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4. ANÁLISE DOS RESULTADOS (ESTUDO DE CASO)

4.3 RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS

4.3.1 Receitas

Se tratando de uma região diferente do país, e que tem outro tipo de clima, poderão ser produzidas somente cultivares de verão, que no caso vão ser soja, milho e feijão. Desta forma, são realizadas duas safras de verão. Sendo que na primeira safra do ano são cultivadas variedades de soja em 100% da área em questão. E já na segunda safra são cultivadas variedades de feijão em 20% da área, variedades de milho em 50% da área, e os outros 30% restantes da área foram destinadas a cobertura. Estes percentuais vão se manter constantes para cada ano, mas foi observado o sistema de rotação de culturas dentro da área total a ser arrendada, com o intuito de maximizar a produção das cultivares e de manter a qualidade e capacidade do solo.

Em relação a área destinada para cobertura, é importante ressaltar que é esta não traz nenhum tipo de receita. Muito pelo contrário, pois vai gerar um custo de R$ 200,00 por hectare. Porém este processo é necessário, para que a produção das demais cultivares seja bem sucedida, e desta forma se obtenha um rendimento maior nos demais produtos.

Como pode-se observar nos quadros a seguir, no primeiro ano serão cultivados 500 ha. No segundo ano em diante, a área vai aumentar para 700 ha. Pois é de interesse do

proprietário aumentar a área de cultivo dentro das possibilidades. E diante deste aumento de área não serão necessários novos investimentos, pois os investimentos existentes são suficientes para a produção de toda a área. Desta forma, os investimentos serão utilizados em sua capacidade total.

Quadro 4 – Estimativa da área de produção

PADRÃO SAFRA A SAFRA B

ÁREA PRODUTO ÁREA PRODUTO

100% SOJA 20% FEIJÃO

50% MILHO

30% COBERTURA

ANO 1 SAFRA A SAFRA B

ÁREA HA PRODUTO ÁREA PRODUTO

500 SOJA 100 FEIJÃO

250 MILHO

150 COBERTURA

ANOS 2 a 5 SAFRA A SAFRA B

ÁREA HA PRODUTO ÁREA PRODUTO

700 SOJA 140 FEIJÃO

350 MILHO

210 COBERTURA

Fonte: Dados da pesquisa, 2014

Ao estimar o valor pertinente as receitas, foi considerada a constante variação que existe no preço de venda destes produtos. Pois o preço pago ao produtor vai depender de diferentes variáveis, que são controladas pelo mercado e não pelo produtor.

Ao analisar o preço pago nos últimos anos pode-se perceber que este valor sofreu tanto aumentos quanto diminuições ao longo dos períodos, dificultando a estimativa de um valor que possa ser considerado adequado para o estudo. Desta forma, foi feita uma média dos valores de venda de cada produto, no período dos últimos cinco anos, chegando assim a um valor médio, o qual foi utilizado para estimar as receitas dos primeiros cinco anos do projeto.

Este estudo levou em consideração ainda a questão da localização, sendo que a média de preços dos produtos soja e milho tem como base os valores pagos no estado de Mato Grosso. E o produto feijão tem como base os valores pagos no estado de Goiás, já que na pesquisa deste produto não foram apresentados os valores relativos ao estado de Mato Grosso, sendo levado em consideração assim, o estado mais próximo.

A questão da localização é um fator importante a ser considerado nesta expectativa, pois historicamente pode se observar que os valores dos produtos no estado do Mato Grosso, estão abaixo da média nacional. Isto se deve a distância que estes produtos têm a percorrer até chegar ao seu destino, encarecendo assim seu frete.

Outro fator levado em consideração foram as expectativas de colheita, onde se trabalha com três cenários diferentes, sendo estes a expectativa de colheita: boa, média e ruim. Considerando a expectativa boa a mais otimista, enquanto a expectativa média seria suficiente para pagar os custos, e a expectativa ruim não pagaria nem os custos.

Portanto, tem se um valor médio de sacos por hectare para cada tipo de expectativa de colheita. Esta quantidade de sacos é multiplicado pela área a ser produzida de cada cultivar no período, o que vai gerar a quantidade total de sacos a ser produzida. Esta quantidade total é multiplicada pelo valor médio de cada produto nos últimos cinco anos, gerando assim a receita total a cada período, nos diferentes cenários apresentados.

Quadro 5 – Estimativa de colheita dos produtos

EXPECTATIVA DE COLHEITA DE SOJA

SACOS ANO 1 VALOR TOTAL ANOS 2 a 5 VALOR TOTAL

BOA 70 35.000,00 46,39 1.623.650,00 49.000,00 46,39 2.273.110,00

MÉDIA 60 30.000,00 46,39 1.391.700,00 42.000,00 46,39 1.948.380,00

RUIM 25 12.500,00 46,39 579.875,00 17.500,00 46,39 811.825,00

INTERMED. 65 32.500,00 46,39 1.507.675,00 45.500,00 46,39 2.110.745,00

EXPECTATIVA DE COLHEITA DE MILHO

SACOS ANO 1 VALOR TOTAL ANOS 2 a 5 VALOR TOTAL

BOA 200 50.000,00 14,52 726.000,00 70.000,00 14,52 1.016.400,00

MÉDIA 150 37.500,00 14,52 544.500,00 52.500,00 14,52 762.300,00

RUIM 100 25.000,00 14,52 363.000,00 35.000,00 14,52 508.200,00

INTERMED. 175 43.750,00 14,52 635.250,00 61.250,00 14,52 889.350,00

EXPECTATIVA DE COLHEITA DE FEIJÃO

SACOS ANO 1 VALOR TOTAL ANOS 2 a 5 VALOR TOTAL

BOA 45 4.500,00 118,46 533.070,00 6.300,00 118,46 746.298,00

MÉDIA 30 3.000,00 118,46 355.380,00 4.200,00 118,46 497.532,00

RUIM 15 1.500,00 118,46 177.690,00 2.100,00 118,46 248.766,00

INTERMED. 38 3.800,00 118,46 450.148,00 5.320,00 118,46 630.207,20

Fonte: Dados da pesquisa, 2014

Desta forma, para o estudo em questão trabalhou-se com quantidades intermediárias, entre a expectativa de colheita boa e média. Esta opção se deve a localização, pois

historicamente a região de Mato Grosso esta bem menos exposta a fatores climáticos, não tendo problemas em relação a ausência de chuvas durante os períodos de produção.

O gráfico a seguir demonstra o número de sacos a serem colhidos por produto, diante da expectativa de colheita intermediária, entre boa e média. Desta forma é possível se observar que em volume de produção, o produto que mais se destaca é o milho com 63% da expectativa de sacos a serem colhidos. Em seguida vem a soja com 23% e o feijão com 14% do total de sacos a serem colhidos na expectativa de colheita intermediária.

Gráfico 1 – Número de sacos por produto

Fonte: Dados do quadro 5

Os quadros a seguir contem os valores relativos as receitas de cada período. Estes valores foram ainda atualizados, de acordo com a inflação média dos últimos cinco anos. Do primeiro para o segundo ano tem-se uma diferença considerável, a qual corresponde ao aumento da área cultivada, de 500 ha para 700 ha. E nos demais anos se tem somente o aumento relativo a inflação.

Quadro 6 - Estimativa das Receitas

RECEITAS X 1 X 2 X 3 X 4 X 5

Venda de Soja 1.507.675,00 2.200.267,73 2.330.915,22 2.469.320,31 2.615.943,61

Venda de Milho 635.250,00 927.069,87 982.117,43 1.040.433,60 1.102.212,46

Venda de Feijão 450.148,00 656.936,09 695.943,64 737.267,38 781.044,84

TOTAL DAS RECEITAS 2.593.073,00 3.784.273,69 4.008.976,29 4.247.021,29 4.499.200,92

Fonte: Dados da pesquisa, 2014

23% 63% 14% EXPECTATIVA DE COLHEITA Soja Milho Feijão

O quadro a seguir demonstra as taxas de inflação dos últimos dez anos. Destas taxas foram considerados somente os últimos cinco anos, as quais serviram como base para o calculo da inflação média dos últimos cinco anos.

Quadro 7 – Estimativa da taxa de inflação

IPC BR últimos anos

Período Inflação %

Média dos últimos cinco anos

jun/14 6,52% jun/13 6,70% jun/12 4,92% 5,94% jun/11 6,71% jun/10 4,84% jun/09 4,80% jun/08 6,06% jun/07 3,69% jun/06 4,03% jun/05 7,27%

Fonte: Dados da pesquisa, 2014

Desta forma, chegou-se a uma taxa de inflação média de 5,94% nos últimos cinco anos. Esta taxa foi utilizada para atualizar as receitas, e também foi utilizada para a atualização dos demais custos e despesas.

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