O etnocentrismo jurídico consiste em não aceitar a existência de direito sem a organização estatal, como nas sociedades sem escrita94 (COLAÇO, 2011,
pág. 33).
92 FLORES, Joaquín Herrera. Direitos Humanos, Interculturalidade e Racionalidade da
Resistência. In: WOLKMER, Antonio Carlos. Direitos Humanos e Filosofia Jurídica na América Latina. Lumen Júris, Rio de Janeiro: 2004, págs. 359-385.
O etnocentrismo forceja em pensar e sentir o mundo do próprio grupo para pensar e sentir o diferente. A antropologia tem por vocação preservar a experiência da diversidade95 (ROCHA, 2009, págs. 7 e 76). “Quando compreendemos o ´outro´ nos seus próprios valores e não nos nossos: estamos relativizando. (...) Relativizar é não transformar a diferença em hierarquia, em superiores e inferiores ou em bem e mal, mas vê-la na sua dimensão de riqueza por ser diferença96” (ROCHA, 2009, pág. 20). Relativizar é contextualizar.
94 COLAÇO, 2011, Op. Cit. pág. 33
95 ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo. Brasiliense, São Paulo: 2009. 96 ROCHA, 2009, Op. Cit. pág. 20
1.3 Bibliografia I
AMSELEK, Paul. Los fundamentos ontológicos de la teorética jurídica. Anales de la Cátedra Francisco Suarez nº 23-24, Universidade de Granada, Espanha: 1983-84, Págs. 19-27.
ARNAUD, André-Jean & DULCE, Maria José Fariñas. Introdução à Análise
Sociológica dos Sistemas Jurídicos. Tradução de Eduardo Pellew Wilson.
Renovar, Rio de Janeiro, São Paulo: 2000, págas. 113-128).
BALANDIER, Georges. Antropologia Política. Tradução de Octavio Mendes Cajado. Difusão Européia do Livro, Usp: 1969, pág. 169.
___________________. Antropológicas. Editora Cultrix, São Paulo: 1974.
BAPTISTA, Bárbara Gomes Lupetti. Os rituais judiciários e o princípio da
oralidade. Construção da verdade no Processo Civil Brasileiro, Sergio Antonio
Fabris Editor, Porto Alegre: 2008, pág. 43.
BARRIO, Angel-B. Espina. Manual de Antropologia Cultural. Massangana, Recife: 2007.
BATALLA, Guillermo Bonfil. Implicaciones éticas del sistema de control cultural. In: OLIVÉ, León. Ética y diversidad cultural, Fondo de Cultura Económica, México, 2004
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é folclore. Brasiliense, São Paulo: 2007, pág. 28.
CARVALHO, Marxismo, Etnia e Reprodução Social. Perspectivas n. 11, São Paulo: 1988, págs. 21-32.
COELHO, Luiz Fernando. Existencialismo e direito e outros ensaios. Lítero- Técnica, Curitiba.
COLAÇO, Thaís Luzia. O despertar da antropologia jurídica. In: COLAÇO, Thaís Luzia (org.) Elementos de antropologia jurídica. Conceito, São Paulo: 2011.
COTTA, Sergio. Perfil de una ontofenomenología del derecho. Anales de la Cátedra Francisco Suarez nº 25, 1985, Universidad de Granada, Espanha. CUVILLIER, Armand. Os fatos jurídicos são fatos sociais: seus caracteres
próprios. In: NETO, A. L. Machado & NETO, Zahidé Machado. O direito e a
vida social. Leituras básicas de sociologia jurídica. Companhia Editora Nacional, USP, São Paulo: 1966, pág. 45
DOS SANTOS, Daniela Cordovil Corrêa. Antropologia e direitos humanos no
Brasil. In: DE LIMA, Roberto Kant (org.). Antropologia e Direitos Humanos 2,
Enciclopédia Universal Ilustrada. Europeo-americana. Tomo XXIV, Madri. FONSECA, Ricardo Marcelo. Sonho e Direito. Revista da Faculdade de Direito da UFPR v. 34, 2000
FOUCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. Caderno n. 16, PUC RJ, Departamento de Letras, Rio de Janeiro: 1991.
FLORES, Joaquín Herrera. Direitos Humanos, Interculturalidade e
Racionalidade da Resistência. In: WOLKMER, Antonio Carlos. Direitos Humanos e Filosofia Jurídica na América Latina. Lumen Júris, Rio de Janeiro:
2004, págs. 359-385.
GUERRA FILHO, Willis Santiago. Por uma poética do direito: introdução a uma
teoria imaginária do direito (e da totalidade). Panóptica ano 3 nº 19, julho-
outubro, 2010 disponível em: www.panoptica.org Acesso em: 03/02/2011, pág. 15.
_________________________. Teoria Política do Direito. Uma introdução
política ao direito. Brasília Jurídica, Brasília-DF: 2000.
HART, H. L. A. O Conceito de Direito. Tradução de A. Ribeiro Mendes. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa: 2007.
KAUFMANN, Arthur. Teoría de la justicia. Un ensayo histórico-problemático. Anales de la Cátedra Francisco Suarez n. 25, Universidad de Granada, Espanha: 1985.
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. Tradução de João Baptista Machado, Martins Fontes, São Paulo: 2006, pág. 9
LERNER, Bernardo. Enciclopédia Jurídica, Omeba, Tomo VI, Defe-Dere, Editorial Bibliográfica Argentina, Buenos Aires.
MARÍAS, Julián. O sistema dos usos como facilidade e limitação. In: NETO, A. L. Machado & NETO, Zahidé Machado. O direito e a vida social. Leituras
básicas de sociologia jurídica. Companhia Editora Nacional, USP, São Paulo:
1966, págs. 61-66.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Eficácia das normas constitucionais e
direitos sociais. IDAP, Malheiros, São Paulo: 2009, págs. 35 e 36.
MOREIRA, Daniel Augusto. O método fenomenológico na pesquisa. Thomson, Pioneira, São Paulo: 2002.
MOTTA, Antonio. La antropologia aplicada y sus dilemas en el contexto post-
colonial In: BARRIO, Ángel B. Espina (Ed.) Antropología aplicada en Iberomérica. Massangana, Recife: 2008, (págs. 143-152)
PEIRANO, Mariza G.S. Etnocentrismo às avessas: o conceito de ‘sociedade
complexa’. Dados. Revista de Ciências Sociais vol. 26, n.1, Rio de Janeiro:
1983, pág. 107.
PIERSON, Donald. Folkways, mores e leis. In: NETO, A. L. Machado & NETO, Zahidé Machado. O direito e a vida social. Leituras básicas de sociologia
jurídica. Companhia Editora Nacional, USP, São Paulo: 1966, págs. 54-60.
ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo. Brasiliense, São Paulo: 2009.
ROCHA, José Manuel de Sacadura. Antropologia Jurídica. Para uma filosofia
antropológica do Direito. Campus Jurídico, Elsevier, Rio de Janeiro: 2008, pág.
3.
ROMANO, Ruggiero (Diretor). Enciclopédia Einaudi. Vol. 30, Religião-Rito. Imprensa Nacional, Casa da Moeda, Lisboa: 1994
SANTAMARÍA, Sandra Milena Gómez. El derecho como creencia e
imaginación: un acercamiento a los estudios culturales. Estudios de Derecho.
OCHOA CARVAJAL, Raúl Humberto (Diretor) Vol. LXVI, junho, Universidad de Antioquia, Medellín: 2009.
SALAZAR, Samuel Hurtado. El valor de la aplicación etnocultural. In:
Antropología aplicada en Iberoamérica. Massangana, Recife: 2007, págs. 153-
169.
SCHRITZMEYER, Ana Lúcia Pastore. Sortilégio de saberes: curandeiros e
juízes nos tribunais brasileiros (1900-1990). IBCCRIM, São Paulo: 1994.
SHIRLEY, Robert Weaver. Antropologia Jurídica. Saraiva, São Paulo: 1987. SUMNER, William Graham. Os folkways são certos. Os direitos. A moral. In: NETO, A. L. Machado & NETO, Zahidé Machado. O direito e a vida social.
Leituras básicas de sociologia jurídica. Companhia Editora Nacional, USP, São
Paulo: 1966, págs. 52-53.
VARGA, Csaba. Law and Philosophy. Selected papers in Legal Theory.
Publications of the Project on Comparative Legal Cultures of the Faculty of Law of Loránd Eötvös University in Budapest, Budapest: 1994.
VAZ, S. J. Henrique C. de Lima. Antropologia e Direitos Humanos. In:
RIBEIRO, Darcy. Encontros com a Civilização Brasileira, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro: 1978, Pág. 35.
WARAT, Luis Alberto. A Rua Grita Dionísio! Direitos humanos da alteridade,
surrealismo e cartografia. Tradução e organizadores: Vivian Alves de Assis,
Júlio Cesar Marcellino Jr., e Alexandre Morais da Rosa. Lumen Júris, Rio de Janeiro: 2010.
Capítulo II
Relativismo Cultural e Direitos Humanos Coletivos97
Sumário: 2.1. Direitos Humanos, História do Direito Subjetivo e Soberania 2.2. Filosofia da Propriedade e Propriedade Coletiva 2.2.1 Direito Costumeiro 2.2.2 Quilombos 2.2.3 Comunidades Indígenas e Tradicionais 2.2.4 Relatórios de Identificação 2.2.5 Patrimônio Cultural 2.3. Relativismo Cultural, Democracia e
Política 2.3.1 Relativismo e Filosofia do Direito 2.3.2 Universalidade e Relativização 2.3.3 Ciência política latino-americana e direito brasileiro 2.3.4 O
debate liberais e comunitaristas 2.3.5 Democracia como mito 2.3.6 Justiça Comunitária, Justiça Indígena e Pluralismo Jurídico 2.4 Minorias e Direitos Humanos 2.4.1 Diversidade Cultural e Pobreza 2.4.2 Racismo e Identidade
cultural; 2.5 Religião e Diversidade Cultural 2.6 Globalização, Diálogo intercultural e E. Levinás. 2.7 Bibliografia II
“Há fortunas sobre o sangue escravo dos outros e há fortunas sobre o suor honesto de nossos avós98”
97 A expressão direitos humanos coletivos distingue-se dos collective rights laborais com
significação de agremiação política. WEIS, Carlos. Direitos Humanos Contemporâneos. Malheiros, São Paulo: 1999, págs. 132 e 133. Veja também: SINGH, Jorge Contesse. Pueblos indígenas y participación política en la óptica del tribunal constitucional. Anuario de Derecho Público n. 1, Chile: 2010. Veja também: ALMEIDA, Fernando Leão de. A garantia institucional do Ministério Público em função da proteção dos direitos humanos, Usp, São Paulo: 2010; e CANELA JUNIOR, Osvaldo. A efetivação dos direitos fundamentais através do processo coletivo: o âmbito de cognição das políticas públicas pelo Poder Judiciário, Usp, São Paulo: 2009.
Paulo Ferreira da Cunha
“Cada real é composto de uma parte de medida de troca, uma de mais-valia, uma de impostos e uma de juros99” Márcio Pugliesi
“Dinheiro é lixo” Mário Juruna
“Back to the primitive” Max Cavalera
“(…) a alteridade promove o encontro com o estranho e tão próximo, a saber, a violência” Alexandre Morais da Rosa