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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.5.1 Processamento histológico:

Decorrido o período de 48 horas com as peças imersas em solução de formalina tamponada 10% em pH neutro para fixação dos tecidos, as mesmas foram lavadas em água corrente por 12 horas e em seguida desmineralizadas em solução de ácido fórmico (Reagen Quimibras Indústria Química S.A., Rio de Janeiro – RJ, Brasil) e citrato de sódio (Reagen Quimibras Indústria Química S.A., Rio de Janeiro – RJ, Brasil), em partes iguais, por aproximadamente 3 meses (Morse, 1945). O processo de desmineralização foi considerado finalizado quando os dentes atingiam consistência borrachóide e não era mais possível observar radiograficamente imagem radiopaca dos dentes e tecidos calcificados, permitindo o corte no micrótomo para tecido mole.

Em seguida os dentes foram separados individualmente, diafanizados, incluídos em parafina e receberam cortes seriados com 6 µm de espessura no sentido próximo-proximal. Desta forma evitava-se a interferência de dilacerações radiculares e permitia-se a visualização completa da peça dentária da porção coronária à apical.

Cerca de 80% dos cortes foram corados com hematoxilina e eosina (HE) (Lillie, 1954) para avaliação histomorfológica e o restante foi corado pelo método de Brown e Brenn (BB) (Taylor, 1966), para avaliação histomicrobiológica.

Após esta etapa foi feita uma avaliação inicial dos cortes, sendo selecionados aqueles em que se pudesse observar toda a luz do canal, o forame apical e a região periapical, sendo descartados os cortes que abrangiam as paredes dos canais ou que apresentassem dobras, artefatos de técnica ou coloração inadequada. Desta forma foi possível obter em média 20 cortes por dente, dos quais selecionou-se o melhor corte para se fazer a leitura dos resultados.

A leitura e seleção para fotografia das lâminas foi realizada de forma independente por dois avaliadores empregando fotomicroscópio de visão dupla (LEICA – Modelo DM LP Equipado com câmera LEICA DFC 280 – Software LAS). Este exame foi feito de maneira cega quanto aos grupos experimentais, avaliando-se

cada parâmetro concomitantemente em cada corte, sob as mesmas condições de aumento e de luz.

4.5.2 Análise histomorfológica e histomicrobiológica:

A análise histomorfológica e histomicrobiológica foi realizada adotando-se critérios adaptados do proposto por Holland et al. (2007).

Os cortes histológicos corados por hematoxilina e eosina tiveram a análise histomorfológica e histopatológica das estruturas examinadas realizada por meio de método descritivo de avaliação microscópica, sendo observados os seguintes detalhes:

1. Invaginação de tecido conjuntivo para o interior dos canais radiculares: Ausente, parcial ou total.

2. Deposição de tecido mineralizado depositado em paredes internas de dentina: Ausente, parcial ou total.

3. Infiltrado inflamatório no tecido conjuntivo invaginado: Ausente, discreto, moderado ou severo.

4. Infiltrado inflamatório no ligamento periodontal apical: Ausente, discreto, moderado ou severo.

5. Espaço do ligamento periodontal: Normal, levemente aumentado, moderadamente aumentado ou severamente aumentado.

6. Reabsorção cemento-dentinária: Ausente ou presente. 7. Reabsorção óssea: Ausente ou presente

Os espécimes com cortes histológicos corados por Brown e Brenn tiveram a análise histomicrobiológica também realizada por meio de método descritivo de avaliação microscópica, relacionando a evidenciação de bactérias Gram + (coradas

em preto) e Gram - (coradas em vermelho) com a presença, ausência e localização do infiltrado inflamatório.

5 RESULTADOS

A análise histomorfológica das lâminas selecionadas demonstrou que em todos os grupos experimentais ocorreram casos de sucesso no procedimento de revitalização com a formação e invaginação, parcial ou total, de tecido conjuntivo no espaço anteriormente preenchido pelo coágulo sanguíneo. Esta invaginação de tecido conjuntivo poderia ser acompanhada ou não pela deposição de tecido mineralizado em paredes internas de dentina, de forma parcial ou total. Também em todos os grupos ocorreram situações de fracasso na revitavização do espaço pulpar, sem que a formação destes tecidos tenha sido observada.

Pôde-se observar uma maior tendência de sucesso da neoformação de tecido conjuntivo no interior dos canais radiculares no grupo 2 (61,54%), onde foi aplicada medicação intracanal com pasta de CLX gel 2% e Ca(OH)2 P.A. durante 30

dias, previamente à indução de coágulo sanguíneo. No grupo 1 (aplicação de medicação de CLX gel 2% durante 30 dias, previamente à indução de coágulo sanguíneo) e no grupo 3 (indução de coágulo sanguíneo, sem aplicação prévia de medicação intra-canal), as taxas de sucesso na invaginação de tecido conjuntivo foram de 41,67% e 58,33%, respectivamente. (Quadro 3)

Quadro 3 - Porcentagens de sucesso e fracasso na invaginação de tecido conjuntivo para o interior dos canais em cada grupo experimental

41.67 61.54 58,33 58.33 38.46 41,67 0 10 20 30 40 50 60 70

GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3

Po rce n tgem Grupos Experimentais Sucesso Fracasso

5.1 GRUPO 1

Necropulpectomias onde após a ampliação do forame apical foi aplicada medicação intracanal de CLX gel 2% por 30 dias, seguida da indução de coágulo sangüíneo.

Dos quatorze canais selecionados para este grupo, dois foram perdidos por falhas ocorridas durante o processamento histológico.

Nos doze canais que apresentaram condicões ideais de leitura para a coloração de HE foi possível observar revitalização do espaço pulpar com invaginação parcial (Figura 3) ou total (Figura 4) de tecido conjuntivo para o interior do canal radicular em 5 casos, representando 41,67% do total, enquanto que em 7 casos não ocorreu a invaginação (Figura 2), representando 58,33% do total. (Quadro 4)

Quadro 4 – Porcentagens de sucesso e fracasso na invaginação de tecido conjuntivo para o interior do canal radicular no Grupo 1 (CLX).

Dos cinco espécimes onde foi observado o sucesso na invaginação de tecido conjuntivo, esta invaginação ocorreu de forma parcial em quatro (80%), sem que o tecido neoformado atingisse a barreira de Mineral Trióxido Agregado (MTA). Em um espécime (20%) houve invaginação total com o tecido conjuntivo atingindo esta barreira. (Quadro 5)

Sucesso 41,67% Fracasso

58,33%

GRUPO 1 - INVAGINAÇÃO DE TECIDO

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