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Proximidades entre Gerenciamento da Rotina Escolar e Gerenciamento da Rotina na

2.3 GERENCIAMENTO DA ROTINA

2.3.3 Proximidades entre Gerenciamento da Rotina Escolar e Gerenciamento da Rotina na

A partir da literatura estudada sobre Gerenciamento da Rotina da Gestão pela Qualidade Total e gerenciamento da rotina escolar, percebe-se que diversos autores dão grande importância para pontos nodais dentro de suas áreas de atuação. Ao analisar tais pontos nodais, verifica-se a existência de pontos comuns entre os dois tipos de gerenciamento, caracterizando que há proximidades entre ambos. Destacam-se os seguintes pontos:

 Importância de planejamento, monitoramento e avaliação

 Elaboração de novas estratégias quando as anteriores foram ineficazes ou insuficientes  Busca de melhoria contínua

 Permanente processo de mudança, de atualização de acordo com as transformações sociais  Participação de todos os envolvidos no processo com comprometimento e responsabilidade  Reuniões com a participação do grupo

 Valorização da integração da equipe

 Formação continuada dos profissionais em serviço  Importância de um bom clima organizacional  Importância da liderança do gestor

3 METODOLOGIA

A metodologia de uma pesquisa científica é o conjunto de critérios e métodos utilizados pelo pesquisador para a construção segura e válida do saber (SILVA; SILVEIRA, 2014).

Para uma pesquisa ser reconhecida como sólida e potencialmente relevante, o pesquisador precisa detalhar os procedimentos adotados e justificar as decisões tomadas na condução da mesma. É fundamental, ainda, que sejam posicionados o paradigma epistemológico e os métodos de pesquisa (DRESCH et al, 2015).

A realização da presente pesquisa demandou um procedimento sistemático, organizado e reflexivo para permitir a busca pelas respostas necessárias à solução do problema. Esse caminho será explicitado a seguir.

3.1 ETAPAS DA PESQUISA

A pesquisa teve início com a definição do problema que se pretendia estudar. Sequencialmente foram definidos os objetivos e a delimitação da pesquisa.

Passou-se, então, para a revisão da literatura, que serviu de arcabouço teórico para o desenvolvimento do estudo.

A seguir, foi definido o paradigma epistemológico, que orientou a busca do conhecimento. Para viabilizar o atingimento dos objetivos da pesquisa de acordo com o paradigma epistemológico, definiu-se o método da pesquisa.

Em seguida, definiu-se o universo e a amostra e o protocolo de pesquisa, formado pela abordagem da pesquisa, fonte de dados, forma de coleta de dados e procedimentos de análise de dados.

Em etapa subsequente, foram selecionados os documentos relacionados ao tema e foi elaborado o roteiro da entrevista, que foi embasado pela literatura revisada. Posteriormente as entrevistas foram efetuadas.

Foi realizado, então, o Estudo de Caso com a apresentação da instituição de ensino pesquisada, assim como sua organização, funcionamento e relevância no cenário educacional.

A seguir, elaborou-se a análise dos resultados da pesquisa com a verificação do alinhamento entre a prática observada e a literatura pesquisada.

Após feito o diagnóstico da situação analisada, foram projetadas intervenções para a melhoria do gerenciamento da rotina escolar da instituição de ensino pesquisada.

Tendo como base a revisão bibliográfica, o Estudo de Caso e as intervenções projetadas, foram tecidas propostas de melhoria do gerenciamento da rotina escolar para uma educação básica de qualidade.

Por fim, elaborou-se as conclusões do estudo e foram relatadas as limitações verificadas na pesquisa e feitas recomendações para estudos futuros.

As etapas da pesquisa e seus objetivos estão sintetizados no quadro 2.

Quadro 2 – Etapas da pesquisa e seus objetivos.

ETAPAS DA PESQUISA OBJETIVOS

Definição do problema da pesquisa Definir o problema que será estudado Definição dos objetivos da pesquisa Definir o objetivo geral e os objetivos

específicos da pesquisa Delimitação do estudo Definir o recorte da pesquisa

Revisão da literatura Formar o arcabouço teórico que fundamentará a pesquisa

Definição do paradigma epistemológico Definir o paradigma epistemológico da pesquisa Definição do método Definir o método que viabilizará o atingimento

dos objetivos da pesquisa

Definição do universo e amostra Escolher, em um universo, a amostra que poderá contribuir de forma relevante para a pesquisa Definição do protocolo de pesquisa

Definir a abordagem da pesquisa, as fontes de dados, as formas de coleta de dados e os

procedimentos de análise de dados Elaboração do roteiro da entrevista e seleção dos

documentos

Elaborar um instrumento de pesquisa significativo para a produção de conhecimento

da prática pesquisada e selecionar a documentação relacionada Realização das entrevistas Realizar as entrevistas elaboradas Apresentação do Estudo de Caso Apresentar aspectos relevantes da instituição

pesquisada

Análise dos resultados Analisar a prática observada verificando seu alinhamento com a literatura

Projeção de intervenções para a instituição de ensino pesquisada

Contribuir para a melhoria da gestão escolar da instituição pesquisada

Desenvolvimento de propostas de melhoria do gerenciamento da rotina escolar para uma

educação básica de qualidade

Contribuir para a melhoria da qualidade da educação básica brasileira

3.2 PARADIGMA EPISTEMOLÓGICO

Uma pesquisa pode ter o objetivo de realizar uma observação para descrição e análise da realidade ou pode ter o objetivo de intervir na realidade para resolver problemas ou oportunizar melhorias. A literatura, considerando essas duas perspectivas, denomina as ciências que se ocupam da análise e da descrição da realidade como ciências tradicionais e as que se são prescritivas e de projetação, como ciências do artificial (DRESCH et al, 2015).

As ciências do artificial, como engenharia, medicina e gestão, buscam respostas para como as coisas devem ser para atingir determinados objetivos. De acordo com Simon (1996), o interesse do projeto é relacionado à melhoria. É a definição do quê e como uma coisa deve ser, e, não, a descrição do quê e como a coisa é.

Para Dresch et al (2015), a base epistemológica para estudos do artificial é denominada Design Science. Essa base epistemológica projeta e prescreve soluções para os problemas detectados na realidade. A missão principal da pesquisa na Design Science, segundo Tranfield e Van Aken (2006), é gerar conhecimento para a projeção de soluções para problemas vivenciados por profissionais.

Para Van Aken (2004), a Design Science tem seu foco de preocupação nas possíveis soluções para os problemas e, não, no entendimento dos problemas. Por isso, a pesquisa fundamentada no paradigma da Design Science tem como objetivo projetar artefatos e prescrever soluções para problemas existentes, através da criação de novos sistemas ou da melhoria dos sistemas existentes.

Na elaboração das soluções para os problemas existentes, Simon (1996) destaca a importância de projetos satisfatórios que sejam viáveis, em oposição a projetos ótimos, mas baseados em modelos simplificados, distantes da realidade.

A presente pesquisa tem como objetivo a projeção de soluções viáveis para a melhoria do gerenciamento das rotinas nas escolas. Considerando essa abordagem, enquadra-se no paradigma epistemológico da Design Science.

3.3 MÉTODO DA PESQUISA

Pesquisas com o paradigma epistemológico da Design Science são comumente operacionalizadas pelo método Design Science Research, que é um método prescritivo.

O método Design Science Research é um processo sistemático cujo objetivo é projetar e desenvolver artefatos para resolver problemas, o que garante alta relevância para o campo prático (CAGDAS; STUBKAER, 2011).

Consiste em um rigoroso ciclo composto pela elaboração de artefatos, avaliação de certa instanciação, comunicação de resultados alcançados e crítica rigorosa do próprio artefato. A avaliação é um processo com uma série de procedimentos para verificação da relação do artefato e as soluções que se propôs alcançar quando desenvolvido no ambiente para o qual foi projetado (LACERDA et al, 2013).

O tempo previsto para a realização da presente pesquisa, no entanto, não viabilizava a execução do ciclo completo da Design Science Research. Não havia possibilidade de colocar um artefato em prática em uma situação real com acompanhamento rigoroso para avaliá-lo. A Design Science Research foi, portanto, desconsiderada como um possível método para essa pesquisa.

O método de Estudo de Caso é um método tradicional que pode ser usado em pesquisas realizadas sob o paradigma da Design Science (DRESCH et al, 2015; LACERDA et al, 2013). Para Lacerda et al (2013), nas pesquisas com objetivo prescritivo ou para desenvolvimento de artefatos, o método do Estudo de Caso pode ser uma opção útil para a compreensão de artefatos existentes e em funcionamento em um contexto. Os Estudos de Caso podem cumprir dois objetivos: ampliar o conhecimento de artefatos bem-sucedidos e permitir a formalização de artefatos eficazes que poderão ser úteis para outras organizações.

De acordo com Silva (2013), diversos autores reconhecidos sobre a análise do método de Estudo de Caso o associam à compreensão de fenômenos in loco.

O Estudo de Caso é a estratégia ideal quando o pesquisador não tem controle sobre os acontecimentos investigados e o foco da investigação recai sobre um fenômeno contemporâneo. O Estudo de Caso deve ser a estratégia de pesquisa nos casos que envolvem questões do tipo "como" ou "por que" (YIN, 2009).

As etapas previstas para a realização do Estudo de Caso são definição de uma estrutura conceitual-teórica, planejamento do caso, realização de teste piloto, coleta de dados, análise dos dados e geração de relatório (MIGUEL, 2007)

Após análise do objetivo da pesquisa, de seu paradigma epistemológico, das circunstâncias e das possíveis abordagens, optou-se pela utilização do método de Estudo de Caso sob o paradigma da Design Science.

Pretendeu-se, com essa escolha, estabelecer uma comparação entre a literatura e a realidade, verificando a existência de aderência entre a teoria revisada e a prática pesquisada, sob uma perspectiva incrementalista para uma conclusão propositiva.

A pesquisadora optou por realizar o Estudo de Caso nos cinco campi destinados aos anos iniciais do Ensino Fundamental do Colégio Pedro II. Localizado no Rio de Janeiro, é uma instituição de ensino público federal. Essa escolha se deu pelo fato desses campi apresentarem índices que os caracterizam como escolas de qualidade.

A pesquisa caracteriza-se como sendo não experimental, uma vez que não serão realizadas experiências nos campi pesquisados. Segundo Silva e Silveira (2014), no método experimental são realizadas experiências com um grupo de controle para alcançar proposições gerais.

3.4 UNIVERSO E AMOSTRA

O universo da pesquisa será constituído pelos 14 campi de Educação Básica que compõem o Colégio Pedro II. Da amostra participarão os 5 campi que atuam com alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, denominados campi I, a saber: Engenho Novo I, Humaitá I, Realengo I, São Cristóvão I e Tijuca I.

3.5 PROTOCOLO DA PESQUISA

O protocolo da pesquisa, que é um instrumento que explicita os procedimentos adotados em relação aos dados da pesquisa, está sintetizado no quadro 3.

Quadro 3 – Protocolo da Pesquisa.

Protocolo da Pesquisa

Abordagem Fonte de dados Forma de coleta

de dados Procedimentos de análise de dados Qualitativa Documentos institucionais do Colégio Pedro II Disponibilizados

pela Internet; Análise documental Atores envolvidos:

Diretoras-Gerais dos campi I do Colégio Pedro II no período de 2014 a 2017 ou suas substitutas

Entrevistas com roteiros semiestruturados

Análise de conteúdo

3.5.1 Abordagem da pesquisa

A abordagem da pesquisa é qualitativa. Pretende-se uma análise profunda do fenômeno do estudo. De acordo com Silva e Silveira (2014), a pesquisa qualitativa caracteriza- se por ser bem adaptada para a análise minuciosa da realidade complexa e por sua sensibilidade ao contexto no qual ocorrem os eventos estudados.

Minayo (2010) considera que um estudo deve ser qualitativo quando se preocupa com um nível de realidade que não pode ser quantificado, que é o caso da pesquisa em tela.

3.5.2 Fontes de dados

As fontes de dados selecionadas foram os documentos institucionaisdo Colégio Pedro II e os atores envolvidos foram as cinco Diretoras-Gerais (DG) dos campi I do Colégio Pedro II no período de 2014 a 2017 ou suas substitutas.