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5. D ISCUSSÃO DOS R ESULTADOS

5.1. Quanto às características sociodemográficas

No presente estudo, a maioria dos profissionais de saúde da amostra era do sexo feminino. Na classe de enfermagem, o percentual do sexo feminino era de 74,5%. Este percentual vai no mesmo sentido da distribuição por sexos dos enfermeiros a nível nacional (OE, 2016), sendo o percentual inferior aos 82,03% dos dados nacionais. Em relação à classe médica, o sexo feminino representava 58% da nossa amostra, o que também vai ao encontro dos dados estatísticos da Ordem dos Médicos (2017), nos quais o sexo feminino representava 53% dos médicos a nível nacional, embora na nossa amostra o percentual seja ligeiramente mais elevado.

Comparando a idade média do nosso estudo (44,41±8,86 anos), a idade mínima de 28 anos e a máxima de 65 anos, com os dados obtidos no estudo de Flórido (2014), acerca das respostas de emergência à pessoa em situação crítica nas enfermarias do hospital, numa amostra de 245 enfermeiros, no qual a idade mínima foi de 25 anos, a idade máxima de apenas 54 anos e uma média de idade de 35,89±6,64 anos. Isto significa que a nossa amostra de profissionais de saúde é mais envelhecida do que aquela, o que poderá ser explicado pelo período de austeridade vivenciado no país, que obrigou a reformas políticas no âmbito da lei geral do

trabalho, idade de reforma e aposentação. Verifica-se um envelhecimento em aproximadamente 10 anos dos profissionais.

Mais recentemente, Cardo (2017), ao estudar a perceção da importância da EEMI pelos enfermeiros em Portugal, numa amostra de 129 enfermeiros obteve uma idade média de 39,698±9,017 anos, compreendida entre os 24 e os 59 anos. Esta média é inferior aos resultados que obtivemos no presente estudo que incluía o grupo profissional dos enfermeiros e médicos. Porém, Flórido (2014) e Cardo (2017) apenas estudaram o grupo profissional de enfermeiros, sendo que, no nosso estudo, os médicos enquadravam-se mais no grupo etário dos mais velhos, relativamente aos enfermeiros. No estudo de Bem (2013), desenvolvido no Centro Hospitalar do Oeste – Caldas da Rainha com uma amostra de 71 profissionais de saúde, que engloba 19 médicos e 52 enfermeiros, relativo às necessidades e constrangimentos sentidos por enfermeiros e médicos, face à implementação de uma EEMI, também realizado em Portugal, obteve uma amostra na qual as idades mais representativas foram inferiores a 30 anos, mostrando no seu conjunto 31% da amostra, sendo a média de idades 38,7±10,73 anos, inferior à do presente estudo. A idade dos participantes variou entre os 25 e os 62 anos. Também Pantazopoulos et al. (2011), na Grécia, num estudo que pretendia avaliar a relação entre variáveis demográficas da classe de enfermagem e a identificação de situações de deterioração fisiológica aguda, que implicam atuação de enfermagem, nomeadamente a ativação de EEMI, com uma amostra de 94 enfermeiros, obteve uma idade média de 36,9±7,4 anos. Comparativamente ao presente estudo e ao estudo de Flórido (2014) atrás apresentado, a idade média desta amostra é inferior.

Quanto aos grupos profissionais, no nosso estudo, a maioria são enfermeiros (85,5%) face aos médicos (14,5%), dados que vão ao encontro do estudo de Bem (2013), cuja amostra também era na sua maioria composta por enfermeiros (73,2%), em relação ao grupo profissional dos médicos (26,8%), embora o percentual de enfermeiros seja inferior e o dos médicos superior ao do presente estudo.

No que diz respeito às habilitações académicas da nossa amostra, a maioria dos participantes era detentora do 1º ciclo de estudos (92,7% eram licenciados), apenas 6,6% detinha o 2º ciclo e 0,6% o 3º ciclo de estudos. Estes resultados são corroborados pelo estudo de Pantazapoulos et al. (2011), embora ressalvando ser uma amostra apenas de enfermeiros, também a maioria detinha a licenciatura (92,5%), e 5,3% detinha mestrado em enfermagem. No entanto, no que

diz respeito ao 3º ciclo de estudos, 2,2% detinha doutoramento, embora sendo um percentual residual, constitui mais do triplo de nosso percentual.

Em termos do tempo de exercício profissional, verifica-se que o tempo médio de exercício profissional era de 20,54 ±9,03 anos, o tempo de exercício na instituição era de 17,68±9,9 anos e o tempo de exercício no serviço de 11,19±8,63 anos. Assim, a nossa amostra é constituída por um grupo de profissionais de saúde bastante experiente. O tempo médio de exercício na instituição inferior pode estar associado à mobilidade entre instituições e o tempo de exercício no serviço associado a mobilidade interna nos serviços, maioritariamente nos enfermeiros. Por sua vez, o estudo de Bem (2013) obteve como tempo médio de experiência profissional (médicos e enfermeiros) 14,83 ± 10,04 anos, valor bastante inferior ao do nosso estudo, o que reforça a ideia da nossa amostra ser bastante experiente.

No que concerne à formação pós-graduada, verifica-se que 53,3% dos profissionais de saúde não detém qualquer tipo de formação desta natureza, e apenas 13 participantes (7,8%) detém formação no âmbito da urgência/emergência. Em contrapartida, em relação à formação específica de curta duração, atualizada (há menos de 3 anos), 77% dos profissionais de saúde referiram ter formação em emergência. Porém, como vem descrito na circular normativa para que a ativação do sistema aconteça é necessário formar todos os profissionais da instituição (100%), mesmo nas áreas não clínicas, em SBV, monitorização clínica, critérios de ativação da EEMI e no seu papel no funcionamento do sistema. Por outro lado, apenas 27,0% dos participantes referiu ter formação no âmbito do SAV ou SIV. Como se pode constatar na circular normativa (DGS, 2010), a EEMI deverá ser constituída por um médico e enfermeiro com competências em abordagem avançada da via aérea e técnicas de reanimação. Também Flórido (2014), no seu estudo, relativamente à frequência de cursos de curta duração na área de emergência, constatou que a maioria dos enfermeiros da amostra (70,61%) tinha algum curso nesta área. Quando se trata de cursos de curta duração na área de emergência, 70,61% dos enfermeiros da amostra detinha formação deste tipo, resultados que não convergem com os do estudo de Pantazopoulos et al. (2011), no qual 93,6% dos enfermeiros tinha formação em SBV e 25,5% formação em SAV.

No que se refere aos conhecimentos em emergência intra-hospitalar, obtivemos uma pontuação média elevada de 17,35±1,76 pontos, com os maiores grupos de participantes a enquadrarem-se na categoria muito bons (40,6%) e excelentes (48,5%) conhecimentos em emergência intra-hospitalar. As afirmações respeitantes ao critério de deterioração fisiológica

acerca de compromisso da via aérea, paragem respiratória e PCR foram identificadas na quase totalidade dos participantes, acima de 98%.

Cretikos et al. (2006) na Austrália, envolvendo 7 hospitais com quatro universidades afiliadas, desenvolveram um estudo de caso-controlo, com um total de 970 casos, dos quais 520 de controlo e 450 de estudo, com objetivo de avaliar a sensibilidade dos critérios clínicos predefinidos na identificação de utentes com deterioração fisiológica e concluíram que a elevação da frequência cardíaca, falência respiratória, diminuição da tensão arterial sistólica, deterioração do nível de consciência, são preditores específicos de PCR. No entanto, no presente estudo, as afirmações obtidas com maior percentagem de erro estão relacionadas com a avaliação da respiração, circulação e sinais neurológicos. Salientamos, especificamente, as questões relativas à respiração, à não identificação do critério saturação periférica de oxigénio inferior a 85% com oxigénio suplementar por 12,72% dos participantes, assim como 16,36% dos participantes não ter identificado como critério a afirmação relativa à frequência respiratória inferior a 6 ou superior a 35 ciclos por minuto. Contudo, tal como Albino e Jacinto (2010), que concluíram que as principais vantagens do seu estudo foram a consciencialização dos profissionais para a deteção do risco de deterioração fisiológica dos utentes, a valorização do parâmetro vital frequência respiratória, que antes não era avaliado de forma sistemática. Esperamos que com os participantes no nosso estudo possa ver a suceder o mesmo.

Quanto ao critério clínico circulação, verificamos que 10,91% dos participantes não identificou como critério de deterioração fisiológica aguda, a frequência circulatória inferior a 40 ou superior a 140 batimentos por minuto, assim como 51,51% não identificou como critério de alarme a pressão arterial sistólica inferior a 90 mm/Hg. Estes resultados parecem indicar a pouca valorização que os profissionais de saúde atribuem a estes critérios. Por outro lado, Cardona-Morrell et al. (2017) concluíram que a avaliação de sinais vitais do utente não dependia da prescrição da frequência, mas da avaliação e da disponibilidade dos enfermeiros, pelo que a avaliação incompleta dos sinais vitais pode limitar a identificação de deterioração fisiológica aguda. Este comportamento, pode dever-se à falta de conhecimento dos enfermeiros sobre estes critérios, bem como à pouca valorização destes critérios por parte destes profissionais, com reflexos na sua avaliação. Neste âmbito, Davies et al. (2014) afirmam que eventos adversos fatais não ocorrem repentinamente e normalmente são precedidos de alterações nos sinais vitais que vão surgindo continuamente, minutos, até horas

antes e que foram insuficientemente valorizados. Daí a importância da valorização e da avaliação destes critérios.

Ainda relativamente às afirmações de identificação dos critérios de deterioração fisiológica aguda, constatamos que 67,88% dos participantes identificou, corretamente, como critério o uso da intuição profissional de acordo com os autores analisados. Já o estudo de Cioffi (2000), realizado na Austrália, tinha evidenciado que os enfermeiros reconheciam a deterioração do utente, baseados no pressentimento de que algo estava errado, o que explica esta opção por parte dos profissionais de saúde da nossa amostra. Também Santiano et al. (2008), na Austrália, constataram que a preocupação era o critério usado com maior frequência, o que revelava um elevado grau de capacidade e autonomia por parte da equipa de enfermagem para ativar a EEMI.

Os fatores sociodemográficos e profissionais que se revelaram estar relacionados com os conhecimentos em emergência intra-hospitalar foram, em termos sociodemográficos, a profissão, em termos profissionais, a formação profissional e formação específica, e em relação à experiência em emergência, foi a experiência em situações sem PCR.

Em relação à profissão, verificamos melhor pontuação média de conhecimentos em emergência intra-hospitalar na profissão médica face à profissão de enfermagem.

Constatamos que a formação profissional se relacionou com os conhecimentos em emergência intra-hospitalar, sendo que a melhor pontuação foi obtida por quem detém formação profissional em emergência face a quem não tem formação pós-graduada ou formação noutras áreas. Também foi encontrada relação com a formação específica de curta duração, sendo que quem detém formação recente em SAV+SBV+SIV revela melhor pontuação de conhecimentos em emergência intra-hospitalar, comparativamente a quem tem outra formação específica ou apenas formação em SBV. Estes resultados são corroborados por Astroth et al. (2013), que avaliaram os fatores favoráveis e barreiras existentes na ativação das equipas de resposta rápida, tendo concluído que pode variar de acordo com as instituições, mas que um fator favorável é a formação regular e com ênfase no conhecimento do processo de atuação das equipas de resposta rápida. Também Pantazopoulos et al. (2011), na avaliação da relação entre variáveis demográficas da classe de enfermagem e a identificação de situações de deterioração fisiológica aguda, identificaram como fatores o nível de educação e a formação em reanimação cardiopulmonar. Ainda, Barbosa et al. (2016) concluíram que os

fatores que contribuem para falhas são a falta de formação dos profissionais de saúde que trabalham em enfermarias e em unidades hospitalares.

Verificamos que a experiência em emergência em situações não PCR está relacionada com os conhecimentos em emergência intra-hospitalar. Curiosamente, os participantes que referiram nunca ter tido experiências em emergência sem PCR, demonstram melhores conhecimentos face a quem refere ter tido experiências há mais de 6 meses. Apesar da melhor pontuação estar associada a quem nunca teve situações de emergência não PCR, é questionável se os participantes identificaram os critérios de acordo com os conhecimentos teóricos adquiridos em ambiente de formação e, por outro lado, o despiste de situação adversa precoce não esteja ajustado à prática e não identifiquem em contexto real situações de emergência sem PCR. É de salientar que a pior pontuação obtida foi por quem não tem experiências em emergência há mais de 6 meses, corroborado pelos autores que abordam o risco de deterioração de conhecimentos a cada 6 meses. Como vem descrito nas recomendações internacionais, Monsieur et al. (2015) afirmam que os intervalos de formação diferem de acordo com as características individuais dos participantes. É sabido que os conhecimentos em reanimação cardiorrespiratória se deterioram em meses, após a formação e atualizações anuais podem não ser suficientes. Também Pantopazoulos et al. (2011), no seu estudo, verificaram que, perante uma obstrução da via aérea, os enfermeiros com tempo de experiência profissional inferior a 5 anos ativavam as EEMI numa taxa superior, comparativamente aos enfermeiros com 15 anos de experiência. Porém, Galhotra et al. (2006), nos EUA, ao estudarem a perceção dos enfermeiros de uma EEMI na avaliação contínua da pessoa em situação crítica, com uma amostra de 248 enfermeiros, concluíram que enfermeiros com pelo menos 10 anos de experiência e enfermeiros com menos de 1 ano de experiência demonstraram melhor perceção na interpretação de alterações em relação aos restantes enfermeiros. Em contrapartida, Butler (2018), no Reino Unido, ao estudar numa amostra de 80 participantes, a experiência dos enfermeiros na abordagem da pessoa com deterioração fisiológica após um programa de formação, concluiu que a formação é apenas uma ferramenta na aquisição de competências na área, sendo fundamental considerar o impacto com uma ação multivariada de intervenções na avaliação e gestão da pessoa em situação crítica. Este estudo é criticável, uma vez que se limitou a uma abordagem qualitativa numa amostra de ex-estudantes ou assistentes de enfermagem, e não em profissionais propriamente ditos.

Numa análise global, a perceção das práticas na abordagem à pessoa em situação crítica traduziu-se numa boa prática pela maioria dos profissionais de saúde participantes no estudo, com uma pontuação média de 2,51±0,33. Em análise das categorias, as que revelam perceção das práticas adequada correspondem à formação pessoal e coletiva e experiência em situações de emergência, comparativamente à organização e prevenção na PCR, que revelam uma perceção das práticas, inadequada. Relativamente à categoria organização, que inclui as subcategorias serviço, carro de emergência e hospital, verifica-se uma discordância acentuada na perceção das práticas na abordagem à pessoa em situação crítica relativamente à subcategoria organização do serviço, revelando perceção de práticas inadequadas, mas em sentido inverso concordância em termos da subcategoria organização do carro de emergência percecionadas como práticas adequadas.

Os resultados obtidos face à subcategoria serviço corroboram os resultados obtidos por Flórido (2014). No seu estudo, as respostas S11, S12 e S15 destacaram-se nos itens relacionados com o serviço/enfermaria, com médias superiores a 4 (entre o discordo e discordo completamente), afirmações relativas a dotações seguras por turnos para responder em situações de emergência, sem comprometimento da atuação perante os outros utentes. Estas preocupações são partilhadas pelos autores Lopes et al. (2008), Kolic et al. (2015) e Molloy et al. (2017), que verificaram que a resposta do sistema de alerta precoce é pior ao fim de semana, refletindo diferenças na qualidade dos cuidados fora de horas, o que revela importante preocupação relativamente à segurança dos utentes, uma vez que este facto contribui para o aumento da mortalidade e morbilidade nestes períodos. Dando voz às recomendações internacionais, Soar et al. (2015) afirmam que os estudos revelam que um maior número de elementos na equipa de enfermagem nos turnos está associado a menor número de situações de deterioração fisiológica aguda, com consequente redução de situações de PCR.

Na subcategoria carro de emergência, obtivemos resultados muito positivos, provavelmente por estar implementado na instituição a padronização do mesmo, com verificações mensais do referido carro, cumprindo a norma de atuação. Este resultado está de acordo com a circular normativa na qual vem descrito que em toda a unidade de saúde deve haver carros de emergência organizados e acondicionados de forma padronizada (DGS, 2010). Contrariamente aos resultados obtidos, Flórido (2014) obteve no seu estudo evidências nos itens CE21, CE26 e CE29, relacionados com o carro de emergência, tratando-se de respostas

com médias de pontuação opostas, relativamente ao conhecimento dos materiais necessários à atuação e o fato de o insuflador manual estar sempre funcionante, e pela concordância uma consideração negativa quanto ao facto de não existir um responsável pela verificação e reposição do material do mesmo.

Em relação à subcategoria experiência, verificamos uma oscilação das respostas obtidas, refletida numa segurança na identificação de fatores de instabilidade, porém, com participantes a assumir terem-se deparado com situações de emergência nas quais não tiveram capacidade de dar resposta, mas, mesmo assim, não sentem necessidade de apoio de elementos com experiência em situações de emergência. Comparativamente com o estudo de Flórido (2014), quanto à experiência, destacam-se pela discordância, cujas médias se aproximam de 4, tratando o facto de não sentirem necessidade de elementos com experiência e da experiência individual não influenciar a atuação nestas circunstâncias.

Continuamente, na abordagem da subcategoria formação, verifica-se incongruência quando assumem, na sua generalidade, deter conhecimentos básicos, mas que a formação em SBV é encarada como uma necessidade no serviço. Também Flórido (2014), no seu estudo, obteve discordância perante o item que refere não ser importante formação em SAV na equipa de enfermagem (F43).

Em relação à temática da prevenção da PCR, de uma forma global, os itens não têm uma opinião definida concreta.

Os fatores sociodemográficos e profissionais identificados que estão relacionados com as práticas na abordagem à pessoa em situação crítica foram a formação específica, o serviço no qual desempenham funções e a experiência em emergência na presença de PCR.

A formação específica relaciona-se com as práticas na abordagem à pessoa em situação crítica, sendo que os participantes do estudo com formação específica em SAV+SBV+SIV apresentavam melhor pontuação nas práticas na abordagem à pessoa em situação crítica, comparativamente a quem não tinha formação nenhuma recente. Petersen et al. (2014), ao estudarem eventos adversos decorridos no hospital, utilizando sistemas de deteção precoce de gravidade, concluíram que decorreram do não cumprimento do protocolo, assim como o nível médico prestado pelos profissionais não foi o desejável. Ou seja, a formação específica transmite conceitos de atuação mediante protocolos e cumprimento de procedimentos

específicos, sendo que a ausência de formação aumenta a probabilidade de acontecerem práticas inadequadas.

O serviço identificado com melhor pontuação nas práticas de abordagem à pessoa em situação crítica foi o SU. Também Hodgetts et al. (2002), ao determinarem a incidência de PCR evitáveis, concluíram que os utentes em áreas de cuidados críticos tinham maior probabilidade de sobreviver, sendo a maior parte das PCR evitáveis, atribuindo como principais causas os atrasos e erros de diagnóstico, a inexperiência dos profissionais e os utentes se encontrarem em áreas clínicas inapropriadas. Também Barbosa et al. (2016), concluíram que os fatores que contribuem para falhas são a falta de formação dos profissionais de saúde que trabalham em enfermarias e nas unidades hospitalares com diferentes níveis de monitorização do utente.

Os participantes com experiência em emergência em PCR no último mês revelaram melhor pontuação em práticas na abordagem à pessoa em situação crítica. Este resultado pode ser explicado pelas recomendações da AHA (2015), as quais afirmam que existem benefícios educacionais em sessões de reciclagem curtas e frequentes, juntamente com o potencial de redução de custos devido à redução do tempo de treino, não havendo evidências suficientes para recomendar o intervalo de tempo ideal, embora o número cada vez maior de evidências continue a mostrar que a recertificação em SBV e SAV, a cada dois anos, é inadequada para a maioria das pessoas.