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Programa de Atenção Integral a Família – PAIF Santo André

alguns dos Sinai .do sistema econômico em que vivemos, o capitalismo globalizado.” (Hespanha e

O Programa de Atenção Integral a Família – PAIF é o principal serviço de Proteção Social Básica14, no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS e foi criado em 18 de abril de 2004 (Portaria nº 78) pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome – MDS como uma reconfiguração do Plano Nacional de Atendimento Integrado à Família (PNAIF) implantado no ano anterior. Tornou-se ação continuada da assistência social, passando a integrar a rede de serviços financiada pelo Governo Federal (conforme Decreto 5.085/2004).

Dentro da proposta do SUAS, o espaço para o desenvolvimento do PAIF são os CRAS – Centro de Referência de Assistência Social, um serviço de assistência social descentralizado, caracterizado como porta de entrada para a Proteção Social Básica em regiões de alta vulnerabilidade social e risco, referenciando cerca de 5 mil famílias por região. Nestes moldes, o PAIF absorve pressupostos do SUAS em sua execução e desenvolvimento, dos quais se destacam a matricialidade sociofamiliar e a territorialização.

Como matricialidade sociofamiliar compreende a ação voltada para a família, não no sentido de responsabilizá-la por sua situação de vulnerabilidade negando assim a ação do Estado, mas compreendendo-a como um núcleo social básico de acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonismo social. Preconiza a defesa do direito à convivência familiar, na proteção de assistência social, superando o conceito de família como unidade econômica, mera referência de cálculo de rendimento per capita e a entendendo como núcleo afetivo, vinculado por laços consangüíneos, de aliança ou afinidade, que circunscrevem obrigações recíprocas e mútuas, organizadas em torno de relações de geração e de gênero.

Desta forma, a concepção do PAIF objetiva retomar a família – entendida e acolhida em seus mais diferentes arranjos - como unidade básica de possibilidades de superação de vulnerabilidades sociais, a todos os seus demandantes, de variados níveis de proteção social.

14 Segundo a Política Nacional de Assistência Social – PNAS, a proteção social básica tem por objetivos

prevenir situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza ou privação, como a ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros e, ou, fragilização de vínculos afetivos – relacionais e de pertencimento social, como discriminações etárias, étnicas, de gênero, por deficiências, dentre outras. PNAS2004.

Já o princípio da territorialização significa o reconhecimento da presença de múltiplos fatores sociais e econômicos no território em que esta família está inserida, e, que a levam a uma situação de vulnerabilidade, risco pessoal e social. Mais que um espaço geográfico, no território estão impressos as relações, a dinâmica, a cultura, o modo de ser, os conflitos, as disputas dos indivíduos e famílias. Não se trata de um conceito a mais, mas de conhecer o território e seus movimentos multifacetados no cotidiano, no desenvolvimento do serviço público. Do ponto de vista da gestão, a territorialização busca eliminar fragmentações e pulverizações dos serviços, tornando-se um importante instrumento.

Os princípios de matricialidade sociofamiliar e território, entre outros, moldam a atuação do PAIF nos CRAS, programa este de conteúdo substancial da Política Nacional de Assistência Social.

De acordo com o Guia CRAS15, são pautadas algumas diretrizes metodológicas para a execução e desenvolvimento do PAIF, tais quais:

1. Articular o conhecimento da realidade das famílias com o planejamento do trabalho;

2. Potencializar a rede de serviços e o acesso aos direitos; 3. Valorizar as famílias em sua diversidade, valores, cultura, com sua história, trajetórias, problemas, demandas e potencialidades;

4. Potencializar a função de proteção e de socialização da família e da comunidade;

5. Adotar metodologias participativas e dialógicas de trabalho com as famílias;

Seguindo estas diretrizes, cada município elabora suas estratégias de atendimento de acordo com as particularidades dadas pela realidade regional.

Todos os municípios brasileiros receberam tais orientações, além de formações e capacitações de gestores para a implementação da Proteção Social Básica e do PAIF.

Cabe ainda destacar, que o SUAS preconiza uma equipe mínima16 para atuar junto aos CRAS no desenvolvimento do PAIF que conta de forma imprescindível

com assistentes sociais. Este novo espaço de trabalho que surge para a categoria, impulsiona a uma reflexão sobre a atuação dos assistentes sociais e, de acordo com suas diretrizes, o PAIF torna-se um campo privilegiado de atuação profissional.

Outro dado importante é a alteração na dinâmica que o SUAS trouxe para a política de assistência social dos municípios, como relata a gestora de Santo André:

―Na época da implantação do PAIF em Santo André, nós, então, vivíamos naquele momento, uma situação de ampliação – e acho que isso não foi só em Santo André, mas a nível nacional – nós tínhamos um momento de ampliação dos programas de transferência de renda de forma significativa e nós passamos de 1000 famílias que a gente acompanhava, para cerca de 18.000 famílias.‖ (Gestora um)

Trata se de uma ampliação em 18 vezes o número de beneficiários dos programas de transferência de renda em Santo André o que é muito significativo. Apesar do Governo Federal, encaminhar o cartão magnético diretamente para a casa do usuário; é o município quem tem que cadastrar os usuários, acompanhar o cumprimento das condicionalidades pelas famílias, além de elaborar proposta de acompanhamento sistemático de casos específicos, referenciando estas famílias aos CRAS. Todo este trabalho implica uma logística muito grande que requer um número suficiente de profissionais, além de espaço e recursos materiais.

No entanto, Santo André, assim como outros municípios enfrenta dificuldade para a contratação de pessoal com o recurso repassado pelo Governo Federal, o que causa inevitavelmente impactos no trabalho desenvolvido.

“Num primeiro momento, financeiramente, utilizar o recurso do PAIF tinha uma série de limitações e entre essas, a principal – e acho que isso é um desafio – a questão de não contratar equipe técnica usando recurso federal. Isso daria um gasto a todos os municípios, eu acredito, porque você passava a ter um subsídio de co-financiamento para ampliar as equipes técnicas. Então, nós pensamos que se de um

16 De acordo com a Norma Operacional do SUAS – NOB RH (2006) a composição e equipe mínima de

referencia no CRAS é :

Município Famílias Referenciadas Técnicos de Nível Superior Técnicos de Nível Médio Pequeno Porte I Até 2.500 2 (um assistente social e um

psicólogo)

2

Pequeno Porte II Até 3.500 3 (dois assistentes sociais e

um psicólogo)

3

Médio e Grande Porte, Metrópoles e DF

Até 5.000 4 (dois assistentes sociais e

dois psicólogo)

lado a gente não tinha como montar tantos CRAS quantos necessários na cidade e contratar quantas equipes fixas fossem necessárias, por outro lado nós entendíamos que este recurso podia potencializar um trabalho com famílias nestas regiões.” (Gestora 1)

Com o objetivo de resolver este impasse, a secretaria assume o modelo de co-gestão no município, em que é estabelecido uma parceria com Organizações Não Governamentais – ONGs para a contratação de profissionais e execução do serviço:

“[...] em cada CRAS tem servidor direto da prefeitura e equipe contratada pela organização parceira e com uma direção que quem dá a coordenação, quem define as diretrizes deste trabalho é sempre necessariamente os servidores. Então, em tudo a gente está mais na frente pra definir, decidir sempre com os servidores que a gente considera os gestores do serviço e a equipe contratada vai acompanhar, vai executando também. Mas, para não perder o foco mesmo, o servidor que está lá no CRAS não perder o foco de que a ação é responsabilidade nossa, de que aquela porta aberta é uma responsabilidade pública municipal. Isso exige um jogo de cintura.” (Gestora 2)

Evidente que este arranjo traz conflitos, principalmente na construção da identidade do serviço ofertado, já que nem sempre ONG e poder público possuem os mesmos princípios e valores. Além disso, a PNAS preconiza que o serviço seja ―público estatal‖ e diante de uma co-gestão este principio pode ficar ameaçado.

Os CRAS e o PAIF são serviços da Secretaria de Inclusão Social que tem o Departamento de Assistência Social – DAS, que conta com as equipes de Proteção Social Básica e Proteção Social Especial, além do programa Santo André Mais Igual.

No Setor de Proteção Social Básica está a coordenação dos CRAS no município, bem como, de todas as ações e serviços da proteção social básica. Atualmente o município conta com 4 CRAS nas áreas de maior vulnerabilidade sendo:

 CRAS Centro, responsável também pelo cadastramento das famílias nos Programas de Transferência de Renda;

 CRAS Cidade São Jorge;  CRAS Vila Luzita;

Estão envolvidos no trabalho 16 assistentes sociais entre concursados e contratados pelas ONGs, na ocasião da pesquisa.

A seguir, a gestora relata como está a estrutura do PAIF em Santo André:

“Como é que a gente vem trabalhando na lógica do PAIF? Nós temos uma equipe de acolhida, esta equipe tem sido a responsável também por fazer toda a relação com o território, o diagnóstico, a mapeação. A gente tem conseguido trabalhar, não ainda de uma forma ideal, mas estamos avançados, na articulação dos atores, desde as organizações não governamentais como governamentais, uma equipe local que tem realizado encontros mensais. E com as famílias a gente vem atuando, principalmente as atividades do PAIF, elas foram ficando no primeiro momento da entrada da equipe fixa no CRAS e, do referenciamento das famílias. Nós priorizamos fazer um caminho que naquele momento a gente achava importantíssimo, mas que por um lado ele foi um desafio para as nossas equipes que era de priorizar o referenciamento nos CRAS das famílias em situação de risco, entendendo que as famílias em situação de risco precisavam estar acompanhadas pelo CREAS dentro das especificidades de risco, mas que elas moram no território e seria importante que elas ali no território tivessem um apoio, um fortalecimento dos seus acessos, principalmente no envolvimento das atividades socioeducativas, essa foi a forma como a gente foi conduzindo. Ao fazer isso, levou para a equipe dos CRAS um momento de muita dificuldade porque de repente eles se viram com situações de muita complexidade, e aí a gente precisou inclusive de um processo de reavaliar... peraí, né!? Nós não queremos que a equipe do CRAS se debruce sobre as especificidades porque isso continua no CREAS, mas isso mexeu com a equipe, porque a equipe de repente teve que lidar com algumas situações que eles até então, não vivenciavam em sua rotina cotidiana, de alguns riscos que apareciam.”

Pelo fato de Santo André possuir uma história na assistência social marcada por ações intersecretariais e integradas, o PAIF já em seu início tem uma equipe territorial do Programa Santo André Mais Igual17 que conta com representantes de

17

Segundo a Prefeitura de Santo André “o Programa Santo André Mais Igual consiste na aplicação conjunta e

simultânea, num mesmo território da cidade, de 19 programas sociais voltados à inclusão social, os quais são gerenciados de forma descentralizada e participativa, favorecendo a complementaridade das ações e permitindo

outras pastas, como saúde, educação, habitação, para discutir e encaminhar questões locais. Este aspecto é um avanço, comparando a outros municípios que primeiro concentram esforços no atendimento dos CRAS para então inserir ações em rede e, que muitas vezes tem grande dificuldade de contar com representantes de o próprio poder público.

Um aspecto bastante ousado desta gestão é a opção de atender nos CRAS, através dos grupos socioeducativos, prioritariamente as famílias em condição de risco acompanhadas pelo CREAS. Um dado de realidade que pouco a pouco vem se manifestando é que Proteção Social Básica e Proteção Social Especial não são separadas sistematicamente no cotidiano das famílias atendidas e nos territórios de atuação. Então naquele momento, a equipe entendeu que apesar da família ser acompanhada pelo CREAS, ela estava referenciada pelo CRAS em seu local de moradia e necessitava deste suporte local.

Este caminho trouxe aos profissionais muita angústia e um questionamento do seu papel enquanto CRAS, como se segue no diálogo do grupo focal:

“ – Essa discussão de CRAS e CREAS precisa acontecer. Aumentar a equipe do CREAS é urgente porque a gente que é CRAS é porta aberta e você pega todo o tipo de demanda, muitas situações de violação de direito. Estamos atendendo as demandas do CREAS também. É arriscar demais a equipe que está no território, o trabalho que vem acontecendo lá, porque são situações de risco, violência, ameaça de morte. E a equipe fica lá...”

“ – É que a nossa origem de CRAS a gente começou atendendo famílias em risco. Mesmo que não fosse, o serviço é porta aberta, mas começamos assim.

“ – Mas, neste processo a gente vem aprendendo muito. O que ficou escancarado para mim numa capacitação: „vocês são centro de REFERÊNCIA, não são centro de ATENDIMENTO‟. Isso mudou muito para mim, compreender melhor. E é um processo que está em construção mesmo. A gente tem que ter a santa paciência.”

um diagnóstico mais preciso e uma leitura mais global das famílias atendidas, de forma a alcançar uma maior eficácia e efetividade no conjunto das políticas desenvolvidas visando alavancar um padrão de inclusão digno para essas comunidades.”

Há uma especificidade para o atendimento de risco e violência. A preocupação da profissional aponta para o CRAS como um serviço que está no território e que os profissionais se tornam inevitavelmente conhecidos da comunidade. Se há uma situação de ameaça de morte e a família busca acolhida no CRAS, a comunidade possivelmente saberá que ela foi atendida por aquela equipe de referencia e, desta forma, é o profissional quem fica em situação vulnerável no território.

Outra questão que se levanta é a respeito da especificidade do atendimento do assistente social nos CRAS. Se a história ―condenava‖ o profissional a ações assistencialistas como a distribuição de cestas básicas, remédios, hortenses e próteses; com a implementação do SUAS estas ações se tornam cada vez mais pontuais ou inexistentes. Uma hipótese para tal fenômeno é a ampliação dos Programas de Transferência de Renda em nível nacional. Entretanto, existem novas ações a serem realizadas como o atendimento as violências, violações de direito, situações de risco que exigem do profissional um olhar e uma atuação voltados para estas questões, o que pode mexer inclusive com a formação do assistente social:

“[...] eu acho que também a gente não pode no trabalho do dia-a-dia dos CRAS e do PAIF ficar muito preocupada em ter uma formação (especifica) porque, não sei se é por conta da nossa realidade, o fato é que começar com grupos de risco levou a uma angústia das equipes que todo mundo tinha que ter formação para trabalhar... eu tenho, então, que ter grupos de trabalho terapêutico, por exemplo, então, é algo assim de buscar, de fortalecer a formação de nossas equipes no trabalho de acompanhamento familiar. Mas, eu acho que a nossa formação já nos proporciona espaços de reflexão e de troca e de construção do conhecimento, e só isso, se a gente fizer um trabalho integrado aos grupos, não de superioridade, de quem olha de cima, mas de quem está junto com aquele grupo e que acredita que aquele grupo tem uma potencialidade, que acredita...porque eu acho que a gente tem alguns pré julgamentos : “ah! “essas mães que tem os filhos na rua são mães que não querem participar do grupo” ou “são mães que não vão achar saída para estas situações” né? E quando você começa a vivenciar uma experiência com estas famílias, você observar que tem muitas potencialidades adormecidas.”(Gestora 1)

De fato a profissão tem um novo cenário que exige a construção de novas respostas. O SUAS passa a ser operacionalizado e o contato eminente com a realidade traz descobertas e desafios, anteriormente inimagináveis. Todavia, o que se aponta cotidianamente é a urgência dos assistentes sociais romperem com o tradicionalismo, criando um caráter investigativo em sua ação, distanciando-se de respostas prontas ou conhecidas e receitas interventivas.

“Eu acho que o PAIF ele tem uma potencialidade muito forte de que se você estiver despojada e romper com o tradicional. Se você ficar a tarde toda dentro do CRAS, esperando que a família venha, atendimento individual... Eu acho que a gente ainda, neste momento, não sei ainda dimensionar qual é, mas ainda tem um conflito, você fica nos CRAS, você espera as pessoas vir te procurar ou você entra no território e começa a atuar lá dentro, ver onde as pessoas estão, reconhecendo seus espaços, reconhecendo suas potencialidades?” (Gestora 1)

Configurar-se como um serviço de porta aberta emerge uma polêmica ainda não solucionada na política de Assistência Social: o CRAS nos remete a um Plantão Social dos tempos de outrora? A PNAS preconiza que o Plantão Social fique no CREAS como Proteção Social Especial, entretanto, quando surgir um caso de risco no CRAS de uma família já referenciada, este não deve atender? E se atender, como resguardar a equipe local?

O caminho que se aponta é de construção, entendendo a realidade de cada município. Entretanto, para o Serviço Social, aponta-se um momento de se aprofundar em questões que anteriormente eram consideradas específicas de alguns assistentes sociais apenas. A violência, o risco social e a violação de direitos fazem parte do dia a dia dos CRAS e se faz necessário o entendimento destas questões que muitas vezes ficavam num segundo plano profissional, já que as condições objetivas e materiais das famílias eram as que tomavam grande parte do atendimento. Hoje, a ampliação dos Programas de Transferência de Renda – PTR dinamizou os territórios ampliando o leque de demanda dos CRAS. Instala-se uma nova cultura, onde a família já não questiona mais a cesta básica, mas busca informações de como se inserir nos PTR e faz parte do atendimento do CRAS colocar estes programas na ótica do direito e da cidadania.

Por não se tratar de uma política universal, é evidente que os profissionais ainda se deparam com situações degradantes, onde a necessidade financeira e material é urgente. Todavia, este cenário vem mudando pouco a pouco, abrindo espaço para novas demandas.

Apesar de em sua fala a gestora considerar que todo o assistente social pela sua formação possui condições de proporcionar espaços reflexivos e de construção do conhecimento junto com as famílias, é interessante observar as condições objetivas que os profissionais têm para tanto, inclusive questionando como esta abordagem pode ser feita no território, com a atuação fundamental da equipe do CREAS e resguardo da equipe local. Também cabe questionar a demanda imposta ao CRAS que vem de outras instâncias governamentais e que diante de uma equipe reduzida, impõem dificuldades para a realização de um trabalho continuado:

― – Nós trabalhamos com a bola da vez. Por exemplo: a bola da vez agora é o Pró-Jovem, pára tudo e vamos fazer todos os cadastros do Pró-Jovem. Não tem continuidade...”

“ – A gente pouco discute e pouco planeja, é tudo no emergencial, mesmo. O que eu vejo é isso, é pouco conversando e as atividades acabam sendo individualizadas, mesmo.”

“ – Não há trabalho periódico. Não é um trabalho que tem metodologia, que é sistematizado. São trabalhos pontuais, uma coisa contínua não tem.”

Romper com o tradicional no serviço dos CRAS impõe aos profissionais uma atuação crítica, reflexiva, de construção em parceria com o usuário de espaços de participação e de alternativas, mas, impõe também um novo modelo de gestão que abra espaço para um trabalho planejado, sistematizado e avaliado continuamente, com equipes suficientes para a realização do trabalho e que paute momentos de supervisão e de formação, respaldando assim, o trabalho de campo.

“Esse encontro mensal que a gente faz é nosso, gestão com a equipe, é mais para garantir planejamento do trabalho, não deixa de ser uma capacitação. Mas, este outro, mais formal é com a Profª. Mercedes, são seis meses de supervisão e capacitação que ela está concluindo agora em outubro. Esta sim tem a característica de capacitação e ela é muito legal. Vale a pena investir em trazer uma