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VALIDAÇÃO CIENTÍFICA

CONCEPÇÃO DE CAUSALIDADE CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA 6 MENDONÇA Consenso inter-subjetivo Causa e efeito se interagem Método de conhecimento

subjetivo 12 BONADIMAN Consenso inter-subjetivo Causa e efeito se interagem Método de conhecimento

subjetivo 16 OLIVEIRA Consenso inter-subjetivo Causa e efeito se interagem Método de conhecimento

subjetivo QUADRO 29 – Demonstrativo dos critérios de cientificidade (critérios de validação científica, concepções de

causalidade e ciência) dos estudos desenvolvidos na abordagem fenomenológica-hermenêutica.

Os critérios de validação científica, das pesquisas realizadas sob esta abordagem, assim como, constatado nos estudos de Sánchez Gamboa (1982 e 1987) e Lima (2003) fundamentaram-se no consenso intersubjetivo e apoiaram-se na própria base da pesquisa qualitativa: a) é válido cientificamente aquilo que foi considerado de forma compreensiva, a partir do envolvimento com outras pessoas; evidenciando os conflitos e contradições do contexto abordado inter, intra e extra-objeto; b) a validação científica é sustentada pela reflexão interpretativa sobre objeto e seu contexto; c) é científico o que tem respaldo teórico- prático, partindo do mundo empírico estudado para sua compreensão contextual propriamente dita. Na seqüência, apresentamos trechos das pesquisas analisadas que exemplificam os critérios de validação científica identificados.

A intersubjetividade é, pois, se assim se pode dizer, o principal instrumento desta pesquisa. Nas trocas entre manifestações sobre a vida e a morte, presente e futuro, da pessoa portadora de deficiência e da considerada normal, proteção e autonomia, ser capaz e ser incapaz, a investigação foi-se construindo. Durante tais trocas, os pais e eu, professora-pesquisadora, buscamos esclarecer o que tudo isto significa e o que de fato pode significar. Assim, buscamos novos rumos para nossas ações. Com isto, quer dizer que as entrevistas e a troca de cartas se constituíram em técnicas, modos de aproximação facilitadores dessas trocas, que se deram num clima em que pessoas diferentes, mas com um objetivo comum, buscaram compreender melhor uma problemática tão séria e tentaram vislumbrar encaminhamentos. (amostra 12, p. 45-6)

Os dados foram submetidos a uma análise qualitativa focalizando, de um lado, os referentes às caracterizações dos tipos de excepcionalidade, conforme identificadas pelos sujeitos; de outro, os dados relativos ao contexto em que vive o excepcional, desde que importava conhecer a percepção de suas especificidades e o conseqüente atendimento encontrado no meio familiar e na comunidade. (amostra 06, p. 39)

Não se buscou apenas uma interpretação objetiva ao presente estudo. Procurou-se, outrossim, compreender uma realidade concreta, apreendendo-se o elemento subjetivo que permite entender as orientações de sentido de uma ação. Daí a preocupação, neste trabalho, em captar o discurso de quem lida com a realidade que propunha a estudar. (amostra 06, p. 154)

Estudar as oportunidades educacionais da pessoa com deficiência é investigar se há a garantia de acesso ao sistema educacional, comum ou especial, no que se refere ao direito estabelecido por lei o qual lhe assegura atendimento educacional especializado (no tocante à vaga, ao recurso especial e com profissional especializado). [...] Nesse sentido, a ênfase não está apenas na quantidade de ofertas de atendimento, mas também em como esse atendimento é realizado, o que efetivamente está assegurado às pessoas com deficiência dentro das instituições e escolas que lhe permitem o direito à vaga. (amostra 16, p. 7-8/grifo no original) Com relação à concepção de causalidade as pesquisas desse grupo, têm como base a concepção de que causa e efeito interagem e a partir dessa interação apresentam duas variações (concepções), mais comuns. Uma que se fundamentou na relação fenômeno- essência, isto é, um fenômeno é explicado pelo que está oculto, implícito, busca-se a essência a partir da aparência manifesta, desvelam-se os significados dos discursos não apenas pelo que eles exprimem, mas pelo que não é percebido de imediato, buscando desvelar os sentidos reais. Como exemplo dessa noção expomos um trecho da amostra 16.

Assim, nesse trabalho buscou resgatar a questão das oportunidades educacionais das pessoas com deficiência, tentando compreender a relação que se estabelece entre a Educação Regular e Educação Especial e o papel das instituições especializadas no cenário da Educação Especial. (amostra 16, p. 9)

A outra concepção identificada nas pesquisas fenomenológicas-hermenêuticas, exprime a noção de causalidade como relação do objeto com o contexto, isto é, o fenômeno é explicado/compreendido por meio da estrutura do contexto no qual está inserido.

Os dados foram submetidos a uma análise qualitativa focalizando, de um lado, os referentes às caracterizações dos tipos de excepcionalidade, conforme identificadas pelos sujeitos; de outro, os dados relativos ao contexto em que vive o excepcional, desde que importava conhecer a percepção de suas especificidades e o conseqüente atendimento encontrado no meio familiar e na comunidade. (amostra 06, p. 39)

O futuro que se antevê mais frequentemente é de que as pessoas portadoras de deficiência mental continuem tratadas como pessoas com menor ou nenhuma capacidade. E se pais, escola e sociedade não mudarem essa visão, essa expectativa, o futuro muito pouco mudará com relação ao presente. Entretanto, se passarem a ser encaradas como seres humanos mesmo dentro de limitações, as pessoas portadoras de deficiência terão condições de crescer. É o que mostra a situação da família, cuja filha portadora de deficiência aprendeu, com os pais e professores particulares, ler,

escrever, datilografar e tocar piano, entre outras coisas. Este fato evidencia que a expectativa positiva dos pais, trouxe desenvolvimento e crescimento. É bem possível que se esta expectativa se estenda por toda a comunidade, pela sociedade, as pessoas portadoras de deficiência mental tenham melhores condições de vida, desde que haja, também, vontade política. (amostra 12, p. 94)

As pesquisas fenomenológicas-hermenêuticas concebem a ciência como método de conhecimento subjetivo, para o qual a ciência consiste na compreensão dos fenômenos a partir dos dados coletados em suas várias manifestações, na elucidação dos mecanismos ocultos, das implicações, dos contextos nos quais os fenômenos fundamentam-se. Conforme constatado nos estudos de Sánchez Gamboa (1982 e 1987) e Lima (2003), ao contrário da concepção de ciência das pesquisas empírico-analíticas, as fenomenológicas não confiam na percepção imediata do objeto que somente proporciona as aparências. No entanto, a partir dela e por intermédio da interpretação se descobre à essência dos fenômenos.

A compreensão do problema da excepcionalidade – especialmente no tocante a percepções – deve abranger a investigação de variáveis encontradas nos meios familiar, profissional e social, que cercam o indivíduo desviante. [...] (amostra 06, p. 28)

Os dados foram submetidos a uma análise qualitativa focalizando, de um lado, os referentes às caracterizações dos tipos de excepcionalidade, conforme identificadas pelos sujeitos; de outro, os dados relativos ao contexto em que vive o excepcional, desde que importava conhecer a percepção de suas especificidades e o conseqüente atendimento encontrado no meio familiar e na comunidade. (amostra 06, p. 39)

Não se buscou apenas uma interpretação objetiva ao presente estudo. Procurou-se, outrossim, compreender uma realidade concreta, apreendendo-se o elemento subjetivo que permite entender as orientações de sentido de uma ação. Daí a preocupação, neste trabalho, em captar o discurso de quem lida com a realidade que propunha a estudar. (amostra 06, p. 154)

[...] O cuidado foi no sentido de ver e alcançar a visão dos pais, procurando não me deixar cegar por meus preconceitos e saberes. Tentei entender a percepção real que a vivência dá aos pais com relação ao futuro de seus filhos portadores de deficiência mental.

Nesta tentativa, tive que estar atenta, pois, o real de uma situação, não é somente o que vejo ou o que ouço, mas, sobretudo, o que os gestos, as palavras não dizem na totalidade. Tanto palavras, como gestos são carregados de intenção e o fato de estar junto, de conviver, de ouvir, é que permite entender o que está nas entrelinhas. [...] (amostra 12, p. 46)

No quadro 30, apresentamos as dissertações e teses desenvolvidas na abordagem fenomenológica-hermenêutica, indicando os seus respectivos pressupostos lógico- gnoseológicos (relação sujeito-objeto no processo cognitivo).