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5. PESQUISA DE CAMPO

5.3. Aplicação das ferramentas propostas

5.3.5. Procedimentos de coleta de dados

O estudo foi realizado em parceria com o SINDUSCON/PE e foi autorizado pela diretoria das empresas participantes. O Sindicato da Indústria da Construção Civil no estado de Pernambuco é formado por 233 empresas pequenas, médias e de grande porte e tem a finalidade de: representação política da categoria, defesa da categoria econômica em todas as áreas, realizar pesquisa de mercado, enviar circulares tratando de assuntos de interesse da categoria, fornecer advogados das áreas trabalhista e civil a disposição para dirimir eventuais dúvidas, fornecer informações sobre o andamento das negociações trabalhistas, disponibilizar cópias das Convenções Coletivas do Trabalho, fornecer tabelas salariais na ocorrência de alteração da tabela em vigor, enviar Unidade Odontológica do SESI para atender os operários nos canteiros de obras, realizar cursos, palestras e seminários sobre assuntos ligados a categoria, encaminhar operários para participarem de cursos profissionalizantes na Escola da Construção, orientação para instalação de turmas de alfabetização nos canteiros, com a supervisão do SESI, informar sobre palestras, cursos, congressos e encontros realizados no Recife e em outras capitais, divulgar informações sobre mudanças nas legislações municipais, Estaduais e Federais, realizar campanhas de prevenção: doenças ocupacionais, AIDS, vacinação e segurança no trabalho (SINDUSCON/PE, 2015).

A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas:

A primeira etapa teve como objetivo identificar quais empresas tinham trabalhadores com deficiência nos seus canteiros de obras verticais e quais as funções que eles exerciam. O SINDUSCON-PE enviou e-mail para o setor de

Recursos Humanos das 233 empresas associadas solicitando informações sobre: presença de trabalhadores com deficiência, local do canteiro de obras verticais e função realizada. A partir das respostas, foi possível entrar em contato com as empresas para agendar visita para a coleta de dados.

De acordo com o SEBRAE (2015), as empresas do ramo industrial, no qual se enquadram as empresas da construção civil, são classificadas como micro quando tem até 19 empregados, pequena quando são formadas por 20 a 99 empregados, média quando apresentam 100 a 499 empregados e grande quando tem mais de 500 empregados.

Dezoito empresas responderam ao e-mail informando que existiam trabalhadores com deficiência nos canteiros de obras verticais. Assim, foi realizada ligação telefônica para os canteiros de obras para verificar se os trabalhadores com deficiência estavam trabalhando na obra, explicar o objetivo da pesquisa e solicitar autorização da empresa para a participação na pesquisa. Após entrar em contato com as empresas, uma empresa foi excluída, pois a obra era realizada fora da Região Metropolitana do Recife-PE, outra empresa não autorizou a pesquisa, e, em 5 empresas, a obra estava finalizada ou em fase de finalização e as pessoas com deficiência tinham sido demitidas. Dessa forma, 11 empresas aceitaram a participar da pesquisa.

Das 11 empresas que participaram da pesquisa, dez são de grande porte e uma de pequeno porte. Dessa forma, apenas a empresa de pequeno porte não era obrigada, pela lei nº 8213/91, a ter trabalhadores com deficiência no seu quadro de funcionários.

Na segunda etapa, após combinar com os responsáveis pela obra, os canteiros foram visitados para a coleta de dados da pesquisa. Os trabalhadores com deficiência foram abordados e foram esclarecidos sobre o objetivo do estudo, relevância, riscos e benefícios e, caso concordassem em participar, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 5) conforme a resolução 466/12 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde para participação no estudo. Todos os trabalhadores com deficiência aceitaram participar da pesquisa. Os participantes do estudo foram entrevistados no próprio local de trabalho e responderam a Ferramenta A com a finalidade de obter informações sobre os aspectos sociodemográficos, sobre a deficiência, adaptações realizadas e

opiniões sobre o trabalho. Posteriormente, os trabalhadores responderam a Ferramenta B com a presença e auxílio de outro trabalhador mais experiente ou do chefe imediato, sobre as tarefas realizadas, no qual, descreveram as tarefas e as atividades realizadas de forma detalhada, permitindo a descrição do passo a passo de cada tarefa e possibilitando determinar as exigências físicas, intelectuais e organizacionais da tarefa. Além disso, as pessoas com deficiência responderam ao questionário WLQ sobre Limitações no Trabalho (Anexo B). Posteriormente, foi realizada observação direta e gravação de fotos e vídeos das atividades realizadas pelos trabalhadores com deficiência.

Em seguida, a partir das informações coletadas na Ferramenta A e B, no Questionário WLQ e das gravações de vídeo e fotos, a Ferramenta C foi aplicada aos trabalhadores com deficiência, porém, nos casos em que esses trabalhadores tinham pouca experiência, essa ferramenta foi respondida com auxílio de outro trabalhador da função mais experiente ou seu chefe imediato. A utilização da Ferramenta C teve a finalidade de verificar a adequação do trabalho as capacidades funcionais da PD, inadequações e identificar a necessidade de adaptações no posto de trabalho.

Além disso, os chefes imediatos dos trabalhadores com deficiência responderam a Ferramenta D – questionário de desempenho com a finalidade de obter a opinião deles sobre o desempenho dos trabalhadores com deficiência na realização do trabalho. Ainda através da Ferramenta D, foi solicitado as empresas dados sobre a produção e as faltas dos indivíduos com deficiência e da maior quantidade de trabalhadores sem deficiência que exerciam funções semelhantes.

A figura 2 apresenta o procedimento de coleta de dados através da aplicação das ferramentas propostas, do Questionários WLQ, da gravação dos vídeos e imagens da pesquisa.

Figura 2 – Procedimento de coleta de dados através das Ferramentas e Questionário WLQ da pesquisa

A partir daí os dados foram tabulados em software Microsoft Excel versão 2010 para realizar análise comparativa da produção e das faltas entre os trabalhadores com e sem deficiência.