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Educação Especial da UFSCAR (1981-2002)

PROBLEMAS EDUCACIONAIS E

SOCIAIS PRIVILEGIADOS CRÍTICAS DESENVOLVIDAS A OUTRAS TEORIAS PROPOSTAS APRESENTADAS 6 MENDONÇA A A A 12 BONADIMAN A A A 16 OLIVEIRA A A A

QUADRO 26 – Demonstrativo das dissertações e teses desenvolvidas na abordagem fenomenológica-

hermenêutica que tratam de problemas educacionais e sociais, desenvolvem críticas a outras teorias e/ou apresentam propostas.

A – Apresenta: problemas educacionais e sociais; críticas a outras teorias; e/ou propostas. NA – Não apresenta: problemas educacionais e sociais; críticas a outras teorias; e/ou propostas.

NA + AO – Não apresenta críticas a outras teorias, mas apresenta outros tipos de críticas (observação: esta

categoria é exclusiva para as críticas desenvolvidas a outras teorias).

Os problemas educacionais e sociais privilegiados nos estudos deste grupo foram: 1) formulação dos “rótulos” e suas conseqüências – Estigma Social; 2) a segregação dos indivíduos considerados “excepcionais”; 3) conceituação das pessoas com deficiência, especialmente, as classificações, rotulações e estigmatizações, que na maioria dos casos

privam esses indivíduos de oportunidades de aprendizado e desenvolvimento humano; 4) massificação cultural, especialmente a escolar, que tem padronizado comportamentos e atitudes dos alunos, deixando desta forma de respeitar o tempo e o ritmo de desenvolvimento perceptivo da criança; 5) a visão “assistencialista” presente no processo educacional das pessoas com deficiência e dentre outros.

Assim como, verificado nas pesquisas empírico-analíticas, os problemas educacionais e sociais privilegiados deste grupo, também convergem para denúncia das dificuldades enfrentadas pelas pessoas com necessidades educacionais especiais em sua relação na e com a sociedade.

Comparadas às pesquisas empírico-analíticas, as pesquisas fenomenológicas- hermenêuticas, apresentam um maior número de críticas a outras teorias, com destaque para: 1) os métodos de classificação dos excepcionais, considerados arbitrários, subjetivos e que muitas vezes servem apenas para rotulá-los, estigmatizá-los e assim, privá-los do convívio social e das oportunidades de aprendizado e desenvolvimento humano; 2) os estudos que têm como objeto de análise as famílias dos excepcionais, mas se limitam à apresentação de casos clínicos; 3) necessidade de superação da dicotomia teoria/prática na área de Educação Especial; 4) os malefícios advindos do atendimento das pessoas com necessidades educacionais especiais em instituições segregadas e 5) a massificação cultural, especialmente a escolar, que tem padronizado comportamentos e atitudes dos alunos, deixando desta forma de respeitar o tempo e o ritmo de desenvolvimento perceptivo da criança, dito de outra forma, ao modo de vida da sociedade capitalista, especialmente a alienação e o “tempo fixo”.

Na amostra 12, a autora destaca que, a lógica do modo de produção capitalista é a exploração do homem pelo homem, com o intuito de obter lucro, seja por meio da exploração da mais-valia ou do mercado.

Seguindo esta lógica, a nossa sociedade discrimina os que não podem produzir lucro, tampouco serem bons consumidores. Assim, tende a jogar os velhos, as pessoas portadoras de deficiência num tempo fixo. Felizmente, o ser humano não se deixa irremediávelmente abafar. (amostra 12, p. 96)

Entretanto, não discute o que faz com que as pessoas com necessidades educacionais especiais não tenham acesso ao convívio social e às benesses advindas do conhecimento produzido pelo homem. Acredita, nessa linha de raciocínio, que a saída está na busca de auxílio junto às universidades e aos centros de pesquisas, na produção de alternativas metodológicas que possibilitem uma efetiva educação para a vida e para a cidadania dessas pessoas.

[...] convém buscar junto às universidades, aos pesquisadores, alternativas metodológicas, que auxiliem a escola e os profissionais no efetivo atendimento e na efetiva educação para a vida, para a cidadania. Juntamente com pesquisadores que estudam, procurar resolver a problemática destas pessoas portadoras de deficiência mental, com especial atenção à severa. (amostra 12, p. 96)

Procurar auxílio na universidade, nos centros de pesquisas e tentar desenvolver programas de auxílio, de treinamento aos pais. Esta é uma proposta que pretendo desenvolver nos próximos anos e que procurarei assumir. (amostra 12, p. 118-9)

As principais propostas apresentadas estiveram de forma geral, relacionadas ao atendimento educacional das pessoas com necessidades educacionais especiais, mais precisamente à/ao: a) organização de programas que visassem à formação de recursos humanos habilitados para a área de Educação Especial; b) busca junto às universidades, aos pesquisadores, de alternativas metodológicas, que auxiliem a escola e os profissionais no efetivo atendimento e na efetiva educação para a vida, para a cidadania, dessa população, e especialmente das pessoas portadoras de deficiência mental severa; c) desenvolvimento de programas de auxílio, de treinamento aos pais, para que estes possibilitem uma efetiva educação para a vida e para a cidadania dessas pessoas; d) questão do financiamento das instituições responsáveis pelo atendimento desse alunado; e e) uma nova forma de Educação Especial. A seguir, apresentamos uma série de afirmações que exemplifica essa principal tendência nas pesquisas fenomenológicas-hermenêuticas.

[...] convém buscar junto às universidades, aos pesquisadores, alternativas metodológicas, que auxiliem a escola e os profissionais no efetivo atendimento e na efetiva educação para a vida, para a cidadania. Juntamente com pesquisadores que estudam, procurar resolver a problemática destas pessoas portadoras de deficiência mental, com especial atenção à severa. (amostra 12, p. 96)

Procurar auxílio na universidade, nos centros de pesquisas e tentar desenvolver programas de auxílio, de treinamento aos pais. [...] (amostra 12, p. 118)

A própria questão das oportunidades da pessoa com deficiência está também relacionada com os recursos financeiros da Instituição, que pode garantir ou não um atendimento de qualidade, com profissionais competentes, equipamentos técnicos e pedagógicos atualizados, cursos de reciclagem para seus profissionais, tecnologia de ponta, enfim, são os recursos financeiros que irão prover a estrutura dos serviços oferecidos, mesmo no tocante ao número de vagas abertas à comunidade. (amostra 16, p. 105)

[...] uma nova forma de Educação Especial e alternativas para o ensino dos alunos com deficiência mental, de uma maneira mais integrada e respeitando o seu potencial enquanto pessoa, antes de vê-lo apenas como deficiente. [...] Sem perder de vista a especificidade da deficiência mas, encarando a educação de forma única e indissociável, seja especial ou comum, abrir mão de certas práticas pode significar o primeiro passo para a superação de um quadro discriminatório e reprodutor, buscando transformar um sistema injusto e supostamente ‘neutro’ e ‘natural’, em um espaço educacional que atenda de forma adequada e eficiente seus educandos, comuns ou especiais, cumprindo seus objetivos primeiros de ensinar, educar e

formar cidadãos conscientes, participativos construtores de mundo e fazedores de história. (amostra 16, p. 169-70)

Um aspecto que merece ser destacado em relação às propostas apresentadas por esse grupo de pesquisa refere-se ao fato dos autores almejarem, a mudança da realidade educacional das pessoas com necessidades educacionais especiais, no nosso entendimento de forma pouco crítica, por não discutirem como se organiza a realidade e como nela se apresenta as contradições e as lutas sociais, não tratando da forma com que se estabelecem as relações de produções em uma sociedade organizada em classes sociais e cujo modo de produção é o capitalista.

No quadro 27, apresentamos as dissertações e teses desenvolvidas na abordagem fenomenológica-hermenêutica, indicando os respectivos autores mais citados, em cada estudo.

AMOSTRA AUTOR (A)