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6) Formato adequado As telas e relatórios logísticos devem ser adequadamente formatados, ou seja, as informações devem ser apresentadas de forma a facilitar a

2.1.6 Programas de Resposta Rápida

Diversas empresas vêm buscando melhorar o desempenho de suas operações de produção e distribuição através de uma melhor coordenação entre os parceiros da cadeia de suprimentos. Esta coordenação seria alcançada por meio de uma maior conectividade na troca de informações entre as empresas, que teria como beneficio a possibilidade de redução do efeito chicote. Estas iniciativas são chamadas de programas de resposta rápida (WANKE, 2003). Bowersox e Closs (2001) definem estes programas como técnicas direcionadas pela demanda que objetivam fornecer capacidade máxima de resposta, independentemente do que ocorra no mercado.

Os programas de resposta rápida objetivam organizar o fluxo de produtos com base em serviços logísticos diferenciados entre cliente e fornecedor. São diversos os programas que podem ser classificados com sendo de resposta rápida. Entre eles se destacam o ECR (Efficient Consumer Response), o QR (Quick Response), o VMI (Vendor Managed Inventory), o CRP (Continuous Replenishment Program) e o CPFR (Collaborative Planning, Forecasting and Replenishment).

Wanke (2003) afirma que estes programas têm como ponto comum a cooperação e o compartilhamento de informações entre as empresas, com ênfase nas informações relativas a demanda do cliente. Este acompanhamento mais preciso da real demanda diminuiria a dependência de previsões de vendas e de estoques de segurança. Os principais benefícios proporcionados pelos programas de reposta rápida seriam a redução dos níveis de estoque, aumento do nível de serviço oferecido aos clientes, aumento do giro dos estoques, redução de custos de armazenagem, redução do efeito chicote, maior estabilidade nos níveis de atividade permitindo melhor utilização da capacidade instalada de produção e distribuição e redução de custos operacionais.

Di Serio e Santos (2005) afirmam que os programas de resposta rápida se apóiam na tecnologia da informação para realizar a troca de informações entre as empresas. O EDI (Electronic Data Interchange), uma modalidade de sistema interorganizacional, possibilitou a troca de dados de computador a computador revolucionando as relações na cadeia de suprimentos.

Segue uma descrição resumida dos principais programas de resposta rápida.

Quick Response (QR). Originado no setor têxtil dos Estados Unidos, é um esforço de

cooperação entre varejistas e fornecedores para estabelecer mecanismos mútuos de planejamento e reposição de estoques, visando aumentar o giro dos estoques e conseguir um suprimento de produtos bem próximo dos padrões de compra dos consumidores (BOWERSOX; CLOSS, 2001). As informações colhidas nos terminais e ponto-de- venda dos varejistas devem fluir eletronicamente por toda a cadeia para que seja garantido o suprimento correto dos produtos quando e onde for necessário (WANKE, 2003). O intercâmbio contínuo de informações relativas a demanda, disponibilidade e entregas reduz as incertezas ao longo da cadeia e cria flexibilidade. Com respostas seguras e rápidas aos pedidos, não há necessidade de grandes estoques de segurança resultando no aumento do giro dos estoques e do nível de serviço aos clientes (BOWERSOX; CLOSS, 2001).

Efficient Consumer Response (ECR). No início da década de 1990, os fabricantes de

alimentos, higiene, limpeza e perfumaria, em conjunto com os supermercados, criaram o movimento ECR com o objetivo de melhorar a eficiência de toda a cadeia de suprimentos, melhorando o valor entregue aos clientes dos supermercados. A idéia básica é que todos os membros da cadeia devam estar integrados e trabalhando em conjunto para a criação de um sistema de suprimentos eficiente e eficaz. A filosofia ECR entende que o objetivo da integração entre os membros da cadeia deve ir além do

ressuprimento eficiente, incluindo a geração de mix de produtos mais adequado às necessidades dos consumidores, criação de promoções e o desenvolvimento de novos produtos. Tudo isto deve focar a geração de valor para os consumidores dos supermercados (WHIPPLE; FRANKEL; ANSELMI, 1999). Segundo Wanke (2003) as ações do programa ECR estariam concentradas em cinco áreas: a transferência e o processamento de informações em tempo real, o gerenciamento de categorias, a reposição contínua, o custeio baseado em atividades e a padronização. O programa ECR tendo sido difundido pelo mundo através de associações instaladas em diversos países. No Brasil existe a associação ECR-Brasil que atua como facilitadora na difusão da filosofia ECR, agregando empresas interessadas, formando comitês de trabalho em cada um dos temas de desenvolvimento prioritários, agendando reuniões destes comitês, disponibilizando local para as reuniões, selecionando consultorias especializadas em cada tema para apoiarem os trabalhos dos comitês, buscando experiências de outros países, divulgando informações e resultados, promovendo cursos e palestras para difundir os conceitos, qualificando profissionais e realizando outras atividades que possam contribuir para o desenvolvimento do movimento ECR (ECRBRASIL, 2006).

Contínuos Replenishment Program (CRP). O CRP é uma modalidade de QR que

elimina a necessidade da geração formal de pedidos de ressuprimento. Recebendo transmissões eletrônicas diariamente com as informações das vendas no varejo ou das saídas dos depósitos, o fornecedor deve assumir a responsabilidade pelo ressuprimento correto nos estoques do varejo. O fornecedor compromete-se a manter o varejista suprido e a manter o giro dos estoques elevado (BOWERSOX; CLOSS, 2001). O CRP envolve a interconexão eletrônica entre varejistas e fabricantes via EDI (ou outro tipo de sistema interorganizacional), além do uso de sistemas de informação para o apoio às decisões de ressuprimento, com base nos históricos de vendas, na posição dos estoques e nos carregamentos em trânsito (WANKE, 2003).

Vendor Managed Inventory (VMI). O VMI é muito parecido com o CRP, sendo que

neste programa o fornecedor tem total controle sobre os estoques do varejista, podendo inclusive antecipar necessidades futuras, de acordo com o se conhecimento de uma categoria de produtos. Desta maneira o fornecedor simplifica o envolvimento do varejista eliminando a necessidade deste controlar vendas unitárias e o nível de estoque de produtos de grande giro (BOWERSOX; CLOSS, 2001).

Collaborative Planning, Forecasting and Replenishment (CPFR). O CPFR constitui

uma extensão do CRP, na qual fabricantes e varejistas compartilham processos e sistemas de previsão de vendas. O CPFR é uma iniciativa desenvolvida inicialmente pela Nabisco com base no pressuposto de que somente as informações sobre demanda e nível de estoque no cliente são insuficientes para a otimização do fluxo da cadeia (WANKE, 2003).

Em todos estes programas fica evidenciada a necessidade da utilização da tecnologia da informação para coleta, processamento e disponibilização de dados em tempo real. Além disso, existem outros pontos em comum como a necessidade de reorganização do fluxo de produtos entre fornecedores e clientes envolvendo decisões referentes a transportes, produção e armazenagem (WANKE, 2003).

2.1.7 Redes de Valor