grande escala deve ser vista como parte de um esforço para mitigar alguns problemas de mobilidade urbana, uma vez que permite encontrar outras formas de transporte que permitam substituir as viagens em automóvel privado, de um modo mais democrático e amigo do ambiente. O serviço de táxi deve fazer parte de um sistema global de transportes, juntamente com outros serviços, como a partilha do automóvel, da bicicleta, entre outros. A integração destes serviços deve ser como uma contribuição para promover o transporte multimodal compartilhado e mais sustentável (Ciari et al., 2009).

O táxi é considerdo uma solução “alternativa” para áreas ou momentos em que o Transporte público convencional não existe ou é economicamente aconselhado, devido à baixa procura. Os

cenários podem ser altamente variáveis. Segundo Cauwenberghe et al., (2005), podem ser

distinguidos os seguintes casos:

 O táxi substitui o Transporte público na zona rural ou periférica, para viagens dentro do município, ou para “alimentar” linhas regulares (ligações ao centro da cidade).

 O táxi efetua viagens centro-periferia, e muitas vezes, com um número bem definido

de paragens no centro, ligado a grupos de equipamentos comunitários ou à noite (após o término do serviço regular do autocarro por linha).

 O táxi presta serviço dentro de uma cidade, com linhas de alimentação ao Transporte

público regular.

 O táxi serve uma vila ou cidade (muitas vezes com base num preço por zonas), normalmente à noite.

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Segundo Enoch et al. (2004), é necessário estabelecer boas relações entre o táxi e a comunidade local, os operadores de transporte (particularmente serviços de mini vans rivais e empresas de táxi que podem ver um serviço subsidiado como uma ameaça), e os novos geradores de viagem locais, tais como empregadores, comércio, etc., podendo incentivar os seus funcionários e visitantes a utilizar o serviço, ou potencialmente patrocinar o serviço ou contribuir para baixar os custos da prestação do serviço. Por outro lado, os táxis e os operadores de transporte coletivo privados devem trabalhar em parceria com as autoridades locais, funcionando como um serviço de DRT e não como um serviço convencional. Por último, o

serviço de táxi é mais variado e mais claro com a definição de canais de comunicação para o

licenciamento, autoridades reguladoras e de financiamento.

De acordo com Seabra et al., (2011c), o táxi coletivo é um sistema de Transporte público partilhado, que possibilita a utilização coletiva de um táxi por vários clientes. Constitui um serviço de mobilidade que apresenta diferentes características:

 ter um ou mais pontos de origem fixos, um ou mais pontos de destino e um horário

pré-definido ou previamente combinado;

 ser um serviço aberto, que vai recolhendo os utilizadores ao longo da sua rota. Relativamente ao serviço aberto, é importante referir que este exige sistemas tecnológicos de comunicação (cliente/fornecedor) avançados e de gestão e cobrança e de planeamento de itinerários.

O serviço de táxi coletivo destina-se, naturalmente, ao público em geral, que tenha a disponibilidade de abdicar da sua privacidade, mas aproveitando muitas das vantagens de um transporte individual (ganho de velocidade/tempo), sendo as deslocações realizadas em táxi convencional, caracterizadas por serviço porta-a-porta e sem necessidade de estacionamento, mas com um preço inferior ao praticado no táxi convencional.

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