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Procedimento de recolha de dados

No documento Aprender a comunicar (páginas 71-75)

5. METODOLOGIA

5.7. Procedimento de recolha de dados

Foram construídos dois tipos de guiões. Um para alunos do 1º ano (anexo III) e outro para os alunos do 2º, 3º, 4º anos (anexo IV). Esta diferença reside no facto de existir uma diferente exposição ao currículo. Para o primeiro ano foram definidos cinco blocos e para os restantes seis blocos Uma vez que as entrevistas foram realizadas ao longo do mês de Novembro, para os alunos do 1º ano, que começaram o ano lectivo em Outubro, significa que estes ainda têm uma experiência muito curta com o curso de Licenciatura em Enfermagem. Por este motivo, o bloco correspondente à Formação teórico-prática, não ficou contemplado no guião de entrevista dos alunos do 1º ano. Contudo, existem dimensões que podem ser avaliadas nestes alunos, daí a pertinência de os incluir neste estudo. Com os restantes alunos, a experiência tanto prática como teórica, é diferente em todos eles. O facto de terem sido entrevistados alunos de todos os anos, permitirá obter diferentes conclusões, de acordo com as suas diferentes vivências.

As questões foram colocadas no sentido de inicialmente serem mais genéricas e progressivamente mais específicas. A estruturação e escolha das questões da entrevista vão de encontro ao plano geral do estudo de caso, uma vez que de acordo com Bogdan e Biklen “o plano geral do estudo de caso pode ser representado como um funil…o tipo adequado de perguntas nunca é muito específico. O início do estudo é representado pela extremidade mais larga do funil” (1994,p.89). Todas as entrevistas foram diferentes entre si, no que concerne, às perguntas efectuadas. Estas diferenças atribuem-se ao carácter semi-estruturado da entrevista, que permite a emissão de questões consoante o discurso dos alunos.

Para o treino e desenvolvimento das características inerentes ao acto de entrevistar, foram realizadas entrevistas piloto com estudantes de Enfermagem. Estas entrevistas piloto constituíram igualmente uma forma de validação do guião, através do feedback fornecido pelos alunos, que foi francamente positivo.

5.7. Procedimento de recolha de dados

Foram realizadas entrevistas individuais a todos os alunos que no seu total foram 9. Dois alunos por cada ano, à excepção do 3º ano, que foram três alunos. Para a realização das mesmas foi pedida a colaboração da professora directora do curso de Enfermagem, que nos auxiliou, seleccionando os alunos de cada ano para as entrevistas.

59 No caso do 3º ano, apareceram três alunos, e dada a disponibilidade demonstrada pelos três para participarem no estudo, seria constrangedor eliminar um deles.

Como se tratam de entrevistas de investigação, é imprescindível a definição de determinados princípios necessários à sua concretização. Em primeiro lugar, deve-se evitar dirigir a entrevista, isto significa que o entrevistado poderá abordar o tema como preferir, durante o tempo que quiser, sem interferências do entrevistador não devendo este influenciar o entrevistado. Em segundo lugar, não se deve restringir a temática abordada, isto é, deve-se possibilitar ao entrevistado alargamento dos temas propostos, tendo presente que esse mesmo alargamento se relaciona com os temas centrais. Por último deverão ser esclarecidos os quadros de referência utilizados pelo entrevistado. Este último aspecto explica que a liberdade oferecida ao entrevistado não deverá incompatibilizar a necessidade de precisar os quadros de referência do mesmo, levando-o a esclarecer clevando-onceitlevando-os, situações (Estrela, 1994). Tlevando-odas as entrevistas flevando-oram dirigidas tendo por base estes princípios.

Em todas as entrevistas, foi realizada uma apresentação individual a cada entrevistado, explicando o âmbito em que o presente estudo se insere, assim como o objectivo geral do mesmo. Foi solicitada a autorização para ser feita a gravação áudio, tendo sido assumido o compromisso de confidencialidade e anonimato dos sujeitos. Para este efeito, todos os entrevistados assinaram o consentimento informado (anexo V). Para a finalização desta parte introdutória, procedemos à caracterização de cada entrevistado pela idade, sexo, estado civil. Finalizada esta parte inicial, procedemos à colocação das questões de investigação.

Ao longo da entrevista procurámos proporcionar uma conversa agradável, respeitando todas as opiniões dos entrevistados, adoptando uma postura imparcial. Através desta atitude procurou-se criar espaços para o entrevistado exprimir livremente as suas opiniões, experiências, sentimentos, proporcionando um ambiente agradável e facilitador de uma comunicação eficaz entre os intervenientes. Segundo a perspectiva de Bogdan e Biklen, (1994), as boas entrevistas oferecem uma riqueza de dados, repletos de palavras que revelam as perspectivas dos entrevistados. Por conseguinte nas suas transcrições existem muitos detalhes e exemplos.

60 No decurso das entrevistas constatou-se que os alunos apresentavam um discurso confiante, fluido, com poucas hesitações, sendo possível a conclusão de que se conseguiu um clima amistoso, e que as respostas proferidas pelos entrevistados constituem dados verdadeiros e credíveis.

Como foi referido anteriormente, para a selecção dos entrevistados, foi imprescindível o auxílio da professora directora do curso de Licenciatura em Enfermagem. As entrevistas foram marcadas de acordo com a disponibilidade dos alunos. Decorreram durante o mês de Novembro de 2008, em salas de estudo da ESSUA.

As entrevistas foram gravadas através de um gravador digital, para permitir o registo verbal de todo o discurso dos participantes. Após o terminus das mesmas procedeu-se à sua transcrição integral (Anexo VI). Durante a transcrição procurou-se manter toda a fidelidade possível, relativamente ao discurso manifestado pelos entrevistados. Por esse motivo, não houve uma preocupação demasiada em eliminar algumas palavras ou formas verbais, para não se correr o risco de alterar o significado das respostas. O processo de transcrição foi bastante moroso, mesmo assim no final do mesmo, foram novamente ouvidos os registos áudio, para inviabilizar qualquer falha e evitar qualquer omissão de informação.

As entrevistas tiveram uma duração média de 12 minutos, perfazendo um total de 1h e 45 minutos de gravação. Foram transcritas em 34 páginas de papel A4. Como combinado com os participantes, a transcrição das entrevistas foi enviada por correio electrónico a cada um deles, para que a estes fosse possível visualizar a sua entrevista, podendo acrescentar ou mesmo eliminar determinadas frases ou palavras que considerassem importantes. Na seguinte tabela encontra-se sistematizada a informação relativa à data da realização das entrevistas, e respectiva duração.

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Tabela 6 – Data e tempos de duração das entrevistas

Sujeitos da amostra

Data da

entrevista Tempo de duração

A 2008.11.17 15 minutos B 2008.11.17 7 minutos C 2008.11.21 10 minutos D 2008.11.21 7 minutos E 2008.11.21 13 minutos F 2008.11.24 8 minutos e 47 segundos G 2008.11.24 7 minutos e 17 segundos H 2008.11.22 17 minutos e 1 segundos I 2008.11.27 20 minutos e 40 segundos

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No documento Aprender a comunicar (páginas 71-75)