• Nenhum resultado encontrado

3. Resultados e Discussão

3.2 Periódicos

3.2.2 Química Nova na Escola

Conforme o levantamento realizado, há 20 artigos publicados na Revista Química Nova na Escola (QNESC) até 2013, como elencados no Quadro 7.

84 Quadro 7. Relação dos Artigos Publicados na QNESC

Título Autores

1 Idéias em movimento Nelson O. Beltran

2 Carbopólis, um software para Educação Química Marcelo Eichler, José Claudio Del Pino

3 Propostas de experimentos de baixo custo centradas no aluno e na comunidade

Eduardo de C. Valadares 4 Proposta de um Jogo Didático para Ensino do

Conceito de Equilíbrio Químico

Márlon Herbert F. B. Soares, Fabiano Okamura, Éder T. G.

Cavalheiro 5 Utilizando uma luminária do tipo "Lava-Luz" para

o ensino de densidade, dilatação térmica e transformações de energia

Robson F. de Farias

6 Uma abordagem alternativa para o aprendizado dos conceitos de átomo, molécula, elemento químico, substância simples e substância composta, nos Ensinos Fundamental e Médio

José Roberto C. da Rocha, Andrea Cavichioli

7 Júri Químico: uma atividade lúdica para discutir conceitos químicos

Alessandro S.de Oliveira, Márlon Herbert F. B. Soares

8 O ludo com um jogo para discutir conceitos em Termoquímica

Márlon Herbert F. B. Soares, Éder T.

G. Cavalheiro 9 Química por meio do Teatro Nidia F. Roque

10 Vamos jogar uma Suequímica? Ana Paula B. dos Santos, Ricardo C.

Michel

11 Soletrando o Br-As-I-L com Símbolos Químicos Antonio Joaquín Franco-Mariscal, María José Cano-Iglesias

12 Palavras Cruzadas como recurso didático no Ensino de Teoria Atômica

Edemar Benedetti Filho, Antonio Rogério Fiorucci, Luzia P. dos S.

Benedetti, Jéssica A. Craveiro 13 Tabela Periódica - um super trunfo para alunos

do Ensino Fundamental e Médio

Thiago Andre de F. Godoi, Hueder Paulo Moisés de Oliveira, Lúcia Codognoto

14 As fotonovelas no Ensino de Química Wendel M. Ferreira, Adjane da C. T.

e Silva 15 Bulas de medicamentos, vídeo educativo e

biopirataria: uma experiência didática em uma escola pública de Porto Velho – RO

Leidiane Caroline Lauthartte, Wilmo Ernerto Francisno Junior

16 Jogos no Ensino de Química: considerações teóricas para sua utilização em sala de aula

Marcia B.da Cunha 17 Relatos de Experiências do Programa

Institucional de Bolsa de Inicação a Docência no Curso de Licenciatura em Química da

Universidade Estadual do Norte Fluminense

Luis César Passoni, Maria Raquel G.

Veja, Rosana Giacomini, Amanda M.

P. Barreto, Josimary dos S. C.

Soares, Larissa C. Crespo, Márcia R.G. Ney

18 Os jogos educacionais de cartas como estratégia de ensino em Química

Patricia B. M. Focetola, Pedro J.

Castro, Aline C. J. de Souza, Lucas da S. Grion, Nadia Cristina da S.

Pedro, Rafael dos S. Iack, Roberto X. de Almeida, Anderson C. de Oliveira, Claudia V. T. de Barros, Enilce Vaitsman, Juliana B. Brandão, Antonio Carlos de O. Guerra,

Joaquim Fernando M. da Silva 19 Improvisações Teatrais no Ensino de Química:

Interface entre Teatro e Ciência na Sala de Aula

Hélio da S. Messeder Neto, Barbara Carine S. Pinheiro e Nídia F. Roque 20 Pôquer dos Elementos dos Blocos s e p Joyce Cristine S. F. Saturnino, Inácio

Luduvico e Leandro José dos Santos

85 O primeiro artigo que faz referência a um aspecto relacionado ao lúdico foi publicado em 1997 e apresenta uma brincadeira como proposta para o ensino do movimento de partículas. Analisando a quantidade de artigos utilizando atividades lúdicas em relação ao ano de publicação, verificamos no Quadro 8 que, até o ano de 2008, se mantém a produção média de “um” artigo por ano e que, a partir de 2009, há um crescimento no número de trabalhos.

Quadro 8. Distribuição dos Artigos pelo Ano de Publicação Ano Quantidade Ano Quantidade

1997 1 2006 1

1998 0 2007 1

1999 0 2008 0

2000 1 2009 3

2001 1 2010 1

002 0 2011 2

2003 1 2012 3

2004 1 2013 2

2005 2

O aumento da produção relacionada ao lúdico a partir de 2009, pode estar associado a sua vinculação, como umas das principais formas de abordagem da atividade desenvolvida, a projetos de pesquisa e de extensão e programas, tais como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID). Pela leitura do Currículo Lattes dos autores, observa-se que antes de 2009, apenas cinco trabalhos são oriundos de pesquisas. Os trabalhos 4 e 8 são provenientes de um mesmo doutorado, os trabalhos 3 e 7 de dois mestrados distintos e o trabalho 8 de uma linha de pesquisa da autora.

A partir de 2009, oito trabalhos (12 a 19) estão vinculados as temáticas e/ou projetos de pesquisas de pelo menos um dos autores, sendo os trabalhos 17, 18 e 20 relatos do PIBID.

Considerando-se o vínculo institucional, essas produções estão distribuídas em 11 unidades federativas (BA, GO, MG, MS, PR, RJ, RO, RN, RS, SE e SP), sendo que uma foi produzida na Espanha. Há uma concentração de trabalhos na região Sudeste (43%), sendo cinco artigos produzidos no estado de São Paulo e três no estado do Rio de Janeiro. No Centro-Oeste, temos quatro trabalhos e no Nordeste cinco trabalhos publicados, sendo três vinculados ao estado de Goiás e três ao estado da Bahia. Há apenas um trabalho oriundo da região Norte (RN) e dois da região Sul (PR e RS).

Sendo a QNESC uma revista direcionada aos professores de química que trabalham diretamente na educação básica e à área de Ensino de Química, verificamos que a maioria dos trabalhos são descrições de propostas ou relatos de experiência, que procuram destacar aspectos relacionados à

86 estruturação e aplicação da atividade, buscando assim compartilhar com os leitores, docentes ou futuros docentes, a experiência vivenciada e contribuir para uma melhoria do processo de ensino e aprendizagem.

Em sua maioria, os trabalhos são propostas de atividades ou aplicações realizadas no ensino médio (17 trabalhos). Pelos conceitos trabalhados, teoria atômica e tabela periódica, três desses trabalhos também são direcionados ao ensino fundamental. Há duas aplicações realizadas no ensino de nível superior, sendo que as propostas dessas também são viáveis para o ensino médio. Dos 18 trabalhos, há somente um referente a pesquisa teórica, trabalho 15, direcionado a professores e pesquisadores apresentando alguns referenciais para o desenvolvimento de pesquisas e atividades com jogos como recurso didático para o Ensino de Química.

Quanto aos conceitos e temáticas trabalhadas, 56% se referem a conteúdos da primeira série do ensino médio. Os conteúdos abordados são:

teoria atômica, tabela periódica, moléculas e substâncias, ligações químicas, funções inorgânicas, densidade, equilíbrio químico, termoquímica e acidez de compostos orgânicos e inorgânicos. As temáticas trabalhadas foram: questões sociais relacionadas à química orgânica, poluição do ar e chuva ácida, biopirataria das plantas medicinais e do etnoconhecimento do Brasil e os problemas ambientais em uma cidade fictícia que possui uma fábrica de baterias e uma engarrafadora mineral.

Os tipos de atividade lúdicas propostas ou desenvolvidas são jogos de cartas e tabuleiro, dramatização, software, experimentos, fotonovelas, objetos manipuláveis, entre outros. Ao se associar os tipos de atividades lúdicas aos conteúdos, observa-se que trabalhos com as temáticas envolveram mais ativamente os alunos, isso devido ao caráter das atividades propostas:

fotonovelas e júri simulado. Cabe ressaltar que muitas das atividades desenvolvidas visaram mais a revisão, reforço ou memorização dos conceitos abordados, principalmente aqueles que trabalharam por meio de jogos. Isso pode ser devido à dificuldade dos docentes em promover a construção do conhecimento utilizando os jogos, preferindo sua utilização como substituição a exercícios, visto que esses permitem ao docente fazer uma avaliação diagnóstica dos conteúdos trabalhados.

Os jogos propostos para o Ensino de Química exploram mais o sentido restrito do jogo educativo definido por Kishimoto (2009), trabalhando com jogos didáticos visando a memorização, reforço ou revisão do conteúdo químico. Dos 20 artigos apresentados, apenas 30% exploram o lúdico além da aquisição ou treino de habilidades específicas; tal fato é decorrente do tipo de atividade lúdica trabalhada: júri simulado, jogos teatrais e fotonovela.

A partir dos resultados apresentados, nas propostas desenvolvidas observa-se que os artigos que desenvolvem jogos didáticos atendem, segundo os autores, eficientemente os objetivos propostos como recursos para o ensino

87 e aprendizagem da química. Contudo, consideramos que a proposição e desenvolvimento de jogos educativos, em seu sentido amplo definido por Kishimoto (2009), ao ser solicitar que o discente trabalhe com suas habilidades e competências permitiria um desenvolvimento mais integral do indivíduo, abarcando, por exemplo, tanto o nível afetivo quanto o psicossocial e cognitivo.