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Questionário de motivações e interesses relativamente ao uso das TIC no ensino

3. METODOLOGIA

3.5. Métodos de recolha de dados

3.5.2. Questionário de motivações e interesses relativamente ao uso das TIC no ensino

O questionário permite a recolha de dados padronizados a vários participantes (Denscombe, 1998), dados esses que, segundo o mesmo autor, tendem a pertencer a duas categorias distintas: factos e opiniões.

Objetivos

A aplicação do questionário constituiu-se numa das ações propostas por esta investigação à liderança da escola num período de preparação do ano letivo de 2010/2011. Visou os seguintes objetivos:

(a) conhecer os usos, as competências e as percepções dos professores acerca do uso das TIC – em particular do Moodle, e

(b) identificar professores que, revelando uma atitude positiva face à inclusão das TIC no ensino, fossem potenciais voluntários – futuros colaboradores PTE – para a dinamização da plataforma Moodle da escola para o ano letivo de 2010/2011.

Construção, questões éticas e validação

O questionário (anexo 2) contém uma introdução que enuncia o seu primeiro objetivo. Pareceu desadequado enunciar o segundo objetivo, pois poderia levar os não voluntários a decidir pelo não preenchimento do questionário.

De seguida são apresentados aos respondentes as várias questões, algumas inspiradas nos trabalhos de Mueller et al. (2008) e Howard (2009), e divididas em duas partes. A primeira – de preenchimento obrigatório – contém questões factuais como a disciplina lecionada, o número de horas de formação sobre as TIC frequentadas nos últimos três anos e a frequência de

usos das TIC no ensino, como o quadro interativo, apresentação de diapositivos, exploração de software específico da disciplina e da Escola Virtual. Outras questões de cariz mais aberto pretendem descortinar sentimentos sobre o uso das TIC no ensino, bem como as percepções dos benefícios e custos associados. A última questão desta primeira parte do questionário solicita que o respondente assinale se pretende ou não colaborar com a escola na dinamização da sua plataforma Moodle no ano letivo de 2010/2011. No caso dos respondentes voluntários para tal tarefa, o questionário prossegue numa segunda parte, com a solicitação de identificação (nome), um conjunto de questões sobre as necessidades pessoais de apoio na utilização da plataforma Moodle e duas questões abertas – de resposta não obrigatória – solicitando sugestões para o próximo ano letivo.

As questões éticas relativas à permissão de utilização dos dados e anonimato foram salvaguardadas a todos os respondentes, voluntários ou não para a dinamização da plataforma Moodle, com a existência de um último item de resposta obrigatória onde os respondentes deveriam assinalar se autorizavam ou não a utilização dos dados para esta investigação.

Se para alcançar o primeiro objetivo do questionário a sua aplicação poderia ter sido agendada para o início do ano letivo, já o segundo objetivo obrigava a uma aplicação precoce. Visto que desde 2008 a escola atribuía um tempo semanal de trabalho aos colaboradores PTE, era necessário que estes estivessem devidamente identificados no momento de distribuição de serviço entre os professores da escola para o ano letivo seguinte, tarefa essa que era habitualmente executada pela direção da escola todos os anos no final de julho. Assim, e dado que em meados de julho de 2010 a coordenadora da Equipa PTE pretendeu recolher – como já era habitual – informações junto dos colaboradores PTE acerca dos trabalhos desenvolvidos ao longo desse ano letivo, o questionário foi elaborado de forma colaborativa pela investigadora e pela coordenadora da Equipa PTE e aplicado nessa altura como um único instrumento da própria escola. Por essas razões, o questionário não pôde ser submetido à avaliação por peritos nem sofreu qualquer processo de testagem.

Técnica de aplicação

Segundo Ary et al. (2009), os questionários online possuem várias vantagens, como a rapidez de aplicação e automatização na coleta e análise dos dados, bem como a disponibilidade

24 horas por dia, o que permite ao participante decidir onde e quando responder. Para além destes fatores, e visto que esta investigação incide no uso profissional e pedagógico das TIC, pareceu apropriado que o questionário fosse construído baseado na tecnologia – neste caso, através do sistema GoogleDocs – , constituindo-se numa forma desejavelmente subtil de (a) sensibilizar os respondentes – professores da escola – para as possibilidades de apresentação gráfica, facilidade de preenchimento e poupança de papel que advêm do seu uso e (b) identificar professores com competências no uso das TIC, visto que as próprias competências no uso das TIC poderiam condicionar a intenção dos professores de responder ao questionário.

3.5.2. Relatórios e Estatísticas do Moodle

Pressupõe-se que a eficácia real das ações encetadas por esta investigação possa ser mensurável através da evolução (a) do número de utilizadores ativos da plataforma (dentre alunos e professores) e (b) dos índices de atividade na plataforma Moodle, ao nível pedagógico e profissional. Esses dados foram recolhidos através dos Relatórios e Estatísticas do Moodle: o LMS recolhe automaticamente informações sobre os utilizadores e as suas sessões, com as frequências de acesso à plataforma e índices de participação nas várias disciplinas, sendo esta, segundo Black, Dawson e Priem (2008), uma fonte promissora de dados, utilizada por muitos investigadores para a aquisição de uma visão mais aprofundada dos seus objetos de estudo. Tais relatórios são gerados pela plataforma sob a forma de gráficos e tabelas correspondentes. Dois diferentes tipos de gráficos são apresentados neste estudo: (i) gráficos de disciplinas, onde se apresenta o número de acessos dos vários tipos de utilizadores (ver designações dos utilizadores no quadro 2, p.78) a uma dada disciplina na semana ou mês em que ocorreram e (ii) gráficos de utilizadores, onde se apresenta o número de acessos de um utilizador à plataforma Moodle, também na semana ou mês em questão. Foram pois solicitados à plataforma relatórios em três momentos distintos: (a) no ínício desta investigação, (b) no final da aulas do 1º período escolar (dezembro) e no final das aulas do 2º período escolar (abril). A partir de alguns desses relatórios foram também recolhidos dados numéricos que permitiram a elaboração de outros gráficos, onde é possível uma leitura mais abrangente dos dados.

Tendo em conta que algumas das ação propostas nesta investigação foram dirigidas de forma direta ao conjunto de professores colaboradores PTE em encontros semanais com a

investigadora, a análise documental centrou-se pois nesses participantes, pretendendo observar a evolução dos seus acessos à plataforma e contributos para o uso pedagógico e profissional da plataforma Moodle da escola. O sucesso das práticas de disseminação foi verificado pelos relatórios de acessos à plataforma Moodle como um todo, e a algumas disciplinas nela existentes.