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A promoção por merecimento será feita mediante a apuração da assiduidade, na

seguinte conformidade:

I – de 0 (zero) a 4 (quatro) ausências que não sejam consideradas como de efetivo exercício:

1,0 (um) ponto por ano;

II – de 5 (cinco) a 10 (dez) ausências que não sejam consideradas como de efetivo exercício:

§ 1º – Pa aàfi sàdeàapu aç oàdaàf e u ia,à osàte osàdoà aput ,àdeveàse à o side adoà

como ano o período de 1º de janeiro a 31 de dezembro.

§ 2º – Para fins de apuração da frequência , excluem-se os afastamentos relacionados nos

artigos 78 e 79 da Lei nº 10.261, de 28 de outubro de 1968.

§ 3º – Feita a apuração da frequência, os pontos atribuídos serão consignados sob a

de o i aç oàdeà po tosàassiduidade .

§ 4º – A cada 5 (cinco) pontos-assiduidade atribuídos, deverá ocorrer o enquadramento do

funcionário ou do servidor na referência numérica imediatamente superior àquela em que os mesmos se encontrarem. (SÃO PAULO, 1985)

Devemos somar a todas essas formas de evoluir na carreira aumentando os vencimentos do profissional as vantagens funcionais decorrentes do Estatuto dos Funcionários Públicos de São Paulo; que são a sexta-parte – após vinte anos de exercício no cargo, o servidor fará jus a sexta-parte de seu salário ou um sexto de aumento sobre o salário que perceber mensalmente – e o quinquênio – a cada cinco anos de exercício no cargo, o servidor terá direito a cinco por cento de reajuste no salário – de acordo com a Lei Complementar 10.261/1968. (Idem, 1968)

Antes de fazermos as contas, a fim de evitar confusões desnecessárias, é importante esclarecer que formação profissional e condições de trabalho não se resumem a salário; mas também não podemos esquecer que vivemos numa economia de mercado onde o status social de uma profissão geralmente está associado à remuneração ou salário médio pago pelo mercado.

Em poucas palavras, salário não é tudo, talvez para alguns nem seja o essencial para medir a dignidade profissional de uma corporação ou profissão, mas é um elemento muito importante a ser considerado.

Agora vamos às contas. Como não havia intervalos ou interstícios mínimos para evolução funcional – enquadramento do profissional na referência imediatamente superior a qual estava enquadrado – qualquer professor poderia chegar ao final da evolução funcional na carreira realizando sua atividade regular em sala de aula. Não precisando, portanto, sair da sala de aula para ocupar cargos superiores na hierarquia da Secretaria da Educação – diretor de escola, supervisor de ensino – a fim de progredir ou evoluir na carreira do magistério.

Chegando ao final de sua carreira, nosso mestre estaria vinte e uma referências acima da inicial – 105% de reajuste -, mais cinco ou seis quinquênios (25% se mulher ou 30% se homem de reajuste sobre o salário inicial), teria ainda, o referido mestre, a sexta-parte ao atingir vinte anos de magistério (aproximadamente 16,7% de reajuste), mais a promoção por

merecimento (mudança de letra, começando pela letra A podendo chegar a letra E) correspondendo a mais 20% de aumento sobre o salário inicial da carreira.

Sem considerar o fato de serem percentuais sobre percentuais, fazendo um cálculo aproximado de um índice sobre o outro, chegaremos à conclusão, bastante aproximativa, de que um professor ao final da carreira se mulher com vinte e cinco anos de trabalho receberia aproximadamente 170% acima do salário inicial da carreira; se do sexo masculino, após trinta anos de trabalho, receberia aproximadamente 175% acima do salário inicial de professor.

Digamos que era uma boa recompensa e um convite ao profissional a permanecer no cargo, sem ter que migrar para postos mais altos e burocráticos no magistério; justamente o que acontece atualmente com os professores mais experientes e formados, sendo obrigados, a fim de perceber melhor remuneração e status profissional, a migrar para os postos mais elevados na hierarquia do magistério afastando-se da sala de aula.

Não deixa de ser uma ironia e algo perverso. Os mais experientes e mais qualificados deixam a sala de aula para conseguir melhores salários e condições de trabalho. Justamente no melhor período de sua carreira, potencialmente, o professor deixa de ensinar.

Retomando algo que já foi dito acima, sob o peso de incorrer em pleonasmo ou petição de princípio, o salário não é o único elemento para qualificar uma política de formação profissional do magistério como boa ou ruim; mas é um indicador muito importante numa economia de mercado como a nossa.

É importante lembrar que a Lei Complementar 444/1985 foi fruto de uma conquista histórica do professorado paulista, fruto de uma intensa ação sindical, ou de ações sindicais, que começaram no ano de 1978 quando a categoria, desobedecendo a lei de greve da ditadura militar, realizou uma greve de mais de um mês, repetindo o feito no ano seguinte, 1979; tornado-se a partir daí uma das categorias sindicalmente mais ativas do Brasil.

Esse processo teve seu cume com a greve de 1984, greve do magistério, que envolveu todas as categorias profissionais da Educação Básica paulista (professores, diretores, supervisores) impondo ao governo o estatuto do magistério, a lei 444/1985; que foi amplamente debatida pelo professorado durante um ano, 1985, para depois ser votada pelos deputados estaduais.

O princípio dessa lei era que todo professor ou professora, como já foi dito anteriormente, poderia chegar ao final da carreira sem precisar sair da sala de aula, apenas se dedicando ao magistério, sem sofrer com a avaliação de desempenho imposta pelos governos durante a ditadura militar (1964-1985), de acordo com o artigo 53 da referida lei.

Sobre avaliação de desempenho, cabe uma observação lateral que não poderia ser posta de lado, com o perdão do trocadilho involuntário.

É que os reformadores do Estado, em sua investida contra os chamados “privilégios” do funcionalismo público ao investirem contra a Constituição de 1988 acabaram elogiando os governos militares, os mesmos que os novos “donos do poder” juraram haver combatido.

A reforma operada em 1967 pelo Decreto-Lei 200, entretanto, constitui um marco na tentativa de superação da rigidez burocrática, podendo ser considerada como um primeiro momento da administração gerencial no Brasil. (BRASIL, 1995, p. 10)

O elogio à ditadura coincide com a investida contra a Carta Magna de 1988, qualificada como um “retrocesso burocrático sem precedentes” (Ibidem, p. 21), justamente a mesma que estabeleceu e consolidou, segundo qualquer jurista dotado de algum bom senso, o ordenamento do chamado Estado Democrático de Direito, ou seja, estabeleceu em termos legais a retomada da democracia formal em nosso país.

Mas, voltemos a nossa discussão sobre carreira docente no estado de São Paulo.

Tão logo foi sancionada a Lei Complementar 444/1985 tornou-se alvo de ataques virulentos pelos defensores de reformas no aparelho de Estado, até chegarmos a “viradeira” dos meados dos anos 1990.

Gradativamente, prefeituras e governos estaduais seguiram os passos do governo federal, capitaneado por FHC modificando as legislações e os planos de carreira dos funcionários públicos e dos professores de Educação Básica como parte desse conjunto – diga-se de passagem, os professores costumam ser nos estados o contingente mais numeroso dentro do funcionalismo.

Tudo isso favorecido, sempre é bom lembrar, pelo impacto inicial favorável na opinião pública das reformas estruturantes pró-mercado – que se traduziu nos altos índices de popularidade de FHC em seu primeiro mandato – e pela esmagadora maioria dos governadores estaduais serem alinhados com o governo federal.

Em São Pulo, o então governador Mário Covas e a secretária de educação Rose Neubauer impuseram sem nenhuma conversa prévia sequer com o sindicato dos professores estaduais – APEOESP – um novo plano de carreira; a Lei Complementar 836/1997, datada de 30 de dezembro do mesmo ano, votada entre o natal e o ano novo.

A diferença entre os dois planos de carreira não se limitou às questões de forma – intenso debate e diálogo num caso e nada no outro.

A Lei Complementar 836/97 estabelecia uma carreira curta e com um processo de evolução mediante mérito ou desempenho, com interstícios, intervalos ou tempo mínimo de permanência num mesmo nível, de um nível a outro.

Por esta lei, em obediência a LDB, haveria duas classes de professores, Professores de Educação Básica I e II, que evoluiriam numa carreira composta por cinco níveis.

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