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A expansão urbana para o alto pode ser observada em muitas cidades brasileiras, não apenas nas grandes metrópoles nacionais e regionais, mas também nas cidades médias e até mesmo nas pequenas. Esta forma de expansão, denominada em geral de "verticalização", exprime um processo que se distingue fisionomicamente pela construção de edificações com diversos pavimentos e que implica em várias dimensões de interpretação ligadas a elementos da modernidade no espaço urbano, sendo que os estudos sobre esta temática ganharam destaque somente a partir dos anos 80 (SAHR, 2000).

A política de verticalização adotada através da Lei Complementar nº 126/2007, que permite o aumento de pavimentos construídos, poderá trazer vantagens e desvantagens à comunidade da Praia Brava. À priori, procura atender as necessidades de diferentes interesses. Se por um lado esta mudança diminui a taxa de ocupação dos lotes, prevendo um maior número de áreas verdes e o conseqüente aumentando da drenagem natural, atendendo os interesses da comunidade ambientalista; por outro lado proporciona maior lucro à iniciativa privada, pela supervalorização e maior quantidade de apartamentos a serem vendidos. Sobre esta questão, ao tratar da verticalização no município de Ponta Grossa/PR, Sahr (2000 p. 18) coloca que:

“A legislação tende a privilegiar os interesses daquele segmento ou segmentos da classe dominante que estão no poder. Desta forma, a efetiva atuação do poder público ocorre sobretudo em função de decisões e acordos político-econômicos locais e regionais. É comum, entretanto, o mercado imobiliário ponta-grossense apoiar-se naquelas legislações sem especificações e incompletas; com isto alguns edifícios são construídos com número de pavimentos além do permitido por lei ou até mesmo em áreas onde estes não são indicados. Esta questão deve-se ao fato de que, geralmente, a iniciativa privada tem representantes que atuam no poder público municipal.”

A autora cita também as seguintes considerações de Ramires (1999). Segundo o autor, os estudos de verticalização das cidades brasileiras apresentam características comuns no que se refere a seus aspectos de análise:

 A verticalização sempre é colocada como um marco revolucionário na paisagem urbana, destacando-se as transformações profundas no corpo urbano baseados nos progressos técnicos;

 A verticalização produz significativos impactos nas estruturas social e econômica das cidades, como mudanças na distribuição das classes sociais fortemente influenciadas pelas alterações de valor e de uso do solo urbano;

 O poder público assume papel relevante para a verticalização disciplinando o processo através da legislação urbana, a qual aparece extremamente subordinada aos interesses dos grupos que produzem este espaço.

 As práticas sócio-espaciais contidas na lógica da incorporação imobiliária estão presentes em vários estudos sobre a verticalização.

 Na definição das diferentes fases da expansão vertical existe uma preocupação maior com os fenômenos econômicos e políticos gerais na formação da sociedade brasileira, procurando-se conectar o processo de verticalização às escalas nacional, regional e local

Dentre as vantagens, a verticalização poderá proporcionar a geração de tributos e renda pela arrecadação de impostos, o aquecimento do comércio e a criação de novos empregos, sobretudo através de melhorias na infra-estrutura turística. No entanto, as referências encontradas a respeito de estudos realizados nesta área apontam para as desvantagens da expansão urbana para o alto.

A princípio, o que se evidencia como conseqüência futura da verticalização na Praia Brava é o significativo aumento populacional, que pode provocar a sobrecarga e o congestionamento dos serviços urbanos, exigindo sua substituição por outros de maior capacidade. Campos Filho (1992 apud Sahr, 2000) observa que, em decorrência desse processo de contínua substituição de infra-estrutura de serviços urbanos, estas áreas do espaço urbano permanecem em constante estado de obras, o que perturba tanto o funcionamento das atividades urbanas, quanto o sossego dos habitantes.

Quanto aos serviços urbanos, podemos citar a sobrecarga no sistema viário, em detrimento do aumento do número de veículos que circularão, e no abastecimento de água tratada. Sabe-se que o “consumo” exagerado é a causa do comprometimento

adensamento desta deverá ocasionar também um aumento do consumo e, conseqüentemente, um racionamento.

Segundo Nucci (1999), pode-se constatar que o consumo de água não apenas cresce paralelamente ao padrão de vida da população, mas que o consumo per capita nas grandes cidades é 2 a 3 vezes maior que em comunidades pequenas. Isto significa que as pessoas de nível de vida elevada produzem quantidades maiores de águas contaminadas, necessitando em conseqüência de um maior fornecimento de água tratada do que os moradores de pequenas cidades ou pessoas de nível de vida mais modesto.

Atualmente, a Praia Brava é um dos locais em Itajaí que apresenta deficiência no atendimento deste serviço, sendo necessárias soluções alternativas como a captação através de poços artesianos. Porém, durante a alta temporada, quando existe uma maior demanda em decorrência da ampliação populacional e das temperaturas, a falta de água na região é freqüente.

“Na última semana o reservatório da Estação de Tratamento São Roque, com capacidade para 8 milhões de litros, ficou no máximo com 6 milhões. Em algumas regiões da cidade já há falta de água.

Com a temperatura média acima dos 30º o consumo de água aumenta. O Semasa atualmente capta e trata 750 litros de água por segundo, o que representa 58 milhões de litros por dia. Essa produção garante o consumo de 230 litros por dia para cada habitante de Itajaí e de Navegantes. O consumo ideal diário não passa de 150l/dia. Deveria haver excedente, mas com o desperdício o abastecimento está prejudicado. Bairros como Cabeçudas, Fazenda, Fazendinha, Praia Brava, Salseiros e Itaipava já percebem a falta de água.

O que preocupa a autarquia é que o aumento do consumo não segue a mesma proporção do aumento da população. “O número de habitantes da nossa cidade, de acordo com o último censo, cresce, em média, 3,2% ao ano. Em contrapartida o gasto com água tem aumentado cerca de 8% no mesmo período”, destaca o assessor de planejamento, Fábio Inthurn. Esses números revelam que cada morador está gastando mais água. “Deveria ser o contrário”, destaca o diretor geral do Semasa, Marcelo Sodré. “Na última semana não conseguimos manter reservação de água nem durante a noite”, finaliza.” (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJAÍ, 2007).

Sabe-se que todo ser humano muda constantemente suas necessidades e desejos ao longo da vida, mas certamente há algumas necessidades que não mudam como: necessidade de ar fresco, água potável, certa quantidade de alimento por dia, espaço para dormir e estar, pessoas para interagir, etc. Ar, água, espaço, energia (alimento e calor), abrigo e disposição de resíduos, são necessidades biológicas dos seres humanos que influenciam na qualidade de vida e podem funcionar como

fatores limitantes à urbanização (NUCCI, 1999).

Neste sentido, presume-se que a verticalização das edificações poderá causar uma série de impactos negativos relacionados aos costumes e a qualidade de vida da comunidade da Praia Brava, onde podemos tomar como um bom (ou mal) exemplo a cidade vizinha de Balneário Camboriú. Esta, apesar de abrigar uma diversificada rede de infra-estrutura, oferecendo certas facilidades e conforto para seus moradores, de acordo com seus costumes; tem seu lado negativo pelas problemáticas típicas dos grandes centros urbanos, onde podemos citar inicialmente a poluição sonora.

A poluição sonora é uma das conseqüências da urbanização que afeta a qualidade ambiental, tendo como principais fontes de ruídos: os meios de transportes terrestres, os aeroportos, as obras de construção civil, as atividades industriais, os aparelhos eletrodomésticos e o próprio comportamento humano.

O ruído é hoje a terceira principal causa de poluição no Mundo, perdendo apenas para o ar e a água. Em 1980, a Organização Mundial de Saúde reconheceu que o ruído pode perturbar o trabalho, o descanso, o sono e a comunicação nos seres humanos, pode prejudicar a audição e causar ou provocar reações psicológicas, fisiológicas e talvez até patológicas (FIORINI, 2005).

Os ruídos podem anular o efeito de dietas, agravar problemas cardíacos, de hipertensão arterial, infecciosos e estruturais, além de provocar estresse e prejudicar o desempenho físico e mental. Distúrbios crônicos prejudicam a recuperação celular e o crescimento pela perda de sono profundo, além da memória, atenção, humor e relacionamento social pela perda de sono, como confirma pesquisa nos EUA (SOUZA, 1991).

Em pesquisa realizada na cidade de Curitiba/PR, Lacerda et al. (2005) apontam que o ruído de tráfego é a principal fonte geradora da poluição sonora, seguido pelo ruído de vizinhança; e que estes resultados encontram correlatos no nível mundial, mais precisamente na Alemanha, através das pesquisas de Rohrmann (1984) e Kürer (1997). Como principais reações psicossociais causadas pela poluição sonora à população, os autores apresentam os seguintes fatores: Irritabilidade (55 %); Baixa concentração (28%); Insônia (20%) e; Dor de cabeça (19%).

A poluição sonora é uma questão que afeta o cotidiano de cidades como Balneário Camboriú e outros balneários onde já se encontra uma urbanização consolidada e que sofrem com a sobrecarga de turistas durante a alta temporada. Nesta época do ano, é freqüente a incidência de automóveis exibindo sua alta capacidade sonora em meio às ruas, praças e outros lugares públicos, tanto durante dia quanto a noite.

Além dos impactos oriundos do crescimento populacional local, existe também a preocupação com as mudanças que podem ocorrer nos fatores físicos. Segundo Marcus & Detweler (1972 apud Nucci, 1999), as mudanças causadas no clima pela urbanização são: diminuição da radiação solar, da velocidade do vento e da umidade relativa; e aumento da temperatura, da poluição, da precipitação e de névoa.

A diminuição da radiação solar é uma das maiores preocupações dos usuários da Praia Brava. O aumento das edificações ao longo da orla significaria o encurtamento do período de disponibilidade solar na faixa de areia, prejudicando principalmente a comunidade turística, que durante o verão costuma desfrutar da praia por um maior período de tempo através de atividades de lazer e da prática de esportes como o surf e o frescobol.

Em estudo de simulação das sombras dos edifícios na areia da praia central de Balneário Camboriú, Souza et al. (2004) colocam que, devido a especulação imobiliária alentada por períodos com ausência de legislação urbanística, os edifícios da Av. Atlântica, com alturas incoerentes para uma orla de praia, bloqueiam o sol em vários pontos da faixa de areia a partir das 14:00h; conseqüentemente os usuários não podem aproveitar o sol até 20:00 horas no horário de verão, necessitando ampliação da faixa de areia: para que as pessoas possam usufruir mais horas de sol na praia.

FIGURA 18 - Vista da parte norte da praia de Balneário Camboriú Fonte: Silva, J., 2004.

Outra situação negativa relacionada com a privação de radiação solar é o prejuízo causado às construções de baixo pavimento que ficarão localizadas entre os futuros edifícios. O sombreamento nos terrenos vizinhos às altas construções, somados a deterioração dos bens de consumo pela umidade, o mofo e a dificuldade na circulação do ar são alguns dos problemas futuros nas moradias mais baixas entre edifícios, além da grande desvalorização do imóvel.

A Figura 28 mostra uma imóvel localizado no município de Itapema que, segundo seu morador, perdeu valor de mercado por apresentar problemas com a umidade, além de não ser de interesse dos prédios que o circundam (ZEMKE, 2007).

A autora apresenta também problemas de desobediência do Plano Diretor, constatando a existência de prédios com mais de sete pavimentos na érea da orla marítima de Itapema, assim como o avanço da construção em áreas destinadas ao fluxo de pedestres (Figura 29).

Tomando isto como exemplo, tais questões passam também a fazer parte das preocupações com o futuro da Praia Brava que, como visto até aqui, apresentou sérios problemas de falta de fiscalização e ações por parte dos órgãos competentes.

FIGURA 19 - Imóvel prejudicado pela falta de radiação solar em Itapema Fonte: Zemke, 2007.

FIGURA 20 - Inexistência de passeio devido ao avanço de edifício em Itapema Fonte: Zemke, 2007.

asfalto para o revestimento e ocupação do solo. Os corpos d'água e os espaços livres vegetados não encontram lugar na luta pelo espaço. Essa impermeabilização afeta também a umidade do ar devido o rápido escoamento das águas e a conseqüente diminuição da evaporação. Além disso, a verticalização faz com que essa superfície impermeável aumente sua capacidade térmica devido à diminuição da evaporação.

Estas modificações estão diretamente ligadas ao fenômeno chamado “ilhas de calor”. Lombardo (1985) define que a ilha de calor urbana corresponde a uma área na qual a temperatura da superfície é mais elevada que as áreas circunvizinhas, o que propicia o surgimento de circulação local, ocorrendo devido à redução da evaporação, ao aumento da rugosidade e às propriedades térmicas dos edifícios e dos materiais pavimentados. Segunda a autora, pode ser atora; pode ser atribuída aos seguintes fatores:

• Efeitos da transformação de energia no interior da cidade, com formas específicas (estruturas verticais artificialmente criadas), cores e materiais de construção (condutibilidade);

• Redução do resfriamento causado pela diminuição da evaporação (poucas áreas verdes, transporte de água da chuva através de canalização);

• Produção de energia antropogênica, por meio da emissão de calor pelas indústrias, trânsito e habitações.

Uma das conseqüências da ilha de calor na cidade é a formação de uma circulação de ar característica, na qual o ar da região central se aquece e sobe, e o ar da periferia converge para o centro da cidade, onde se encontra o pico da ilha de calor, formando-se, assim, um "domo" de poluição sobre a cidade, pondo em risco o estado de saúde da população.

A dissipação das ilhas de calor se dá pela ação dos ventos. Portanto, o aumento da rugosidade causada pela verticalização das construções pode atrapalhar a dissipação dos poluentes devido à queda da velocidade do vento (NUCCI, 1999). Desta forma, o arranjo dos prédios pode formar corredores que ajudam, ou paredões que impedem o escoamento dos ventos. Este desejável sistema de afunilamento da brisa que vem do campo pode ser melhorado também com um arranjo próprio das áreas verdes, que também vão servir para eliminar os poluentes do interior do domo

Até a década de 70 os estudos a respeito das ilhas de calor eram limitados às grandes metrópoles dos países ricos. A partir da década de 70 houve uma reversão neste enfoque, sendo elaboradas metodologias específicas para a compreensão deste fenômeno em cidades de médio e pequeno porte.

Devido às suas características de urbanização, os municípios de Balneário Camboriú e Itajaí possuem fatores que favorecem a formação desse fenômeno. Neste sentido, conclui-se que a Praia Brava, por ser uma região periférica e limítrofe entre esses dois municípios, constitui-se numa região de grande importância. Suas características naturais de região agreste, de pouca urbanização, contendo ainda uma grande área verde, contribuem no combate a formação dessas ilhas, alterando os índices de reflexão do calor e favorecendo a manutenção da umidade relativa do ar, bem como pelo fornecimento de ar limpo e úmido. Por outro lado, a verticalização da Praia Brava poderá ser um agravante dentro desse processo.

As conseqüências da imposição da verticalização de certa área sem o devido planejamento são inúmeras, onde poderíamos citar também a questão das enchentes e a descaracterização das identidades locais. No entanto, acreditamos ter mencionado neste capítulo os principais impactos desta política.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo proporcionou um aprofundamento dos conhecimentos adquiridos ao longo da jornada acadêmica e a compreensão das relações de dependência que têm entre si dentro de um tema de suma importância, tendo em vista que as zonas costeiras constituem um espaço primordial à qualidade de vida do homem urbano ligado ao stress do mundo moderno.

A diversidade dos agentes do espaço urbano (moradores, turistas, empreendedores, ambientalistas, prefeitura, vereadores, etc.), cada qual com seus interesses particulares, nos fez perceber a complexidade existente em torno das tomadas de decisão para o futuro da Praia Brava.

A situação verificada na Praia Brava pode ser enquadrada na “Fase de Desenvolvimento” segundo Butler (1980), onde podemos relacionar o rápido crescimento das últimas décadas, sendo impulsionado pelo incremento de grandes eventos e casas noturnas reconhecidos a nível nacional e, sobretudo, pelo reconhecimento da qualidade de vida local devido à preservação dos recursos naturais e rara beleza cênica.

Confirmando a afirmação descrita pelo autor, foi possível neste contexto caracterizar problemas de ocupações desordenadas e/ou inadequadas e a limitação da capacidade de suporte dos sistemas frente ao crescimento populacional repentino, tais, gerando problemas tais como a falta e diminuição da qualidade da água, falta de infra-estrutura, ressentimentos da população residente etc.

Os conflitos relatados mostram claramente uma falha no sistema de gestão dos recursos naturais, o que permite concluir que não houve por parte dos órgãos ambientais competentes a efetivação do cumprimento das leis ambientais.

Em se tratando da nova compreensão do planejamento proposta pelo Estatuto das Cidades, o processo de revisão do Plano Diretor de Itajaí, através da apreciação da Leitura Comunitária, permitiu constatar a marginalidade da participação popular durante a elaboração da Leitura Comunitária sob os aspectos quantitativos e qualitativos, respectivamente pela pequena quantidade relativa de

daquelas responsáveis pelas principais demandas da Praia Brava dentro do Plano Diretor Escolar.

O que quero dizer é que decisões delicadas, como o gabarito das edificações, deveriam ter a participação de moradores da área onde o processo de verticalização estava previsto, ou seja, próximos à orla; e não da comunidade ligada às Escolas Ariribá e Yolanda Ardigó, as quais se localizam distante do foco, na parte oposta da Rodovia Osvaldo Reis. Com isso, ficou registrado como demanda da comunidade da Praia Brava, parâmetros de ocupação indesejáveis à população diretamente atingida.

Desta forma, sugere-se como tema para estudos futuros, a proposição de uma metodologia padrão de aplicabilidade aos municípios, que contemple a participação popular de forma eficiente e adequada nos processos de revisão/elaboração do Plano Diretor.

Também foi possível concluir que a revisão do Plano Diretor serviu de embasamento para posterior aprovação da lei de verticalização, devido aos resultados referentes ao gabarito das edificações obtidos no Plano Diretor Escolar que, para todos os efeitos, representa a vontade dos moradores locais. Sendo assim, além de não ser suficiente para solucionar os conflitos na Praia Brava, contribuiu para a geração do conflito da verticalização.

Entretanto, este poderá prever novos parâmetros de usos por meio do macrozoneamento proposto pelos Comitês e, juntamente com outras formas de políticas públicas, regular o acesso aos recursos naturais de forma planejada e sustentável.

A caracterização dos impactos permitiu diagnosticar ainda que a Praia Brava foi marcada por administrações sucessivamente inadequadas, caracterizadas por ações ligadas a aspectos eleitorais ou econômicos convenientes a horizontes políticos. Sendo assim, é necessário que se pense a longo prazo e se inicie um planejamento adequado que possa ser continuado através do comprometimento das gestões futuras.

Contudo, pudemos verificar que atual administração realizou importantes obras de recuperação da orla, mostrando que é possível e gratificante a recuperação de áreas degradadas, o que pode servir como um bom exemplo a outros municípios e

contribuir com a mudança de valores, que deve ocorrer por parte dos administradores municipais para elevar a importância das questões ambientais de forma natural.

Ressalta-se que essa iniciativa se deu somente por determinação judicial, devido à mobilização da sociedade civil de forma organizada. Isto demonstra a importância de se manter e incentivar os movimentos ambientalistas, com os quais sugerimos uma relação mais estreita por parte dos Ministérios Públicos para o fortalecimento das ações de preservação dos recursos naturais. Neste sentido, deve haver também uma participação mais efetiva da população nos momentos decisivos como as audiências públicas, sendo necessário para isto a modificação/ampliação dos canais de divulgação previstos em lei para maior eficácia.

Todavia, conforme prevê um planejamento ideal, as melhorias não devem ser feitas somente aos olhos da população. Para que se tenha total qualidade dos recursos naturais existentes na Praia Brava, é necessário atentar-se a outros

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