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Qualidade na Gestão da Avaliação da

4 QUALIDADE E GESTÃO PEDAGÓGICA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR

7. Qualidade na Gestão da Avaliação da

Categorias Temáticas Número de indicadores (entre parênteses) Subcategorias e

da atuação da Instituição e o seu sistema político- decisório institucional ligado à avaliação (interna e externa, e autoavaliação) da Universidade. (10 indicadores e 3 subcategorias).

Avaliação Institucional Interna/ Externa (5) Auto Avaliação da Universidade (1)

Total: 7 categorias 31 subcategorias e 97 indicadores

Fonte: Franco, 2011

A gestão pedagógica, também, está ancorada nos saberes da docência que podem ser traduzidos pelo conhecimento aprofundado de um dado campo de estudos; pela produção e manejo de materiais didáticos; pelo domínio de instrumentos metodológicos; pela clareza quanto à opção epistemológica e quanto ao nível cognitivo e intelectual esperado dos alunos durante as situações de aprendizagem; pela criatividade e bom senso na elaboração de situações que desafiem o pensamento e que produzam a novidade; pela capacidade de organizar o planejamento das aulas, as atividades de aprendizagem e a avaliação dos alunos; e pelo espírito investigativo que permite a elaboração própria, o pensamento autônomo e a autoavaliação.

Portanto, compor essa concepção implica interlocução com saberes e fazeres, lugares e tempos, conhecimentos e práticas, enfim, um conjunto múltiplo de fatores, além de se considerar que, desde sua elaboração, o discurso pedagógico necessita de um discurso sobre si, para o qual confluem muitas vozes, que o legitimam e instituem, perpetuando relações de poder internas e externas (DELGADO, 2000, p. 99).

Nesse sentido, a gestão pedagógica constitui-se a partir do processo sistemático, organizado e auto-reflexivo que envolve os professores, desde a formação inicial ao exercício continuado da docência nos diversos espaços institucionais em que se desenrolam as relações entre a teoria e a prática do professor da educação superior.

4.2 QUALIDADE DA GESTÃO PEDAGÓGICA E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

As representações de ser professor, considerando seus saberes e fazeres como pressupostos para a qualidade na gestão pedagógica universitária, se

personificam nas práticas educativas no ensino superior e, consequentemente, na formação dos futuros professores.

Ferreira (2009) corrobora com o seguinte pressuposto:

[...] que os professores produzem a gestão do pedagógico em um espaço e um tempo específico: o contexto escolar. Digo espaço e tempo, porque entendo que as relações sociais são produzidas em um tempo e em um espaço que são indissociáveis, interpenetram-se de tal forma que alterações em um deles determinam, inexoravelmente, alterações no outro.

Para García (1999), a concepção de desenvolvimento profissional dos professores pressupõe uma perspectiva de formação que priorize o caráter contextual e organizacional, direcionado para a mudança, superando a visão individualista das ações de aperfeiçoamento docente, apontado, portanto, para o compartilhamento de saberes e fazeres.

Sobre esse aspecto, Fullan apud García (1999, p. 27), enfatiza que o

[...] desenvolvimento profissional é um projecto ao longo da carreira desde a formação inicial, à iniciação, ao desenvolvimento profissional continuo através da própria carreira [...] O desenvolvimento profissional é uma aprendizagem contínua, interactiva, acumulativa, que combina uma variedade de formatos de aprendizagem.

Enquanto processo multifacetário, a qualidade da gestão pedagógica abrange “questões de ordem teórica, profissional, atitudinal, valorativa, contextual, sociocultural e política” (ISAIA e BOLZAN, 2008, p. 551). Aproximar o conceito de qualidade à área de educação, num sentido amplo, significa reconhecer que ela pode consistir num significante, com múltiplos significados, por meio de conceituações fundamentais, como de sujeito, sociedade, vida e educação, inter- relacionadas com ideias afins, de caráter mais global, assim como de caráter profissional.

Portanto, a qualidade da gestão pedagógica não pode ser vista como um “dom”, que alguns têm outros não, ou como resultado exclusivo da experiência, “que se aprende a fazer, fazendo”, nem mesmo possa ser considerada de responsabilidade exclusiva do professor.

Cunha (2004), ao estudar a configuração da docência universitária, afirma que

[...] a concepção de docência como dom carrega um desprestígio da sua condição acadêmica, relegando os conhecimentos pedagógicos a um segundo plano e desvalorizando esse campo na formação do docente de todos os níveis, mas, principalmente o universitário (p. 3).

As características próprias dos professores e as experiências docentes são parte da configuração profissional, mas não se limita a elas, ou melhor, essas não são suficientes para dar sustentação a posturas e a decisões. A profissionalidade docente implica escolhas que ultrapassam o senso comum e se vinculam a conhecimentos complexos e vivências refletidas que vão dando forma a uma condição profissional específica: “ser professor”

Para a educação superior, alguns balizadores ao conceito de qualidade são apontados, por Isaia e Bolzan (2008, p. 2):

[...] seu caráter interpretativo e valorativo, ambos ligados às dimensões sociais, políticas e históricas; sua dimensão docente, na medida em que são consideradas as estratégias voltadas para o desenvolvimento do processo de formação de alunos e professores, envolvendo empenho docente e discente nas tarefas acadêmicas, tendo em vista a relevância do que se aprende; seu caráter transformativo, levando em conta as demandas da sociedade; sua vinculação a decisões políticas, na medida em que o Estado participa da gestão educacional; sua dimensão micro englobando a trajetória institucional em todas suas instâncias e o processo especificamente pedagógico ou formativo dos professores.

Isaia; Bolzan; e Maciel (2012) abordam a “formação e desenvolvimento profissional” sob a ótica da docência universitária como vetor de “qualidade e excelência pedagógica”. As autoras apresentam quatro (4) categorias e repectivos indicadores de qualidade para a área de formação e desenvolvimento profissional.

Quadro 4 – Indicadores de qualidade identificados para a área da formação e desenvolvimento profissional.

CATEGORIAS INDICADORES DE QUALIDADE

1. DOCÊNCIA