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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.6 QUALIDADE FISIOLÓGICA DAS SEMENTES

Para proceder a avaliação da qualidade fisiológica das sementes (germinação e vigor), foi desenvolvida uma série de experimentos realizados no Laboratório de Análises de Sementes Florestais da UnC. Primeiramente, foi retirada uma pequena amostra das sementes de cada árvore porta-sementes e misturadas homogeneamente para execução dos testes de germinação por espécie da

influência da luz, da temperatura, do tamanho das sementes e do substrato. Paralelamente, foram retiradas amostras de sementes separadas por espécie, árvore porta-sementes e população para realização dos demais testes de germinação e emergência. Todos os utensílios utilizados nos experimentos (gerbox, pinças, etc) foram esterilizados à alta temperatura e lavados com álcool. Os substratos com altas temperaturas e os germinadores pela lavação com hipoclorito de sódio a 2%. As sementes foram lavadas com hipoclorito de sódio a 2%, secadas a temperatura ambiente e tratadas com fungicida.

3.6.1 Testes de germinação e emergência

Luz e temperatura

Para verificar a influência da luz e da temperatura sobre a germinação e o vigor das sementes, os testes de germinação foram realizados para as três espécies individualmente, sem dividir população ou árvore porta-sementes. Testaram-se quatro regimes de luz e quatro temperaturas. Os quatro tipos de luz foram: luz branca (gerbox translúcida, sem cobertura), luz vermelha (gerbox recoberta com papel celofane vermelho), luz vermelho extremo (gerbox recoberta com papel celofane azul e vermelho sobrepostos) e escuro ou ausência de luz (gerbox recoberta por filme plástico preto que não permitiu a entrada de luz) (MALAVASI, 1988). Foram utilizadas quatro repetições de 50 sementes para as três espécies. As contagens das sementes recobertas foram efetuadas em câmara escura sob luz verde de proteção (lâmpadas revestidas com papel celofane verde). As gerbox foram colocados em germinadores regulados nas quatro temperaturas: 20, 25, 35 e 20- 30ºC alternada. Os três primeiros tratamentos foram montados em três germinadores do tipo Mangelsdorf e o último em câmara de germinação de foto e termoperíodo tipo B.O.D. com oito horas a 20ºC e 16 horas a 30ºC, todos em substrato sobre 200 g de areia (peneirada em malha 1,7 mm, utilizando-se a de menor granulometria e esterilizada em estufa a 140ºC por 4 horas), umidecida com 40 ml de água destilada.

Substrato e tamanho das sementes

O efeito destas variáveis combinadas, sobre a germinação e o vigor das sementes, foi realizado para as espécies estudadas, sem dividir população ou árvore

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porta-sementes. As sementes foram divididas em três grupos, separadas por medidas conforme cada espécie:

- O. puberula – grandes: maiores que 8 mm de comprimento e 6 mm de largura; pequenas: menores que 6,5 mm de comprimento e 5 mm de largura; mistura: sem separar por tamanho.

- P. sellowii – grandes: acima de 9 mm de comprimento e de largura; pequenas: abaixo de 8,5 mm de comprimento e de largura; mistura: sem separar por tamanho. - P. angustifolia – grandes: acima de 3,5 mm de comprimento e 0,65 mm de largura; pequenas: abaixo de 3,0 mm de comprimento e 0,55 mm de largura; mistura: sem separar por tamanho.

Quatro substratos de laboratório foram testados para as três espécies: sobre areia (conforme descrição anterior), sobre papel mata-borrão (2 folhas), sobre papel toalha (3 folhas) e sobre vermiculita (peneirada em duas malhas, 1,0 e 1,7 mm, aproveitando-se a de granulometria média), em germinador Mangelsdorf regulado a 25ºC sob luz artificial constante. Utilizou-se quatro repetições de 50 sementes.

População e árvore porta-sementes

Para as três espécies, as diferenças entre populações e árvores porta- sementes, quanto a germinação e o vigor, foram determinados segundo um teste de germinação testando-se os três locais (populações) e 12 árvores porta-sementes por população. Os resultados foram retirados de quatro repetições de 50 sementes por árvore porta-sementes em cada gerbox colocados no germinador do tipo Mangelsdorf, substrato sobre areia sob luz artificial constante e temperatura de 25°C (BRASIL, 1992), adaptado para as espécies. O teste teve uma duração de pelo menos 30 dias, conforme a espécie, e estendido pelo tempo necessário. As contagens obedeceram ao ritmo de germinação de cada espécie, definido pelo acompanhamento diário e tomando-se intervalos curtos até que a curva de germinação estabilizasse. Foi considerada germinada para efeito deste estudo, segundo Schimidt (2000), a protrusão da radícula, com no mínimo 0,5 mm.

Paralelamente foi instalado e conduzido, um experimento idêntico, realizado em condições de viveiro, ou seja, em sementeiras do tipo caixa de madeira subdivididas em células com capacidade para 50 sementes, contendo como substrato terra de floresta da camada superficial peneirada em malha 3 mm, dentro de casa de vegetação (estufa de filme plástico) para verificação da porcentagem e

velocidade de emergência por população e por árvore porta-sementes. Foi considerada para contagem da porcentagem de emergência, a plântula cuja fase de desenvolvimento se apresentava com raiz, hipocótilo, epicótilo e protofilos (primeiro par de folhas surgido no epicótilo) (KUNIYOSHI, 1983).

Para o cálculo da porcentagem de germinação por repetição, foi utilizada a seguinte fórmula (BRASIL, 1992):

G = (N/A) . 100

onde:

G = porcentagem de germinação; N = número de sementes germinadas;

A = número total de sementes colocadas para germinar.

Para o cálculo da porcentagem de emergência por repetição, foi utilizada a seguinte fórmula:

E = (Ne/Ae) . 100 onde:

E = porcentagem de emergência;

Ne = número de plântulas emergidas na sementeira;

Ae = número total de sementes colocadas para emergir.

3.6.2 Testes de vigor

O vigor foi determinado a partir do cálculo de alguns índices. Os dados para os cálculos foram obtidos a partir das contagens periódicas dos testes de germinação e emergência.

- Índice de velocidade de germinação (IVG):

Para o cálculo do IVG foi usada a fórmula de Maguire (1962) apresentado por Vieira e Carvalho (1994):

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em que:

IVG = índice de velocidade de germinação;

Pi = número de sementes germinadas no i-ésimo dia;

Di = número de dias entre o início do teste até o i-ésimo dia.

- Tempo médio de germinação (tG):

Os cálculos de tempo médio foram realizados conforme fórmula citada por Labouriau e Valadares (1976):

tG = (

ΣΣΣΣ

ni ti) /

ΣΣΣΣ

ni

onde:

tG= tempo médio de germinação;

ni = número de sementes germinadas no i-ésimo dia; ti = tempo (dias)

- Velocidade média de germinação (VG):

Os cálculos de velocidade média foram realizados conforme fórmula citada por Labouriau e Valadares (1976):

VG = 1/tG

onde:

VG = velocidade média de germinação; tG = tempo médio de germinação.

- Índice de velocidade de emergência (IVE):

Utilizou-se a germinação das sementes em sementeiras no viveiro sob casa de vegetação, pelas sucessivas contagens do número de plântulas emergidas, utilizando-se o método de Maguire (1962), apresentado por Vieira e Carvalho (1994), de acordo com a fórmula:

IVE =

ΣΣΣΣ

Pi / Di

IVE = índice de velocidade de emergência;

Pi = número de plântulas emergidas no i-ésimo dia de contagem;

Di = número de dias entre o início do teste até o i-ésimo dia.

- Tempo médio de emergência (tE):

Os cálculos de tempo médio foram realizados conforme fórmula citada por Labouriau e Valadares (1976):

tE = (

ΣΣΣΣ

ni ti) /

ΣΣΣΣ

ni

onde:

tE= tempo médio de emergência;

ni = número de plântulas emergidas no i-ésimo dia; ti = tempo (dias).

- Velocidade média de emergência (VE):

Os cálculos de velocidade média foram realizados conforme fórmula citada por Labouriau e Valadares (1976):

VE = 1/tE

onde:

VE = velocidade média de emergência; tE = tempo médio de emergência.