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1. Introdução

2.8. Procedimentos de recolha de dados

A investigação foi iniciada após aprovação da recolha de dados pela Diretora Executiva do ACeS do Alto Tâmega e Barroso (Apêndice B), aprovação dada no seguimento do pedido realizado pela investigadora (Apêndice C). A implementação do programa de exercício físico decorreu entre dezembro de 2016 e maio de 2018, e foi realizada pela investigadora. O programa foi aplicado nas sessões de RPP já existentes nos centros de saúde elegidos para o estudo, pelo que foi importante reunir com as enfermeiras especialistas para dar a conhecer o programa, visto ser constituído por exercícios diferentes dos que são aplicados na prática na generalidade dos programas deste género no nosso país, pois só em finais de 2017 é que a ginástica hipopressiva começa a ter visibilidade em Portugal como estratégia de recuperação no pós-parto. A estruturação deste programa teve início em 2015 e teve como base os estudos e programas implementados um pouco por toda a europa. Depois de autorizada a implementação do programa e das reuniões com as enfermeiras especialistas, procedeu-se à aplicação prática do programa e à recolha de dados. A colheita de dados no pré-teste foi efetuada numa reunião agendada com as puérperas, após contacto das EEESMO dos centros de saúde onde foi implementado o estudo, no momento da aceitação de participação no mesmo.

Foram preconizados dois momentos de recolha de dados, no GE, a colheita de dados foi realizada no início das sessões de RPP, e no GC, nas mesmas semanas de pós-parto que no GE. Na primeira avaliação (M1), as partes I, II, III, IV e V do instrumento de colheita de dados foram preenchidas pela investigadora, com exceção da escala da dor, perceção de saúde, satisfação com a vida e escala da autoestima, que foram preenchidas pelas participantes. O segundo momento, no GE a colheita de dados foi realizada no final da frequência ao programa (10ª semana pós-parto) e no GC, foi realizada nas mesmas semanas pós-parto que no GE.

Metodologia

Foi realizado o preenchimento das partes I, II e III do formulário, questionando as participantes sobre as informações pretendidas e houve o cuidado de realizar explicações sobre as mesmas, sempre que necessário. Na parte III e para a avaliação das variáveis, fizeram-se avaliações de acordo com o sugerido na bibliografia. Relativamente aos sintomas urinários, foram definidos segundo as orientações do subcomité de padronização da Sociedade Internacional de Continência, como: perda de urina com esforço; aumento da frequência urinária; urgência urinária; incontinência urinária de urgência; noctúria e enurese. A esquematização destes sintomas foi realizada desta forma para permitir mais facilmente a colheita de dados. Todos os termos usados foram explicados às participantes, de modo a que estas percebessem o seu significado.

A avaliação muscular foi realizada de acordo com os métodos recomendados na bibliografia consultada, relativamente aos músculos perineais, a avaliação da força muscular do pavimento pélvico foi realizada por meio da palpação da musculatura, com toque vaginal, graduado segundo a escala de Oxford Modificada. Inicialmente, a participante recebeu instruções sobre a forma correta de contrair a musculatura do pavimento pélvico. Posteriormente, foi posicionada em decúbito dorsal, com as pernas e joelhos semi-fletidos e abduzidos. Nesta posição, a examinadora introduziu o dedo indicador em pronação até à falange intermédia no introito vaginal, utilizando uma luva de procedimento descartável e uma pequena quantidade de gel neutro. Posteriormente, foi solicitado à participante que contraísse da forma mais intensa possível os músculos do pavimento pélvico ao redor do dedo da investigadora. A contração muscular é avaliada de 0 a 5, de acordo com a perceção da atividade contrátil relacionada com a Escala de Oxford Modificada (Laycock & Jerwood, 2001).

Para avaliação da diástase do reto-abdominal, a puérpera realiza uma flexão anterior do tronco, até que as bordas inferiores das escápulas se afastem do colchão, mantendo os braços cruzados ao nível do peito, os pés apoiados no chão e os joelhos fletidos. Neste momento, deve ser realizada a medição, tendo como referência o umbigo da puérpera, medição feita 4,5 cm acima e abaixo da cicatriz umbilical, bem como na linha umbilical (Valerius et al., 2005). Para avaliação da musculatura abdominal, foram construídas as tabelas que constam no instrumento de colheita de dados (Valerius et al., 2005).

Para avaliação da dor, foi utilizada a Escala numérica (DGS, 2003), já descrita anteriormente. Na sua aplicação, foi solicitado à puérpera que percecionasse a intensidade da dor sentida no

Metodologia

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A avaliação das variáveis perceção de saúde e satisfação com a vida foi realizada através de uma escala tipo Likert, com pontuações que variavam entre 1 e 5. Neste âmbito, foi feita referência à visão holística do conceito de saúde e realizada uma explicação acerca do que se pretendia com a questão “satisfação com a vida” (vista na sua globalidade e não apenas referente à maternidade - dúvida comum a quase todas as participantes).

Para avaliar a autoestima foi utilizada a RSES (Rosenberg, 1965), tendo sido solicitada autorização dos autores para a sua utilização no presente estudo, que foi concedida (Apêndice

D). A escala de avaliação da autoestima foi preenchida pelas participantes e sempre que

solicitado foi dada alguma explicação para uma melhor compreensão deste conceito e facilitar o seu preenchimento.

As puérperas foram incluídas no programa à medida que perfaziam a terceira semana de pós- parto e mostravam disponibilidade para participar no estudo. Existiram puérperas em diferentes semanas de puerpério na mesma sessão, o que implicou dar indicações individuais mediante as semanas de pós-parto em que se encontravam. Este aspeto exigiu um maior esforço por parte da investigadora, já que existiam puérperas em diferentes etapas da RPP na mesma sessão.

Visando o envolvimento das participantes no programa e a consolidação da informação específica sobre os diferentes grupos de exercícios a realizar, foi fornecido um panfleto

(Apêndice E), onde se encontravam os exercícios preconizados para cada sessão e a respetiva

explicação.