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Protocolos de Bosco

No documento TRABAJO DE INVESTIGACIÓN FINAL (páginas 66-70)

3. AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE SALTO COMO FORMA DE DETERMINAR A

3.3. Protocolos de Bosco

A bateria de testes introduzida por Bosco prevê a execução de várias provas de salto, nas quais variam as condições prévias de contracção, as características específicas do músculo, bem como a carga a suportar.

A tabela 8 descreve os testes possíveis de realizar e capacidades que medem.

Tabela 8 – Protocolos de Bosco

Teste Capacidades a avaliar

Squat Jump (SJ) Força explosiva

Counter Movement Jump (CMJ) Força elástico-explosiva

CMJ com cargas Força elástico-explosiva (e força dinâmica máxima)

Drop Jump (DJ) Força elástico-explosiva-reactiva

5 a 60" CMJ Resistência á força rápida (ou resist. à força el.- explos.)

Saltos contínuos com bloqueio do joelho 5 a 7” c/ o s/ ajuda de braços (reactividade)

Força elástico-explosivo-reactiva

Uma vez que para o nosso trabalho nos interessam o CMJ, 30”CMJ e teste da reactividade, passemos a analisar com maior profundidade esses testes a partir das indicações do autor.

CMJ (coutermovement jump - salto com contramovimento):

Descrição do teste: na posição vertical, realizar flexão extensão de pernas com um mínimo de paragem entre ambas as fases - a fim de aproveitar o reflexo miotático e a energia elástica acumulada pelo músculo (com a realização da contracção excêntrica). A flexão deve chegar a um ângulo de aproximadamente 90º, com o tronco na vertical evitando a flexão do mesmo na recepção. Ainda na recepção, devemos

Figura 17 – CMJ 30”

instruir o atleta para que a faça com os joelhos em extensão seguida de um pequeno salto - trabalho da articulação tibio-társica. Durante a realização do exercício, as mãos devem permanecer fixas, colocadas na bacia/caderas.

Refere também o autor que este teste permite avaliar a força explosiva, a capacidade de recrutamento, a percentagem de fibras FT, utilização de energia elástica e a coordenação intra e inter – muscular.

 CMJ 30” (salto com contramovimento durante 30 segundos):

Descrição do teste: consiste em realizar saltos verticais sucessivos tentando alcançar a máxima altura e realizando tempos de contacto mínimos; os saltos são realizados da seguinte forma - na posição vertical, realizar flexão extensão de pernas com um mínimo de paragem entre ambas as fases - a fim de aproveitar o reflexo miotático e a energia elástica acumulada pelo músculo (com a realização da contracção excêntrica). A flexão deve chegar a um ângulo de 90º (se se reduz muito o angulo só será válido para calculo da altura alcançada), com o tronco na vertical evitando a flexão do mesmo na recepção. Ainda na recepção, devemos instruir o atleta para que a faça com os joelhos em extensão continuando então a sua execução. Durante a realização do exercício, as mãos devem permanecer fixas, colocadas na bacia/caderas.

Durante a prova não se deve dosificar o esforço no tempo, desde o primeiro salto há que realizar com o máximo empenho possível até o final da prova. O ritmo é de 1 salto por segundo aproximadamente (em sujeitos altos – 190cm, pode reduzir-se um pouco – 26 a 28 saltos, enquanto que nos mais baixos aumenta-se –29 a 31).

Este teste para além de proporcionar informação acerca das qualidades viscoelásticas dos músculos, pode utilizar-se para avaliar os processos metabólicos que mantém esse mesmo trabalho muscular. Neste sentido, é possível calcular a capacidade de Resistência à Força Rápida. Refere ainda o autor que os valores de potência mecânica e de altura média obtidos nesta prova, proporcionam parâmetros com grande poder de discriminação que permitem diagnosticar a capacidade de desenvolver potência anaeróbia láctica, mecânica e de Resistência à fadiga (Bosco, 1994).

Figura 18 -Stiffness test

Podemos calcular a potência média para as duas metades da prova, a qual vem expressa em watt/kg de peso corporal. A fórmula é a seguinte:

W= g² x Ts x (Ts+Tc) 4n (Tc)

em que Ts= ao tempo de suspensão Tc= ao tempo de contacto n= ao número de saltos g= 9.81m/s

A fim de obter a potência média da prova, o autor efectua uma média dos resultados obtidos nos primeiros e nos segundos 15 segundos do teste.

Para cálculo da Resistência à Força rápida, o autor propõe o estabelecimento da relação entre a altura média dos saltos obtida neste teste e a altura obtida no CMJ (h30”CMJ/ hCMJ), sendo que este valor quanto mais proximo for de 1 maior será o índice de resistência do indivíduo. Por outro lado se multiplicarmos por cem teremos o valor percentual da resistência.

Podemos também encontrar a capacidade de resistência à força rápida comparando o valor médio da primeira metade do teste com a altura do CMJ (h 0-15/ hCMJ) ou o valor médio da segunda com a primeira parte do teste (h 15-30/ h 0-15). Para um atleta com um valor de 56cm no CMJ e com h 0-15 de 51cm, teríamos: 51/56= 0.91 ; ou seja este atleta apresenta na primeira metade do teste um índice de resistência à força rápida de 91%.

O autor apresenta ainda a relação que podemos estabelecer entre a potência obtida na segunda e primeira metades do teste, como índice de fadiga (P 15-30/ P 0-15).

 Reactividade (stiffness):

Descrição do teste: consiste em realizar 15 saltos verticais (com um ou dois pré-saltos - não se registam) sucessivos tentando alcançar a máxima altura e realizando tempos de contacto mínimos e com um nível de tensão, nos músculos da perna, elevado (a fim de aproveitar o reflexo miotático e a energia elástica acumulada pelo músculo, bem como a rígidez musculo-tendinosa); os saltos são

realizados da seguinte forma - na posição vertical, realizar uma limitada flexão extensão dos pés com os joelhos / rodillas imobilizadas (ou com mínima flexão possível); os membros superiores podem dar balanço. O uso dos braços pode contribuir com 15 a 25% no resultado alcançado.

O sector mais fortemente solicitado é sem dúvida, o pé e articulação tíbio-tarsica / tobillo, cuja musculatura (triceps sural e sinergistas) deve suportar a maior carga numa situação de grande dificuldade mecânica da sua alavanca, já que o contacto com o solo depois do voo, a fim de ser efectivamente reactivo, deve ter lugar na parte metatarsiana do pé e não sobre toda a superfície (Vélez Blasco, 2000). Segundo o referido autor, a pequena deformação do sistema biomecânico das pernas, permite um duplo efeito: a diminuição do tempo de contacto e um maior acumulo de energia elástico-reflexa na fase de estiramento (contracção excêntrica) que, restituída na contracção concêntrica, potencia a sua capacidade como já referimos anteriormente para o teste CMJ. Ambas as fases sucedem-se com tal rapidez que levam a cabo um tempo na casa dos 160 milisegundos, no qual se desenvolvem altos picos de força (Vélez Blasco, 2000).

Ainda que os autores (Bosco & Vittori) deste teste o apresentem com 5 a 7 saltos, no nosso caso decidimos realizar o teste com 15 saltos cumprindo com as restantes indicações. Tal opção será objecto de justificação aquando da abordagem metodológica.

Para este teste podemos efectuar um calculo da potência de cada salto (Vittori, citado por Gallozi, 1996). A fórmula é a seguinte:

W= 19,86 x h Tc

em que Tc= ao tempo de contacto h= altura do salto

No documento TRABAJO DE INVESTIGACIÓN FINAL (páginas 66-70)