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O projeto didático é um trabalho de planejamento do professor que visa ampliar os conhecimentos dos alunos, buscando em outras fontes didáticas, embasamentos que solidifiquem as discussões e aprendizagens de um determinado conteúdo disciplinar ou interdisciplinar. O professor torna-se sujeito indispensável no processo de planejamento e execução, pois é ele quem projeta e faz a mediação das atividades, sempre buscando reconhecer o senso comum dos alunos, repleto de identidade, para assim, transformar suas inferências em aprendizagem. Demo (2006) entende que os professores precisam entrar em processo de formação permanente, a partir da elaboração do seu material pedagógico, em específico o projeto didático, pois dessa forma, conforme elabora, entende melhor o que deseja ensinar.

Diante da fundamental importância de trabalhar em sala de aula com projeto didático, e que o próprio professor o elabore, neste plano traçamos todas as estratégias, metodologia e avaliação que são necessárias para execução do projeto. Este plano foi elaborado a partir das

considerações das OCEM (BRASIL, 2006) que são reflexões e orientações para o professor direcionar sua prática docente e conseguir dialogar com a escola e sociedade. Este plano, obviamente relacionado ao projeto didático, traz concepções de diálogos entre componentes curriculares da escola, tendo a Geografia com papel maior de destaque, mas também entrando em parceria com alguns conteúdos de Língua Portuguesa e de História.

O principal mediador da articulação entre os conteúdos avistados durante o projeto didático é o gênero literário popular Cordel, explorado tanto em folhetos, selecionados na Biblioteca de Obras Raras Átila de Almeida, da Universidade Estadual da Paraíba, quanto em bibliotecas escolares e feiras livres. As contenções obtidas da aplicação e análise em concordância entre tais áreas do ensino visam, portanto, o conceito interdisciplinar de ensino. A interdisciplinaridade é, dessa forma, uma maneira de inter-relacionar as diferentes áreas das ciências, estreitando-as para uma estabilidade e uma união entre diversas áreas do conhecimento, superando a fragmentação entre os conteúdos (PAVIANI, 2005). Ainda nas questões interdisciplinares, a Geografia é, segundo os PCN (BRASIL, 1998, p. 31), por si só interdisciplinar, transcendendo seus limites conceituais e buscando parcerias com novas ciências, mas mantendo sempre a firmação de sua identidade.

Advindo de uma pesquisa em Mestrado Profissional, este projeto visa, através das colocações anteriores, a realização de um produto, sendo distribuído em três itens: este Plano de Ação, o Manual do Professor e o Módulo do Aluno (Caderno de Atividades), possuindo como subproduto um Memorial, obtido após a devida realização e aplicação em sala de aula.

Através dessas orientações, extraímos das OCEM (BRASIL, 2006) o quadro a seguir, que ilustra os conceitos estruturantes da Geografia e suas devidas sugestões de destrinchá- los/explorá-los na sala de aula, servindo de embasamento para a elaboração deste plano. Analisemos o quadro a seguir:

Quadro 4: Conceitos estruturantes da Geografia e suas articulações.

Fonte: (BRASIL, OCEM, 2006, p. 53-54)

O quadro ilustra os conceitos que são norteadores/imprescindíveis ao ensino da Geografia. Podemos perceber que nos conceitos de Lugar e Paisagem, as articulações são descritivas de forma abstrata ao sentido de pertencimento ao lugar vivido dos alunos. Quando GHVFUHYH³0DQLIHVWDomRGDVLGHQWLGDGHVGRVJUXSRVVRFLDLVHGDVSHVVRDV´RDOXQRWRUQD-se ³PDUJLQDOL]DGR´RX³FRDGMXYDQWH´GHVHXSUySULRFRQKHFLPHQWRSRLVDVRULHQWDo}HVUHIOHWHP o lugar do outro, do coletivo, restringindo o lugar particular, individual, de vivência. Na DUWLFXODomRVHJXLQWHGLVFRUUH³1RomRHVHQWLPHQWRGHSHUWHQFLPHQWRDFHUWRVWHUULWyULRV´TXH

territórios ao qual se referem? Como os alunos entenderão a noção de sentimentos e pertencimentos se não compreenderem essas noções no lugar em que vivem? No conceito de Paisagem, as OCEM (BRASIL, 2006) orientam as articulações com o enfoque do conhecimento de diversos destes panoramas, em que a paisagem local, restrita ao lugar, não é oportunizada.

Diante desses apontamentos, devemos refletir que os documentos oficiais que regem a educação brasileira de forma homogênea, apresentam lacunas e consequentemente um distanciamento do conteúdo à realidade local, particular de cada aluno. Por isso, os documentos são orientações, que o professor deve consultar para exercer sua prática docente, reflexiva, tendo consciência que os documentos oficiais não conferem a particularidade de cada professor, alunos e lugar.

Na tentativa de oferecer um material de apoio aos professores de Geografia, que preencham as lacunas observadas, elaboramos este Projeto Didático, com o intuito de trabalhar de forma holística (MORIN, 2004), a partir da perspectiva cultural da Geografia que torna relevante o estudo das manifestações sociais, buscando um ensino que priorize o local do Lugar e Paisagem do espaço de vivências dos alunos, onde estes reconheçam a importância como sujeitos ativos no processo de ensino-aprendizagem.

JUSTIFICATIVA

O trabalho proposto justifica-se mediante a importância de aulas na Geografia que propiciem aos alunos a aprendizagem significativa, a partir de folhetos de cordel que dialogam com a realidade dos estudantes, a partir da identificação com as vozes representadas em poesia. Desta forma, os alunos aprenderão conceitos que estruturalizam a Geografia escolar, a partir de uma perspectiva real e cultural, diferenciando-a das contidas em livros didáticos que não privilegiam a cultural local, abstraindo os referidos conceitos, temáticas geográficas, atribuindo o caráter interdisciplinar através de conteúdos e propostas didáticas advindas dos outros componentes curriculares. Além da significação dos conteúdos, através da leitura e interpretação da literatura de cordel, os alunos reconhecem e passam a valorizar sua identidade nordestina. O cordel possibilita a aptidão pela leitura, pela literatura popular e a percepção em descobrir os aspectos geográficos em diferentes contextos textuais e do seu espaço de vida. Portanto, a cultura popular, o Lugar, a Paisagem, a região Nordeste, a literatura, os letramentos, a identidade e memória, são aspectos relevantes a serem discutidos e trabalhados em sala de aula, a fim de propiciarmos aos alunos, um ensino atual que faz parte

de uma perspectiva de escola, sem muros, sem fronteiras com a realidade de vida dos educandos. A sala de aula e o cotidiano dos alunos são oportunizados no ensino da Geografia, perante a perspectiva cultural.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

¾ 2SRUWXQL]DURHQVLQRGDVFDWHJRULDVGHDQiOLVHGD*HRJUDILD³/XJDU´H³3DLVDJHP´ através da perspectiva Cultural e interdisciplinar, utilizando-se da leitura e reflexão dos folhetos de cordel, de forma que os educandos compreendam os conteúdos que integram a sua identidade e memória na sociedade e culturas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

¾ Trabalhar, através de folhetos de cordel, elementos de Paisagem, Lugar e demais perspectivas atribuídas aos conceitos da Geografia Cultural;

¾ Refletir e discutir as mudanças ocorridas na paisagem local ao longo do tempo;

¾ Entender os conceitos de Lugar e Paisagem de forma contextualizada, a partir da leitura dos folhetos de Cordel;

¾ Estudar a estrutura do gênero relato, possibilitando a escrita e reescrita de textos que expressem a criticidade e sua posição como sujeitos partícipes da sociedade;

¾ Perceber a importância da cultura nordestina na construção da identidade do povo nordestino;

¾ Reviver memórias culturais inseridas nos folhetos de cordel e demais momentos expressados pelas vivências dos alunos durante a efetivação do projeto.

INDICADORES DE APRENDIZAGEM

Tendo em vista a perspectiva de trabalho interdisciplinar sugerida neste projeto didático que trabalha na perspectiva da Geografia Cultural, Região Nordeste e conceitos de Paisagem e Lugar através de folhetos de cordel, espera-se que os alunos:

1. Reconheçam a Região Nordeste como fonte e ponto central para a construção de sua identidade e memória como sujeitos;

2. Identifiquem a Literatura de Cordel como ponto de referência artística do sujeito nordestino;

3. Reconheçam a paisagem local e suas devidas transformações naturais e antrópicas; 4. Identifiquem os aspectos que caracterizam o seu lugar de vivência;

5. Compreendam a importância das diferentes paisagens nordestinas, identificadas na leitura e interpretação dos folhetos de cordel;

6. Produzam significados do contexto de vivências com os diversos contextos contidos nas vozes dos folhetos;

7. Oportunizem os diversos gêneros textuais, além dos folhetos de cordel para a construção de um conhecimento multidisciplinar;

8. Leiam, analisem e discutam sobre os folhetos de cordel e seus temas, que serão analisados durante os procedimentos encontrados nos módulos e exercícios;

9. Produzam relatos que explorem traços de identidade e memória através dos conceitos vistos em todos os módulos, revisitando temas discutidos em sala de aula.

METODOLOGIA, RECURSOS E AVALIAÇÃO

As aulas ocorreram de forma planejada, seguindo o plano de ação, e através do auxílio do Manual do Professor e o Módulo do Aluno, confeccionados pelo professor pesquisador. No Módulo do Aluno contém de forma cronológica as ações em detalhes e aprofudadas a partir dos folhetos de cordel e outros gêneros textuais utilizados como estratégias de leitura para compreensão dos coneceitos geográficos de Lugar e de Paisagem. São aulas expositivas- dialogadas e debates que mediaram os alunos em busca da afirmação dos seus conhecimentos. Nestas aulas estavam evidenciadas a Região Nordeste, o Folheto de Cordel, o Sujeito Nordestino, o Lugar e a Paisagem e finalmente os conceitos de Identidade e Memória dos alunos. Utilizamos trabalhos que desenvolvam as aptodões individuias e coletivas, através dos suportes de gênero e de gêneros textuais nas modalidades oral e escrita (MARCUSCHI, 2008) tais como vídeos, filme, músicas, propagandas de TV, poesia, imagens, fotografias, tweets, relatos, reflexão de textos, confecção de um memorial de relatos sobre a vida dos alunos.

Os recursos humanos utilizados foram os alunos que são os sujeitos imediatos do projeto, bem como o professor pesquisador, sujeito mediador do projeto. Os recursos materiais: módulos do aluno e professor, folhetos de cordel, computador, Data-Show, lousa, pincel, caixa de motivação (confeccionada pelo professor), caixa de som, entre outros. A avaliação se deve a partir da participação dos alunos nas aulas, através de comentários, exemplos, relatos sobre os conhecimentos adquiridos, assim como a participação na execução

das atividades propostas em sala e extraclasse, em que serão analisadas o posicionamento crítico diante dos temas abordados em sala no decorrer do projeto.

MAPEAMENTO DAS AÇÕES DESCRITIVAS

UNIDADE I:

CORDEL, NORDESTE E CULTURA:

QUESTÕES DE IDENTIDADE NO SUJEITO NORDESTINO

Nesta Unidade, temos como objeto de estudo a cultura representada e presente nos conceitos e noções apresentados na Região Nordeste e nos folhetos de Cordel, atravessando, pois, a questão identitária do Sujeito Nordestino, trabalhando ainda questões sociais, econômicas, históricas e linguísticas dos eixos aqui elencados. A Unidade é dividida em três capítulos, o primeiro destinado ao Cordel, o segundo ao Nordeste e o terceito ao Sujeito Nordestino.

Quadro 5: Descrição da Etapa I

DESCRIÇÃO DAS AÇÕES DA UNIDADE I

™ Evidenciar a utilização do Cordel e a Diversidade Cultural Nordestina.

™ Aulas que envolvem elementos de motição, a partir de objetos que remetem a identidade nordestina, a fim de aguçar a curiosidade dos alunos sobre o projeto a ser desenvolvido.

™ Contato com vários cordéis selecionados pelo professor a fim de obter o primeiro contato com os folhetos (no projeto) e, consequentemente, os componentes do cordel (estrofes, rimas, versos, xilogravura, autoria, título, entre outros).

™ /HLWXUDGHIROKHWRGHFRUGHOVREUH³$RULJHPGDOLWHUDWXUDGHFRUGHO´HDH[LELomRGR YtGHR ³/LWHUWXUD GH FRUGHO´ SDUD DWUDYpV GD SRHVLD SRSXODU H GD P~VLFD expressa no vídeo, os alunos compreedam o percurso histórico e atual da literatura popular.

™ Aulas que preconize o Nordeste Cultural, Social e Econômico que é representado na memória e no imaginário popular através de xilogravuras que estão presentes nas capas de folhetos, favorecendo a discussão de diversos temas, sendo eles as festividades, religiosidade, música, literatura, personalidades, entre outros.

™ Trabalho com personalidades de maior destaque na produção de cordéis e que estão presentes no imaginário popular como figuras representativas da cultura do Nordeste. ™ Empregar a concepção de Sujeito, através de textos e atividades inseridas no módulo do aluno, a respeito do sujeito nordestino. Acerca da identidade cultural, adotaremos este processo como resultante de um processo dinâmico que envolve o eu e o outro através da memória, do passado, e que é ressignificado, transformado e recolocado em uso pelos membros de um grupo social, virando marca pessoal e de grupo (CHARAUDEAU,

2015).

™ Explorar os conceitos já vistos, sobre Região Nordeste, sujeito nordestino e cultura popular através do cinema, a partir do filme Lisbela e o Prisioneiro (2003), do diretor Guel Arraes, como também, analisar os personagens do filme como Frederico Evandro, sobre o estereótipo do cabra-macho, Douglas, sobre o estereótipo da renegação de sua origem, Leléu, sobre a sobrevivência do sujeito nordestino e Inaura e Lisbela, sobre e sob o estereótipo da mulher nordestina.

™ Leitura de tweets dispostos na internet que apresentam preconceito com os nordestinos e a região Nordeste, em contra partida, leitura de textos que discutem as diferentes representações da região.

™ Atividades em sala e extrassala que promovam a (re)valorização dos alunos quanto sua cultura e sua identidade nordestina, com a finalidade de potencializar a criticidade dos alunos, mediante a utilização dos folhetos de cordel.

UNIDADE II:

OUÇA, VEJA, CHEIRE, COMA,

SENTE-SE E SINTA-SE À VONTADE: AQUI É O MEU LUGAR!

A Unidade II é colocada como eixo central do desenvolvimento das questões de Lugar, em que são trabalhadas questões conceituais referentes a mecanismos de Lugar, observando teorias da Geografia Cultural, alteridade e também o trabalho com folhetos de cordel, mediando os conceitos apresentados nos dois capítulos elencados: o primeiro, com noções conceituais e o segundo, com diferentes perspectivas de sociedade.

Quadro 6: Descrição da Etapa II

DESCRIÇÃO DAS AÇÕES DA UNIDADE II

™ Evidenciar o conceito de Lugar para a Geografia Cultural, destacando o lugar como fonte de experiências, perspectiva do espaço de vida, dotado de valores significantes a localização do indivíduo (TUAN, 1983).

™ Explorar a ferramenta Google Earth (que apresenta imagens de satélite e de Street

View dos lugares monitorados), apresentando inicialmente a região Nordeste, o estado da

Paraíba, logo após a cidade de Juripiranga e finalmente aos bairros, ruas e residências dos alunos, a fim de proporcionar a visualização do lugar dos alunos.

™ Leitura e discusão de folhetos de cordel que ressaltam a concepção do lugar geográfico, apresentando o lugar na perspectiva regional e local, atribuindo signicados sociais e culturais, a partir do comhecimento prévio dos alunos.

™ Reproduzir, interpretar, refletir, discutir e comparar através de músicas, o lugar nordestino, onde os alunos estão situados, descrito na primeira música e relacionar com o lugar do outro, o lugar diferente do deles, situado na região Sudeste do país, descrito na segunda música, reportando-se aos termos da alteridade. Trabalha-se, desta forma, com dois conceitos e dois pontos de vista: o meu lugar e o lugar do outro.

™ Propagandas televisivas que homenageiam e comercializam o lugar, convidando de forma indireta ou direta turistas para apreciarem estes lugares que, de acordo com as propagandas, mostram-se significativos e atrativos. Desta forma, os alunos também poderão usufruir o contato e aprendizagem com outro gênero textual, utilizando-se de elementos verbais e não-verbais que deverão ser exaltados e ressaltados pelo professor durante a exibição.

™ Desenvolver atividades individuais em grupos sobre as inferências de lugar para os alunos, que privilegiem a memória individual e coletiva, reconhecer a devoção do sertanejo/nordestino com o seu lugar de vida e promover a criticidade e criatividade dos alunos.

UNIDADE III: PAISAGEM EM 3X4

Nesta Unidade, trabalha-se questões que envolvem, obviamente, o conceito de Paisagem na perspectiva da Geografia Cultural, divididos em duas partes: a primeira que envolve tais conceitos e persepctivas, e a segunda, traz diálogos e duelos entre as paisagens mais socialmente vistas no Nordeste: a capital e o interior, trazendo ainda discussões sobre o fluxo migratório e os êxodos, rural e urbano.

Quadro 7: Descrição da Etapa III

DESCRIÇÃO DAS AÇÕES DA UNIDADE III

™ Trataremos sobre o conceito de Paisagem na perspectiva da Geografia Cultural, a partir do princípio de que a paisagem faz parte de um conjunto de ideias, memórias, sentimentos, identidade social e étnica que caracterizam uma sociedade (CÔRREA & ROSENDAHL, 2011).

servirão para que os alunos observem, reflitam, discutam e façam as inferências sobre as mudanças que ocorreram e ocorrem ao longo do tempo. Mudanças ocasionadas pela influência da ação antrópica.

™ Perceber e discutir as diferentes paisagens nordestinas que estão descritas na poesia popular dos folhetos de cordel.

™ Exibir e discutir vídeos sobre paisagens de interior que esclarecem a vida branda dos residentes destas paisagens.

™ $XGLomRGHP~VLFDTXHUHWUDWDD³IXJD´GDFLGDGHSDUDRFDPSRIHQ{PHQRFKDPDGR de êxodo rural, oportunizando a discussão sobre as migrações internas ocorridas no Brasil e suas consequências.

™ Aula de campo. Viagem à cidade de Campina Grande, no Museu de Arte Popular da Paraíba. No museu, os alunos vislumbrarão as representações da Região Nordeste incorporada na Arte Popular paraibana, observando questões sociais, culturais e históricas. É importante ressaltar que, durante o percurso da viagem, a aula já poderá ser iniciada, através da mediação do professor, com referência às diferentes paisagens a serem observadas.

™ Atividades sobre a temática Paisagem contidas nos folhetos de cordel entre outros gêneros que possibilitem os alunos diferenciar os tipos de paisagens nos diferentes espaços e ao longo do tempo histórico. E através da viagem, visualizar a teoria na prática, e posteriormente relatar as percepções individualmente sobre o que foi compreendido.

UNIDADE IV:

RELATOS DE MINHA HISTÓRIA: CORDEL E MEMÓRIA

Nesta Unidade, o conceito de cordel é finalmente assimilado e referenciado ao gênero relato. Retomando a todas as unidades anteriores, o gênero relato entra como a produção escrita final dos alunos em associação às suas vivências atreladas a noção de Nordeste, Sujeito Nordestino, Paisagem, Lugar e Cordel, associando às questões de identidade e memória. A unidade é dividida em um capítulo e a descrição final do subproduto, o Memorial.

Quadro 8: Descrição da Etapa IV

DESCRIÇÃO DAS AÇÕES DA UNIDADE IV

™ Comentários acerca da leitura/correção do professor sobre os relatos de viagem implicará na explicação da estrutura do gênero relato. Este gênero será explicado didaticamente através da concepção de Marcuschi (2008), que tratará sobre a estrutura do gênero, além de suas funções sociais.

™ Ao ressaltar a estrutura e sub-gêneros do relato, o professor apresentará, como exemplos do gênero relato, gênero que possui a função social de descrever um acontecido (MARCUSCHI, 2008), um relato escrito e outro oral.

™ Leitura de folhetos de cordel que relatam a violência urbana na cidade de Juripiranga no final da década de 1980 e que ainda repercutem na memória dos moradores. Estes folhetos foram escritos por cordelista da cidade.

™ Estes cordéis serão utilizados, portanto, para introduzir conceitos de relato, uma vez que os folhetos lidos pelos alunos nesta aula possuem características do gênero relato. Ao fim do projeto, farão relatos que englobem paisagem, lugar, memória e identidade.

™ Escrita e reescrita dos relatos individuais que os alunos produzirão.

™ Confecção do Memorial que reunirá todos relatos produzidos pelos alunos.

™ O último momento está destinado à culminância e apresentação do que foi produzido durante o desenvolvimento do projeto. A execução da culminância será feita em um ambiente que necessite o uso de Datashow, uma vez que serão exibidas as fotos dos momentos vividos em sala de aula deste período. Os alunos, previamente preparados, apresentarão a alunos de outras turmas o que foi estudado em sala de aula (Cordel, Nordeste, Cultura, Paisagem, Lugar, Identidade e Memória), lendo alguns dos relatos. Será feito um rodízio de alunos a cada apresentação, permitindo que todos leiam as suas produções aos presentes. O Memorial produzido será protocolado e arquivado na biblioteca da escola e também na biblioteca municipal.

Cada etapa descrita nas ações do projeto foram previamente articuladas para a realidade dos alunos, sendo planejadas aulas e atividades que desenvolvam os conhecimentos interdsicplinares da Geografia, da Língua Portuguesa, História, entre outros, sobre fenômenos no espaço que podem e devem ser compreendidos através de diversos generos textuais, em específico a literatuta de cordel; pois dispõe de uma linguagem e cultura popular e nordestina que situam os alunos a refletirem sobre sua identidade como sujeito partícipes da sociedade nordestina e fazem (re)lembrar de memórias coletivas que estão incutidas na história social local e regional.

CAPÍTULO III

EXPERIÊNCIAS, EDUCAÇÃO, PESQUISA E AÇÃO: 352-(72³/8*$5(3$,6$*(0(0)2/+(726'(&25'(/

3 INTERDISCIPLINARIDADE NAS AULAS DE GEOGRAFIA: TRAJETO ANALÍTICO